Celio Balona – Vôo Noturno (1986)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Cá estamos em mais uma sexta independente. Este é um dia que permanece em nossa programação. As sextas feiras estarão sempre à disposição do artista/disco independente. Aquele que estiver interessado em promover seu trabalho fonográfico (musical e poético) através do Toque Musical, basta fazer contato. Terei o maior prazer em ouvir e tendo lá as suas qualidades (ou curiosidade), mais ainda em publicar no blog.

Fiquei aguardando a autorização de um artista para postar hoje o seu disco, mas só depois me dei conta de que o disco não é uma produção totalmente independente. Daí achei melhor postar um outro… De imediato me veio a luz, vai ser um disco do Célio Balona. Verifiquei no blog quais eu já havia postado e escolhei “Vôo Noturno”, album lançado em 1986. Mas, peraí… não estou eu pensando em postar outro disco semi independente? Parece que sim, este álbum traz o selo Bemol, foi gravado em seus estúdios e pelo próprio Dirceu Cheib. Porém, a Bemol já não é mais um selo musical, ou melhor, nunca foi. É acima de tudo um estúdio de gravação. Uma gravadora que se presta à todo tipo de trabalho, principalmente o musical. Este álbum é talvez ainda maisindependente, produzido, dirigido e arranjado e mixado pelo próprio artista. Isso é muito legal, pois Célio, assim teve total liberdade para fazer o seu disco. Por sinal, um belíssimo trabalho. Não sei porque eu ainda não o havia postado. Temos aqui um trabalho mais moderno, onde Balona se transforma e se inventa entre teclados. Digo moderno no sentido de inovação em relação a outros trabalhos. Pessoalmente, entre os que tenho e conheço, “Imagens“, disco de 83, é o meu preferido. “Vôo Noturno, porém, não fica para trás, um disco instrumental de primeira grandeza, gostoso de ouvir e com um toque bem mineiro, uai! Balona vem acompanhado por MariltonBorges, no piano e teclados; Jairo Lara, no saxofone; Gilberto Diniz, no baixo e Edson de Paulo na batera. Por aí já deu para sentir, não é mesmo? (olha aí, Célio! mais um no Toque Musical)
nissei
dama da noite
ginga
noturno
trem do norte
tudo de mim
zig zag
mística

Pequenos Cantores De Belo Horizonte Do Colégio Santo Agostinho – 10 Anos (1978)

Muito bom dia, meus prezados amigos cultos e ocultos! A postagem de hoje é especial e se faz por diferentes motivos. Estou postando este disco em homenagem a um amigo, que depois de anos vim a reencontrar ontem, por acaso, na Praça da Liberdade. Conversamos um bom tempo, relembrando o passado e falando do presente. Inevitavelmente falamos de música. Ele foi aluno num dos tradicionais colégios da capital mineira, o Santo Agostinho e fazia parte do coral dos Meninos Cantores de Belo Horizonte. Comentei sobre o blog e ele me falou do disco que gravou no colégio. Parece até mentira, mas nessa semana eu estive com o tal disco na mão. Prometi a ele que enviaria uma cópia, ou mais certo, postaria no blog. As coincidências não param por aí. Ao ouvir direito o disco percebi que havia nele uma música, “Prece ao vento”, de Gilvan Chaves e Alcyr Pires Vermelho. Minha mãe era apaixonada por essa canção e por acaso, ontem, foi a data de seu aniversário. Nada mais justo que eu postar hoje este disco, vocês não acham? Além do mais, o presente álbum tem qualidades e curiosidades típicas que caem como luvas em nosso Toque Musical. Vejam vocês…
O Colégio Santo Agostinho foi um dos poucos, ou talvez o único, na cidade a promover a música como parte de seu projeto educacional, através de atividades contínuas com seus alunos. Criou nos anos 60, a exemplo dos “Pequenos Cantores da Guanabara”, o seu grupo musical, inicialmente apenas com a intenção de homenagear o ‘Dia das Mães’. Ao longo dos anos e sempre renovando as vozes, eles foram gravando novos discos, lps e compactos. Em 1978 o coral completou 10 anos de atividades e para comemorar a data, lançaram este álbum duplo, que é uma síntese de tudo o que foi produzido por eles. O fato mais interessante desses lançamentos é que todos os discos tiveram o apoio profissional, os arranjos de quatro grandes nomes da música mineira, Aécio Flávio, Célio Balona, José Guimarães e Waldir Silva. Percebe-se também ao ouvir que os maestros também foram instrumentistas. A qualidade é mesmo muito boa e inquestionável. O repertório também não fica por menos. Tem inclusive o hino do meu glorioso Atlético Mineiro (quer mais oquê?). Uma questão de tradição, claro!
Como disse, trata-se de uma coletânea e das gordas! Não sei informar se depois desses dez anos o Colégio continuou a manter a tradição criada pelo seu diretor, o Padre José Bruña Alonso e o professor e músico Roberto Tarcísio Bacil. Este disco, assim como os outros lançados pelo coral, vocês poderão encontrar no blog ‘A Música Que Vem De Minas’, um espaço exclusivamente ‘uai’.
Segue aqui a minha versão… 😉

o que será
minha história
barracão
hino do colégio
conto de areia
et maintenant
retalhos de cetim
o ouro e a madeira
eres tú
bandeira branca
carinhoso
pout pourri – marchinhas de ontem:
pierrô apaixonado
jardineira
o teu cabelo não nega
periquitinho verde
linda morena
de menor
serafim e seus filhos
prece ao vento
belo horizonte criança
roda viva
hino do clube atlético mineiro
pout-pourri de samba:
crítica
não deixe o samba morrer
estão voltando as flores
meus tempos de criança
valsinha
se a gente grande soubesse
prá frente brasil

Balona e Seu Conjunto – Garota de Ipanema (1967)

Hoje eu acordei na maior indecisão… Ou isto ou aquilo?
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Salve Cecília Meireles! Só você mesma para adoçar a minha indecisão.
Pronto! Tá feito, tá escolhido… hoje vamos de Bossa Nova 😉 (ou vocês estavam esperando outra coisa?) Ah, é… também fui lá votar. Espero ter feito uma escolha tão boa quanto a do disco de hoje. A verdade é que não importa se estávamos predispostos ou não a ouvir um determinado estilo musical. O que conta mesmo é que ao tocar ele agrade a todos nós. Por isso, relaxem… agora é ‘jazz’, é bossa, é a escolha da maioria…
Temos então para hoje um dos discos que ficou para a final da mostra Paladium. De tanto zelo e preparativos para apresentar essa jóia, acabei sem achar um dia especial para postá-lo. Vamos assim com este disco raríssimo do músico mineiro, Célio Balona. Ao contrário dos outros três álbuns do instrumentista postados aqui, este é o único o qual podemos chamar de um legítimo bossa nova. Mesmo assim, nunca o vi postado no Loronix ou qualquer outro blog. Quem não conhece, não sabe o que estava perdendo. “Garota de Ipanema” foi um dos melhores e mais autênticos álbuns lançados pelo selo mineiro. Quem pensa que a Paladium só fazia aqueles disquinhos maquiados, não ouviu tudo. Este é um trabalho bem elaborado, com um conjunto de primeira linha e liderado por um artista super profissional e talentoso. (Célio) Balona e Seu Conjunto nos apresenta 12 temas finos entre composições autorais e destaques como o samba “Aurora” de Roberto Roberti e Mário Lago, a belíssima “Céu e mar” de Johnny Alf ou “Duas contas” de Garoto. Virando o disco ainda temos, claro, a “Garora de Ipanema” e “Insensatez”, ambas de Tom e Vinícius. As demais faixas não deixam nada a desejar, se mantendo no mesmo nível de qualidade. Não tenho certeza, mas acho que Helvius Vilela e Nivaldo Ornelas também faziam parte do conjunto do Balona. Este álbum foi relançado em 1976, nessa época já pelo selo Bemol. Não deixem de conferir…
aurora
amor que vem
céu e mar
tema para dedé
duas contas
balonadas
meu balanço
tema para dois
vem menina
garota de ipanema
insensatez
balanço 67

Celio Balona – Imagens (1983)

Olá meus prezados amigos cultos e ocultos! Hoje eu me atrasei, mas ainda estamos em dia 😉 E o dia hoje está bom para a música instrumental de Célio Balona. Um artista que marca presença aqui pela terceira vez. Ao longo desse tempo vemos (e ouvimos) seus diversos momentos como instrumentista de primeira linha, escondido atrás das montanhas de Minas. Desta vez eu trago “Imagens”. Para mim, um de seus melhores discos, aquele pelo qual o artista será lembrado. Eu acredito que este trabalho só não ‘deslanchou’ por ter sido lançado de forma bem mineira, sem alardes. Só que no mundo da música, se não fizer barulho não chama atenção. O Balona nunca esteve muito preocupado com isso. Por certo, pelo seu talento, nunca lhe faltaram oportunidades, mas ele preferiu seguir pelas ‘Geraes’. Este álbum é algo que agrada de imediato. Música instrumental moderna de nível internacional, nada parecido com seus trabalhos anteriores. Um ‘fusion’ bem temperado com participações especiais de Ezequiel Lima, Mário Castelo, Nenen, Marcus Viana, Juarez Moreira e outros feras da música mineira. Discão!

imagens
cantiqua
choroso
grafitti
tropicana
estrelas e vagalumes
flor de verão
brasiliana

Balona E Seu Conjunto – Música 18 Kilates (196…)

Aqui estamos novamente nesta sexta-feira, Dia dos Namorados. Para celebrar a data (ou não), temos um conjunto de baile que fez sucesso na Belo Horizonte dos anos 60, Célio Balona e seu grupo. Quantos casais de namorados já dançaram ao som do Balona no Minas ou no Automóvel Clube. Tempos bons aqueles, heim?

Temos então esta jóia rara, que eu acredito, nem mesmo seus autores se lembrarão de sua existência. Um disco raríssimo da MGL (Minas Gravações Ltda), a primeira gravadora das alterosas. Este está sendo um terceiro exemplar apresentado no Toque Musical dos trabalhos produzidos pelo pioneiro estúdio, criado por Dirceu Cheib no início dos anos 60. “Música 18 Kilates com Balona e seu Conjunto” é um lp que reúne doze gemas das Minas Gerais. Um seleção exclusivamente com compositores mineiros. Entre os mais conhecidos se destacam Ary Barroso, Ataulfo Alves e Pacífico Mascarenhas. Célio Balona vem acompanhado por músicos de primeira e conta com a supervisão do maestro Peruzzi.
Taí, mais um disco que só mesmo através de um blog vocês poderiam conhecer ou ter acesso.
paz, amor
menina triste
sonata sem luar
inquietação
menina da blusa vermelha
se houver você
mulata assanhada
despreocupadamente
jingle cha-cha-cha
cantando baixinho
quantos anos
a canção é você

Célio Balona E Seu Conjunto – Um Homem, Uma Mulher

A tempos venho pensando em postar, durante uma semana ou mais, alguns artistas do obscuro selo Paladium. Digo obscuro porque até hoje não encontrei na rede qualquer informação sobre este selo que atuou em Minas Gerais nos anos 60 e início dos 70. Obscuros também são quase todos os seus artistas que, segundo contam, eram os músicos da noite ‘belorizontina’, os artistas locais. Me parece que até o Joe Smith fazia parte do cast da gravadora. Os álbuns sempre tiveram um trabalho gráfico interessantes, principalmente os dos anos 60. Mas no que diz respeito às informações sobre o trabalho e artista, deixaram a desejar. Nem dada de lançamento eles usavam.
Bom, aqui vamos então com um peixe grande da Paladium, o multinstrumentista mineiro Célio Balona e o seu conjunto. Acredito que este álbum seja de 1970 e nessa época o Célio era o rei dos bailes em Belo Horizonte. O repertório segue essa linha, mesclando temas internacionais de sucesso com jovem guarda e samba. Um lp interessante que agora neste instante acabo de confirmar ser mesmo de 70 e é seu quarto álbum.
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the shadow of your smile
plus fort que nous
um homem, uma mulher
free again
tema de lara
o caderninho
trevo de quatro folhas
once in while
t’aimer foullement
quem ti viu quem te vê
triste madrugada