Ely Camargo – Danças Folclóricas Brasileiras E Folguedos Populares (1968)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje tenho a satisfação de trazer aqui mais um disco da Ely Camargo. De vento em popa, logo podemos ter toda a sua discografia aqui. E isso, por certo, só acontece a alguns poucos artistas, os quais acreditamos terem em toda sua trajetória uma discografia impecável. E Ely é, sem dúvida um exemplo. Este disco foi postado originalmente no excelente blog Cantos & Encantos, que hoje, infelizmente, já não existe mais. Pelo jeito, poucos blogs ainda resistem ao tempo, como o nosso Toque Musical. Como estamos vivendo um momento adverso em nossas vidas, por conta do tal vírus, eu estou sendo obrigado a buscar, eventualmente, discos de postagens de outros blog. Muitos desses discos eu até os tenho, mas literalmente é uma mão na roda já encontrar a coisa pronta e não foi atoa que guardei tudo em meus arquivos. Agora estão aí, valendo novamente, para a alegria de todos que não conseguiram buscar o seu.
Acho que não preciso entrar em detalhes sobre este lp, lançado em 1968 pelo selo Chantecler. A contra capa já diz tudo. Um passeio pelo rico folclore brasileiro, um leque com diferentes tipos de manifestações musicais. Confiram essa belezura no GTM.

reisado alagoano (3 temas)
ciriri
cateretê do brejo velho
pastoril de sergipe e alagoas
caipó paulista e mineiro
samba-lenço
boi bumbá é boi
cantiga de são gonçalo
quereumana
ratoeira
dança do retiro, dança da caçada
moçambique
maracatu
vilão

 

Ely Camargo – Gralha Azul (1965-88)

A quem possa interessar… (e com certeza vai), tenho para o dia de hoje este belíssimo trabalho, lançado originalmente em 1965 pela gravadora Chantecler. Trata-se de um raro lp com a cantora e folclorista goiana Ely Camargo e participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, apresentado temas folclóricos do Estado do Paraná. A gralha azul é um pássaro, símbolo deste Estado.
Em 1988 este álbum foi reeditado através da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, recebendo um novo tratamento de áudio e desta vez apresentado em alto estilo num álbum de capa dupla e oito páginas com todas as informações sobre o trabalho. Foi produzido em edição limitada e não comercial. O lp original nunca voltou a ser relançado, infelizmente. Mas a versão digital está aqui, no Toque Musical. Confiram no GTM, ok?

gralha azul
lajeana
tiraninha
sabiá
cana verde
jogos infantis – cirandas
barreado
pau de fita
balainha
cena do boi
cena do cavalinho
cena do barão
cena da bernunça
cuá fubá
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Ely Camargo – Canções De Minha Terra Vol. 2 (1963)

Bom dia a todos! Rapidinho, aqui vai mais um disco da Ely Camargo, da série “Canções de Minha Terra”, lançada nos anos 60. Temos desta vez o Volume 2, para fazer crescer ainda mais a discografia da artista no nosso Toque Musical. Como vocês já devem ter percebido, eu sou fã da Ely. É por isso que eu empenho tanto em estar sempre lembrando o seu nome, através de seus discos maravilhosos.

Como todos já devem saber, Ely Camargo é goiana e neste segundo volume, dedicado à terra natal, vamos encontrar 15 canções regionais, específica do centro oeste, exclusivamente de autores goianos. São ritmos dos mais variados como modinhas, toadas, valsas, folia e outros, que necessariamente também passam por outras regiões brasileiras.
O que eu gosto nessa artista, além do seu próprio talento, são as suas escolhas musicais, o rumo que ela segue, buscando sempre nos trazer obras raras, de qualidade e fundamentalmente importantes para a cultura regional brasileira. Confiram aí mais uma de suas jóias musicais.
noites goianas
já fui carreiro
você está ficando diferente
danado de bão
trovinhas
pregões de goiáz
saudade
anita
ai moreninho
nossa senhora da guia
lembranças de goiás
balada goiana
veneno
aruanã
meu ciúme

Ely Camargo – Canções Da Minha Terra Vol. 3 (1964)

Bom dia, amigos cultos e ocultos. Daqui a pouco eu estarei indo para a Feira do Vinil. O tempo está chuvoso, mas mesmo assim o vinil vai rolar solto. Juntei um monte de ‘preciosas raridades’, com disse o amigo visitante, e agora vou levar para as minhas trocas e vendas. Quem está em Belô e gosta de vinil e cds de artistas independentes, não deve perder. A feira abre às 12 horas e vai até às 20. Antes mesmo de chegar lá, já tem gente me enviando e-mails, pedindo para reservar discos. Não vou garantir sem garantia$. Quem realmente estiver interessado, vai chegar na hora. 😉
Entre os quase 200 discos que pretendo levar para a Feira, há também este da Ely Camargo. Artista maravilhosa, que todos por aqui já devem conhecer através dos vários discos que andei postando. Quem ainda não teve a oportunidade de ouvir este volume 3, eu recomendo. É tão bom quanto todos os outros da série. Este “Canções da minha terra”, como podemos ver pelos títulos das faixas logo a baixo, não se limita à música de seu estado, Goiás. O ‘minha terra’ aqui é o Brasil. E como uma genuína artista brasileira, ela conhece como poucos a música regional e folclórica, do Iapoque ao Chuí. Confiram aqui essas pérolas e gemas, já bem conhecida por todos nós, mas ainda mais belas através da interpretação de Ely Camargo.

lampião de gas
boi barroso
flor de são joão
upa upa (a canção do trolinho)
tristezas do jeca
noites gaúchas
viola cantadeira
casinha pequenina
pezinho
maringá
fiz a cama na varanda
quem sabe
santo rei
chuá chuá
azulão
pingo d’agua
o jangadeiro
guacyra
luares goianos

Ely Camargo – Cantigas Do Povo – Água Da Fonte (1983)

Bom dia para todos! Há pouco tempo atrás um de nossos visitantes estava à procura da discografia da Ely Camargo. Eu acredito que tenho disponível quase todos os seus discos. Mas mesmo no caso desta grande artista (que eu adoro), prefiro não postar tudo de uma só vez. Vou aos poucos, em dosagem homeopáticas. Um disco aqui, outro ali, assim vai… Não quero que por aqui ela caia logo no esquecimento. Vez por outra vamos ter sempre aqui a Ely Camargo.
“Cantigas do povo” foi um álbum lançado por ela no início dos anos 80, numa produção para a Edições Paulinas Discos. No lp vamos encontrar diversos cânticos populares ligados às danças e aos autos de natureza religiosa, como os hinos e benditos de procissão, além das canções de embalar, os pregões, cânticos de velórios e de pedir esmolas. São temas recolhidos, adaptados por Ely e o Frei Francisco Van Der Poel. Participam também do disco a Banda de Pífanos de Caruarú. Os arranjos e regência são do Maestro Jorge Kaszás. Um belo disco, podem conferir…

reisado de alagoas (quatro temas, maceió 1973)
que noite tão bonita (folia de reis, nova resende-mg 1979
pastorinhas (seis temas, pirenópolis-go 1973)
bendito são josé (virgem da lapa – tumtm-mg 1974)
cantiga de mendiga (palmeira dos índios-al 1973)
deus te salve a casa santa (congos, quatro temas – go 1973)
puxada do mastro de são sebastião (ilhéus-ba 1981)
cantos para pedir chuva (dois temas – araçuaí-mg 1980)
25 de dezembro (folia de reis – goiás 1973)
bendito de santa luzia (juazeiro do norte-ce 1980)
incelências (cantigas de velório, virgem da lapa-mg 1974)
adeus minha lapinha (canto de beijar, araçuaí-mg 1980)

Ely Camargo – Canção Da Guitarra (1968)

Seguindo a semana, que passou tão depressa, vou postando aqui mais um disco da Ely Camargo. Adoro essa artista e tenho certeza que muita gente também gosta. Os que não fazem parte desse grupo são talvez aqueles que ainda não abriram os olhos e ouvidos para conhecer melhor o seu trabalho. Ely é uma das mais importantes artista folclorista do Brasil e injustamente uma das menos lembradas. Neste disco de 1968, lançado pelo selo Chantecler, Ely nos apresenta um pouco da obra do compositor Marcelo Tupinambá. Este por sua vez, também é outro artista da nossa música, pouquíssimo lembrado, principalmente nos dias de hoje. Coincidentemente, seu verdadeiro nome era Fernando Lobo, igual ao outro compositor, pai de Edu Lobo. Ele adotou esse pseudônimo para continuar exercendo, paralelo à música, sua formação em engenharia. Só mesmo quem estuda música e história está a par dessas histórias e de quem são ou foram os verdadeiros nomes da música brasileira na primeira metade do século XX. Marcelo Tupinambá, talvez pela distância no tempo, talvez pelos gêneros trabalhados, hoje em dia fique mesmo no limbo, esquecido. Sua obra é muito abrangente, vai do erudito ao popular. Em “Canção da Guitarra”, Ely Camargo nos mostra uma faceta mais descontraida do artista. Temos no lp 14 belas músicas, que vão de batuque, canção, toada, valsa, maxixe e tanguinho. A interpretação de Ely Camargo dá às músicas de Marcelo Tupinambá um aspecto mais ‘folk’ e porque não dizer, até mais agradáveis. Sem dúvida, um belíssimo disco, tem que conferir…

toada
canção da guitarra
soldadinhos de chumbo
angelus
a vida é essa
fandango
noite de encanto
trigueira
o cigano
viola cantadeira
batuque
coisa ruim
minh’alma
esperança vã

Ely Camargo – Canções Da Minha Terra Vol.4 (1964)

Sempre que eu escuto ou vejo a Tetê Espíndola me lembro da Ely Carmargo. Tirando a diferença vocal, acho que as duas tem muito em comum. Hoje cedo, caminhado pela praia, fui seguido pela Tetê cantando “Sertaneja” no rádio. Inevitávelmente acabei cantarolando também algumas músicas que aprendi nos discos da Ely Camargo. Fico as vezes chateado ao perceber que a maioria da pessoas não se lembram dela. As novas gerações então, nem se fala… Sua música não toca mais no rádio e ela nunca mais foi vista pela televisão. É uma pena… Só mesmo programas como os de Rolando Boldrin ou aquele outro da Inezita Barroso, que eu já nem sei se ainda existem, mas que eram muito bons. Ouvir Ely Camargo é ouvir o autêntico Brasil.
O lp que aqui apresento é o último da série “Canções da minha terra”, que compreende uma vasta seleção de canções populares brasileiras, do norte ao sul do país que ela gravou nos anos 60. Ao longo de nossa jornada irei trazendo os outros volumes para que vocês possam também saborear e confirmar a beleza que é a arte desta mulher. As dezessete faixas que compõe este álbum são em sua maioria clássicos que ela interpreta de maneira bastante original. Enriquecendo ainda mais esse trabalho, Ely conta com as participações especiais de Márcio Alencastro Veiga ao violão e Zé do Rancho na viola caipira. A orquestração é regida pelo maestro Zico Mazargão. Discão! Pode conferir!

minha terra
que sodade!
rolete de cana
ao luar
yemanjá
vida marvada
no tempo do onça
amo-te muito
cabôca bunita
reisado
piracicaba
uirapuru
em tudo há uma saudade
leilão
azulão
dança do escorregado
rio grande do sul

Ely Camargo – Outras Canções Da Minha Terra (1967)

Ainda ecoando por aqui a voz feminina, hoje tenho o prazer de trazer mais um disco desta genial cantora Ely Camargo. Na verdade, o certo seria dizer, uma genial cantora e seus excelentes álbuns. Espantosamente para mim, vejo pelo índice da audiência no Toque Musical que os discos da Ely não despertam tanto interesse como eu imaginava. O que é uma pena, pois essa grande maioria de desinteressados não sabe o que está perdendo. Talvez, por aqui, eu não tenha dado a devida ênfase a esta grande e pouco lembrada artista goiana. Quando falamos de música regional, tradicional, música da terra ou folclórica, muita gente pensa que se trata de música caipira ou sertaneja. Outros ainda chegam a pensar nas deturpadas derivações do neo-sertanejo com a babaquice country, que somados geram essas duplas de bocós que a gente vê surgir todos os dias.
Mas figuras como Ely Camargo estão acima, bem acima desse patamar. Embora esteja inserida no universo musical de nossas raízes, do tradicional ou popular, paradoxalmente podemos dizer que Ely Camargo é uma erudita. Sua relação com o tradicional é profunda e a acompanha desde a infância. Herdou do pai, o compositor Joaquim Edison Camargo toda a sua riqueza musical e foi além. Pesquisadora respeitada, não apenas no país, já representou o Brasil em diversos momentos levando aos estrangeiros a nossa cultura, mostrando ao mundo que a música brasileira não se resume apenas em samba e bossa nova. Neste instante me vem a cabeça um pensamento…, o quanto temos deixado de lado e esquecidas as nossas verdadeiras tradições. Temos trocado nosso ouro bruto por bijuterias. As novas gerações só conseguem ver maracatu, toadas, maxixe, côco, samba e tantos outros ritmos maravilhosos que temos, se estiverem temperados ou decorados com raps, funks, reggaes e punks. É como botar gelo uma boa pinga de Salinas. Por essas e por outras é que eu insisto em apresentar aqui mais algumas vezes esta ilustre figura. No que depender de mim, ainda teremos outros discos dela por vir.
A Chantecler foi um selo criado no inicio dos anos 60, especialmente para lançar artistas, descobrir novos valores e revela-los ao Brasil. Durante sua existência ele cumpriu bem o papel, figurando entre seus lançamentos os primeiros e mais famosos discos de Ely Camargo.
Para hoje, vamos como o belíssimo “Outras Canções de Minha Terra”, também compreendido como sendo o quinto volume da série “Canções de Minha Terra”. Neste álbum ela continua resgatando temas tradicionais. É bom lembrar que “as canções de minha terra” não se referem apenas à música de Goiás, mas de todo o Brasil. Temos acompanhando Ely o grupo vocal Os Titulares do Ritmo e a viola de Zé do Rancho. Os arranjos são dos maestros Zico Mazargão e Jorge Kazsás. Mais um disco nota 10! Confiram o toque…

mamãe iemanjá
canto chorado
xodó
mulé rendeira
sodade, meu bem, sodade
biá-tá-tá
morena, morena
meu barco é veleiro
boneca de pano
rancheira de carrerinha
eterna saudade
jornada de iapinha
meu limão, meu limoeiro
prenda minha
distante da pátria
dança de caboclo
preto do corcovado

Ely Camargo – Folclore Do Brasil (1975)

Mais uma vez, marcando presença em nosso blog, temos aqui a Ely Camargo. Eu já havia anteriormente postado dela o álbum “Canto da minha gente” de 1974. Como eu iniciei a semana postando discos dos artistas de raiz, acabei esticando um pouco mais o tema. Se tudo der certo e for do agrado de todos, continuarei nessa até o fim de semana.
“Folclore do Brasil” segue um pouco a linha do álbum anterior, porém não é exatamente um disco folclórico documental. Trata-se de um trabalho que busca registrar temas e ritmos folclóricos, pautados na literatura do foclorista Rossini Tavares de Melo. Um disco verdadeiramente maravilhoso, com participações especiais dos Titulares do Ritmo e do grande mas pouco lembrado percussionista, Ernesto de Lucca. Ely Camargo procurou reunir uma série de melodias e fórmulas ritmicas que pudessem compor uma imagem do folclore musical do Brasil. Como o nosso país em seu imenso territorio possui diversas raízes e agrega outras tantas culturas, podemos ter certeza de que neste discos encontraremos algo muito especial.
Confiram este álbum pois o que temos aqui é uma jóia muito rara (em todos os sentidos).

mãe maria
(lundu)
fita, renda e botão
olha a laranja pêra
quem quiser comprar suspiro
(pregões)
acordai, donzela
(modinha)
vai, torna vortá
(recortado)
moreinha, se eu te pedisse
(modinha)
batuque
(quatro temas)
levantei de madrugada
(moda de viola)
eu quero uma ziricartola
(chula)
vamos todos companheiros
(canto de bebida)
chique, chique
(chimarrete)
eu conheço muita gente
(toada)
cantigas de congadas
(sete temas)
tava na beira da praia
(modinha)
eu vou mergulhar
(embolada)
toadas do cururu
bate, bate, o ferreiro / pega a enxada
(cantos de trabalho)
romance de dom jorge e dona juliana
folias de reis
escrevi o teu nome na areia
(modinha)
calunga
o maripá
pisei na linha do congo
(pontos de sessão de terreiro)

Ely Camargo – Canto Da Minha Gente (1974)

Ainda impregnado com a música folclórica latino-americana, inicio a semana com a Ely Camargo, pesquisadora e artista de Goias. Seu trabalho se extende através da música em shows, palestras, oficinas e videos que são mostrados principalmente na Europa. Mesmo com tantos anos de estrada, pesquisando a música folclórica brasileira, ela ainda hoje é pouco conhecida. Neste disco ela trabalha com temas tradicionais e recolhidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Um trabalho genuinamente brasileiro!
(Infelizmente os putos do DMCA estão reclamando de direitos autorais deste disco. Fui proibido pelo Blogger de colocar um endereço indicador para baixar o disco. Mas se eles acham que o bloqueio ao acesso a cultura se resolve desse jeito, estão muito enganado. Agora, mais que nunca, faço questão de divulgar este álbum e todo aquele que por desventura passar por essa situação. Quem estiver interessado em ouvir este disco, basta me enviar um e-mail – toquelinkmusical@gmail.com. Se não vai pelas vias normais, a gente usa as alternativas. Esse povo ainda não se deu conta de que estamos num caminho sem volta. Eles que procurem uma outra forma de ganhar dinheiro. Dizer que estão defendendo o direito de criação autoral é uma grande hipocrisia, é falso! Eles defendem seus próprios interesses, isso sim!)