Hebe Camargo – Hebe Comanda O Espetáculo (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu reservei para hoje, sábado a noite, um encontro de vocês com a Hebe Camargo. Olha aí, que programa legal! Vai ficar em casa? Então se junte a essa turma que ela traz para o seu sofá.
Temos aqui um curioso disco da Odeon, lançado em 1961 pela Odeon. Já nessa época a Hebe fazia sucesso como apresentadora. A cantora já tinha até o seu sofá, onde recebia os ilustres artistas. Foi nessa onda que a gravadora resolveu lançar este disco no qual a cantora nos apresenta alguns artistas, obviamente, do seu ‘cast’. Como se pode ver pela divertida capa, temos a Hebe Camargo ao lado de Isaura Garcia, Walter Wanderley, Francisco Egydio, Osny Silva, Pery Ribeiro, Germano Mathias, Celly e Tony Campello. Cada qual em seu momento apresenta uma música, sendo essas faixas extraídas de seus álbuns, na época. De original aqui, creio, só mesmo o diálogo entre os artistas, dando a parecer como no programa de televisão.

cantiga de quem está só – pery ribeiro
faz-me rir – hebe camargo
quem quiser encontrar o amor – walter wanderley
desse amor melhor – hebe camargo
canário – celly e tony campello
no domingo não – hebe camargo
só em teus braços – isaura garcia
são francisco – hebe camargo
maria rosa – francisco egydio
eu tenho adoração pelos meus olhos – hebe camargo
bonitona do 1. andar – germano mathias
el dia em que me queiras – osny silva e hebe camargo
.

Roberto Paiva E Francisco Egydio – Polêmica (1956)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Finalmente me encontro numa pausa e aproveito o momento para mandar aqui o meu recado, o toque do dia. Como estou em trânsito, hoje vou recorrer aos meus ‘discos de gaveta’. Não tive tempo para preparar coisa melhor, daí vamos com o excelente “Polêmica” – Noel Rosa X Wilson Batista, nas vozes de Francisco Egydio e Roberto Paiva.
Embora seja um disco já bem divulgado em diversos blogs musicais, eu penso que ele ainda irá surpreender muita gente que passa por aqui. Trata-se, sem dúvida, de um disco com músicas de dois grandes compositores, Noel Rosa e o sambista Wilson Batista. Acredito que todos saibam da história da rixa entre os dois compositores. Contam que por causa de uma morena tudo começou. Noel estava ressentido com o malandro Wilson que havia lhe ‘roubado’ uma pequena. Quando Wilson Batista compôs “Lenço no pescoço”, uma apologia à malandragem, Noel viu ali a chance de lhe revidar e escreveu o samba “Rapaz folgado”, onde numa indireta bem direta ele puxa o rodo no Wilson. Daí começa a curiosa batalha musical, com Noel e Wilson trocando insultos em versos (insultos mais por conta de Wilson Batista, é bom dizer). Esse fato durou pouco mais de uns dois anos, mas se prolongou na história porque dele nasceram músicas que hoje são clássicos do nosso cancioneiro popular. Com a mesma morena por quem a disputa começou, foi também o motivo como tudo terminou (bem). Wilson havia escrito o samba “Terra de cego”, onde dava mais uma alfinetada em Noel. Mostrou e cantou para ele a música em um bar e ali mesmo. Segundo contam, Noel gostou do samba, mas pediu para trocar a letra, ou melhor, criou uma nova letra para a música que passou a se chamar “Deixa de ser convencida”. A letra que antes dizia a Noel para perder a mania de bamba, agora falava à morena Ceci para deixar de ser convencida.
Em 1956 a Odeon decide então lançar o álbum “Polêmica”, onde reúne os sambas que os dois fizeram durante esse período. Francisco Egydio foi o responsável pelas interpretações dos sambas de Noel e Roberto Paiva os de Wilson Batista. A gravação deste álbum foi importante porque trouxe a tona um assunto que não era do conhecimento do grande público. Fez também trazer de volta essas primeiras composições de Wilson Batista.
Na contracapa do lp de 10 polegadas, temos um texto explicando melhor essa polêmica, escrito por Nassara, que também assina a bela e divertida capa.

lenço no pescoço – roberto paiva
rapaz folgado – francisco egydio
mocinho da vila – roberto paiva
palpite infeliz – francisco egydio
frankenstein – roberto paiva
feitiço da vila – francisco egydio
conversa fiada – roberto paiva
joão ningém – francisco egydio
terra de cego – roberto paiva

Noel Rosa – Vários Odeon (1962)

Olá! Hoje, para facilitar a minha vida e alegrar a de todos nós, vamos com a música de Noel Rosa. É como dizem, quando o doce é bom a gente não enjoa. Noel é sempre Noel, seja cantado por quem for. E aqui ele vem nas vozes e instrumentação de grandes nomes do ‘cast’ da Odeon, no início dos anos 60. Este álbum, conforme nos indica um dos textos da contracapa, foi lançado pela gravadora no sentido de relembrar o Poeta da Vila, no 25º ano de sua morte. Foram reunidos neste lp doze das mais badaladas músicas criadas por Noel Rosa, um verdadeiro festival de sucessos. Muitas dessas gravações vocês também poderão encontrar em outros discos da gravadora já postados aqui anteriormente. Na contracapa há também um texto do Sérgio Cabral falando um pouco sobre cada uma das faixas, o que facilitou ainda mais o meu trabalho.
O toque inicial eu já dei, agora vocês podem ir rolando a bola. 😉

feitio de oração – coral de ouro preto
mulato bamba – mário reis
fita amarela – sambistas da guanabara
rapaz folgado – francisco egydio
feitiço da vila – côro odeon
último desejo – roberto luna
até amanhã – trio irakitan
pastorinhas – a banda do corpo de bombeiros rj
gago apaixonado – moreira da silva
eu vou prá vila – astor e orquestra
pra esquecer – solon salles
conversa de botequim – fafá lemos

Francisco Egydio – Vive Os Sucessos De Lupicinio Rodrigues (1962)

Para recordar, temos aqui o Francisco Egydio. Cantor de sambas e marchinhas famosas que no início dos anos 60 se voltou para o gênero romântico, onde então passou a fazer mais sucesso. Neste disco, de 62 pela Odeon, ele faz uma homenagem ao grande compositor gaúcho, Lupicínio Rodrigues, de quem ele gravou várias canções. É um disco que eu recomendo, ainda mais porque os arranjos e acompanhamento são de Walter Wanderley. Toque de mestre…

Maria Rosa
Nunca
Lavadeira
Brasa
Nervos de aço
Cadeira Vazia
Vingança
Esses moços
Se acaso você chegasse
Taberna
Quem há de dizer
Exemplo