Feche Os Olhos E Sinta (1989)

Para encerrar com chave de ouro a série de álbuns dedicados à Jovem Guarda, sem dúvida o primeiro movimento de massa da história da MPB, o Toque Musical oferece prazeirosamente a seus amigos cultos, ocultos e associados uma coletânea de primeira, lançada em 1989 pela EMI (gravadora incorporada anos mais tarde pela Universal Music). Intitulado “Feche os olhos e sinta”, este disco reúne 16 faixas, garimpadas nos arquivos da antiga multinacional britânica, e a seleção musical foi feita por Francisco Rodrigues. Uma coletânea, sim, mas repleta de momentos antológicos e inesquecíveis. Abrindo o disco, a antológica “Festa do Bolinha”, de Roberto & Erasmo Carlos, com o Trio Esperança.  É baseada nos personagens de quadrinhos criados em 1935 pela cartunista norte-americana Marge (Marjorie Henderson Buell) – Luluzinha, Bolinha, Aninha, etc. -, e que se tornariam entretenimento de gerações seguidas, inclusive no Brasil, onde foram publicados pelas editoras O Cruzeiro, Abril, Devil e Pixel. Lançada em compacto simples, em maio de 1965, “A festa do Bolinha” deu título, mais tarde, ao terceiro LP do Trio Esperança, marcando a infância de muitos… inclusive a minha! O grupo também bate ponto aqui com seu primeiro grande sucesso, “Filme triste (Sad movies/Make me cry)”, lançado em 1962, ainda em 78 rpm, e incluído, um ano mais tarde, no LP “Nós somos o sucesso”, o primeiro do trio. “Feche os olhos (All my loving)”, versão de um clássico dos Beatles, celebrizada por Renato e seus Blue Caps, é aqui revivida em uma regravação feita pelo ex-vocalista do grupo (e irmão de seu fundador, Renato Barros, também autor da letra brazuca), Paulo Cézar Barros, em 1977. Formada por José Rodrigues da Silva e Décio Scarpelli, ambos paulistas de Santos, a dupla Deny e Dino aqui comparece com duas faixas imperdíveis: a primeira é “Coruja”, seu primeiro e maior sucesso, lançado em 1966 e que batizou o primeiro LP de ambos, e a divertida marcha-rancho “O ciúme”, hit de um ano mais tarde. Sérgio Reis, o “grandão”, vem aqui com seu primeiro e inesquecível sucesso, “Coração de papel”, composição dele mesmo. Lançado em fins de 1966, atravessou quase todo o ano seguinte em primeiro lugar nas paradas de sucesso: QUARENTA E TRÊS semanas! Anos mais tarde, vocês sabem, Sérgio Reis aderiu à música sertaneja, com êxitos sobre êxitos. Eduardo Araújo, outro ícone da música jovem daqueles tempos,  aqui nos apresenta outros dois hits inesquecíveis, até hoje rememorados: “Vem quente que eu estou fervendo”, parceria dele mesmo com Carlos Imperial, também gravado por Erasmo Carlos e mais tarde revivido pelo conjunto Barão Vermelho, e “O bom”, este só de Imperial,  que se tornaria um verdadeiro hino da Jovem Guarda,  e carro-chefe de Eduardo Araújo para todo o sempre. Conhecidos como “os reis dos bailes”, os Fevers nos apresentam outras duas faixas, ambas versões de Rossini Pinto, sem dúvida um especialista na matéria: “Já cansei (It’s too late)”, originalmente sucesso de Johnny Rivers, e “Vem me ajudar (Help, get me some help)”, hit em todo o mundo com o cantor holandês Tony Ronald. O inesquecível “rei da pilantragem”, Wilson Simonal, tem aqui outras duas faixas: a primeira é “Mamãe passou açúcar em mim”, de Carlos Imperial, sem dúvida um clássico na interpretação do eterno Simona. E a segunda é uma bem humorada versão dele para “Se você pensa”, de Roberto & Erasmo Carlos, com aquele toque pessoal que só ele sabia dar. A versão “Escândalo em família (Shame and scandal in the family)”, celebrizada por Renato e seus Blue Caps em 1965, vem aqui numa regravação de 1976, a cargo do grupo Década Romântica, que, como vocês perceberão pelo timbre vocal de seus integrantes, eram, na verdade, os Golden Boys! E eles aparecem em outras três faixas, todas clássicos imperdíveis: “Alguém na multidão”, do já citado Rossini Pinto, que seria o carro-chefe do grupo para sempre,  a “bítlica”“Michelle”, e “Pensando nela (Bus stop)”, hit originalmente do grupo britânico The Hollies, ambas também abrasileiradas por Rossini. Enfim, um disco que irá, por certo, proporcionar momentos de feliz reminiscência a todos aqueles que têm, carinhosamente em suas memórias, estes inesquecíveis sucessos, e também mostrar para as gerações atuais, um pouco do que foi este movimento musical bastante expressivo que foi a Jovem Guarda.  Uma festa de arromba pra ninguém botar defeito!

a festa do bolinha – trio esperança

feche os olhos e sinta – paulo cezar

coruja – deny e dino

coração de papel – sérgio reis

pensando nela – golden boys

vem quente que eu estou fervendo – eduardo araújo

já cansei – the fevers

mamãe passou açucar em mim – wilson simonal

o bom – eduardo araújo

filme triste – trio esperança

o ciúme – deny e dino

escândalo em família – década romântica

alguém na multidão – golden boys

se você pensa – wilson simonal

vem me ajudar – the fevers

michelle – golden boys e the fevers

*Texto de Samuel Machado Filho

Wilson Simonal – Se Dependesse De Mim (1972) REPOST

Olá a todos! Ontem, meio que de bobeira, eu acabei esquecendo de publicar a postagem. O dia foi corrido, quase não parei. Somente hoje é que me dei conta desta falha. Felizmente ninguém percebeu, não vi nenhum comentário.
Muito bem, aqui temos mais um disco do Wilson Simonal. Este álbum passou meio que despercebido entre os blogueiros e até mesmo entre o público em geral. Lançado em 1972, o lp veio recheado de músicas da melhor qualidade, pode-se dizer, escolhidas à dedo. Gosto, em especial, de “Mexirico da Candinha” de Roberto e Erasmo Carlos, versão super ‘swingada’ com uma sonoridade que não caí de moda. O encarte também é muito bonito, inspirado nas capas dos discos americanos de ‘black music”. Fino! Contudo, este disco não emplacou, talvez pelo malfadado momento, onde ele foi acusado injustamente de ser informante do Dops – aquele orgão repressor policial dos tempos da ditadura (argh!). Acho que foi isso… ninguém se ligou no som do Simonal. Confiram, pois este lp também é muito bom!

se dependesse de mim
quarto de tereza
irmãos de sol
mexerico da candinha
maria
saravá
feitio de oração
glória e paz nas alturas
ninguém tasca (o gavião)
expresso 2222
a quem interessar possa
noves fora
não me deixe sozinho

Wilson Simonal – Vou Deixar Cair (1966) REPOST

Bom dia a todos! Aqui vamos nós para a última semana de 2009. E para completar o ano, tenho ainda alguns discos que gostaria muito de ver no Toque Musical. Vamos assim iniciando a semana com o Wilson Simonal. Acredito que quase toda a discografia do cantor já foi disponibilizada na rede. Se procurar na blogosfera, certamente encontrarão todos, inclusive este. Mesmo assim, eu vou deixar cair 😉

Temos então um dos grandes álbuns do ‘Mister Swing’, lançado num momento áureo de sua carreira. “Vou deixar cair” é mesmo um discaço. Simonal vem acompanhado pelo Som 3, lendário grupo formado por Cesar Camargo Mariano, Sabá e Toninho. Só por aí já podemos ter uma ideia da qualidade desse trabalho. Contudo, ainda temos a versatilidade de um dos maiores cantores brasileiros, num repertório cheio de sucessos. Este disco tem um fator especial para mim. Foi um dos que fizeram parte da minha trilha na infância. Sempre me lembro da minha mãe cantando, “Meu limão, meu limoeiro” e “Mamãe passou açúcar em mim”. Saudades da minha velhinha…
vento de maio
meu limão, meu limoeiro
carango
minha namorada
sem você eu não vivo
enxugue os olhos
maria
a formiga e o elefante
mamãe passou açúcar em mim
franqueza
tem dó
samba do mug

Wilson Simonal – Compactos (1964 e 68) REPOST

Eu já estava quase desistindo desta segunda postagem. Ninguém comentou nada, eu entendi que não tivessem gostado. Mas como sou uma pessoa de palavra, não poderia deixar de cumprir o prometido. Dessa forma, temos então para encerrar a noite dois compactos do Wilson Simonal. O primeiro é de 1964 e traz “Nana” e “Lobo Bobo”. O segundo, de 68, é um compacto duplo com duas músicas de cada lado. Não vou nessa altura do campeonato entrar em detalhes sobre os disquinhos, cujo conteúdo é bem é puro balanço. Simonal é Simonal 🙂 Um disco a mais não vai fazer mal.

nana
lobo bobo
correnteza
meia volta
a saudade mata a gente
terezinha de jesus

Wilson Simonal – Compactos Do Toque Musical (2009) REPOST

Como disse o amigo culto, Simonal nunca é demais. Sem dúvida não é mesmo. Embora a postagem de ontem tenha sido um ‘repeteco’ do que já foi postado na blogosfera, percebo que muita gente ainda quer ouvir. Está dando o maior ‘ibope’. E eu pensando que não foi uma boa, acabei preparando outro Simonal para compensar. Acredito, diante aos resultados, que esta produção exclusiva do Toque Musical será mais do que um simples complemento.

Temos aqui uma seleção de cinco compactos lançados por Wilson Simonal durante mais de uma década, no período que vai de 1965 a 78. Obviamente, esta coletânea não corresponde ao melhor do artista. Seria difícil criar um álbum simples com o melhor de Simonal. O cara tem bagagem, num ‘the best,’ para mais do que um álbum tripo. Por outro lado, em minha seleção, procurei reunir os disquinhos que abrangem vários momentos, criando assim um álbum conceito, exclusivo para os amigos cultos e ocultos. Este fica sendo mais um presentinho de natal, daqueles que chegam depois. Uma agradável surpresa 🙂
juca bobão (1965)
garota moderna (1965)
mangangá (1966)
se você gostou (1966)
o apito no samba (1967)
o milagre (1967)
viva em paz (1973)
homem de verdade (1973)
nós somos filhos do mesmo deus (1978)
quando ele dormir (1978)
macumbancheiro (1978)
vamos vencer (1978)

Rock Bamba (1985)

Prenunciando um novo momento, vamos gradualmente saindo do rock em busca de outros ritmos e gêneros, que fazem da música popular brasileira um leque dos mais variados. Hoje eu estou trazendo uma coletânea chamada Rock Bamba. Uma copilação de músicas e artistas tão insólita quando o desenho da capa. Rock Bamba estaria mais para rock samba ou samba rock, mas vai entender o que passa na cabeça de quem produziu este disco? Isso sem falar no desenho amador representando mais um estilo ‘break-street-dance’ (será que existe?) do que rock ou mesmo o samba rock. É preciso ser muito bamba para entender isso. Contudo e apesar dos pesares, eles conseguiram reunir alguns artista/fonogramas muito interessantes. Este disco, pelo que tudo indica, não foi feito para ser comercializado. Me parece que foi criado como brinde. Daí a razão pela qual ele não segue um padrão. Temos aqui quatorze faixas com músicas que foram sucesso no período de dez anos, de 1968 a 78. Algumas inclusive, gravações raras. Vejam só o que temos para ouvir com outros olhos…

como vovó já dizia – raul seixas
beira d’água (a festa) – erasmo carlos e marku ribas
magnólia – jorge ben
colcha de retalhos – marku ribas
a minha menina – mutantes
domingas – jorge ben
cuidado com o buldog – wilson simonal
haroldo o robot doméstico – erasmo carlos
a noite vai chegar – lady zu
a lenda de bob nelson – erasmo carlos
eu também quero mocotó – banda veneno de erlon chaves
sofre – tim maia
coqueiro verde – trio mocotó
a princesa e o plebeu – jorge ben

Wilson Simonal – A Vida É Só Pra Cantar (1977)

Olá amigos, estamos de volta! Depois de quase uns vinte dias longe desta cachaça, retomo novamente o copo, quer dizer, às postagens. Confesso que mesmo apesar do ar das montanhas, dos banhos de cachoeiras e das caminhadas pelos verdes, senti saudades do Toque Musical e de todo esse mundo digital, que a cada dia nos torna mais dependentes. Mas eu não ousaria levar um leptop ou mesmo visitar uma lan house, com pena de ser criticado pelos amigos, que abdicaram até de relógios e celulares! 20 dias de pura natureba, que beleza… Não vi nem o Carnaval passar… Bom, daí cansei de descansar e agora tô de volta!
Vamos abrindo com o Wilson Simonal. Neste disco muito bom, de 1977, ele busca retomar sua simpatia, através da regravação de antigos hits. Conta com a participação do grupo Os Originais do Samba e nos traz um trabalho com muito fôlego e garra. Grande Simonal!

homenagem rubro-negra (joga corinthians)
sá marina/galha do cajueiro/vesti azul/mamãe passou açucar em mim
a volta do samba lelê
a vida é só pra cantar
queremos deus
meu ofício é cantar
vagabundo do rei
the banana boat song/nanã/ tributo a martin luther king
vai, vai, vai (melô do ziriguidum)
e viva a planta

Wilson Simonal – Simonal (1970)

Viva a pluralidade!
Sem Essa 2:48 Fred Falcão – Arnoldo Medeiros
Destino de Severino Nonô na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Oh Yeah!) – R. Luiz
Comigo é Assim 3:55 Antonio Carlos – Jocafi
O Mundo Igual de Cada Um 2:40 Cleo Galanth
Sistema Nervoso 3:00 Wilson Baptista – Roberto Roberti – Arlindo Marques Jr
Na Baixa do Sapateiro 2:19 Ary Barroso
Moro no Fim da Rua 3:06 Luiz Vagner – Tom Gomes
Deixa o Mundo e o Sol Entrar 4:21 Marcos Valle – Paulo Sérgio Valle
Aí Você Começa a Chorar 2:58 Wilson Simonal
Não Tem Solução 4:20 Dorival Caymmi – Carlos Guinle