Caetano Gal & João – Chega De Saudade Na TV Tupi 71 (2021)

Olá, amigos cultos e ocultos! Antes que janeiro se acabe, cabe ao nosso toque musical uma curiosidade, que já não é novidade, porém se encaixa como uma luva em nossa proposta de edições alternativas para registros musicais históricos e até mesmo daquilo que nos pareça relevantes e agradável de realizar.
Como todos devem saber, isso é apenas uma curtição.
Aqui temos uma seleção de trechos de áudios extraídos de um encontro de João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa gravados na antiga TV Tupi, em 1971. Esses áudios são os mesmos que podem ser encontrados no YouTube, porém, em nossa edição exclusiva demos um ‘upgrade’ em tudo e também criamos a capinha. Assim, temos mais um disquinho da série “Toque Musical”.
Segundo comentários em uma das postagens no YouTube, logo após o programa de tv, eles ficaram de lançar um disco com os melhores momentos, o que prova que existe realmente um áudio de qualidade aguardando para ser ouvido, mas que infelizmente, na época, João Gilberto não gostou e vetou o lançamento. O disco está pronto, segundo o autor do comentário, mas por enquanto aguardando a liberação dos direitos por parte dos filhos. Daí, é outra história… Segue o barco…
Confiram nossa edição no GTM.
 
arlequim de bronze – gal costa e joão gilberto
falsa baiana – gal costa
baby – gal costa e caetano veloso
asa branca – caetano veloso
a felicidade – caetano veloso e gal costa
desafinado – joão gilberto
chega de saudade – joão gilberto
retratro em branco e preto – joão gilberto
na asa do vento – caetano veloso e gal costa
fruta gogoia – caetano veloso
você já foi a bahia – joão gilberto e caetano veloso
largo da lapa – joão gilberto e gal costa
de noite na cama – caetano veloso
a tua presença morena – caetano veloso
coração vagabundo – caetano veloso, joão gilberto e gal costa
saudade da bahia – caetano veloso, joão gilberto e gal costa
a primeira vez – joão gilberto
odete – joão gilberto
que há de dizer – joão gilberto
retrato e branco e preto – joão gilberto (bônus)
 
 
 
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Aldir Blanc – Coletânea Toque Musical (2020)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos. Tempos difíceis os que vivemos, heim? Dias de tristezas e incertezas. A cada momento uma notícia ruim e de ontem para hoje não foi diferente. Estou chocado com a morte do Flávio Migliaccio e não menos triste com a passagem do Aldir Blanc. Aos poucos a turma toda vai nos deixando. Tudo passa, não é mesmo?
Hoje o nosso dia não podia ser outro senão homenagear a figura de Aldir Blanc, um dos maiores e mais importantes compositores da nossa Música Popular Brasileira. Infelizmente falecido no dia de ontem. Perdemos um dos autores de clássicos inesquecíveis, cantados por tantos outros grandes artistas e intérpretes. Pensei em postar algum de seus discos, porém me pareceu mais marcante criar para hoje esta coletânea. Uma seleção de composições de Aldir Blanc, cantadas por ele próprio. Boa parte da músicas fazem parte do disco (cd) “Vida Noturna”, de 2005, mas há outras coisas bem interessantes. Aqui, como de costume criei essa seleção exclusiva e com capinha. São vinte e duas músicas cantadas por ele e de abertura uma apresentação do artista feita por Dorival Caymmi. Nossa homenagem ao genial Aldir Blanc.

apresentação – dorival caymmi
querelas do brasil
vida noturna
dois bombons e uma rosa
lupicínia
santo amaro
flores na lapela
anel de ouro
velhas ruas
recreio das meninas II
cenário da terra – negão nas paradas
constelação maior
paquetá dezembro de 56
valsa do maracanã
dry
mastruço e catuaba
cordas
lua sobre sangue
me dá a penúltima
resposta ao tempo
moonlight serenade
retrato cantado
perder um amigo

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Elis Regina – Ao Vivo E Internacional (2020)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aproveitando para ocupar o tempo (nunca pensei que diria isso), eu hoje resolvi produzir um disco virtual, seguindo os moldes de tantos outros que criei, com exclusividade para o nosso Toque Musical. Já faz tempo que eu não apresentava algo assim, além da coleção Grand Record Brazil, de 78 rpm, que este ano voltou para a alegria de seus apreciadores. Estou trazendo para vocês o áudio editado e devidamente separado de duas distintas apresentações ao vivo da nossa querida e saudosa Elis Regina. Trata-se da apresentação da cantora em Portugal, em 1978, em show realizado no Teatro Villaret, de Lisboa e de quebra, outra apresentação dela, mais antiga, na televisão francesa, em 1968. Esses áudios hoje em dia já devem ser do conhecimento de todos, pois além de já ter sido publicado em outros blogs e sites, também pode ser ouvido no YouTube. Mas eis que eu achei de transformar tudo isso numa pseuda produção fonográfica, pois sei que muitos gostam dessa brincadeira e tem gente que até imprime as capinhas e monta tudo num cd. E aqui, a gente procura fazer tudo no capricho. No arquivo que vocês podem buscar no GTM, irão encontrar o pacote completo, com todos os encartes e capa que permitem a impressão em papel com qualidade. Então, temos aqui esta apresentação de Elis Regina no tradicional teatro lisboeta Villaret, em 1978. Um show memorável onde poderemos ouvir músicas que marcaram os anos 70 e hoje são verdadeiros clássicos da nossa MPB. Na sequência, temos um registro de Elis em apresentação na televisão francesa, Paris, 1968, outro memorável momento. Neste último áudio eu preferi não fazer cortes, mantendo a sequencia (quase) linear do programa. A qualidade dos registros não é lá grande coisa, mas aqui também, procurei dar uma melhorada no áudio e assim chegando no resultado que vocês poderão conferir no GTM. Espero que esteja no agrado.

fascinação
aqui é o país do futebol
sinal fechado
transversal do tempo
deus lhe pague
qualquer dia
caxangá
ensaio geral
o mestre sala do mares
romaria
maravilha
nada será como antes
deixa
corrida de jangadas
la nuit de mon amour
sá marina
samba da benção
upa neguinho

Carnaval – Parte C – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 152 (2020)


Ó abre alas que o Grand Record Brazil quer passar! Neste volume, o de número 152, estamos iniciando uma série dedicada ao carnaval, trazendo de volta muitas gravações hoje raras, todas elas de marchas ou marchinhas. Abrindo esta seleção, temos “Lá vai ela”, do carnaval de 1937, de autoria de Jararaca e Vicente Paiva, interpretada pelo próprio Jararaca, acompanhado de sue conjunto. Gravação Odeon de 12 de dezembro de 36 (um sábado!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 11449-B, matriz 5498. Em seguida, temos Dircinha Batista, então na plenitude de seus treze anos de idade, interpretando “Pirata”, da parceria João de Barro (Braguinha)-Alberto Ribeiro, acompanhada pela orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha, sucesso no carnaval de 1936. Gravação Victor de 15 de janeiro desse ano, uma quarta-feira, lançada em cima da folia, em fevereiro, com o número  34030-B, matriz 80087. Dircinha também cantou a música, vestida de pirata, no filme “Alô, alô, carnaval”, da Cinédia. Na faixa 3, Nélson Gonçalves interpreta outro sucesso, este do carnaval de 1950: “Serpentina”, de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 9 de outubro de 49 (um domingo!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 80-0630-A, matriz S-078948. Na faixa 4, volta Dircinha Batista, desta vez cantando “Na casa do seu Thomaz”, sucesso do carnaval de 1939, de autoria de J. Cascata e Nássara. Gravação Odeon de 24 de novembro de 38, uma quinta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11689-A, matriz 5977. Na faixa 5, Odete Amaral, “a voz tropical do Brasil”, interpreta “Pavãozinho dourado”, de Roberto Cunha (jogador de futebol que participou da Copa do Mundo de 1938), que obteve boa aceitação na folia de 1940. Gravação Victor de 24 de outubro de 39, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34537-A, matriz 33199. Na faixa 6, Mário Reis, acompanhado pelos Diabos do Céu,  interpreta “Linda Mimi”, composição de João de Barro (Braguinha)sem parceiro, que Mário também cantou no filme “Estudantes”. Gravação Victor de 26 de junho de 1935, uma quarta-feira, lançada em agosto do mesmo ano com o número 33957-B, matriz 79942. Seu sucesso chegaria ao carnaval de 1936. Na faixa 7, Newton Teixeira, o inspirado compositor de “A deusa da minha rua” e “Malmequer”, entre outras, canta, acompanhado pelo regional do flautista Benedito Lacerda,  “Quando eu for bem velhinho”, sucesso do carnaval de 1940, de autoria de Lupicínio Rodrigues (que não fazia apenas sambas-canções e também era de carnaval) e Felisberto Martins. Gravação Odeon de 30 de novembro de 39, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 11822-A, matriz 6284. Em seguida, temos a presença de Patrício Teixeira, cantor, violonista e também professor de violão, em duas faixas. Primeiramente, “Diabo sem rabo”, de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1938, que teve problemas com a censura na época, e motivou uma segunda gravação (matriz 80678-3), com letra menos explícita que a desta primeira versão, gravada na Victor em 4 de janeiro de 38, uma terça-feira, e lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34289-A, matriz 80678-1. No acompanhamento, a orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha. Patrício ainda canta “Pele vermelha”, também de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1940. Gravação também da Victor, de 9 de outubro de 39, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34528-A, matriz 33177. Cyro Monteiro, “o cantor das mil e uma fãs”, aqui comparece com “Morena brasileira”, de Nélson Trigueiro e Miguel Lima, do carnaval de 1941. Gravação Victor de 14 de novembro de 40, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 34691-B, matriz 52050. Sílvio Caldas, “o caboclinho querido”, interpreta “Seu Gaspar”, de Hervê Cordovil sem parceiro, do carnaval de 1938, acompanhado por Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais. Gravação Odeon de 13 de dezembro de 37, uma segunda-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 11574-A, matriz 5734. Na faixa 12, volta Nélson Gonçalves, desta vez cantando “Princesa de Bagdá”, sucesso do carnaval de 1948, e, assim como “Serpentina”, também de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 27 de outubro de 47, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 80-0560-A, matriz S-078804. Aracy de Almeida, a dama da Central (e do Encantado), vem em seguida, interpretando “Papagaio”, de J. Piedade e Sá Roris, do carnaval de 1940. Gravação Victor de 20 de outubro de 39, uma sexta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34539-A, matriz 33196. Para finalizar, temos Joel e Gaúcho, “os irmãos gêmeos da voz”, apresentando “Mulata (Rainha do meu carnaval)”, de Hildebrando Pereira Matos e Felisberto Martins, acompanhados por Abel  e sua Orquestra, do carnaval de 1946 (que caiu em março).  Gravação Odeon de 17 de dezembro de 45, lançada um mês antes  da folia, em fevereiro, com o número 12666-A, matriz 7965 (há uma reedição posterior, com o número 12977-A). No próximo volume, teremos mais marchinhas de carnaval dos bons tempos. Até lá! 

lá vai ela – jararaca
pirata – dircinha baptista
serpetina – nelson gonçalves
na casa do seu tohomaz – dicrinha baptista
pavãozinho dourado – odete amaral
linda mimi – mario reis
quando eu for bem velhinho – newton teixeira
diabo sem rabo – patrício teixeira
pele vermelha – patrício teixeira
morena brasileira – ciro monteiro
seu gaspar – sylvio caldas
princesa de bagdá – nelson gonçalves
papagaio – aracy de almeida
mulata rainha do meu carnaval – joel e gaucho




*Texto de Samuel Machado Filho