Sucessão de Sucessos (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para manter diária a nossa produção, as vezes somos obrigados a recorrer aos ‘arquivos de gaveta’, ou ainda os arquivos enviados por amigos. Para fechar nosso domingão vamos com uma coletânea da Odeon, trazendo o melhor do seu ‘cast’ em 1961 no lp “Sucessão de Sucessos”. Um disco, que como já se pode ver pela capa tem Dalva de Andrade, Elza Soares, Celly Campello, Jayme Ferreira, Trio Irakitan, Anisio Siilva, Hebe Camargo, Orlando Dias, Isaura Garcia e Carlos Augusto. Infelizmente, as letras das músicas que, num raro momento, foram impressas na contracapa estão em baixa qualidade e quase não se pode ler. Fico devendo, logo que achar o disco, refaço o link. Por hora, ficamos aqui. Valeu, meu caro Denys!

beija-me depois – anisio silva
boato- elza soares
juro – carlos augusto
palhaçada – isaura garcia
ainda te espero – orlando dias
no domingo não – hebe camargo
perdoe-me pelo bem que te quero – orlando dias
broto legal – celly campello
o matador – trio irakitan
ser só – dalva andrade
estou pensando em ti – anisio silva
esmeralda – jayme ferreira



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Hebe Camargo – Hebe Comanda O Espetáculo (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu reservei para hoje, sábado a noite, um encontro de vocês com a Hebe Camargo. Olha aí, que programa legal! Vai ficar em casa? Então se junte a essa turma que ela traz para o seu sofá.
Temos aqui um curioso disco da Odeon, lançado em 1961 pela Odeon. Já nessa época a Hebe fazia sucesso como apresentadora. A cantora já tinha até o seu sofá, onde recebia os ilustres artistas. Foi nessa onda que a gravadora resolveu lançar este disco no qual a cantora nos apresenta alguns artistas, obviamente, do seu ‘cast’. Como se pode ver pela divertida capa, temos a Hebe Camargo ao lado de Isaura Garcia, Walter Wanderley, Francisco Egydio, Osny Silva, Pery Ribeiro, Germano Mathias, Celly e Tony Campello. Cada qual em seu momento apresenta uma música, sendo essas faixas extraídas de seus álbuns, na época. De original aqui, creio, só mesmo o diálogo entre os artistas, dando a parecer como no programa de televisão.

cantiga de quem está só – pery ribeiro
faz-me rir – hebe camargo
quem quiser encontrar o amor – walter wanderley
desse amor melhor – hebe camargo
canário – celly e tony campello
no domingo não – hebe camargo
só em teus braços – isaura garcia
são francisco – hebe camargo
maria rosa – francisco egydio
eu tenho adoração pelos meus olhos – hebe camargo
bonitona do 1. andar – germano mathias
el dia em que me queiras – osny silva e hebe camargo
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Hebe Camargo – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 37 (2012)

No último sábado, 29 de setembro de 2012, fomos dolorosamente surpreendidos por mais uma perda em nosso meio artístico: a de Hebe Maria Camargo, de parada cardíaca enquanto dormia em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo. Hebe vinha lutando contra um câncer no peritônio, uma membrana que cobre as paredes abdominais, diagnosticado em 2010. Chegou a curar-se, mas nos últimos tempos o câncer voltou a se manifestar, deixando-a debilitada. Chegou até a assinar um novo contrato com o SBT, onde trabalhou por 25 anos (havia deixado a Rede TV!, onde antes estava, por problemas de salário atrasado), mas o desfecho foi o esperado. E o resultado foi o que todos viram e/ou ouviram: uma comoção geral em todo o país. Afinal, Hebe era como a tia querida, como alguém da família, que transbordava alegria e descontração em seus programas, recebendo entrevistados de diversas atividades em seu sofá (sem esquecer, claro, do selinho), e, quando necessário, demonstrando sua indignação com a situação político-econômica do país. Das grandes emissoras de TV brasileiras, Hebe só não trabalhou na Globo, mas mesmo assim participou de programas da mesma como convidada e homenageada.
Porém, o que poucos sabem é que Hebe começou sua vida artística como cantora. Nascida na cida paulista de Taubaté, em 8 de março de 1929, teve origem pobre, e chegou a trabalhar como arrumadeira aos 12 anos de idade. Em 1943, com os pais e seus seis (!) irmãos, mudou-se para São Paulo. Lá, antes dos 15 anos, começou como cantora, interpretando músicas brejeiras, inclusive chorinhos, na PRG-2, Rádio Tupi, onde assinou seu primeiro contrato profissional. Em 1944. Inspirada nas americanas Andrews Sisters, formou com sua irmã Stela e as primas Helena e Maria o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá (o ré era a Hebe). Quando uma das primas casou, o grupo passou a se chamar As Três Américas. Por fim, com sua irmã, Hebe formou a dupla caipira Rosalina e Florisbela, alcançando sucesso no programa “Arraial da curva torta”, apresentado pelo Capitão Furtado na Rádio Difusora, coligada da Tupi. Mais tarde, por sugestão do diretor das Emissoras Associadas, Gilberto Martins, Hebe optou pela carreira-solo, ganhando o título de “moreninha do samba” (ela só tingiria os cabelos de loiro pela primeira vez em 1957). Gravou seu primeiro disco na Odeon, em 1950, interpretando os sambas “Oh! José” (Esmeraldino Sales e Ribeiro Filho) e “Quem foi que disse?” (Gabriel Aguiar e Valadares do Lago). Em 78 rpm, foram 32 discos com 64 fonogramas, nesse selo e também na RGE e na Polydor. Hebe também lançou seis compactos (quatro duplos e dois simples), e sete LPs, em sua primeira fase como cantora, o último deles em 1967, abandonando o disco em função de seu trabalho na TV. Mas, no final dos anos 1990, Hebe voltaria a gravar, lançando três CDs: “Pra você” (1998), “Como é grande o meu amor por vocês” (2001) e “Mulher” (2010), tendo também participado do CD/DVD “Elas cantam Roberto Carlos”.
Em sua trigésima-sétima edição, o Grand Record Brazil homenageia a querida e agora pranteada Hebe Camargo, apresentando treze gravações por ela realizadas, assim permitindo que se conheça mais a fundo seu trabalho como cantora, ainda hoje pouco conhecido e divulgado. Começamos nossa seleção com o samba “Você quer voltar”, para o carnaval de 1952, de Francisco Alves, Oswaldo Monello e José Roy, gravado na Odeon ainda em 51, no dia 10 de setembro, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 13223-A, matriz 9110. Na faixa seguinte, a marchinha “Sem tambor e sem corneta”, de Dênis Brean e Oswaldo Guilherme, para a folia de 1951, gravada em 18 de novembro de 1950 e lançada também um mês antes daquela folia, em janeiro, com o n.o 13091-A, matriz 8857. Em seguida saltamos para o carnaval de 1955, apresentando o samba “Madalena”, de Oswaldo França e Blecaute (o “general da banda”), gravado em 7 de outubro de 54 e lançado ainda em dezembro, com o n.o 13747-B, matriz 10328. Recuamos depois para a folia momesca de 1954, com outro samba, “Eu não sou Deus”, de José Roy e Fernando Lobo, gravação de 2 de dezembro de 53 lançada um mês antes do carnaval, janeiro é claro, com o n.o 13596-B, matriz 9990. Em seguida, a marchinha “Eu vou de touca”, de Dênis Brean em parceria com outro grande nome do rádio e da TV brasileiros, Blota Júnior, da folia de 1952, que corresponde ao lado B de “Você quer voltar”, matriz 9111. O samba “Cansada de sofrer”, de José Roy e Doca, é o lado A de “Madalena”, matriz 10327. Da Odeon passamos depois para a RGE, apresentando o rock “Serafim”, versão de Clímaco César para “Oh! Josephine”, de Heinz Gietz e Kurt Feltz, lançado em novembro de 1958 com o número 10130-A, matriz RGO-791, e também integrando o compacto duplo “Hebe canta e encanta”. Voltando à Odeon, a clássica marcha natalina “Boas festas (Papai Noel)”, de Assis Valente, originalmente lançada por Carlos Galhardo em 1933, e que Hebe canta aqui junto com Os 4 Amigos. O registro data de 3 de setembro de 1953, lançado em dezembro seguinte com o n.o 13548-A, matriz 9871. Em seguida o samba “Testemunha”, de J. Piedade e Alfredo Godinho, gravado em 28 de maio de 1952 e lançado em julho seguinte com o n.o 13289-B, matriz 9318. Temos depois uma releitura de Hebe para o clássico samba “Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Corrêa da Silva, originalmente lançado para o carnaval de 1948 na voz de Aracy de Almeida. A gravação de Hebe saiu originalmente pela Odeon em um LP coletivo de 10 polegadas, “Carnaval de sempre – Sambas e marchas”, em 1955. Em seguida, mais samba: “Tintim por tintim”, de Portinho e Wilson Falcão, gravação de 17 de julho de 1956 que a Odeon só lançou em abril de 57 com o n.o 14192-B, matriz 11253, incluída também no LP de dez polegadas “Festa de ritmos”. Outra faixa que só saiu em LP, a exemplo de “Não me diga adeus”, é a do samba “Mundo mau”, de Sidney Morais e Júlio Rosemberg, que encerra o álbum “Sou eu”, de 1960. E o encerramento, aqui, fica por conta da polca-dobrado “São Paulo quatrocentão”, de Garoto e Chiquinho, com letra de Avaré (não creditado no selo), que Hebe registrou cantada em 26 de novembro de 1953, com lançamento em janeiro de 54, disco 13594-B, matriz 9986. Enfim, uma seleção em que predominam a alegria e a descontração que Hebe, em todos esses anos de carreira no rádio, no disco e sobretudo na televisão, deu ao público brasileiro, como ninguém!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Um Feliz Natal (1965)

Enfim, está chegando o natal. Pessoalmente, esta é uma data triste para mim. Acho que no fundo deve ser para todo mundo que já viveu muitos ‘natais’. Depois de algum tempo o brilho se transforma em apenas um ponto de reflexão. A gente ainda sorri, ainda demonstra alegria… mas percebemos que a cada novo natal a única coisa que temos é a esperança. Amigos, parentes, pai, mãe e irmãos vão se reduzindo. A gente fica querendo reviver momentos, mas eles são apenas passageiros, assim como nós. Ah, tristes reflexões… Deixa eu parar… tô começando a ficar deprimido. Acho que é por isso que eu preciso da música. Esse é meu acalento.
Para sinalizar o natal aqui vai, antecipadamente um disquinho para a noite da ceia. Este álbum eu não sei ao certo se é do natal de 65, mas vale para qualquer um. Um disco lançado pela Philips, reunindo alguns de seu artistas numa coletânea com as músicas mais conhecidas de natal. Entre tantas, a faixa que mais me condiz e que destaco é “Natal verde e amarelo” de Wilma Camargo, aqui cantada pelo excelente grupo vocal Os Titulares do Ritmo. Este deveria ser o nosso hino de natal.

é natal – os pequenos cantores da guanabara
quando chega o natal – hebe camargo
noite feliz – francisco josé e os pequenos cantores da guanabara
boas festas – neide fraga
natal das crianças – blecaute
papai noel – leni caldeira
o natal chegou – noite ilustrada
natal da menininha – mariazinha
nasceu jesus – silvinho
o que eu queria de natal – norma suely
natal verde e amarelo – os titulares do ritmo
natal de jesus – os três tons

Hebe Camargo – Sou Eu (1960)

Uma das figuras mais populares da televisão nas últimas quatro décadas é sem dúvida a apresentadora Hebe Camargo. Mas antes disso, ela já fazia sucesso como cantora, por sinal, uma excelente cantora! Estreou fonograficamente no início dos anos 50, gravando vários discos até a primeira metade dos anos 60. Depois entrou para a televisão como apresentadora. Trocou o disco pelo sofá e nele fez a sua fama. Ao longo desse tempo, na televisão, poucas vezes se aventurou em um novo álbum. Me parece que só chegou a lançar dois disco, mas nada comparado aos bons tempos, como neste lp de 1960. Aqui temos a Hebe essencialmente cantora, acompanhada pelos maestros Francisco Moraes e Mário Gennari Filho com conjunto e côro.

quem é
cupido não falhou
conversa
lua escura
encontro com a saudade
ausência de você
cantiga de quem está só
creia
melodia italiana
hino ao amor
a canção dos seus olhos
mundo mau