Fred William – O Gaiteiro Alegre (1980)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Aqui, mais uma vez marcando presença no nosso Toque Musical, temos o grande Fred William, um gaiteiro (ou um gaitista) que fez muito sucesso nos anos 50. Foi considerado um dos mais importantes músicos, ao lado do grande Edu da Gaita. Sua produção musical se concentra mais nas décadas de 50 e 60 e numa pesquisa rápida, para alguns sites, a sua discografia vai até os anos 60. Porém, como já vimos aqui mesmo no TM, temos um disco dele de 1971 e agora estou trazendo este e ao que tudo indica foi mesmo gravado em 1980. Um repertório bonito e quase todo autoral com diferentes ritmos, baião, fandango, rancheira, choro… Difícil saber que fim levou este artista, mas considerando a idade, ele provavelmente já faleceu. Porém e para nós ele continua vivo através de sua arte e do nosso empenho em resgatar sempre o que faz parte da nossa cultura musical. 
 
baião da serra grande
uma farra na churrascaria
rancheira do namorados
um paulista na paquera
balança o saco
aragana
quem diria agora
canta cigarra
fandango no galpão
sonho meu
linda serrana
felicidade
 
 
 
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Formula 7 – Som Psicodélico (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Tenho aqui para vocês mais um disco super interessante. Lp lançado, segundo contam, em 1968 pelo selo Parlophone, da Odeon. Um tipo de disco muito comum naqueles tempos, onde a gravadora criava um grupo, geralmente formado por músicos de estúdio, fazia uma seleção com temas do momento e depois lançava para um público sedento, que muitas vezes não encontrava os temas no original. Acredito que por serem músicos de estúdio o nível das execuções era da melhor qualidade, um instrumental de tirar o chapéu. Ainda segundo contam, no time de músicos deste disco tinha nomes como, Hélio Delmiro na guitarra, Luizão Maia no baixo, Márcio Montarroyos no trompete, Caribé na bateria, Sérgio Luiz “Cabeçada” no piston, Hélio Celso no piano, Maestro Nelsinho no trombone, Gérson Ferreira Pinto no sax e flauta e até um americano, Bill Vogel, outro trompete. Como se vê, o Fórmula 7, neste disco é um conjunto de qualidade e se certifica quando se escuta suas músicas. Se não me engano, o Fórmula 7 gravou outros discos, porém não sei se seriam os mesmos músicos. Enfim, seja como for, o importante é mesmo o que ficou, um repertório misto com temas nacionais e internacionais, sucessos da época. Confiram no GTM….
 
watermelon man
pata pata
ponteio
call me
bond street
simplesmente
suck’um up
you only live twice
alegria alegria
rossana
i’m a believer
batman
 
 
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Joel De Almeida – E Sua Bossa (1957)

Olá, amigos cultos e ocultos! Como já deu para perceber, neste mês de dezembro eu estou postando aqui algumas coisas relacionadas a Bossa Nova. Andei recolhendo uma série de discos e arquivos que me foram enviados ao longo desse tempo, muitos desses são discos já postados em outros blogs e como grande parte desses já não existem mais, ou já não trazem mais ativos os seus links, então é chegada a hora do Toque Musical fazer o trabalho de novamente resgatar. Aqui é certo de que pelo menos nos próximos seis meses os links estarão ativos e caso já não estejam, há sempre uma forma dos amigos colaborarem com uma doação, em troca de um atendimento exclusivo. “O importante é que a nossa emoção sobreviva”, já dizia o mestre  Paulo Cesar Pinheiro.
Então, temos para hoje, não exatamente um disco de Bossa Nova, mas com muita bossa, quando o termo bossa era mais genérico. Apresento a vocês este lp de 10 polegadas do cantor e compositor Joel  de Almeida, da dupla Joel e Gaúcho, artistas os quais já postamos disco aqui no Toque Musical. Neste lp, originariamente lançado no Brasil em 1957 temos uma seleção de sambas, fox, maxixe e cha cha cha. Fonogramas esses, certamente, extraídos de gravações em seus discos de 78 rpm. Interessante notar, logo por esta capa, que a mesma é uma edição gringa, ou seja, um disco lançado fora do Brasil. Na verdade, segundo informações da pessoa quem digitalizou o disco, trata-se de um disco lançado em Portugal e fabricado na Inglaterra pelo selo Parlophone, da EMI Records e também no ano de 1957. Uma boa curiosidade que caí como uma luva neste nosso espaço musical. Agradeço ao Carlos por ter feito esse belo trabalho e ter compartilhado com a gente. Deixo no arquivo, inclusive, a sua ficha técnica que é um complemento que caberia a todos os discos que postamos por aqui. Infelizmente nessa altura do campeonato já não cabe mais esse padrão, mas sempre que possível eu mantenho todas as informações incluídas. Vamos conferir no GTM?
 
zazá
sarambá
salada chinesa
agora
cristo nasceu na bahia
ficha no caixa
sou feliz
pedra furada
 
 
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Cardinale Apresenta O Sucesso (1968)

Indiscutivelmente, o grupo de pop-rock The Fevers escreveu um dos mais expressivos capítulos da história da música jovem brasileira, a ponto de ser eleito, em pesquisa realizada pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, como “a banda mais popular do país”. Formado em 1964, com o nome de The Fenders, o grupo logo mudou de nome, um ano mais tarde, para The Fevers, uma referência à música “Fever”, então sucesso de Elvis Presley (já havia um The Fenders na praça, daí a mudança). Além de gravarem seus próprios discos, a partir de 1965, os Feversrealizaram (muitas vezes sem créditos) os acompanhamentos instrumentais de gravações de Eduardo Araújo, Sérgio Reis, Deny e Dino, Erasmo Carlos, Trio Esperança, Roberto Carlos e outros mais. E também ficaram conhecidos como “os reis dos bailes”. “Mar de rosas”, “Agora eu sei”, “Elas por elas”, “Guerra dos sexos”, “Cândida”, “Hey girl”, “Vem me ajudar”, “Estou feito um demônio” e “Onde estão seus olhos negros?” são alguns dos maiores sucessos da banda. Os Fevers, durante sua fase inicial, também gravaram discos sob pseudônimo, tanto na própria companhia da qual eram então contratados (Odeon), como também em outras (na CBS, por exemplo, os Fevers gravavam com o pseudônimo de Superquentes). É justamente um desses álbuns que o TM oferece hoje, a seus amigos cultos e ocultos. Trata-se de “Cardinale apresenta o sucesso”, lançado pela Odeon (selo Parlophone) emsetembro de 1968. Evidentemente, Cardinale é um dos inúmeros pseudônimos dos Fevers. No repertório, músicas nacionais e internacionais que faziam sucesso entre a juventude nessa época. Na parte internacional, temos “E lapioggiacheva” (na verdade, “Remembertherain”, composta e gravada por Bob Lind, e que ganhou versões em italiano e português, esta última denominada “A chuva que cai”, e gravada pelo conjunto Os Caçulas), “Mrs. Robinson” (de Simon e Garfunkel, feita para o filme “A primeira noite de um homem”) , “Delilah”, “Seul sursonetoile” e “Honey” (então sucesso de Bobby Goldsboro). Na parte nacional, encontraremos “Com muito amor e carinho”, “Eu te amo, te amo, te amo” (curiosamente lançadas por Roberto Carlos em um mesmo compacto simples), “Última canção” (com a qual Paulo Sérgio despontou para o estrelato), “Bilhetinho apaixonado” (sensação da época na voz de Kátia Cilene), “Para o diabo os conselhos de vocês”(gravada por Erasmo Carlos e também por Paulo Sérgio) e “O barqueiro” (dos BrazilianBitles). Tudo isso em um disco totalmente instrumental, em que se destacam os solos de órgão Hammond, semelhantes aos do instrumentista Lafayette, reforçando aquele clima de bailinho. Por certo o álbum vendeu muito bem na época, tanto que foi seguido de um segundo volume. Portanto, este “Cardinale apresenta o sucesso” mostra por que os Fevers, mesmo escondidos sob esse pseudônimo, ficaram conhecidos como “os reis dos bailes”. E aí? Dá-me o prazer desta contradança?

com muito amor e carinho
última canção
bilhetinho apaixonado
largo tudo em venho te buscar
mrs robinson
eu te amo eu te amo eu te amo
para o diabo os conselhos de vocês
e la pioggia che va
o barquero
seul sur son stole
delilah
honey

*Texto de Samuel Machado Filho

We – Ouriço (1971)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! As postagens deste mês acabaram sendo poucas. Infelizmente em abril é o período em que eu fico mais ocupado e daí, consequentemente sem tempo para as postagens. Mesmo com a pronta colaboração do amigo Samuca, ainda assim estamos devagar. Mas o pulso ainda pulsa…
Hoje eu trago um lp que pelas fontes, das mais variadas, indicam que se trata de um trabalho paralelo do conjunto The Fevers. Lançado em 1971 pela Odeon, através de seu selo Parlophone que servia para publicações obscuras como esta. Na verdade, trata-se de lançamentos do que poderíamos chamar de projetos pilotos, utilizando de seus artistas contratados para outros trabalhos e geralmente com outros nomes. Naquele início dos anos 70 estava em voga conjuntos e artistas brasileiros cantando em inglês, reforçando a máxima de que para se fazer sucesso nas rádios tinha que cantar em inglês (afinal, nosso povo sempre foi muito culto e bilingue, né?). É daí que nasce esse disco que eu até hoje não sei se a banda se chama Ouriço ou We. Para não variar, deixando sempre o público com a pulga atrás da orelha, no lp, não temos nenhuma informação plausível, além da lista de um repertório cujas as músicas eram extraídas de discos estrangeiros da época, como Chicago, Nilsson, Jesse Colin Young, Bachaman e outros, além de algumas ‘composições próprias’. Outra curiosidade, talvez para encher linguiça, colocaram nun canto da capa a definição enciclopédica do que é um ouriço. Bom, podemos não saber quem é realmente esse conjunto, mas com certeza agora sabemos o que é um ouriço.

yo yo
second thoughts
living
25 or 6 to 4
cherr me up
i’m gonna be a rich man
us thumbstyle
down to the valley
when you pass near me
please believe me
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Geraldo Vespar – Eu E O Violão (1968)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Hoje eu acordei muito bem disposto. Nada como uma boa noite de sono. Melhor ainda com tantos e-mails e comentários. Percebo que por mais que eu quisesse, acho que nunca poderia fechar esse blog. O índice de popularidade e a quantos ele atinge é maior do que eu imaginava. A gente percebe isso até pelo amor invertido ao Toque Musical. Adoro isso… 😉 Dizem que eu sou polêmico, mas a verdade é que sem agitação as coisas não se transformam. Talvez seja por isso o Toque Musical tem passado por tantas mudanças e ao contrário da maioria dos outros blogs se renova em seu conceito. E nessas mudanças fica claro, só permanecem no ‘barco’ quem realmente gosta de navegar ao lado do comandante Augusto TM. O Toque Musical, vez por outra, pára em algum porto, mas logo volta ao mar. Quem desceu do barco e não seguiu as regras para retornar, ficou a ver navios ou está dando braçadas tentando nos alcançar. Mas não tem nada não, eu continuo jogando os botes salva-vidas. Aqui, ninguém fica de fora, até mesmo os ratos de porão. Afinal precisamos ter alguma coisa para alimentar os clandestinos.

Sei que muitos aqui não devem estar se perguntando, que discurso é esse? Não é nada, liga não, apenas uma introdução ao gosto de um certo Zé Ruela. 😉

Bom, mas vamos ao que interessa. Olha aí o disco que tenho hoje para vocês. Vamos com o violonista, compositor e arranjador Geraldo Vespar, fazendo a sua estréia solo aqui no TM. Vespar é um desses músicos imprescindíveis à música popular brasileira e também, porque não dizer à internacional, como integrande da Orquestra de Paul Mauriat. Sua tragetória começa nos anos 50. Tocou com os mais diversos artistas. Está presente em tantos outros discos importantes, assim como em trilhas para cinema e televisão. O cara é mesmo muito bom. Neste álbum, lançado em 1968 pela Odeon, através do selo Parlophone, vamos encontra-lo bem a vontade com seu violão, tocando músicas consagradas de diversos e ótimos compositores. Apenas uma das faixas é de sua autoria, aliás, uma faixa dupla, digamos assim, “Por que?”, em parceria com Mário Telles e “Bourré”. Taí um excelente disco para se ouvir neste domingão. Querem conferir? Vão lá no GTM 🙂

sá marina

eu e a brisa

desencontro

fetiço da vila

viola enluarada

por que? / bourré

corcovado

até segunda feira

no brilho da faca

mancada

olé olá

lapinha

Os Terríveis – Barra Limpa (1967)

Olá amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Segue aqui a postagem de hoje. Tô numa correria brava, mesmo assim, não vou querer deixar o Toque Musical sem seu registro diário. Puxei do gavetão, e por acaso, este álbum dos áureos tempos da Jovem Guarda. Aqui vai mais um daqueles conjuntos instrumentais que habitavam o universo musical pop dos anos 60 no Brasil. Temos desta vez Os Terríveis, que em outros discos da época poderiam ter sido, Os Brasas, Os Gatões, Os Cabeludos ou coisa assim. Sinceramente, não tenho nenhuma informação sobre eles e o nosso discos aqui é prova disso. Um álbum sem compromisso, feito com o intuito puramente comercial, aproveitando a onda, mora? Em seu repertório desfilam músicas que eram o sucesso da época, temas nacionais e internacionais. De Roberto Carlos, Martinha e Carlos Imperial à Herman’s Hermits, The Monkees, Luigi Tenco e outros. Pessoalmente, acho tudo jóia, barra limpa. A cara dos discos da Paladium 🙂

georgy girl
ciao amore ciao
eu não presto mais te amo
i’m believer
sunny
ma (he’s making eyes at me)
no milk today
barra limpa
penny lane
faça alguma coisa pelo nosso amor
quando dico che ti amo
a praça

PS.: Logo após postar este álbum, um de nossos amigos nos enviou um esclarecimento sobre quem eram Os Terríveis. A fonte foi o blog “La Playa Music – Oldies”   cujo texto eu replico aqui:
Os Terríveis foi um grupo formado em Recife, Pernambuco, que foi para o Rio de Janeiro em 1965 buscar um maior espaço no cenário musical. Inicialmente tinham a denominação de “Os Lords”, mas como já existia uma banda com o mesmo nome e mais famosa foram obrigados a mudá-lo para “Os Terríveis”. O empresário do grupo era chamado Galindo. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o grupo se apresentou nos programas de Rádio de José Messias e Célia Mara na Rádio Mauá e nos Programas de TV (Rio Hit Parade) no canal 13, chegando a acompanhar Roberto Carlos na música “É papo firme”. Também tocaram no Programa de Jair de Taumaturgo. 

Os integrantes da Banda por ocasião da gravação do primeiro disco “Long Play”, chamado de “Hit Parade” selo SBA, eram: Heronildes Alves Ferreira, apelidado de “Nido Mau” (guitarra solo), Beto (baixo), Geo (sax), Nado (guitarra base) e Nando (bateria). Por ocasião da gravação do segundo disco, “Onda Jovem”, selo SBA, saiu o guitarrista Nado e entrou o Milton, apelidado de “Zé Colmeia”, na guitarra base. 

Já por ocasião da gravação do terceiro disco “Barra Limpa”, Selo Parlophone, pela gravadora Odeon, incluído nesta postagem, saiu o saxofonista Geo, não tendo substituo. Marcos Fontenely, o “Nely”, foi o guitarra base neste disco, substituindo o guitarrista Nilton. 

O conjunto se dissolveu em 1968. O grupo gravou também um compacto duplo com músicas de natal, hoje raríssimo. (Fonte: livro “O Rock and Roll – origem, mitos e o rock instrumental no Brasil e em outros países”, de Laércio Pacheco Martins, editora própria.)

The Dallans – Esses Jovens Cabeludos E Suas Guitarras Vibrantes (1967)

Bom dia, amigos cultos, cultos e associados! Na ‘onda jovem’ do instrumental, agora aqui vai outro disquinho bem procurado por colecionadores. O pessoal da turma da Jovem Guarda, com certeza, vai gostar desta postagem. Este disco não é novidade na Rede, eu inclusive já havia ensaiado a sua postagem, mas o exemplar que eu tinha antes trazia um defeito no lado A e era intócavel. Agora, com este que adquiri recentemente, devidamente limpo, posso apresentá-los a vocês.
The Dallans foi mais um daqueles grupos de ‘rock’, surgidos na ‘onda da Jovem Guarda’. Para não variar (e para a minha surpresa), a gente encontra este disco em pencas pelo Google, mas são apenas as capas, anúncios de vendas no Mercado Livre e um arquivo em mp3, de 128 kbps, que com toda a certeza é o mesmo compartilhado por diversos blogs. O repertório é composto de ‘roquinhos dos anos 60’ e outras baladas da turma do Roberto Carlos, tudo em instrumental. Informações sobre o grupo é que é difícil. Como eu ando meio sem tempo, não vou nem tomar o trabalho de ficar pesquisando. Eu acredito que este tenha sido mais um daqueles grupos que acompanhavam os cantores da Jovem Guarda. O básico já está na mão. Se alguém tiver e quiser complementar as informações sobre o grupo, faça-nos o favor… Acredito que este tenha sido o único disco gravado pelo ‘conjunto’. Confiram aí…

o gênio
coração de papel
i don’t want to spoil the party
something stupid
eu não sabia que você existia
o bom rapaz
vem quente que eu estou fervendo
só vou gostar de quem gosta de mim
bus stop
you won’t see me
nossa canção
last train to clarkville