Téo Azevedo – Brasil Terra Da Gente (1979)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Dentro do ‘drops sortirdo’, o sabor da vez é regional. Vamos hoje com o mineiro-paulista Téo Azevedo, figura da maior importância na música brasileira, que infelizmente o grande público desconhece. Ou por outra, a mídia desconhece. Conforme consta na ficha do artista pelo site Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, ele é um cantor, compositor, violeiro, repentista, declamador de poesia matuta, escritor, folclorista, radialista, produtor fonográfico e vaqueiro. Um artista que não espera acontecer. Está na estrada desde os anos 60. Produziu muita coisa interessante, tendo uma discografia pouco conhecida do grande público.
“Brasil Terra da Gente” foi seu segundo lp, disco produzido por ele mesmo em 1979. O repertório é todo autoral e algumas coisas em parceria, inclusive com o grande poeta Carlos Drummod de Andrade, onde Téo musicou o poema “Viola de bolso”.
Os discos de Teo Azevedo são difíceis de achar. Os vinis são ainda mais raros, mas com um pouco de sorte é possível encontrar, por exemplo, este lp por preço de banana. Eu mesmo comprei dois, um pra coleção, outro para negociar quando a fonte secar 😉

calix bento
vaquejada de lamento
velho chico
ternos pingos de saudade
vaqueiro valente
asas detidas
viola de bolso
santo violeiro
lamento de vaqueiro
coletânea de folguedos
trovas de natal
jogo de bicho
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Teo Azevedo – Grito Selvagem (1974)

Bom dia! Depois do dilúvio que caiu por aqui ontem, quase acabei perdendo a barca da salvação. Mas felizmente cheguei inteiro e ainda a tempo de preparar alguma coisa para hoje.
Me lembrei de um disco curiosamente interessante que em outras encarnações eu postei por aqui, quer dizer, por aí :). Este arquivo eu recebi de um amigo, me apresentando as primeiras proezas de Téo Azevedo, filho do lendário violeiro de um braço só – “Seu Tiófo” – cantador, aboiador e folião de reis do norte de Minas, que ficou eternizado na poesia de Carlos Drummond de Andrade. Téo é a continuação do que foi seu pai e mais ainda. Um homem com uma história de vida riquíssima. Um artista popular no melhor do termo. Cantor, compositor, violeiro, repentista, escritor, poeta, folclorista, radialista e produtor musical. Foi Téo que descobriu e lançou o primeiro disco do homem da rabeca, Zé Côco do Riachão. Estou contando isso apenas para que se possa ter uma idéia de seu valor artístico e principalmente sendo apresentado através deste que foi o seu primeiro disco.
Este lp é a síntese de um caboclo encantado com a cidade grande e com seus estilos e modismo. Dividido entre suas raízes e sua nova vida nos centros urbanos de Rio e São Paulo. Ao ouvir as músicas de “Grito Selvagem” e até mesmo pela capa do disco, fica difícil imaginar a figura que hoje é Téo Azevedo. Não que ele tenha mudado, mas as guitarras roqueiras, o flerte tardio com a então já ultrapassada Jovem Guarda e o cabelão ‘black power’, são curiosidades que só se vê neste trabalho. Téo, como produtor, o relançou em cd a tempos atrás, mas também numa tiragem muito reduzida. Confiram, pois é bem interessante.
PS.: Dedico esta postagem à amiga Jacira, lá de Milho Verde, que hoje às 4 horas da manhã veio a falecer, vítima de um câncer. Ela era uma mulher extremamente alegre. Dona da melhor pensão e da melhor comida lá daquele povoado do norte de Minas. Posso sentir daqui a tristeza que por lá deve estar infinita. Vai com Deus, minha amiga. Sua missão agora é no céu.

eu tentei
cego aderaldo
adeus ceará
assacumpero
o novo de hoje já é velho aqui
mané joão
o eco do grito
vá pentear macaco
calangueando
cantador