Noites Mineiras (1963)

Olá, caros amigos cultos e ocultos! E chegamos a mais um fim de mês… Novembro se foi e para fechar estou trazendo um disco que há tempos orbita meu universo fonográfico e não sei porque razão eu ainda não o postei. Foi preciso colocá-lo para tocar para perceber o que nós estávamos perdendo. Eis um disco que realmente vale a pena resgatar, pois certamente vocês não o acharão em outro lugar, talvez agora no Youtube, logo que o link for liberado no GTM, alguns dos amigos ocultos irão logo prestar o serviço.
Pois bem, temos aqui o lp “Noites Mineiras”, disco produzido nas ‘Geraes’ e lançado pelo obscuro selo mineiro Galáxia, em 1963. (Por acaso, temos aqui no Toque Musical outro dois discos deste selo que focava a sua produção em obras bem específicas de cunho cultural. São bem raros os discos dessa editora) Ao álbum em questão foi dado a direção artística e arranjos ao violonista Raul Alberto Marinuzzi, músico (filho do compositor mineiro George Marinuzzi), foi maestro da Orquestra Sinfônica de Belo Horizonte, presidente da Cemig, administrador de empresas e hoje, ao que sei, trabalha como palestrante, conferencista nas áreas de recursos humanos. A ele coube a direção deste requintado álbum de capa dupla, “Noites Mineiras” recrutando os músicos certos para um projeto que buscava valorizar o cancioneiro popular das Minas Gerais. É, sem dúvida, um dos discos mais bonitos do gênero produzido aqui em Minas. São quinze temas populares, sendo alguns de autoria de Raul Marinuzzi. Um trabalho que se destaca pela qualidade e simplicidade. Altamente recomendável…
 
quisera
tim tim
alice
alecrim
flor do céu
quebra quebra gabiroba
perpétua
lembrando ouro preto
calango -dê
adeus boneca
peixe vivo
noite de lua cheia
chora morena
elvira escuta
tua sombra
 
 
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Maria Fernanda – Barbara Jefford – William Shakespeare – 22 Sonnets (1964)

Olá meus prezados amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo um disco bem diferente, para a alegria dos amantes da poesia. Quase sempre aparece alguém pedido e hoje, como eu estou um pouco melancólico, resolvi postar este raro lp onde temos 22 sonetos de William Shakespeare. Alguns talvez hão de perguntar porque postar poesia estrangeira, visto que temos tantos poetas brasileiros, além do fato do Toque Musical só postar coisa nacional. Claro, temos aqui um poeta estrangeiro, um escritor inglês. Mas muito mais que isso estamos falando de Shakespeare e o que o faz ainda mais interessante é o fato de termos aqui reunidos/escolhidos 22 de seus sonetos que falam de amor. Alguns, inclusive, nunca me fizeram tão bem ouví-los como agora. O álbum traz os 22 sonetos em sua versão original, falados pela atriz inglesa Barbara Jefford e também pela atriz brasileira Maria Fernanda (filha de Cecília Meirelles) em tradução do poeta e escritor paulista Péricles Eugênio da Silva Ramos. Este álbum foi um lançamento do selo mineiro Galaxia, que editou muita coisa interessante e pouco conhecida. Vamos procurar por outros…

se tudo quanto cresce (eu fico a meditar)
a umdia de verão com hei de comparar-te
de minha idade o espelho não me pode arguir
como o ator imperfeito
senhor do meu apreço
quando para as sessões do quieto pensamento
já vi muita manhã
de mármore não sei
vosso escravo que sou, compete-me servir
é tuas imagem que estas pálpebras pesadas
pecado de amor próprio
ah, não chores por mim
odeia-me portanto
descortinei o inverno ao me afastar de ti
longe de ti passei a primavera
não vejo envelhecerdes
oh! ninguém chame idolatria o meu amor
quando na cronica do tempo  que passou
falso o meu coração?
impedimentos não admito para a união
que porções eu bebi de pranto de sereia
meus dois amores de consolo e de aflição

Carlos De Alencar – Jóias Da Canção Brasileira (1964)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Estou no atraso com vocês. Voltei da minha licença médica cheio de pendências e outras providências. Muito trabalho para compensar o tempo parado. A cobrança é geral, mas eu agora estou aprendendo a relaxar. Vou na medida do possível. Espero que vocês tenham paciência, ok?

Hoje é aniversário do Caetano Veloso. O baiano completou 70 anos e nem parece, não é mesmo? O cara está envelhecendo bem. É isso aí, salve Caetano! Parabéns, que ele merece. Merecia talvez uma homenagem, aqui do Toque Musical, mas infelizmente não houve tempo. Mas fica valendo aqui o nosso abraço ao grande artista.

A postagem de hoje, pra compensar, é uma preciosidade. Um disco raro que só se vê mesmo num blog como o TM. Tenho para vocês algumas das mais belas “Jóias da Canção Brasileira”, interpretadas pelo tenor Carlos de Alencar. Pernambucano de Olinda, mudou-se para o Rio de Janeiro e depois Belo Horizonte, onde fixou residência, tornando-se na capital mineira um dos seus mais destacados cantores eruditos. Integrou o Madrigal Renascentista e o Orfeão Mineiro. Este lp foi lançado de maneira independente pelo selo da “Edições e Produções Galáxia. Ao que tudo indica no texto da contracapa, Galáxia também era o nome do grupo, do conjunto que acompanha aqui o cantor. O álbum é, sem dúvida, muito bonito e vale conhecer. Uma seleção de canções clássicas do folclore brasileiro. Raridade total!

foi o boto, sinhá

casinha pequenina

uiarapuru

maringá

manhã nungara

guacira

canção da felicidade

noite cheia de estrelas

tamba tajá

chuá chuá

sabiá

quizera

cobra grande

dei ao mar pra guardar