Olivia Byington E João Carlos Assis Brasil (1989)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para mantermos a diversidade fonomusical, que é uma característica do nosso blog, vamos a cada dia sempre com uma boa surpresa. Hoje eu resolvi encaixar aqui este belíssimo trabalho, lançado em 1989 pela CBS, trazendo um encontro dos mais perfeitos, a afinadíssima cantora Olívia Byington ao lado do excelente pianista João Carlos Assis Brasil. O repertório é uma seleção de algumas das mais belas composições de autores como Cole Porter, Gershwin. Tom Jobim, Cartola, Kurt Weill, Villa-Lobos e mais… Lindo disco, vale muito a pena ouvir. Confiram no GTM…
 
just one of those things
i get a kick out of you
let’s do it (let’s fall in love)
summertime
bess you is my woman
embraceable you
canta mais
anos dourados
por toda a minha vida
o mundo é um moinho
acontece
la vie en rose
don’t be afraid
september song
uva de caminhão
luar do sertão
tico tico no fubá
caravela
beau soir
villa-lobos medley
 
 
 

João Assis Brasil – Piano (1986)

Exímio compositor e pianista, João Carlos Assis Brasil volta a bater ponto aqui no TM. Dele já oferecemos o álbum “Self portrait”, de 1988, em que interpreta composições de seu irmão gêmeo Victor Assis Brasil, um dos maiores saxofonistas que o Brasil já teve, prematuramente desaparecido em 1981. Pois o trabalho que o TM hoje oferece a seus amigos cultos e ocultos é outro disco de excelente qualidade lançado pela Kuarup. É “Jazz Brasil”, gravado ao vivo na Sala Cecília Meirelles, do Rio, em janeiro de 1986, com produção do sempre experiente Mário de Aratanha. Neste trabalho, João Carlos contou com a participação especialíssima de Wagner Tiso, com quem executa a faixa “Chorava”. O repertório, acrescentando aos elementos do jazzritmos como baião, choro, forró, etc., inclui quatro composições de Victor Assis Brasil, irmão gêmeo de João: “Steps” (aqui apresentada pela primeira vez em disco), as valsas“Waltzing”, e “Waving” e o baião-jazz “Arroio”. Temos ainda dois trabalhos do maestro Radamés Gnattali, “Maneirando” (aqui também em seu primeiro registro fonográfico) e “Negaceando”, além de uma suíte-homenagem a Tom Jobim, incluindo sete de seus mais expressivos trabalhos, como “Wave”, “Samba de uma nota só” e “Estrada branca”. Segundo o próprio João, “um improviso-homenagem , com a marca de minha paixão profunda por quem considero ser o maior compositor brasileiro de todos os tempos”. Finalizando, “Aos velhos amigos”, composição de Wagner Tiso.  Tudo isso reafirmando o virtuosismo e a técnica de João Carlos Assis Brasil, pianista cujas teclas se ambientam com igual destreza entre o erudito, o popular e o limiar entre ambos. É só conferir…

steps
waltzing
arroio
waving
chorava
maneirando
sobre tom
negaceando
aos velhos amigos

*Texto de Samuel Machado Filho

Assis Brasil Quarteto – Self Portrait (1988)

Irmão gêmeo do saxofonista Victor Assis Brasil, o pianista e professor João Carlos Miranda de Assis Brasil nasceu em 28 de agosto de 1945, no Rio de Janeiro.  Sua formação musical iniciou-se no Conservatório Brasileiro de Música, onde, além de piano, estudou  harmonia e teoria musical, tendo recebido, aos dez anos de idade, o primeiro prêmio em concurso promovido pela instituição de ensino. Em 1960, prosseguiria seus estudos, com o renomado concertista Jacques Klein e, dois anos mais tarde, venceu o Concurso Nacional de Piano da Bahia. Em 1964, viajou para Paris, a capital francesa, onde estudou com Pierre Sancan. Em 1965, classificou-se em terceiro lugar no Concurso Internacional Beethoven, realizado em Viena, Áustria, disputando com mais de 60 candidatos, e ali aprimorou seus estudos com Richard Hauser e Dieter Weber. Também atuou como solista na Orquestra Filarmônica de Viena. Em 1966, apresentou-se em Londres (Wigmore Hall), Milão (no auditório da família Meneghine), Belgrado (no teatro local) e também em Viena (no Brahmsaal). Estudou em Londres com Ilona Kabos, em 1970, e cinco anos depois, apresentou-se em Washington, na Universidade Católica. Nos anos 1980, formou o João Carlos Brasil Trio, ao lado do baixista Zeca Assumpção e do baterista Cláudio Caribé, que passou a quinteto com a entrada do violoncelista David Chew e do saxofonista Idriss Boudrioua. O grupo apresentou-se em vários concertos e, nessa época, João Carlos ainda atuou como professor do Conservatório Brasileiro de Música e, durante cinco anos, como professor e diretor da Faculdade de Música da Universidade  Estácio de Sá, também do Rio de Janeiro. Possui uma discografia de doze álbuns, inclusive com ilustres parceiras, como a cantora Olívia Byington e a também pianista Clara Sverner. A morte prematura de Victor Assis Brasil, em 1981, afastou os irmãos do convívio, mas João encontrou justamente na música o meio sublime que encontrou para manter viva a memória de Victor. O que resultou no belo álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados, gravado em 1988 e lançado com o selo Kuarup (houve reedição em CD, pela Biscoito Fino).  Seu título, “Self portrait” (auto-retrato, em português), já sugere tratar-se de um disco autobiográfico.  São treze músicas de Victor Assis Brasil executadas pelo piano de João, com o apoio de Paulo Sérgio Santos (clarinete e saxofone), Zeca Assumpção (baixo) e Jurim Moreira (bateria). A seleção foi feita a partir de 400 composições inéditas, a maior parte escritas durante o verão carioca de 1972/73, em três cadernos, encontrados em um baú herdado da mãe de Victor e João Carlos, dona Elba. Segundo o próprio João Carlos Assis Brasil, a intenção foi a de apresentar um panorama da obra de Victor, muito ligado á imagem de músico jazzista, mas o disco permite lançar nova luz sobre sua produção, oferecendo uma visão mais abrangente, mostrando como a música clássica contemporânea foi também fonte recorrente de inspiração e, sobretudo, como Victor  buscou criar a partir de temas e ritmos brasileiros. “Self portrait” (a faixa-título), “One for Bill” (homenagem ao pianista Bill Evans) e “Blues for Oliver” (tributo ao norte-americano Oliver Nelson) têm clara inspiração no jazz, “Samba sem nome” é embebida de Brasil, e “Almendrix” traz referências à música latina. Por sua vez, as incursões de Victor pelo gênero erudito estão presentes em “Jazz sonata for piano”, com toques jazzísticos, “Fast/slow/fast” e “Moderato valsa”.  Assim é o álbum que o TM orgulha-se em nos oferecer hoje: a obra de um compositor  diverso e pouco conhecido, interpretada pelo sentimento de um irmão saudoso. É só conferir.

blues for oliver

samba sem nome

self portrait

one for bill

blues

almendrix

choral n.1

moderato valsa

motif for piano – scattered clouds31

elba

jazz sonata for piano

fast slow fast

*Texto de Samuel Machado Filho

Vários – Radamés Gnattali E A Música Popular (1990)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Para abrilhantar a nossa terça feira eu estou trazendo para vocês este belíssimo álbum dedicado à música do mestre Radamés Gnattali. Trata-se de um disco promocional para a Atlantic, do extinto selo Kuarup. Creio eu que, originalmente, este disco não foi lançado com a intenção de promover a tal bandeira de combustível. A Kuarup tinha por hábito associar seus títulos e lançamentos à brindes promocionais de empresas, os discos eram relançados com novas capas, ou algo assim…
O certo é que temos aqui um disco em homenagem ao maestro, compositor, arranjador e instrumentista Radamés Gnattali. Uma produção de Mário  de Aratana e Henrique Cazes, músico o qual também participa como instrumentista no disco e dirige a Orquestra de Cordas Brasileiras, que praticamente dá corpo ao trabalho, ao lado do também genial Chiquinho do Acordeon, peça importante nessa produção. Está presente também o pianista João Carlos Assis Brasil, que segundo a ficha técnica na contracapa toca em duas das faixas (eu só percebi sua presença óbvia em “Maneirando”). Em resumo, temos aqui um excelente trabalho musical que Radamés, sem dúvida, deve ter aprovado lá de cima. Este álbum já teve seus dias em outras fontes e se não fossem elas e esta aqui (naturalmente), este momento estaria esquecido como tantos outros tem ficado. É por isso que o Toque Musical continua na ativa. Viva o compartilhamento musical! O resto são apenas produtos com seus prazos de validade vencidos 😉

remexendo – orquestra de cordas brasileiras
maneirando – joão carlos assis brasil
amargura – chiquinho do acordeon e orq. de cordas brasileiras
negaceando – joão carlos assis brasil
sarau para radamés – orquestra de cordas brasileiras
concerto para acordeon, tamboras e cordas – chiquinho do acordeon, henrique cazes e ocb
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