Ataulfo Alves E Suas Pastoras (1956)

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa hora, amigos cultos e ocultos! Diante ao momento em que estou passando, cheio de outros trabalhos e sem contar com a colaboração da equipe, vejo que para manter as postagens de forma regular, terei que fazer algumas alterações. Inicialmente, estou eliminando essas resenhas e textinhos de apresentação, que de uma certa forma acaba tomando tempo. Mas isso não quer dizer que não iremos mais dar nosso ‘pitaco’. Sempre que necessário, principalmente quando o disco apresentado não tiver estampada as informações, a gente acaba complementando aqui com alguma informação. Com isso e por hora, vou procurar postar aqui discos que tenham algum texto informativo na contracapa, assim, pelo menos vocês poderão se inteirar do conteúdo já pela ilustração, ok?
Seguimos aqui com o grande Ataulfo Alves e suas pastoras, em disco de 10 polegadas lançado pelo selo Sinter, em 1956. Confiram pelo texto da contracapa e também no nosso GTM…
 
se a saudade me apertar
é hoje
sai do meu caminho
endereço
castelo de mangueira
você não quer nem eu
rainha do samba
fala mulato
 
 
.

Os Garotos da Lua – No Mundo da Lua (1956)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Seguimos hoje trazendo novamente um disco de 10 polegadas, só que desta vez não voltaremos a regra do 10-12 polegadas alternados, mas os três formatos estarão sempre presentes por aqui, com certeza 😉
Desta vez estamos trazendo o lendário conjunto vocal, os Garotos da Lua, grupo este formado em Pernambuco, nos anos 40. Integrado inicialmente por Jonas Silva, Toninho (Antonio Botelho dos Santos), Alvinho (Álvaro Pinheiro de Sena), Acyr (Acyr Bastos Melo), Milton (Milton Alexandre Silva) e Edgardo (Edgardo Luiz Luna Freire). Inspirados em grupos vocais americanos e em especial por grupos vocais brasileiros como o Bando da Lua e Os Anjos do Inferno, eles logo estariam buscando o destaque nacional ao descerem para o Rio de Janeiro. Nesse momento Jonas Silva foi substituído pelo então, também estreante cantor baiano, João Gilberto. O grupo se manteve coeso por um determinado momento. Com João Gilberto gravaram apenas dois discos de 78 rpm. Logo ele também seria substituído, devido aos atrasos e faltas aos ensaios e apresentações. Os Garotos da Lua gravaram ao longo dos anos 40 e 50 uma dezena de bolachões. “No Mundo da Lua” foi o único lp que chegaram a gravar, em 56, pela Sinter. No repertório uma série de sambas, baião e beguine. Músicas de sucesso e que fizeram sucesso também com eles. Vamos conferir?
 
na baixa do sapateiro
vou tentar esquecer
qui nem jiló
não diga não
já vai?
lá vem a baiana
recordação
policromia brasileira
 
 
.

Dick Farney Na Broadway (1954)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Sei que teve gente por aqui reclamando do fim da ‘dobradinha 10-12 polegadas’. Sem dúvida, estava muito bom ficar alternando discos de 10 e 12 polegadas, mas isso exige um trabalho que envolve além da digitalização e edição, também uma limpeza minuciosa nos discos, pois boa parte desses, antes de serem digitalizados, precisam de uma boa limpeza e isso envolve também o restauro de capas. Falta-me o de sempre, o tempo. Mas fiquem tranquilos, pois sempre teremos eles por aqui, é só uma questão de momento certo. Por hora, vamos mantendo nosso toque musical como uma caixinha de surpresas. E para não dizer que não falei de flores, segue aqui um dez polegadas bem raro. Hoje e mais uma vez temos aqui o lendário Dick Farney. Digo lendário porque este é um artista com muita história para contar e por aqui no TM algumas boas já foram contadas. Eu cheguei até a pensar que já havia postado este disco, mas já que não foi, vai agora… Aqui temos Dick Farney em um momento internacional. Vou resumir a apresentação, pois na contracapa temos um texto bem detalhado. “Dick Farney na Broadway” foi um disco lançado pelo selo Sinter em 1954. Aliás, neste mesmo ano ele também estaria lançando outros dois lps de 10 polegadas pela Continental. Naquele momento Dick Farney estava vivendo sua melhor fase, dedicando-se tanto a música popular brasileira quanto a música americana, no caso, o jazz. Acredito que este tenha sido o seu primeiro lp, no qual temos os registros originais feitos nos Estados Unidos, em 1947, para o selo Majestic. Nessas gravações Dick vem acompanhado pela orquestra de Paul Baron. Aqui no Brasil o disco viria a ser lançado somente nos anos 50, no caso, neste lp. Vale a pena destacar neste disco três faixas, músicas que foram pilares de glória para o artista: “Marina”, de Dorival Caymmi, “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro e a internacional “Tenderly”, um clássico da música americana, de Walter Gross e Jack Lawrence, que Dick Farney teve a honra de estrear, sendo assim o primeiro cantor a interpretar a canção. Vale lembrar que a versões em inglês para “Marina” e “Copacabana” para este disco são Jack Lawrence. Vamos conferir no GTM?
 
tenderly
my melancoly baby
copacabana
there’s no sweeter word tha sweetheart
for once in your life
somebody loves me
marina
how soon
 
 

Gilda Valença – Cantigas Da Rua (1956)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Felizmente conseguimos renovar nossa conta no Mediafire, oque facilita em muito a vida de vocês ao baixarem nossos arquivos. Mas o Depositfiles também continua, pois embora seja lento, é sempre garantido.
Seguimos a nossa mostra diária trazendo hoje e pela primeira vez a cantora nascida em Portugal, Gilda Valença que estreou em discos por aqui no início dos anos 50, sendo boa parte deles gravados pela Sinter. Atuou sempre destacando a música portuguesa, o que, claro, já se percebia até em seu vocal. Fez grande sucesso no Brasil e por aqui construiu a sua carreira. Dela temos aqui o lp “Cantigas da rua”, lp de dez polegadas lançado em 1956. Um álbum bem interessante cujo os temas ligados a tradições portuguesas contempla também autores brasileiros, os quais escreveram essas canções para a interpretação da cantora. Confiram no GTM…
 
lenda das algas
oh josé, aperta o laço
praias de nazareth
uvas pretas
alfama
penso que sei mas não sei
canção do moinho
quanta coisa boa
 
 
.

Lyra De Xopotó – Retreta Da Lyra De Xopotó (1957)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Se tem um grupo/disco que está sempre em prontidão para uma nova postagem, este será sempre um lp da Lyra do Xopotó. Incrível como aparecem por aqui discos de bandinhas (bandinhas no bom sentido, é bom lembrar!). Só não fico postando muitos para não ficar chato, mas são verdadeiros ‘discos de gaveta’, prontos para serem usados a qualquer momento. O ideal seria que fosse publicado amanhã, domingo, afinal, retreta é coisa geralmente matinal e domingueira, mas aqui estamos a seguir as postagens alternadas de discos de 10 e 12 polegadas. Assim, a bandinha vai tocar é hoje mesmo, no sábado! E aqui temos ela sob o comando do Mestre Filó, codinome do maestro Lyrio Panicali, nos apresentando uma boa série de maxixes, polcas e dobrados bem ao gosto popular e da época. Confiram no GTM…
 
cristo nasceu na bahia
13 de maio
seu procópio
arnoud no choro
nova friburgo
brejeiro
são paulo
26 de junho
 
 
.
 

Neuza Maria – A Melhor Cantora De 1956 (1956)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Creio que até segunda ordem, continuarei na dobradinha do 10-12 polegadas, ok? Espero que esteja a gosto 🙂 Pois o importante é que a nossa emoção sobreviva, já dizia o poeta. E para essa quinta feira, temos aqui a cantora Neuza Maria, um nome já conhecido por aqui, afinal, já postamos outras coisas com ela. E hoje ela volta neste disquinho de dez polegadas, lançado no final de 1956 pelo selo Sinter. Neste lp ela é homenageada por ter se consagrado a melhor cantora daquele ano.  No repertório temos…
 
nunca jamais
que será será
culpada
siga
arrivederci roma
31 de dezembro
última canção
decepção
 
 
.

Carolina Cardoso De Menezes – Reminiscências (1956)

Alô, alô… amigos cultos e ocultos! Estamos bem na véspera de nosso aniversário e apesar dos pesares, eu pensei em fazer algo especial, ter alguma coisa que marcasse esse momento… Enfim, dar a vocês algo que só mesmo aqui no Toque Musical se consegue. Vamos ver o que vem por aí… 
Por hora, seguimos da dobradinha ’10 por 12′, desta vez destacando a genial pianista Carolina Cardoso de Menezes em mais um de seus lps. Digo mais um porque Carolina é uma das artistas que mais apareceu por aqui ao longo de nosso percurso. E aqui, mais uma vez, temos dela este lp, de 56, lançado pela Sinter, cujo repertório de oito músicas deve ter embalado alegremente muitas festas dançantes. Disquinho gostoso de dançar e também de ouvir. Vale a pena conferir…
 
pombo correio
tenderly
luar de paquetá
expressinho
no crespúsculo
malandrinho
baionando
escorregando
 
.

Vanja Orico – Viagem Musical (1955)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Meus caros, infelizmente, continuamos com problemas na nossa versão Toque Musical WordPress (www.toque-musicall.com). Por razões que eu desconheço, mas que eu desconfio, estou sem conseguir acessar nosso site. Daí e por enquanto, vamos atualizando as postagens apenas nesta versão Blogger. Uma pena, justamente no mês de aniversário do TM. 
E hoje temos aqui e mais uma vez uma cantora a qual nós gostamos muito, Vanja Orico. Esta, aqui já dispensa maiores apresentações, pois já postamos dela outros discos. Desta vez temos dela este “Viagem Musical”, lp de 10 polegadas lançado em 1955, sendo este, oficialmente, o seu primeiro disco. Um lp onde ela interpreta oito canções tradicionais de diferentes regiões brasileiras. Na contracapa temos um bom texto de apresentação da artista e do disco, feito pelo maestro Henrique Gandelman, assim, resumo nosso papo e vamos logo conferir…
 
canoeiro do itapecuru
prenda minha
joão valentão
muié rendeira
peixe vivo
lagoa do abaeté
yaya vance que morre
birimbau
 
 
.

Meia Noite – Conjunto De Boite (1953)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Bom dia, ou boa madrugada? Isso não importa, porém fiz questão de postar este disco dentro ‘dos conformes’, ou seja, a meia noite, afinal este também é o nome do disquinho de hoje 🙂 Aqui temos um lp de 10 polegadas lançado pela Sinter, em 1953. Um dos primeiros 10 polegadas de 33 rpm lançado por este selo. Nele encontraremos uma seleção de músicas cuja a orquestração e arranjos são do maestro Lyrio Panicali. E ao que tudo indica, são gravações que também foram lançadas em bolachas de 78 rpm, tanto antes quanto depois deste lançamento e o que seriam discos dos seguintes artistas: Heleninha Costa, Ernani Filho, Neusa Maria, Maurici Moura, Mary Gonçalves, Carlos Augusto, Zezé Gonzaga e Roberto Paiva. Assim, temos aqui, uma coletânea da melhor qualidade em termos de música popular brasileira daqueles tempos e no caso, ritmos da noite, das ‘boites’ que ficaram na memória. Vamos conferir? 😉
 
felicidade – heleninha costa
tua ausência – ernani filho
murmúrios – neusa maria
não digas nada – mauricy moura
só eu sei – mary gonçalves
briguei com você – carlos augusto
foi você – zezé gonzaga
três apitos – roberto paiva
 
 
.

Lamartine Babo – Carnaval De Lamartine (1955)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Ainda não chegou o carnaval, mas estamos no mês de aniversário do Toque Musical, que é quase a mesma coisa em termos de alegria, portanto faz todo sentido um disco com marchinhas carnavalescas. Mas a alegria carnavalesca não poderia ser outra senão do genial Lamartine Babo neste que foi o seu primeiro lp, conforme ele mesmo afirma no texto da contracapa. Eis aí um disco dos mais importantes, um raro momento onde podemos ouvir cantando este grande compositor brasileiro. Disquinho delicioso. Confiram no GTM…
 
carnaval brasil
aí hein!
uma andorinha não faz verão
rasguei a minha fantasia
boa bola
muleque indigesto
ride palhaço
o teu cabelo não nega
história do brasil
linda morena
machinha do grande galo
marcha do amor
grau dez
o teu cabelo não nega
 
 
.

A Lyra de Xopotó no Arraial de Santo Antônio (1958)

Alô, alô… amigos cultos e ocultos! Ontem eu levei um tombo e ao amortecer a queda com as mãos acabei quebrando um dedo. Até ontem eu ainda conseguia digitar textos numa boa, hoje já complicou, estou escrevendo com apenas a mão direita. Portanto, seremos breve…
Antes que junho acabe, vai aqui mais um disquinho dedicado as festas juninas. Só para matar saudade, já que neste ano ainda estamos na pandemia e a quadrilha da vez é a turma do Bolsonaro (argh!). Assim sendo, melhor ficar mesmo em casa, ouvindo este disquinho da querida Lyra de Xopotó. Desta vez a Lyra sai do coreto e vai para a festa de São João. Aqui temos uma seleção musical junina na interpretação singela da bandinha mais famosa do Brasil. Confiram no GTM…
 
pula a fogueira
arraial de santo antônio
são joão a moda
noites de junho
mané fogueteiro
história joanina
chegou a hora da fogueira
cae cae balão
santo antônio são pedro e são joão
isto é lá com santo antônio
pedro antonio e joão
pistolões
lá vem a rita
santo antônio sabe
santo antônio disse não
capelinha de melão
noites de junho
sonho de papel
 
 
.

Lamartine Babo – Noites De Junho (1956)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Embora essa pandemia que muda tudo em nossas vidas, não podemos esquecer que estamos em Junho, mês das festas ao luar, com direito a fogueira, quadrilha, quentão, canjica… As tradicionais festas juninas. Por aqui, no Toque Musical, sempre tivemos essa preocupação em lembrar datas e momentos marcantes do ano, mas é certo também que de uns tempos prá cá isso não tem acontecido. Coincidentemente, achei de postar aqui um disco do Lamartine Babo, que não sei porque razão não o postei antes. E que ótimo, tudo a ver, “Noites de Junho” de Lamartine Babo é um disco perfeito para a noite de hoje. Noite de junho, fria, triste por tudo que estamos passado, mas apesar disso, ainda está acessa uma fogueirinha em nossos corações. Eis aqui um disquinho muito apropriado, talvez já visto e ouvido por muitos, mas ainda assim imprescindível em nossa lista. Aqui temos oito temas clássicos interpretados pelo próprio ‘Lalá’, com arranjos e orquestração do maestro Lyrio Panicali. E viva São João!
 
chegou a hora da fogueira
isto é lá com santo antonio
noites de junho
quero quero
pistolões
são joão a moda
babo… seiras
mineirinha
 
 
.  

Britinho – Vamos Dançar Com Britinho (1956)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Olha só, aqui mais um disquinho de 10 polegadas com o pianista João Leal Brito, ou Britinho, ou ainda uma série de outros pseudônimos que ele assumiu para diversos outros discos lançados nessa época, A época da dança e disco que vendia, era disco com músicas para dançar, principalmente música lenta, de boate, como temos aqui neste disquinho lançado pela Sinter em 1956. Britinho nos apresenta oito temas dançantes, entre boleros e fox-trot e também três composições próprias que se integram bem as demais. Confiram no GTM…
 
dolores
blue moon
olhando o céu
e bello
malafemmena
na voce, na chitarra e o poco e luna
em teus braços
gizella
 
.
 

 

Garotos Da Lua – No Mundo Da Lua (1956)

Boa noite, meus caros e prezados amigos cultos e ocultos! Aqui chegamos a última postagem do ano. Haveria nesta data muitos motivos para comemorarmos e teríamos até, talvez, uma maior atenção da minha parte na escolha desta nossa última postagem de fim de ano. Por certo, temos aqui um disco exemplar, merecedor de toda a nossa atenção e não é atoa que estou postando hoje. Mas, evidentemente, seria hoje um dia de festa não fosse o vírus, não fosse também a atuação desse (des) governo que nada de concreto. Vamos entrar o ano novo ainda na incerteza da vacina. É lamentável… Diante disso e de tantos outros perrengues, não estou muito animado a fazer festa por aqui. Assim, procuro neste último dia de 2020 ser como qualquer outro dia.
E aqui vamos para o “Mundo da Lua” com o lendário grupo vocal Garotos da Lua, neste lp da Sinter lançado em 1956. Este é um disco já bem divulgado em outros blogs e sites, daí não vejo a necessidade de repetir apresentações. Com certeza as informações serão fáceis de encontrar, até mesmo na contracapa, como podemos ver aqui.
Hoje, o que realmente importa são os meus, os nossos votos de um feliz ano novo! Que 2021 nos traga a vacina e que com ela possamos novamente nos reunir. Aliás, precisamos muitos nos reunir, sairmos as ruas para manifestar nosso repúdio pelo descaso desse governo canalha, genocida e bandido para com o nosso povo. Chega dessa gente!
Hoje, mais que nunca, quero desejar a todos os nossos amigos cultos ou ocultos muita felicidade em 2021! Muita saúde, muito amor, muita alegria… Fraternidade, reencontros, paz e reflexão. Que este ano que está chegando seja de mudança, de transformação e consciência. Tudo de bom para nós!
 
na baixa do sapateiro
vou tentar esquecer
não diga não
qui nem jiló
já vai
lá vem a baiana
recordação
policromia brasileira
 
 

 

 

 

Festival De Jazz – 2º Grande Concerto (1957)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Cá estamos com mais um toque musical e como já deu para vocês perceberem, entramos em dezembro com uma seleção ‘fonomusical’ das mais interessantes. Hoje temos este lp lançado pela Sinter, “Festival de Jazz – 2º Grande Concerto”. Este é um disco bem raro e que dificilmente ainda podemos encontrar um exemplar disponível no Mercado Livre ou Discogs Um disco de jazz, brasileiro e ainda dos anos 50! Conforme o texto de contra capa (aliás, diga-se de passagem, uma ficha completa), no dia 26 de novembro de 1956 aconteceu no Golden Room do Copacabana Palace o “2º Grande Concerto Brasileiro de Jazz, organizado por Jorge Guinle e um grupo de outros amantes de jazz americano. Neste registro fonográfico aparecem as orquestras e conjuntos de Hélio Marinho, Julinho BarbosaCipó, Clélio, K-Ximbinho, Kuntz Negle e também apresentando o Conjunto Farroupilha e a cantora Julie Joy. Ao que tudo indica, este lp foi gravado ao vivo, ou seja, em pleno show, apesar de ‘forçação’ com aplausos e gritinhos mal colocados no final de cada música. No entanto, não deixa de ser um disco memorável. Confiram no GTM…
 
atonal – orquestra hélio marinho
samba que eu quero ver – conjunto de clelio
tenderly – conjunto de kaximbinho e julie joy
but not for me – conjunto de júlio barbosa
is walked bud – conjunto de kuntz
i know that you snow – conjunto de cipó
tema para dois – conjunto de cipó
kachentema – conjunto de kaximbinho
how high the moon – conjunto de kuntz
jacques diraque – conjunto de cipó e conjunto farroupilha
bop-ciponato – conjunto de cipó
 
 
 

Melodias de Terreiro – Pontos e Rituais (1955)

Olá, meus amigos cultos e ocultos, boa noite! Estou trazendo hoje um disco que eu acho muito bacana e também por ser uma edição importantíssima da fonografia nacional. “Melodias de Terreiro – Pontos Rituais” foi o primeiro disco do gênero lançado no Brasil. E para tanto, seus produtores decidiram convidar cinco grandes nomes da música popular, segundo o texto de contracapa, profundos conhecedores, para interpretar as melodias de Terreiro e os Pontos Rituais: Lenita Bruno, Ataúlfo Alves, Jorge Fernandes, Leo Peracchi e Heitor dos Prazeres. Pelas imagens podemos de imediato ter todas as devidas informações. Taí, um disco que merece a nossa atenção. Não é atoa que tem maluco pedido até 900 pilas, no Mercado Livre. Mas aqui vocês conferem no GTM…

aruanda – jorge fernandes e leo peracchi
agô-iê – ataulfo alves
oxum-maré – lenita bruno, jorge fernando e leo peracchi
nêgo véio – heitor dos prazeres
congo – lenita bruno, jorge fernandes e leo peracchi
pai joaquim d’angola – ataulfo alves
ogum-yara – jorge fernandes e leo peracchi
vamos brincar no terreiro – heitor dos prazeres

.

Vanja Orico – Encontro Com Vanja Orico (1958)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês e mais uma vez aqui no nosso Toque Musical a cantora e atriz Vanja Orico, artista brasileira, mas de reconhecimento internacional. Muito atuante nas décadas de 50, 60 e 70, tanto como atriz, onde participou de dezenas de filmes, nacionais e internacionais, como cantora, se apresentando e gravando diversos discos, no Brasil e na Europa. Uma artista que se destacou tanto na música quanto no cinema. Mulher bela e talentosa, faleceu em 2015, aos 85 anos.
Neste lp, “Encontro com Vanja Orico”, lançado pela Sinter, em 1958, temos a cantora interpretando um leque diferenciado de canções, com direção musical e acompanhamento do maestro Leal Brito, arranjos do próprio e também de Antonio Carlos Jobim, que no disco comparece com duas célebres composições, “Sucedeu assim” e “Eu não existo sem você”. Além dessas, ela também interpreta canções de Dorival Caymmi, Tito Madi, Paulo Ruschel, Gilvan Chaves, além de composição dela própria, o samba-canção “Confissão”, aqui com arranjos de Jobim. Um disco, realmente, dos mais interessantes e importante na discografia nacional. A sonoridade, inevitavelmente, está associada ao cinema, aos filmes de sua época. Não deixem de conferir no GTM 😉

sucedeu assim
o vento
marmelo é fruta gostosa
roda carreta
sou baiano
mocambo de palha
lá vai a garça voando
eu não existo sem você
capina menino
confissão
rio grande do sul
rio triste

Sandoval Dias – Um Saxofone Em Ritmo De Bolero Nº 2 (1959)

Ritmo de origem cubana, mesclando raízes espanholas com influências locais de vários países hispano-americanos, o bolero sempre foi muito popular, inclusive no Brasil. Influenciou o samba-canção, o mambo, o chá-chá-chá e a salsa. Existe inclusive uma variante do bolero surgida na República Dominicana, nos anos 1960, a bachata.  Entre os mais conhecidos intérpretes de boleros, podemos citar: o chileno Lucho Gatica, o espanhol Gregorio Barrios (que até radicou-se no Brasil), o argentino Roberto Yanés , o cubano Bienvenido Granda (“o bigode que canta”), o mexicano Armando Manzanero, o Trio Los Panchos (formado por mexicanos radicados nos EUA), e os brasileiros Anísio Silva, Orlando Dias e Altemar Dutra, além do Trio Irakitan. Até Maysa gravou boleros, e dizia gostar do gênero, sem se envergonhar disso (com razão, convenhamos). E Sidney Morais, ex-integrante do Conjunto Farroupilha e dos Três Morais, fez sucesso nos anos 80 com a série de álbuns “Boleros con amor”, sob o pseudônimo de Santo Morales. Mais recentemente, iriam destacar-se no gênero o portorriquenho Luís Miguel e as cantoras brasileiras Tânia Alves e Nana Caymmi. O bolero também influenciou, e muito, a música sertaneja brasileira, e até hoje é cultivado por intérpretes desse gênero. Sendo um ritmo musical bastante apreciado até hoje pelos brasileiros, o bolero também dá ibope até em blogs dedicados a raridades discográficas, como o Baú de Long Playing, o Estação Saudade  e, claro, o nosso TM. Tanto que já colocamos à disposição de nossos amigos cultos, ocultos e associados, títulos como os das orquestras Românticos de Cuba, Namorados do Caribe, e Serenata Tropical. Pois hoje apresentamos mais um grande álbum do gênero: trata-se do segundo volume de “Um saxofone em ritmo de bolero”, editado em 1959 pela Sinter, hoje Universal Music. E novamente trazendo o expressivo e talentosíssimo Sandoval Dias (1906-1993), agora pondo seu sax de ouro a serviço de alguns dos melhores e mais expressivos boleros de todos os tempos.  Como frisado na contracapa, a disposição das faixas  segue o esquema “dance o máximo com o mínimo de descanso”, distribuindo os catorze clássicos do bolero aqui incluídos (como “Santa”, ‘Amor”, “Desesperadamente”, “Palabras de mujer”, “Dize minutos mas”, “Lagrimas de sangre”) em seis faixas, com duas ou três músicas executadas seguidamente. Portanto, este disco é um prato cheio para quem aprecia boleros, seja para dançar ou apenas ouvir. É mais uma joia rara que o TM posta com a satisfação e o orgulho de sempre, e por certo fará os ouvintes recordarem momentos inesquecíveis ao som destes boleros mundialmente consagrados. E aí? Dá-me o prazer desta contradança?

amor…
desesperadamente
buenas noches mi amor
marimba
maria bonita
porque ya no me quieres
pecadora
palabras de mujer
santa
lágrimas de sangre
solamente una vez
sin motivo
condicion
diez minutos mas

*Texto de Samuel Machado Filho

Lucien Studart – Quem Dera… (1957)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Vez por outra eu também dou as caras por aqui, ok? Hoje é uma dessas vezes. Tenho tempo e um pouco de disposição. Então vamos lá…
Trago hoje para você um lp dedicado ao grande Herivelto Martins. Naquele ano de 1957 ele completava 25 anos de carreira artística e em sua homenagem a gravadora Sinter lançou o álbum “Quem dera”, título de uma de suas famosas composições, tendo como solista principal a pianista Lucien Studart. O disco, como se pode ver pelas fotos e na contracapa, traz um repertório amplo, com até 17 composições, sendo que em algumas faixas temos até três músicas. Trata-se de um disco instrumental que bem nos lembra outra pianista, a Carolina Cardos de Menezes. A propósito, Lucien Studart é hoje uma desconhecida. Pouco, ou quase nada, podemos encontrar sobre ela na internet. Pelo nome, eu suponho que seja uma artista estrangeira, que como outros passaram pelo Brasil deixando lá algum contribuição. Qualquer referência se limita aos discos por ela gravado e pelo que vi, foram pouquíssimos. Qualquer informação complementar será muito bem vinda.

ela
praça onze
laurindo
lá em madureira
palhaço
rei sem coroa
duas lágrimas
não posso nem comigo
se é por falta de adeus
e o vento levou
a lapa
segredo
caminhemos
madrugada
quem dera
fidelidade
bonita

.

Sandoval Dias – Um Saxofone Em Hi-Fi (1957)

Saxofonista, trompetista, clarinetista e arranjador, muito admirado entre os grandes nomes musicais de seu tempo. Este é o perfil de Sandoval Dias, que o TM põe novamente em foco no dia de hoje. Foi no dia 4 de maio de 1906, na capital baiana, Salvador, que ele veio ao mundo, com o nome completo de Sandoval de Oliveira Dias. Filho de músico, iniciou seus estudos de harmonia, solfejo e teoria musical ainda em Salvador, com Vivaldo Figueiredo, aos doze anos de idade.  Em 1921, Sandoval muda-se para a então capital da República, o Rio de Janeiro. Um ano depois, já participava da banda de música de Arcozelo, interior fluminense, dirigida por ele. Em 1927, troca o trompete pelo sax-tenor, instrumento que o celebrizou. Dois anos mais tarde, inicia sua carreira artística, tocando na Orquestra Pan American Jazz, no Cassino Assyrio. Pouco depois, excursionou com a companhia de revistas teatrais do ator Raul Roulien. Sandoval teve intensa atuação como músico de orquestra no Rio de Janeiro, a partir da década de 1930. É quando participa pela primeira vez de uma gravação, executando ao sax a música “Deliciosa”, junto com a orquestra de Harry Kosarin. Em 1931, passa a atuar na Orquestra Victor Brasileira, que acompanhava os cantores nas gravações da marca do cachorrinho Nipper, sob a direção do mestre Pixinguinha. Dois anos mais tarde passa-se para a orquestra de Napoleão Tavares, que atuava na Rádio Mayrink Veiga. A partir de 1938, exerce sua arte de saxofonista tocando em diversos cassinos: na Urca, com a orquestra de Romeu Silva, no de Icaraí, com a orquestra do maestro Sousa, e no Cassino Copacabana, com a orquestra do palestino Simon Bountman. Em 1941, é contratado pela lendária PRE-8, Rádio Nacional, onde permaneceria por vinte anos, tocando sob a regência de autênticos “cobras”: Léo Peracchi, Lírio Panicalli, Radamés Gnattali, Fon-Fon, Chiquinho, Aristides Zaccarias, etc., participando assim, das grandes orquestras da Era do Rádio. Em março-abril de 1952, lança seu primeiro disco, em 78 rpm, pela Continental, executando dois choros  de Radamés Gnattali: “Pé ante pé” e “Amigo Pedro”. Em 1957, organiza seu próprio conjunto, e, um ano depois, grava as “Brasilianas” números 7 e 8,  de Radamés Gnattali, que as dedicou ao próprio Sandoval e até participou da gravação do LP, ao lado dele e da pianista Aida Gnattali, esposa de Radamés. Em 1961, Sandoval transfere-se para a Rádio MEC, onde atuou como claronista (clarinete-baixo) na Orquestra Sinfônica Nacional do MEC, sob a regência de Eleazar de Carvalho. Mais tarde, na mesma emissora, atua no grupo Os Boêmios, com repertório que misturava sambas, chorinhos, valsas e sambas-canções. Sandoval Dias aposentou-se nos anos 1970, e passou a dedicar-se á regência de bandas, nas cidades fluminenses de Cordeiro e Nova Friburgo. Mais tarde, assume a função de maestro da Banda Civil do Rio de Janeiro, que exercerá até 1993, quando vem a falecer, no dia 6 de setembro, com a avançada idade de 93 anos.  Entre 1957 e 1965, Sandoval Dias gravou um total de catorze LPs, a maior parte na Sinter e em sua sucessora, a Philips/Polydor. E o TM traz hoje para a apreciação de seus amigos cultos, ocultos e associados, exatamente o primeiríssimo álbum dele. É “Um saxofone em hi-fi”, lançado em 1957 pela Sinter. Era um tempo, nunca é demais lembrar, em que os chamados discos “dançantes”, com orquestras e conjuntos, eram produtos que vendiam bastante, ideais para animar bailes e festas em residências e salões que não dispunham de música ao vivo. Para ajudar na venda do disco, foi posta na capa uma foto da atriz norte-americana Jayne Mansfield, verdadeiro “sex symbol” da época, vestindo “baby-doll” preto! Com texto de contracapa do compositor J. Cascata, que inclusive relata o entusiasmo do mestre Pixinguinha ao ouvir  o disco, ainda em fita, este álbum tem uma maravilhosa seleção musical, na qual se comprova sua preferência por canções românticas e dançantes, nas quais sentia-se muito á vontade para impor seu fraseado envolvente, suave, repleto de emoção, como aliás bem registra seu sobrinho Gilberto Gonçalves em seu blog “Na era do rádio”. Entre pérolas de sucesso dessa época (“Pensando em ti”, “No rancho fundo”, “Around the world”, “Love letters in the sand’, “Maria la ô”, etc.), o destaque fica por conta das “Czardas”, de Monti, mais apropriada para cordas e de execução difícil, mas aqui brilhantemente apresentada ao saxofone por Sandoval Dias, e em ritmo de samba, numa gravação espetacular , antológica e bastante elogiada, suficiente, por si só, para alçar o nosso Sandoval à condição de um dos maiores músicos de seu tempo. Um disco que, como também informa o Gilberto Gonçalves, nos traz saudosas recordações de uma época romântica e musical, quando tudo que se fazia era alimentado pela música que vinha de um aparelho de rádio. E era com fundos musicais como os deste álbum que o TM nos oferece, que se vivia nesse tempo. Verdes anos…

pensando em ti
love letters in the sand
maria lá o
encabulado
dejame en paz
neptuno18
nereidas
no rancho fundo
autumm leaves
czardas
aroud the world
deixa o meu coração cantar

*Texto de Samuel Machado Filho

Lyra De Xopotó – Valsa da Saudade (1958)

O Toque Musical oferece hoje, a seus amigos cultos, ocultos e associados, mais um álbum da Lyra de Xopotó, banda que foi criada a partir do programa de mesmo nome, criado e apresentado por Paulo Roberto na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, aos sábados, a partir de 1954, visando incentivar as bandas de música do interior do Brasil. Contava com arranjos do sempre eficiente Lírio Panicalli, e era apresentado através de um diálogo imaginário entre Paulo Roberto e o personagem Mestre Filó, o maestro da banda, interpretado por Jararaca. Com o sucesso do programa, a Lyra passou a existir também em disco, vendendo feito água. Em 1960, o programa saiu do ar, e a Lyra de Xopotó, por tabela, silenciou, ressurgindo apenas em fins dessa década, com dois LPs na Copacabana.  O disco que o TM hoje nos oferece é “Valsas da saudade”, lançado em fins de 1958 pela Sinter, hoje Universal Music. O repertório, muitíssimo bem escolhido, compõe-se de doze das mais belas páginas do gênero, a maior parte de autores nacionais, exceção feita a “Sobre as ondas”, do mexicano Juventino Rosas. Não há quem, pelo menos uma vez na vida, não tenha ouvido as belas valsas que compõem o repertório deste disco, tais como “Saudades de Ouro Preto”, “E o destino desfolhou”, “Rosa”, “Tardes em Lindóia”, “Abismo de rosas” e “Branca”.  E tudo arranjado e dirigido, assim como no programa de rádio, por Lírio Panicalli, que fazia brilhantemente o papel do fictício Mestre Filó. Em suma, um trabalho que nos transporta para um tempo muito feliz, em  que as “furiosas” tocavam todos os domingos nos coretos das pracinhas de cidades interioranas, alegrando e até fazendo dançar as pessoas que passavam. É ouvir, fechar os olhos e recordar…

saudade de ouro preto
primavera
abismo de rosas
sobre as ondas
ave maria
branca
saudade de queluz
rosa
e o destino desfolhou
tarde de lindóia
canta maria
saudade de iguapé

*Texto de Samuel Machado Filho

Britinho – Convite Ao Samba (1956)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! A partir desta semana eu não mais estarei deixando links, como de costume, nas postagens do blog. Voltamos a velha prática de ir buscar o link no Grupo do Toque Musical, o GTM. Estou fazendo isso para garantir a permanência do Toque Musical, visto que a caça as bruxas foi retomada, em nome dos ‘Spotfy da vida’. Felizmente, eles. por enquanto só estão interessados naquilo que dá dinheiro. Como os discos que posto são obras antigas, sem interesse comercial, eles me deixam sossegados. Mas é sempre bom estar atento.
Seguindo em nossas postagens, temos aqui o maestro João Leal Brito, ou como era mais conhecido, Britinho. que no comando de sua orquestra desfila um pot pourri de sambas, sucessos, hoje clássicos em faixa única de cada lado. Seguindo o esquema do tal disco dançante, sem pausas entre as músicas. Realmente, um disco que merece se ouvido e dançado, por que não? Confiram…

vai haver barulho no chatô
não tenho lágrimas
jura
morena boca de ouro
rio de janeiro
na pavuna
se acaso você chegasse
se você jurar
até amanhã
é bom parar
implorar
leva meu samba
cai… cai…
mundo de zinco
despertar da montanha
nêga
.

Ismael Silva – O Samba Na Voz Do Sambista (1955)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Foi na busca pelo “Blue Gardenia”, do Cauby, que eu acabei encontrando mais alguns saborosos disquinhos de 10 polegadas para postar aqui nesta semana. Discos, na verdade, é o que não falta para postar. Além desses temos ainda um lote ilimitado de coisas das mais diversas para apresentar. Só falta mesmo achar um tempo, um tempinho que seja como esse, suficiente para valer o dia.
E para valer esse nosso sábado, eu hoje trago essa belezinha de 10 polegadas, lançada no ano de 1955, pelo selo Sinter. Estamos falando aqui de Ismael Silva, um dos grandes nomes da música popular brasileira, compositor, patrimônio do samba. Neste pequeno lp vamos encontrar um dos raros momentos gravados do sambista, interpretando algumas de suas mais famosas composições. Um disco clássico e histórico, cujas as músicas já foram apresentadas aqui no Toque Musical através de outros discos e coletâneas, inclusive a exclusiva série, Grand Record Brazil, onde temos boa parte de suas composições. Publicar músicas de um artista como esse é sempre bom, mesmo quando nos repetimos. Ainda mais se for esse um disco original de época. Vale pelas músicas, vale pelos encartes, aqui sempre na integralidade, com direito a capa, contracapa e selos 😉 Confiram já essa belezinha

se você jurar
me diga teu nome
adeus
que será de mim
para me livrar do mal
sofrer é da vida
novo amor
nem é bom falar
.

Casanova E Sua Orquestra – Amor A Primeira Vista (1957)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Segue aqui outro disco do tal Casanova que eu encontrei. Realmente, é um mistério este artista. A única coisa que sabemos, pelo texto de contracapa de um outro disco é que se trata de um maestro europeu. Possivelmente, devia ser italiano, o nome já diz tudo, não é mesmo?
Bom, neste lp, que deve ser do final dos anos 50, nosso regente continua mandando ver… Mais uma leva de clássicos da música internacional; Harold  Arlen, Cole Porter, George  Gershwin,.. e vai por ..

i can’t get started
the ma i love
night and day
stormy weather
smoke gets in your eyes
charmaine
begin the beuguine
so in love
.

 

Casanova E Sua Orquestra – Carinhosamente (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Embalado nos lps de 10 polegadas, encontrei um aqui que inicialmente me deixou um pouco na dúvida. Maestro Casanova… Seria um artista brasileiro? Embora no repertório não conste nenhuma música brasileira, tudo me levou a crer que se tratasse de um maestro famoso, escondido atrás de pseudônimo. Mas, num olhar mais atento, percebo que o selo original é o americano Vox, que nos anos 50 e 60 produziu orquestras e clássicos. Alguns discos deste selo foram lançados no Brasil pela Sinter. Inclusive, deste maestro Casanova, o qual eu pude constatar que foram uns quatro a cinco disco, entre lps de 10 e 12 polegadas. Em apenas um desses álbuns há um rápida referência sobre o tal maestro, dizendo ser ele um europeu. Talvez seja mesmo, pois com certeza não é produção nacional, apenas fizeram o embrulho de presente aqui. Apesar de não ser exatamente um disco brasileiro, ele tem lá as suas semelhanças com o que era produzido e apreciado aqui naqueles anos 50. O repertório traz uma série de ‘standards’ do melhor da música internacional, vejam só

easy to love
i believe
la cumparsita
love for sale
3 horas da manhã
estrellita
tango bolero
frou frou
.

 

José Meneses – A Voz Do Violão (1957)

A quem possa interessar… Hoje temos para os amigos cultos e ocultos um belíssimo trabalho. Disco de dez polegadas, lançado pelo selo Sinter, em 1957, apresentando o multinstrumentista das cordas, o grande cearense, José Menezes, também conhecido como Zé Menezes, ‘um velhinho transviado’. Neste lp, como se pode ver pelo título, trata-se de um momento íntimo, solo… temos aqui o talento deste incrível músico ao violão, trazendo oito temas variados, nacionais e internacionais. Muito bom!
Infelizmente, o disco que tenho está com algumas faixas em estado deplorável. Porém, encontrei na rede o mesmo disco e aqui completo o que faltava.

malaguena
un peu d’amour
mafua
a voz do vioão
ponciana
motivos brasileiros
mi oracion
brejeiro
.

A Lyra De Xopotó – As Favoritas Do Carnaval Carioca (1957)

Olá amigos foliões cultos e ocultos! Para não perdermos o pique, aqui vai um clássico. Ou melhor, vários clássicos em um disco clássico da Lyra de Xopotó: “As Favoritas do Carnaval Carioca”. Pelo título já deu para perceber que se trata daquelas músicas de carnaval que ficaram na memória. E isso ainda lá pelos anos de 1957! Sob o comando do Mestre Filó, desfilam em blocos de três, como um pot-pourri, as músicas que ainda hoje embalam muitos carnavais. Vamos então relembrar

fanzoca de rádio
marcha da fofoca
não faz marola
lero lero
nào pago bonde
cordão dos puxa saco
gafanhoto
mamãe eu quero
maria rosa
jacarepagua
daqui não saio
sassaricando
formosa
linda morena
serpetina
touradas de madrid
tem gato na tuba
china pau
.

Marlene – Vamos Dançar Com Marlene E Seus Sucessos (1956)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Atendendo a pedidos (foram cinco!) estou trazendo para hoje o álbum de 10 polegadas, “Vamos dançar com Marlene e seus sucessos”. Um disco lançado pela Sinter em 1956 reunindo alguns de seus muitos sucessos. Gravações que originalmente foram apresentadas em discos de 78 rpm.Temos aqui um disco com sambas, mambos e um baião. Marlene atacando com tudo em “Samba rasgado”, de Zé Ketti e Jaime Silva; “Saudosa maloca”, de Adoniran Barbosa e outros sambas, mambo e até baião. Ah! Não posso me esquecer de outro clássico, “O lamento da lavadeira”, de Monsueto, Nilo Chagas e João Violão. Um samba com muito humor que retrata bem a situação atual de falta de água (mas a chuva está chegando). Enfim, olha o disco aí…

papai é do mambo
samba rasgado
saudosa maloca
dinguilim do baião
canta menina, canta
lamento da lavadeira
mi papá
aperta o cinto
.

Pedroca E Seu Piston – As Garotas Gostam De Dançar Com Pedroca E Seu Piston (1958)

Com o advento dos LPs no Brasil, logo passou a ser comum o lançamento de álbuns ditos “dançantes”, com sucessos nacionais e internacionais antigos e/ou da ocasião executados por conjuntos e orquestras.  Como nesse tempo não havia fitas cassete para gravar nossas músicas prediletas, esses discos animavam qualquer festa que houvesse em residências familiares, assim como em casas noturnas que não tinham condições financeiras de manter a chamada “música ao vivo”.  E, claro, esses LPs vendiam muito bem, constituíam-se em produtos de retorno garantido.  Vários desses álbuns já foram disponiblizados pelo Toque Musical a seus amigos cultos,ocultos e associados. E aqui está mais um, gravado em 1958 na Sinter, hoje Universal Music, pelo pistonista Pedroca, na pia batismal Carmelino Veríssimo de Oliveira. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1913, em data controversa (a contracapa do disco afirma que foi em 31 de janeiro, mas outras biografias grafam 5 de abril). Autodidata, aos oito anos de idade já executava cavaquinho, sem auxílio de nenhum professor. Aos 17 anos, ingressou como voluntário no Exército apenas para prosseguir seus estudos musicais, já tendo o pistão como seu instrumento. Ao dar baixa, seu sopro já era um dos mais bonitos e potentes do Brasil.Em 1950, gravou seu primeiro disco-solo,  na Todamérica, executando dois choros de sua autoria: “Nena” e “Ando preocupado”. Durante anos, Pedroca foi pistonista da Orquestra All Stars, da lendária Rádio Nacional, e atuou também em inúmeros filmes, tais como “Tudo azul” e ‘Carnaval Atlântida”.  Gravou um total de vinte discos 78 rpm  com quarenta músicas, na Todamérica e na Sinter, entre 1950 e 1957, e cinco LPs, lançados entre1956 e 1959, todos pela Sinter. Nessa época, seu conjunto  era bastante requisitado para animar bailes e festas. Em 1961, passou a residir na recém-inaugurada capital do país, Brasília, e depois desapareceu misteriosamente.  O álbum que o TM oferece hoje é o terceiro gravado por Pedroca, e o primeiro no formato-padrão de 12 polegadas.  Ao lado de composições próprias (“Perto das estrelas”, “Rasgando seda”, “Port Said”, “Corcovado”, “Luar do meu Rio”,”Desavença”, “Ouvindo o além”), há outros cinco hits da ocasião (“Little darilng”, “Confissão”, “Incerteza”, “Apaixonada” e “Abismo”).  Ideal para animar qualquer festa na base da nostalgia. Aproveitem
abismo
perto das estrelas
rasgando seda
port-said
confissão
incerteza
apaixonada
corcovado
luar do meu rio
desavença
ouvindo o além
* Texto de Samuel Machado Filho

Darcy Barbosa E Seu Conjunto – É Samba Mesmo… (1959)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Deixa eu fazer logo a postagem da quinta-feira, antes que ela caia na sexta. A falta de tempo tem atrasado um pouco as coisas por aqui. Aproveitando, volto a informar (obviamente para aqueles que lêem o que eu escrevo) que ao enviarem comentários, evitem incluir no texto endereços de sites, e-mail ou qualquer tipo de link, pois o meu filtro ‘anti spam’ está ativo e barra tudo. Algumas palavras típicas desse tipo de ‘spam’, como por exemplo: ‘sex’; generic; bingo; for sale e outras merdas em inglês, vão tudo para o lixo e eu nem dou atenção. Outra coisa, sobre o bendito disco “Ary Barroso – Meu Brasil Brasileiro” que nunca ninguém consegue acesso pelo Mediafire, eu acredito que o problema é que há um ‘espírito de porco’ infiltrado no GTM, denunciando o arquivo logo que o recebe por e-mail. Só pode… Infelizmente existem pessoas assim…

Mantendo a roda de samba, mando agora para vocês um pouco de Ataulfo Alves na interpretação de Darcy Barbosa e Seu Conjunto. Taí outro disco raro e com certeza nunca antes compartilhado. Darcy Barbosa foi um dos grandes saxofonista brasileiros, presente em vários conjuntos e orquestra dos anos 40 e 50. Confesso que não sei muita coisa sobre ele e creio que este seja o único disco onde ele aparece como figura principal. O álbum se divide em apenas seis faixa, sendo essas uma sequência de sucessos de Ataulfo em forma de ‘medley’. Como sempre, o espaço está aberto para comentários e complementos. Senhores mestres e estudiosos da música brasileira, por favor…

saudade dela

leva meu samba

atire a primeira pedra

lagoa serena

infidelidade

sei que é covardia

se a saudade apertar

vai, mas vai mesmo

ai que saudade da Amélia

devagar morena é hoje

mulata assanhada

saudade do meu barracão

pela luz divina

pois é…

caminhando

lírio do campo

vida minha vida