Orquestra Continental De Jaú – Ao Vivo Nas Rádios Nacional E Mayrink Veiga (1958 e 59)

Como eu havia dito anteriormente, ainda temos os bônus. O baile ainda não acabou, vejam vocês… Procurando algumas informações complementares sobre a Orquestra Continental de Jaú, fui descobrir que os dois discos gravados naquela época foram relançados em formato digital, numa coletânea publicada em cd em 1996.

Por iniciativa de um dos músicos e arranjadores da Orquestra, o pianista Antonio Charles Rodrigues, foi criado também um site, contando toda a história e a trajetória desta excelente ‘big band’ do interior paulista. Para a alegria de todos nós, curiosos e amantes da boa música, no site tem disponibilizados, em mp3, o cd coletânea “Baile de Gala”. O disco não traz todas as faixas dos
dois álbuns, mesmo assim essas também podem ser baixadas na relação dos ‘extras’. Há também, o que eu achei ainda mais interessante, registros raros da Orquestra ao vivo, feitos nos anos de 1958 e 59, quando o grupo, liderado pelo seu maestro Waldomiro de Oliveira esteve no Rio de Janeiro se apresentando em programas da Rádio Nacional e Mayrink Veiga. Tomei a liberdade de reunir tudo, criando capinhas personalizadas para esta postagem. São momentos muito interessantes que vale a pena conhecer ou relembrar. Para efeito complementar, segue a baixo um texto, extraído do próprio site, contando resumidamente a história da Orquestra Continental. Não deixem porém de visitar o site e conhecer melhor esse ‘espírito musical’.
A mais famosa orquestra de danças do interior paulista apresentou-se em quase todos os clubes, estâncias hidrominerais e hotéis importantes, nos seus principais bailes de gala – formaturas, coroação de misses, desfiles de moda, comemorações e aniversários de cidades. O som da Orquestra Continental de Jaú, época romântica nos “anos dourados”, inspirou muitos casamentos. Era conjunto moderno, formado por 19 músicos-professores, instituído pelo sistema de cooperativa, onde cada componente era sócio, como as existentes nos Estados Unidos. Teve como exemplos as orquestras dos saudosos Glenn Miller, Tommy Dorsey e as de Ray Anthony, Les Brown, Les Elgart. Os equipamentos, de poucos recursos técnicos, e até o ônibus pertenciam ao grupo. Os críticos especializados exaltavam como uma das melhores, mais bem organizadas e duradouras (26 anos) orquestras do Brasil. Em 1956, atingiu o auge da atividade ao abrilhantar 110 bailes. Entre dezembro daquele ano e janeiro de 1957, bateu o próprio recorde abrilhantando 34 bailes de formatura, quando executou cerca de 250 músicas por noite. Os contratos desses bailes eram firmados com antecedência de até um ano. A Orquestra apresentou-se em mais de 300 cidades de seis estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Ganhando fama, a Continental participou de shows nos programas das rádios Nacional (na época, a catedral da música popular brasileira) e Mayrink Veiga (Rio), na TV Tupi (Rio e SP) e boates. Suas gravações fizeram muito sucesso no Brasil e no exterior. Em diversas cidades, cantores famosos na época foram acompanhados pela Orquestra Continental de Jaú, tais como: Jamelão, Lúcio Alves, Elza Soares, Maysa, Ivon Cury, Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Dóris Monteiro, Miltinho, Marta Mendonça, Anízio Silva, Francisco Alves, Agnaldo Rayol, Ângela Maria, Hebe Camargo, Inezita Barroso, Marlene, Blecaute e os internacionais Gregório Barrios, Pedro Savedra, Lolita Rios, Lilian Roy e Chiquito. Em duas décadas de existência, dezenas de músicos profissionais tocaram na orquestra. Destacamos os componentes que participaram das gravações no Rio de Janeiro. Saxofones: Domingos, Joaquim, João, Milton e Romeu. Trompetes: Carmelo, Luiz, Danilo e Ariovaldo (Tite). Trombones: João, Jesus e Firmo. Tuba: João Antonio. Piano: Charles. Violão: Alceu e Lima. Guitarra havaiana: José Lima. Contrabaixo: Giácomo. Bateria e bongô: Geraldo e Rubens.
Arranjadores que participaram dessas gravações. Do Rio de Janeiro: Aldo Taranto, Vadico (Oswaldo Gagliano), José Moutra e Astor. Arranjadores exclusivos da orquestra: os trompetistas Luiz, Tite e Danilo, o pianista Charles, o guitarrista Lima e o saxofonista Romeu.
Regência: maestro e “crooner” Antonio Waldomiro de Oliveira, que, pelo idealismo, perseverança e destacada atuação nos movimentos musicais da cidade, foi responsável por mais esse trabalho. Supervisionou todos os passos da produção e financiou com recursos próprios a edição deste CD, lançado no final do semestre de 1996.
02 e 03 de fevereiro de 1958 – rádios nacional e mayrink veiga do rio de janeiro
rádio nacional – programa “papel carbono” 1959

Orquestra Continental De Jaú – Convite Para O Baile (1959)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Dando sequência em nosso baile de fim de semana, eu agora apresento o outro disco da Orquestra Continental de Jaú, “Convite para o baile”. Este sim, foi o primeiro álbum gravado por eles em 1959. Como o segundo, ele também saiu pelo selo Internacional Hi Fi, da Companhia Brasileira de Discos. Este tem as mesmas característas do segundo álbum, músicas para baile. Um seleção de ritmos dançantes, num repertório misto que procura contemplar os sucessos da época, nacionais e internacionais. “Convite para o baile”, a exemplo de discos como os de Waldir Calmon (Feito para dançar), é contínuo, ou seja, sem pausas entre as músicas, permitindo aos casais um tempo de dança maior, sem ‘quebra’, sem perder o ‘rebolado’. Entre uma música e outra, há sempre uma original vinheta, em acordes de uma guitarra haviana. Também como no lp anterior, a última música é um dobrado (coisa curiosa), “Dois corações”, de Pedro Salgado. Dançou? Agora sai marchando…

peguei um ita no norte
agoar é cinza
love is a many splendored thing
together
frenesi
la blusa azul
perfidia
delilah jones
olhos verdes
o paito no samba
dois corações

Orquestra Continental De Jaú – Chegou A Orquestra De Jaú (1960)

Olá amigos, boa noite! Cheguei um pouco encima da hora. Pelo jeito o baile já começou, mas vai ficar melhor e podem ter certeza, vai durar em todo o fim de semana. Digo isso porque farei de hoje e amanhã uma festa ao som da Orquestra Continental de Jáu. Há tempos venho adiando essa apresentação, mas ontem tive o tempo necessário para ouvir e preparar os dois únicos álbuns gravados por essa excelente ‘big band’, a Orquestra Continental de Jaú. Confesso que até então nunca havia ouvido a orquestra com tanto interesse. Fiquei mesmo entusiasmado, a ponto de já preparar duas ou mais postagens, quem sabe… Mesmo com informações suficientes para nossa resenha de apresentação, achei por bem pesquisar um pouco mais sobre a orquestra que foi um dos mais importantes e prestigiados grupo de bailes do interior paulista. Sob a direção do Maestro Waldomiro Lobo, atuaram em todo o estado de São Paulo e também no Paraná e sul de Minas Gerais. Era uma orquestra famosa e de alto nível profissional. Em 1959, depois do reconhecimento nacional, através também de apresentações em rádios e televisão, eles gravaram o primeiro lp para o quase desconhecido selo Internacional.
Eu fiz uma confusão, publicando aqui o que foi na verdade o segundo disco, de 1960. O álbum é um desfile de sucessos nacionais e internacionais da época, ou seja, samba, bolero, fox e mambo. Um disco bem ao estilo da época, feito para dançar. Ao final temos até o famoso dobrado “Colonel Bogey”, todo mundo marchando de volta para casa. Tenho certeza que após ouvirem este álbum, vão querer também o primeiro, o qual vai ficar para amanhã, com direito a bonus e tudo mais…

blue star
manhattan
fita amarela
esse teu olhar
besame puchunguita
vereda tropical
choro na gafieira
besame mucho
palladium party
feitio de oração
pent house mambo
colonel bogey