José Roberto – Trio (1966)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Hoje o meu dia vai ser osso para mim. Por conta disso, separei uns três discos da melhor qualidade para ir ouvindo no Ipod ao longo das árduas horas de trabalho que terei pela frente. Entre os discos que vou ouvindo, escolhi este do José Roberto Bertrami como o toque do dia. Um álbum excelente de bossa jazz, raro, porém já bem divulgado na blogosfera. Quem ainda não o ouviu, não pode perder a oportunidade. Vale mesmo cada faixa.
José Roberto Bertrami vem acompanhado por Claudio Henrique Bertrami no contrabaixo e Jovito Coluna na bateria. Juntos eles dão um show de música instrumental entre temas autoriais e composições outras de Marcos Valle, Tom Jobim, Manfredo Fest, Baden e Vinicius, Adylson Godoy e Durval Ferreira.
Este álbum foi lançado pelo selo gaucho Farropilha em 1966, um dos primeiros disco do Zé Roberto. Ao longo de sua carreira ele ainda iria fazer parte do grupos A Turma da Pilantragem e o internacional Azymuth. Não deixem de conferir. Um discaço!

o canto de ossanha
dá-me
impulso
dorme profundo
lilos walts
só tinha de ser você
kébar
chuva
flor da manhã
balansambá
taluhama

Jongo Trio – Compacto (1965)

Pois é, meus prezados amigos cultos e ocultos, segue agora o compacto de bônus ou, o toque extra para começarmos uma outra comemoração. Vejam vocês como uma coisa leva a outra. Falamos de Dick Farney Trio e vamos na sequência novamente com Toninho e Sabá, ao lado do pianista Cido Bianchi. Juntos eles formavam o Jogo Trio. O grupo foi formado em São Paulo, em 1965. Fizeram diversos shows, tocando no Teatro Arena, Paramount, na boate Cave e na TV com ‘Hélice’ Regina e Jair Rodrigues, no histórico programa “O Fino da Bossa”. Foi nele que surgiu a oportunidade do trio gravar um disco pelo selo gaúcho Farroupilha. Veio primeiro o compacto duplo, para anunciar a chegada do lp, que foi lançado naquele mesmo ano de 65.
Como eu dizia, uma coisa leva a outra e mais outra… Nesta semana o Toque Musical está também comemorando os seus 4 anos de vida. Sinceramente, eu não esperava chegar até aqui. Não que me falte munição. A verdade é que muita coisa aconteceu ao longo desse tempo, alegrias e também frustrações, ânimos e desânimos. Muita pressão, pouco tempo, mas acima de tudo um desejo incontrolável de tratar de um assunto que é uma das minhas paixões: a música, seus artistas e seus discos. Vejo que todo esse tempo não foi em vão, por isso mesmo ainda e cada vez mais rico fica este nosso Toque Musical. O administrador aqui, também ficou rico, mas não foi pedindo doações e nem alugando espaços para propaganda (na cara e ocultas). Eu me enriqueci foi conhecendo mais sobre a música brasileira. Foi tendo a honra de conhecer e ser reconhecido por esses artistas maravilhosos que em sua maioria sempre aprovaram a minha conduta. Foi levando alegria àqueles que por conta do progre$$o da indústria fonográfica se viram iludidos pelo brilho falso de uma coisa chama ‘compact disc’, que deixou para trás (ou passou  para os de fora) o momento mais importante da nossa música popular brasileira. Sucateados fomos todos nós, que a custa do anarquismo e de uma suposta ilegalidade, tivemos que recorrer ao uso da mesma tecnologia para recuperar um pouco a nossa dignidade musical. Vocês já pararam para pensar onde estaríamos se essa revolução do compartilhamento não tivesse existido? O que estariam produzindo os nossos novos artistas, sem referências ou influências históricas? Talvez estaríamos agora totalmente dominados por macaquices, tolices e outros lixos que ‘eles’ tentam nos vender como a nova música brasileira de qualidade (no máximo curiosidade!). O popular não precisa necessariamente ser pobre, copiado, obtuso e obsceno. É preciso que haja luz para iluminar o caminho dos que chegam e uma cultura musical descente, própria do nosso povo! Viva o Brasil, meu irmão!
Para finalizar a minha prosopopeia, irei nesta semana de aniversário fazer postagens como a de hoje, ou seja, um lp e em seguida um compacto. É o meu presente de aniversário 😉

feitinha pro poeta
seu chopin, desculpe
terra de ninguém
eternidade