Arthur Moreira Lima, Abel Ferreira E Conjunto Época De Ouro – Chorando Baixinho – Ao Vivo (1978)

Olá! Estou me sentido como uma onda, oscilando entre momentos bons e ruins. Alguns diriam que é natural, a vida é assim mesmo. Eu concordo, mas acho que as vezes essas ondas seguem uma sequência muito próxima e de uma certa forma elas se confundem ou nos dão uma sensação híbrida, a gente não sabe nem definir a hora de estar alegre ou triste. É mais ou menos assim que eu estou me sentindo.
Aproveitando os meus momentos de choro, deixa eu ver aqui se consigo mudar o sentido da expressão e transformar todo mal estar em um pouco de acalento. Vou chorar baixinho, mas desta vez com o Conjunto Época de Ouro, Arthur Moreira Lima e Abel Ferreira. Este disco foi gravado ao vivo no Teatro do Hotel Nacional em outubro de 1978. Na época, ele foi produzido no intuito de ser um disco brinde comemorativo de aniversário da empresa de engenharia Servenco. Mas o disco ficou tão bom que a extinta Kuarup resolveu lançá-lo comercialmente no ano seguinte. Este disco também, pode-se dizer, foi um sonho realizado do pianista Arthur Moreira Lima. Ele havia voltado recentemente da Europa, sedento de Brasil e da música brasileira. Manifestou o desejo de gravar música popular, tocar com um grupo de choro. Chegou até a dar nomes aos bois. Pouco mais de uma semana seu sonho se realizou, lá estava ele se apresentando ao vivo com os ‘medalhões’ do choro. Este álbum foi depois relançado pela própria gravadora/selo em formato cd com algumas faixas extras. Como a Kuarup fechou as portas, imagino que encontrar este disco só mesmo em sebos ou nos blogs. Confiram aqui se ainda não o encontrou por aí… 🙂
fon fon
turbilhão de beijos
alvorada
batuque
sai da frente
carinhoso
impressões
choro de mãe
chorando baixinho
quebradinha
apanhei-te cavaquinho
bônus incluído:
sonoroso
duvidoso

Brasil Instrumental (1985)

Olás! Ontem eu cheguei em casa tão cansado que acabei não deixando um compacto de fim de noite para vocês. Contrariando as expectativas, achei de postar um texto do Luis Fernando Veríssimo sobre o disco de vinil e seus adoradores. E pensar que nenhum outro suporte para a música foi tão durável e charmoso quanto o disco de vinil. Realmente é uma experiência deliciosa manusear, colecionar, tocar e ouvir uma bolacha, seja ela 78, 45, 33 ou 16 rpm. Isso, para não falarmos das capas… só mesmo quem viveu os tempo áureos dos discos de vinil saberá entender essa emoção. Talvez seja por isso mesmo que ele ainda hoje continua dando sinais de vida.
Hoje para a nossa sexta independente eu estou trazendo um álbum duplo promocional. Temos aqui, como bem se pode ver pela capa, um álbum instrumental com um time da pesada, produzido pela extinta Karup para a CAEMI (Companhia Auxiliar de Empresas de Mineração), como brinde aos seus clientes e associados. Trata-se, obviamente, de um disco não comercial, de tiragem limitada. O álbum duplo se divide em dois momentos. O primeiro à cargo de Paulo Moura que reúne saxofone, violão, violoncelo e trombone numa aparente insólita mistura instrumental, ao lado de Jaques Morelembaum, Rafael Rabello e Zé da Velha. Eles tocam um repertório variado e essencialmente instrumental, música para músicos. Tem aqui Severino Araújo, Alcyr Pires Vermelho, Toninho Horta, Tom Jobim e outros… Já o segundo disco é dedicado ao trabalho instrumental de Paulinho da Viola, tendo a frente o violonista João Pedro Borges, acompanhado pelo próprio Paulinho e seu pai, Cesar Faria. Neste segundo volume, ao contrário do que se possa imaginar, não é um disco de samba instrumental. Aqui é mostrado a faceta, principalmente, de chorão de Paulinho da Viola. Talvez, pela fama de compositor de samba, muitos desconhecem a riqueza criativa musical desse artista, que também sempre se dedicou ao chorinho, tendo belíssimas peças no gênero. Não é por acaso ou qualquer semelhança que Paulinho da Viola também faz choro. Seu pai, Cesar Faria, foi um entusiasta do samba e choro. Paulinho cresceu em meio às rodas de choro promovidas pelo pai. No disco temos como intérpretes os três: João Pedro Borges, Paulinho e Cesar Faria. Taí um álbum que merece o nosso toque musical 😉

sandoval em bonsucesso
isso é brasil
corata jaca
modinha
bons amigos
saxofone porque choras?
lamento
urubu malandro
tarde de chuva
bronses e cristais
espinha de bacalhau
valsachorando
relembrando pernambuco
tango triste
romanceando
itanhangá
salvador
abraçando chico soares
valsa da vida
evocativo
lila

Noites Cariocas – Ao Vivo No Municipal (1988)

É, pelo jeito os nossos conhecedores de música popular brasileira andam mais que ocultos, estão mesmo sumidos. Até agora ninguém se manifestou em relação às duas últimas postagens. Tanto os Hamornipops quanto Aimé Vereck não foram identificados pelos nossos pesquisadores de plantão. Será que não há ninguém por aqui que saiba nos dar mais informações sobre os dois últimos discos postados? Estaria faltando mais interação entre nós ou realmente ninguém sabe mesmo? Continuamos na obscuridade…
Mas para não ficarmos totalmente no escuro, vamos mudar o rumo. Vamos para as Noites Cariocas, onde pelo menos as estrelas brilham, tanto no céu quanto no palco do Teatro Municipal. Para quebrar um pouco a monotonia, o álbum do dia (ou da noite?) é dedicado ao chorinho. Temos aqui este belíssimo álbum editado pela extinta Kuarup, “Noites Cariocas”. Um registro ao vivo de um ‘big’ sarau realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro nos anos de 1987 e 88. Como podemos ver logo pela capa do disco, participam como figuras principais: Altamiro Carrilho, Zé da Velha, Paulo Sérgio Santos, Chiquinho do Acordeon, Paulo Moura, Paulinho da Viola e Joel Nascimento. Pois é, noites cariocas não são apenas para o samba. O choro também, sempre teve seu lugar garantido na Cidade Maravilhosa.

noites cariocas
carinhoso
aleluia
chorando baixinho
chiquinha gonzaga
espinha de bacalhau
doce de côco
ingênuo
inesquecivel
sarau para radamés
remexendo
um a zero
urubu malandro