Claudionor Germano E Orquestra De Frevos Nelson Ferreira – Baile Da Saudade I (1975)

Olá amigos cultos e ocultos! E não é que o Carnaval chegou? Já está por aí, batendo na porta. A festa está só começando. E desta vez, vamos juntos nesse embalo, postando aqui alguns disquinhos especiais para animar o seu carnaval. Vou começar trazendo um disco do Carnaval de Pernambuco, uma produção do selo Rozenblit, o “Baile da Saudade”, com a Orquestra de Frevos Nelson Ferreira e o cantor Claudionor Germano. Este lp nos apresenta um verdadeiro pot-pourri carnavalesco com vários clássicos, entre frevos e machinhas. O “Baile da Saudade” surgiu nos anos 70, no Recife. Uma festa de salão que ficou famosa por conta de sua animação, orquestra boa e de verdade. Coisa que chamou a atenção da gravadora Rozenblit, que veio a produzir esta série de (creio eu) três volumes. Aqui o primeiro, com temas bem conhecidos do grande público. Dividido em quatro faixa, cada qual um pot-pourri, de forma a não deixar o folião parar. Embarque nessa…

zé pereira
evohé
cidade maravilhosa
veneza americana
marcha n.1 do clube vassourinhas
frevo n. 1
a jardineira
aurora
oh bela
ala lá ô
o teu cabelo não nega
voltei recife
pierrot apaixonado
é assim
amor de marinheiro
o sonho que durou três dias
linda morena
rasguei a minha fantasia
jacaré comprou cadeira
as pastorinhas
malmequer
bandeira branca
frevo n. 1
saudade
é de fazer chorar
 
 
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Isto É Musicanossa (1968) Rozenblit

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Atendendo aos pedidos, eu finalmente consegui o lp “Isto é Músicanossa”, versão lançada pela Rozenblit e como o lp da Odeon, também datado de 1968. Neste disco da gravadora pernambucana vamos encontrar outros artistas, mas todos do mesmo ‘naipe’ do outro. Como destaque, temos o genial Johnny Alf, o Trio 3D de Antonio Adolfo com Novelli nos vocais, Maurício Einhorn e Mário Telles. Também aparecem intérpretes pouco conhecidos como, Henrique Beni, Iracema Werneck e Neide Mariarrosa. No todo, temos um conjunto impecável de artistas que também fizeram parte do movimento Músicanossa.

samba do retorno – johnny alf
alegria de carnaval – trio 3d e novelli
rosa branca – iracema werneck
rema – henrique beni
maria da favela – mário telles
alvorada – mauríco einhorn
eu e a brisa – johnny alf
pobre morro – neide mariarrosa
tema triste – iracema werneck
sistema – mauríco einhorn
o brilho da faca – trio 3d e novelli
nós – henrique bani
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Mancini E Os Dez De Ouro – Baile Jovem N. 2 (1968)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Trago para vocês neste domingo ensolarado um lp que eu encontrei recentemente num pacote que me foi enviado, ou melhor dizendo, deixado em minha porta! Ainda não consegui descobri que foi o doador, pois não havia nem um bilhete. Como estava em minha porta, deduzi que fosse mesmo um presente dos meus amigos ocultos. Obrigado, seja lá quem for! A turma aqui também agradece, não é mesmo? 🙂 E podem continuar fazendo as doações, são muito bem vindas!
Bom, mas entre os oito discos que ganhei, escolhi este aqui: Mancini e Os Dez de Ouro. Gostei da capa e também do repertório. E por se tratar de um disco da produção Rozenblit, fiquei ainda mais curioso e interessado em mostrá-lo aqui para vocês. Numa pesquisa rápida descobri que Mancini e os seus Dez de Ouro foi um grupo de baile muito atuante no Nordeste na década de 60. Gravaram apenas dois lps, todos os dois pela Rozenblit. As informações sobre eles são escassas. O que tenho é apenas este texto que achei num post do Youtube e aqui eu o reproduzo:  
Mancini e os dez de ouro foi formada por Zezinho Mancini na década de 1960 com músicos da Alta Mogiana. Ele e o irmão Vanderley, de Pedregulho, Maestro Bonutti de São Joaquim da Barra e o quarteto da Usina Junqueira: Altayr Ribeiro, Artur Ribeiro, Dó Menor e Zezito Lucas (the best of trumpet).
Pelo que pude observar, no primeiro disco, de 67, há na contracapa um longo texto, o qual não tive como ler, mas suponho que seja uma apresentação mais detalhada do conjunto. Vou ver se consigo também esse primeiro volume e numa próxima oportunidade e publico aqui para vocês, ok? Com relação ao conteúdo musical e a performance do grupo podemos dizer que eles cumprem bem o papel de um conjunto de baile instrumental dos anos 60. Os músicos são bem competentes e os arranjos de qualidade. O repertório também é legal e sortido, com músicas nacionais e internacionais, sucessos da época.

the last dance
aranjuez mon amour
tributo a martin luther king
pra nunca mais chorar
uno como e noi
l’ultima cosa
carolina
roda viva
the world we knew
when summer is gone
israel
suck un up
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Martinha (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Meu computador ainda se encontra no ‘CTI’, respira com dificuldade, mas permanesse vivo, pelo menos enquanto estiver ligado ou não surgir aquela temida tela azul novamente. Enquanto estiver assim, vamos levando… Mas já percebi que o áudio foi afetado. Ao digitalizar qualquer disco, percebe-se logo que a transposição de dados do arquivo vem com picos e falhas, fazendo parecer que o som está com mal contato, ou algo assim… Em resumo, o jeito é apelar para os ‘discos de gaveta’. Ainda bem que tenho em estoque material para algumas semanas, dessa forma, se tudo correr dentro da normalidade, não teremos pausa nas postagens diárias. Sejamos positivos! 🙂
Tenho hoje para vocês mais um pedaço do “queijinho de Minas”, a cantora e compositora Martinha, figura que há muito não vejo na mídia musical. Há tempos atrás eu postei aqui um outro disco dela. Estou, inclusive, aproveitando o ensejo para renovar o seu link que pode ser encontrado ainda hoje no GTM.
No presente álbum, lançado pela fábrica Rozenblit em 1968, iremos encontrar seu maior sucesso, “Eu daria minha vida”, música essa gravada por Roberto Carlos. Das doze faixas do lp, praticamente quase todas são de sua autoria. Pessoalmente, nunca vi muita graça na Martinha. Acho a sua música um tanto melosa e triste, mas contudo não posso negar sua originalidade e também sua popularidade. Sua música tem aquele ‘quê’ de ingenuidade, mas penso que isso também tem a ver com a própria época e o contexto onde ela estava inserida. Não acompanhei sua trajetória artística, mas sei que depois da Jovem Guarda, ela, como a maioria desses artistas, se enveredou para o romântico popular, compondo e gravando.vários outros discos. Este foi o seu segundo lp.

por quem estou apaixonada
se você não explicar
choro só por chorar
eu daria minha vida
eu queria
pior pra você, bem pior pra mim
você não voltou
a minha melhor amiga
a tão sonhada paz
não sei se você sabe
eu só queira namorar você
nem mesmo em sonho

Agostinho Dos Santos E Yansã Quarteto (1967)

Muito bom dia e ano a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos aqui o ano de 2012 com a esperança de continuar levando um pouco mais dessa luz, que é a música popular brasileira, que FOI a produção fonográfica brasileira e que é a parte mais rica da nossa história musical. Começo batendo na mesma tecla, lembrando o quanto o desinteresse de muitos e o oportunismo de poucos levaram a produção fonográfica brasileira ao sucateamento, ao desmantelamento e consequentemente ao esquecimento. Volto a afirmar o quanto anarquismo ‘cibernético’, ‘digital’ ou qualquer outro nome que vocês queiram dar, favoreceu à retomada e resgate do que foi levado embora ou se perdeu na música popular do Brasil ao longo das três últimas décadas. O surgimento de blogs como o Toque Musical, principalmente no Brasil, foi de suma importância, mesmo sendo visto com um grito marginal ou criminoso. Digo isso porque o Brasil foi um dos maiores produtores de discos no mundo! A melhor música popular do mundo está aqui! Aliás, como dizia o Aloysio de Oliveira, está aqui, em Cuba e nos Estados Unidos. A brasileira, para mim, é a melhor porque traz em si elementos genuínos e também os da música cubana e americana. Não é por acaso que todos querem e amam esse produto nacional. Observem que tudo que de bom neste nosso país acaba sendo adquirido e usufruído pelos de fora. Vejam o nosso café, o nosso ouro, a nossa mata… é tudo deles! Daí fica a pergunta, quem vendeu o Brasil? Resumidamente eu diria que foram os burros, os ingênuos encantados com espelhinhos brilhantes trazidos de fora, gente sem visão, sem coração, mas com muita fome de grana! Continuo mantendo a teoria da conspiração fonográfica, ‘trama do esfacelamento da produção fonográfica nacional’, do seu verdadeiro roubo, que tanto prejudicou grande parte dos artistas brasileiros e principalmente o acesso do nosso povo. A MPB deveria ser considerada um patrimônio cultural imaterial brasileiro, se é que isso é possível. É claro que sabemos o quanto é difícil, num país como no nosso, tentar gerenciar toda essa produção, que começa desde de quando o primeiro disco foi gravado por aqui. Não temos o mesmo poder dos americanos, europeus e japoneses, que sempre souberam valorizar seus produtos (e os nossos, claro!). Faltou-nos educação e investimento na cultura em geral. Faltou empenho por parte daqueles que estiveram sempre no poder. Agora, quando temos a oportunidade de rever isso, de mudar um pouco esse quadro, enfrentamos barreiras, que em outras palavras é o mesmo que dizer, estamos comprando de volta e pagando caro por aquilo que vendemos a preço de banana. Um disco, por exemplo, como muitos postados aqui, vocês só tiveram a oportunidade de conhecê-lo porque alguém, como eu, se deu ao trabalho de trazer de volta, de compartilhar e fazê-lo ser ouvido novamente. Podemos observar também que a maior quantidade de blogs que compartilham músicas, se concentram no Brasil e isso, eu creio que não é apenas porque não existe aqui de fato uma lei reguladora, com punições severas. A verdade é que ainda vale a pena manter o ‘anarquismo’ em prol do sucateamento, do resto do tesouro perdido pelas gravadoras, mas guardado com carinho nos lares brasileiros. À medida em que vamos soltando nossos discos, esses vão sendo novamente incorporados à lista de direitos autorais exclusivos. Como um termômetro, se alcança um bom nível de interesse e procura, logo nos será censurado e talvez relançado a preço de dólar. Diante à cruz ou à caldeirinha, melhor é continuarmos pondo nossos discos para rodar. A gente vai pagar mais caro por um cd ou uma faixa no iTunes, mas pelo menos vamos ter certeza de que a nossa música foi preservada, mesmo não tendo mais direito algum sobre ela.

E por falar em bater na mesma tecla, em discos raros e coisa e tal… Eu inicio o ano com este disco que é uma pérola negra. Um álbum realmente muito raro, tanto assim que até hoje nem em outros blogs vocês irão encontrar. Temos aqui o ‘lendário’ lp gravado pelo cantor Agostinho dos Santos acompanhado pelo Yansã Quarteto, um grupo instrumental pernambucano, berço primeiro do percussionista Naná Vasconcelos. Este álbum foi lançado em 1967 pela fábrica de discos pernambucana Rozenblit, através de seu selo Tecla. Trata-se na verdade de fonogramas lançados em três discos – EPs de sete polegadas – um formato diferente e raro com três furos (nem me perguntem, pois eu nunca vi um). Essas gravações foram feitas em Portugal (tá explicado), quando por um feliz acaso do destino, o Yansã Quarteto se encontrou em Lisboa com o Agostinho, que por lá passava suas férias. Contam que Agostinho já conhecia Naná Vasconcelos dos programas da TV Jornal, de Recife, quando o cantor se fez acompanhado várias vezes pelo percussionista nessas apresentações. Em Lisboa, Agostinho e o quarteto, se juntaram para diversas apresentações e as gravações, que se extenderam até em Angola. Este álbum, que eu saiba, nunca chegou a ser relançado. Quem sabe agora, ao verem ele todo lindão aqui? 🙂 Se virar REPOST, podem ter certeza, dentro em breve será relançado no mercado (internacional).
Não deixem de conferir… 😉
vem ouvir o mar
vem chegando a madrugada
tristeza
brisa
mona ami zeca
carnaval iolo buá
em luanda saudade de luanda
mulata é noite
a banda
canção triste
outra vez
aprende a viver

Baile de Gala – Teatro Municiapal Do Rio De Janeiro (1967)

Eu fiz hoje a chamada para o Carnaval, mas a postagem do dia está chegando agora.
Abrindo o nosso carnaval, vamos logo cair na folia e com toda a pompa. Começamos com um baile memorável. Vamos para o Baile de Gala do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no ano de 1967. Temos aqui um raro disco lançado pelo selo Sideral, da Rozenblit, apresentando o que foi o baile daquele ano, numa gravação ao vivo muito empolgante. Este álbum eu escalei meio que encima da hora. Tive que refazer a capinha que se encontrava um pouco amarelada e desgastada pelo tempo. Ficou até bem próxima da original.
É interessante notar como, naquela época, se lançavam discos como este, literalmente uma gravação ao vivo de um baile de carnaval. A qualidade do som chega a ser um pouco sofrível, muito pelo fato de que o ambiente e as condições técnicas não deveriam ser lá muito propícias. Mesmo assim, não deixa de ser interessante e saudosista. Me faz lembrar dos bailes que um dia eu fui também.
Um fato interessante e de destaque neste disco é que nele aparece pela primeira vez a marcha rancho “Máscara Negra”, de Zé Ketti e Pereira Matos, gravada ao vivo e no melhor estilo carnavalesco. Esta música passaria a fazer parte do repertório de carnaval deste e de todos os bailes desde então, se tornando um verdadeiro clássico. Confiram aí…

afinando instrumentos
cidade maravilhosa
mácara negra
colombina yê yê yê
a banda
linda mascarada
mulata yê yê yê
bicho carpinteiro
maê iê
jardineira
mamãe eu quero
joga a chave
mulata yê yê yê
demonstração de ritmo
saudade
colombina yê yê yê
demosntração de ritmo
máscara negra
pout pourri de sambas
vem chegando a madrugada
oba
volta maria
pout pourri de marchas
pó de mico
linda morena
o teu cabelo não nega
as pastorinhas