Tito Romero (Britinho) – Boleros Maravilhosos (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje, mais um disco entre os muitos gravados pelo maestro e pianista João Adelino Leal Brito, o Britinho, com sua orquestra, aqui com o pseudônimo de Tito Romero. Trata-se de “Boleros inesquecíveis”, lançado em 1959 pela Polydor, reunindo doze faixas realmente inesquecíveis. Uma delas, o clássico “A voz do violão”, foi transformada em bolero, mas nesta faixa há amplo destaque ao violão, como não poderia deixar de ser. As demais onze faixas são boleros consagrados, tais como “Que será?”, “Se a saudade falasse”, “Por que brilham os teus olhos” e “Falas de amor outra vez”. A respeito de Britinho, ou Tito Romero, pouco se sabe. Era gaúcho de Pelotas, nascido em 5 de maio de 1917 e falecido em ano que não se sabe ao certo (entre 1964 e 1966). Sempre ligado à música, começou a estudar violino aos dez anos, e aprofundou seus conhecimentos musicais, por influência dos tios, no Conservatório de sua Pelotas natal. Mais tarde, foi para Porto Alegre, a fim de substituir o pianista Paulo Coelho na Rádio Farroupilha, e em 1939 mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na boate Tabu. Dois anos mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde são encontrados os maiores registros de sua obra. Aliás, muitos pesquisadores de MPB fazem confusão entre Britinho e seu irmão, Rubens, também pianista na mesma época. O curioso, conforme relata o jornalista e escritor Ruy Castro em seu livro “Chega de saudade”, é que Britinho atua como pianista no primeiro disco de João Gilberto, lançado pela Copacabana em agosto de 1952, trazendo os sambas-canções “Quando ela sai” e “Meia luz”. Outro grande nome da MPB que nutria grande respeito e admiração por João Leal Brito – e por seu irmão, Rubens – era Dorival Caymmi, que o considerava um dos melhores pianistas do Brasil. Portanto, este “Boleros inesquecíveis” é mais um trabalho digno de nosso Toque Musical. É só ir ao GTM e conferir.

vai ver que é
sombras
luar de paquetá
incerteza
hei de querer-te sempre
um tango… uma saudade
vem me buscar
aperta-me em teus braços
mentido
divagando
teu juramento
foi mentira



*Texto de Samuel Machado Filho