America do Sol (1978)

Mais uma super coletânea da música tradicional latino-americana. Este álbum foi editado pelo selo Band Discos, um dos poucos que se dedicou a divulgação da música folclórica sulamericana nos anos 70 e 80 no Brasil. Muitos desses artistas, durante o (nosso) regime militar, nunca foram ouvidos no país. Foi através de iniciativas como esta que passamos a conhecer melhor o que foi o movimento latino-americano da “nueva canción”. Vamos a mais um toque?

1-alfonsina y el mar – Mercedes Sosa
2-la batea – Quilapayun
3-los ejes de mi carreta – Atahualpa Yupanqui
4-despedida del pueblo -Illapu
5-polo margariteno – Soledad Bravo
6-parabien de la paloma – Rolando Alarcon
7-decimas venezoelanas – Isabel Y Angel Parra
8-rin del angelito – Violeta Parra
9-cerrito de santa cruz – Las Cuatro Brujas
10-te recuerdo amanda – Victor Jara
11-peguche tiu – Jatari
12-vienteuno son los dolores – Tita Parra
13-luchin – Inti-Illimani
14-mi nino nino – Amparo Ochoa
15-america – Pablo Neruda Y Grupo Aparcoa

Isabel Parra – De Aqui Y De Alla (1971)

Como dizem, “filho de peixe, peixinho é”. Aqui temos agora outro grande nome do clã dos Parra, Isabel, filha deVioleta. Desde de cedo acompanhou os passos de sua mãe, cantando em diversos lugares de Santiago. Foi em Paris que ela começou realmente sua carreira como cantora folclórica ao lado do irmão Angel. No final dos anos 60 ela já era uma artista celebrada interancionalmente.Participou do movimento neo-folclorista chileno, mas seu trabalho artístico ia muito além. Foi uma das figuras mais destacadas no movimento “Nueva Canción Chilena” Após o golpe de Pinochet, ela partiu para o exílio na França e depois foi para a Argentina. Só voltou ao seu país no final dos anos 80. Para o nosso toque musical eu escolhi este álbum que entre outros maravilhosos de Isabel é o que registra sua experiência em Cuba e seu encontro com Silvio Rodriguez. O disco se divide entre a música chilena e cubana (com o apoio incondicional de Victor Jara). Maravilhoso!

01. – Póngale El Hombro, M’hijito – 2:15″
02. – El Encuentro – 3:41″
03. – Solitario Solo – 3:19″
04. – A Que No Divina – 2:20″
05. – Déme Su Voz, Déme Su Mano – 3:13″
06. – La Compañera Rescatable (Versión Con Los Jaivas) – 3:16″
07. – Son De La Loma (Con Horacio Salinas) – 2:58″
08. – El Rey De Las Flores – 2:03″
09. – Como En Vietnam – 1:42″
10. – Lo Que Quisiste Ser – 3:52″
11. – Perla Marina – 3:17″
12. – Al Final De Este Viaje – 3:03″

Atahualpa Yupanqui – El Payador Perseguido (1972)

Depois de ter postando aqui um disco da Mercedes Sosa com composições de Atahualpa Yupanqui, achei que seria conveniente apresentá-lo também. Ele é por certo o mais famoso folclorista argentino, autor de obras que fizeram história, também cantado em toda a América do Sul. “El Payador Perseguido” é uma espécie de conto poético, uma estória contada ao som de uma milonga que Atahualpa interpreta com verdadeira emoção.

Victor Jara – Canto Libre (1970)

Vamos mais uma vez com este excepcional artista chileno. Aqui temos “Canto Libre”, gravado em 70 e mais o o Volume 2. Esta edição foi lançada em 1993 pelo selo Monitor para o mercado internacional. Estão assim reunidos dois álbuns com o mesmo nome. Isso sim é que é um toque musical!

inga
canción del árbol del olvido
la pala
lamento borincano
vetolera
el tinku
angelita huenumán
corrido de pancho villa
caminando, caminando
quién mató a carmencita
canto libre
+
el aparecido
el lazo
que alegres son las obreras
despedimiento del angelito
solo
ay mi palomita
asi como hoy mantn negros
el amor es un camino que de repente aparece
casi, casi
cancion de cuna para un nino vago
romance del enamorado y de la muerte
en algun lugar del puerto

Amerindios (1970)

Apresento agora este duo, os Amerindios, formado pelos antropólogo Julio Numhauser e o sociólogo Mario Salazar. Eles começaram se apresentado por volta de 1969 ao lado do grupo de Ernesto Parra. Depois se tornaram uma dupla, trabalhando em conjunto com um grupo teatral Aleph, percorrendo todo o Chile com um projeto chamado “Tren de la Cultura’ – levando arte para os lugares mais remotos do país. A música dos Amerindios busca a inovação da canção chilena. Dessa forma, incorporam instrumentos eletrônicos mesclado aos ritmos folclóricos. As letras de cunho social e político apontam para o que acontece no Chile e no mundo. Este disco pertence à série do emblemático selo Dicap (Discoteca del Cantar Popular), criando em 1968 por iniciativa grupo de Cultura da Juventude Comunista do Chile. Destaque para “Nixon” de Sergio Ortega e “Disparada” de Geraldo Vandré. Vale uma conferida…

1. Nixon (Sergio Ortega)
2. Una vez un yankee yo encontré (S. Ortega)
3. Los vietnamitas (Carlos Puebla – Amerindios)
4. Sr. Juez (Amerindios)
5. ¡Achís! ¡Achís! Qué catarro (Amerindios)
6. La disparada (Amerindios – G. Vandré)
7. Juan Verdejo (R. Figueroa – Amerindios)
8. Mentiras sólo mentiras (Amerindios)
9. Sembrador de lunas (B. Dewers – Amerindios)
10. Como un árbol (Amerindios)
11. Mes de volantines (Amerindios)
12. Blanco, rojo y azul (Amerindios)

Nueva Cancion de Chile (1978)

Aqui vai uma coletânea como uma amostra do que foi o movimento Nueva Canción do Chile.
Segundo alguns, este movimento musical surgiu no Chile, se espalhando rapidamente por toda a America Latina. Um música de cunho político e social. Que criticava as ditaduras e o imperialismo e enaltecendo os valores tradicionais e folclóricos.
1-caliche – los curacas
2-america novia mia – patricio manns
3-si vas para chile – los cuatro cuartos
4-acuarel andina – illapu
5-casamiento de negros – violeta parra
6-mi patria – quilapayun
7-a los cantores del mondo – tita parra
8-alturas – inti-ullimani
9-el cigarrito – angel parra
10-canto libre – victor jara
11-el pueblo – aparcoa
12-los pueblos americanos – isabel parra y patriciocastillo

Los Jairas – Folklore Bolivien (1969)

Agora vamos para a Bolívia. Desta vez trago um dos grupos mais expressivos boliviano, conhecidos internacionalmente, Los Jairas. Em 1969 Los Jairas foram convidados pela Fundación Patiño para uma turnê pela Europa. Nesta ocasião decidiram mostrar algo mais a cerca da realidade boliviana e levaram também danças típicas de várias regiões do país. Com essa primeira experiência pela Europa, Los Jairas foram se tornando conhecidos de um além da América (do Sul). Este disco sintetiza bem a cultura folclórica e musical da Bolívia. Um bom disco, vale o toque…
01 – llanto del olvido
02 – olvídate
03 – sarjahuay
04 – fiesta del tambo
05- el cisne
06 – cambita
07 – juanito laguna
08 – pequeño manuel
09 – pasito del moreno
10 – san benito
11 – la chapaca
12- romance de un charango
13 – mi soledad
14 – par par palomita

Mercedes Sosa – Interpreta Atahualpa Yupanqui (1978)

Postei anteriormente um disco da Mercedes Sosa interpretando Violeta Parra. Agora vamos com mais um disco desta artista, interpretando outro grande nome da música tradicional argentina (e sulamericana) Atahualpa Yupanqui. Não preciso nem dizer o quanto este álbum é bom. Lançado no Brasil em 1978, um ano após o lançamento na Argentina, o álbum fez (e faz) muito sucesso por aqui. Vale a pena conferir este toque.

1. Piedra y camino
2. Guitarra dímelo tú
3. Chacarera de las piedras
4. Tú que puedes vuélvete
5. La viajerita
6. Los hermanos
7. Criollita santiagueña
8. La alabanza
9. La arribeña
10. Duerme negrito
11. Zambita de los pobres
12. El alazán

Altemar Dutra – El Trovador (1968)

Ok, ok… atendendo ao SEU pedido, vou abrir uma excessão para um disquinho do Altemar Dutra. Espero que esteja ao seu agrado 🙂 Sei que tem gente por aqui que vai virar o nariz para este post, principalmente pelo contraste com outros ‘hermanos de luta’. Mas convenhamos, apesar de muito popular, Altermar é um grande intérprete brasileiro do gênero romântico latino. Com suas versões em espanhol, chegou a vender mais de 500 mil cópias na América Latina. Depois de ter dominado as paradas de sucesso locais, a partir de 1969 passou a conquistar fãs de origem latina nos EUA. Tornou-se um dos mais populares cantores estrangeiros nos EUA.

Pelas
La mentira
He comprendido que te amo
Yo te agradezco
Martha
El dia que me quieras
Vida mia
Tres palabras
Vete de mi
Caminemos
Dime que si
Paloma

Felippo Sosa Y Su Tipica – A Media Luz (1966)


Para os amantes do tradicional tango argentino tenho aqui este obscuro álbum de Felippo Sosa Y Su Tipica. Uma seleção de clássicos do tango mundialmente conhecidos. Este disco, infelizmente não traz informações e pesquisando na rede também não há nada complementar, nem mesmo sobre Felippo Sosa (seria um parente de Mercedes Sosa?) . Porém e apesar de tudo, trata-se de um excelente disco de tango.

la cumparsita
cristal
adios pampa mia
mano a mano
cuartito azul
madreselva
uno
a media luz
adios muchachos
yira-yira
el panuelito blanco
nostagias

Patricio Manns (1971)

Para não perdermos o rumo dos temas revolucionários, folclóricos e de protesto, vamos com mais um grande nome da música latino americana, Patrício Manns. Pouco comentado, este artista vem do Chile. Patrício foi por muitos anos colaborador da “Unidad Popular, que levou Salvador Allende à presidência no Chile. Com o golpe militar, foi para o exílio, inicialmente em Cuba e depois na Europa. Durante todo esse tempo, mesmo longe da terra natal, sempre esteve atuante. Retornou ao Chile em 90.
Este disco foi produzido e dirigido por Luis Advis e conta com a participação do Inti Illimani. Los Blops, Orquestra Sinfônica do Chile e Orquestra Filarmônica de Santigo. Belo trabalho, vale ouvir…

edume
canción para levantar una casa
estación terminal
morimos solos
el exiliado del sur
su nombre ardió como un pajar
fiesta
tamara bunke
no cierres los ojos
el canto de los gallos
la ventana
valdivia em la niebla

Eugénia Melo E Castro (1986)

Confesso que este disco, na época, eu comprei mais pela capa. Essa moça linda me chamou a atenção. Ao virar a contra-capa tive então certeza de que o compraria. O álbum trazia oito faixas, algumas assinadas por ela e parcerias como Caetano Veloso, Toninho Horta e Francis Hime, além de composições de Milton Nascimento, Wagner Tiso, entre outros… Ao ouvir o disco percebi que não se tratava apenas de mais uma cara bonita. Competente cantora e compositora vinda lá de Portugal. Eugénia Melo e Castro é hoje um nome respeitadíssimo, tanto aqui quanto por lá. Sua relação com a música brasileira é muito forte, coisa que se pode ver também em seu outros trabalhos. Linda Eugénia, linda de se ouvir.

meu e assim
velho mar
caso de amor
a cor do ar
mágicamente
que amor não me engana
cobra aranha
vaga no azul

Quelentaro – Buscando Siembra (1979)

Quelentaro foi um grupo folclórico chileno surgido no início dos anos 60 e que depois se transformou num duo, formado pelos irmãos Gastón e Eduardo Guzmán. “Buscando Siembra” é um álbum raro, embora tenha sido relançado a alguns anos atrás em cd. Neste disco inclui um dos temas mais emblemáticos do grupo, “Copla del Hijo”. Este é mais um toque que vale a pena conferir…

01. – Buscando Siembra – 6:09″
02. – Despues De La Tormenta – 5:11″
03. – La Canción Del Organillo – 4:18″
04. – Esperanza Del Palo – 3:25″
05. – Nahuelbuta – 4:17″
06. – Del Huerto – 3:15″
07. – Quelentaro – 3:25″
08. – A Favor Del Canto – 4:02″
09. – Volviendo – 3:35″
10. – Copla Del Hijo – 9:01″
11. – Sobre El Martirio – 6:36″

Astor Piazzolla – Retrospectiva (1979)

Começo a semana com um dos nomes mais importantes da música instrumental argentina e mundial, Astor Piazzolla, compositor e bandoneonista. Sua música incorpora elementos do jazz, da música erudita e do tango. Foi com um quinteto e através do timbre ímpar do bandoneon (primo do acordeon e da sanfona) que passou a ser reconhecido como maior compositor contemporâneo de tangos. O disco que apresento é uma coletânea produzida pelo selo Band Records, com algumas músicas compostas ao longo de sua carreira.

1-fuga y misterio
2-adios nonino
3-buenos aires hora 0
4-michelangelo 70
5-tango del angel
6-la cumparsita
7-zum
8-allegro tangabile
9-loca bohemia
10-libertango
11-pulsacion n.5

Hugo Y Osvaldo – La Bossa Nova De Hugo Y Osvaldo (1969)

Temos agora um álbum muito curioso e interessate: La Bossa Nova De Hugo Y Osvaldo. Esta dupla vem do Uruguai, formada pelos irmãos Hugo e Osvaldo Fattoruso. Para os que não sabem, eles foram integrantes da mais famosa banda de rock em seu país, “Los Shakers”. Os uruguaios mais Beatles de todos os tempos. Em 1969 os Shakers já estavam chegando ao fim e os dois irmãos começaram a flertar com a música brasileira. Daí surgiu este álbum, com elementos da Bossa Nova em arranjos simples, suave, no melhor estilo ‘cool’ e todo cantado em inglês. Um repertório que vai de músicas próprias, passando por Tom e Vinicius, Burt Bacharach e é claro, os Beatles. Muito bom… Vale o toque.

Sueño Realidad 2:18 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Muchacho Está Enamorado de Ti 2:41 Burt Bacharach – Hal David
Samba Doble 2:52 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Ojos Oscuros 3:47 Hugo Fattoruso – Marta Lynch
La Larga Noche 2:11 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Chicalanga 3:04 Manolo Guardia
Hechizo 2:17 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Me Gustas Demasiado 2:24 George Harrison
Poema de Las Cinco Rosas 3:32 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Nunca Nunca 2:09 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
Amaneciendo 2:43 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso
El Pino y la Rosa 3:28 Hugo Fattoruso – Osvaldo Fattoruso

Sergio Godinho – Canto Da Boca (1982)

Vamos com mais um português nota 10, Sergio Godinho. Ele é um dos maiores nomes da música popular portuguesa. Consagrado internacionalmente, embora pouco conhecido no Brasil. Como outros compositores portugueses postados aqui, Godinho também foi um representante da música de protesto em seu país. Este disco, o sétimo de sua carreira, me parece ter sido o único lançado no Brasil. Ao longo desse tempo nunca vi um outro disco do cara por aqui. Suas composições são belíssimas e merecia mais atenção p’rás bandas de cá.

Com brilhozinho nos olhos
Eu contigo
É terça-feira
Antes o poço da morte
O rei vai nu
Já joguei ao boxe, já toquei bateria
Espalhem a notícia
Caramba
Sempre foi assim
O Porto aqui tão perto
Bate o meu coração

Fausto Bordalo Dias – Para Além Das Corilheiras (1987)

Considerado por muitos como o compositor e intérprete mais carismático da Música Popular Portuguesa, Fausto Bordalo Dias está em disco desde 1970 – quando gravou seu primeiro lp, que incluí diversos textos de poetas portugueses. Como outros compositores e artistas portugueses, Fausto também esteve envolvido com a música de protesto durante os anos 70. Pelas bandas de cá, o cara é muito pouco conhecido. O disco que temos aqui, o único lançado no Brasil, já é de uma nova fase. A vivência nos anos 80 e como o próprio título nos sugere, para além das cordilheiras. Segundo dizem, este é o álbum mais europeu do compositor e que lhe valeu o prêmio José Afonso, no Festival de Música Popular da Amadora.

Lusitana
Toda a Europa à proa
Foi por ela
Prego a fundo
Ali está a cidade
Porque me olhas assim
Eu cá sou do “midi”
Europa, querida Europa
De ocidente a oriente

Agustin Pereyra Lucena (1970)

Outro cara pouco divulgado por aqui é Agustin Pereyra Lucena, compositor e violonista argentino. Aliás, pouco divulgado até mesmo na rede. Há muito pouca coisa sobre ele, além de seu site. Sua música é uma mistura de jazz, bossa e elementos latinos – sendo a Bossa Nova e Baden Powell uma eterna fonte de inspiração e tributos. O disco que tenho aqui foi seu primeiro trabalho, um álbum voltado interiamente para a Bossa Nova. Lindo, perfeito de se ouvir como a bossa in jazz. Agustin gravou no ano seguinte um disco com o Naná Vasconcelos. Eu nunca ouvi, mas tenho interesse… Se alguém tiver, por favor, mande um link para mim.

O astronauta (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
Tristeza de nos dois (Mauricio Einhorn – Durval Ferreira – Bebeto)
Chuva (Pedro Camargo – Durval Ferreira)
Tema para Martín (J. Demonte)
Consolação (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
Canto de Ossanha (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
Pro Forma (Mauricio Einhorn – Arnaldo Costa)
Samba do Avião (A. Carlos Jobim)
Niña no divagues (A. y F. Pereyra Lucena)
Berimbau (Baden Powell – Vinicius de Moraes)

Tarancón – Rever Minha Terra (1979)

Para a alegria de muitos, aqui está mais um álbum do Tarancón. Na minha modesta opinião, este é o melhor disco deles. Digo o melhor como sendo o que mais aprecio. Dizer que o grupo fez algum trabalho médio ou ruim chega a ser um pecado. Vejam e escutem esta seleção de clássicos da música latino-americana. Um lp maravilhoso!

1-a la molina no voy mas
2-jenecheru
3-pobre mi gente
4-madrugada camponesa
5-chacarera de ub triste
6-zamba de las tolderias
1-lejania
2-guillatun
3-promessas do sol
4-papel de plata

José Afonso – Cantigas Do Maio (1971)

Eis um disco que não poderia faltar neste toque prá lá de musical. “Cantigas do Maio” é um álbum clássico da música popular portuguesa. É neste disco que surge “Grândola Vila Morena”, que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da revolução de Abril, conhecida mundialmente e por aqui também cantada e tocada. José Afonso, também conhecido na “terrinha” como Zeca Afonso, foi um dos mais ilustres compositores portugueses. Ele foi um dos grandes incentivadores do fado e da música tradicional portuguesa, mas sua fama está associada à música de protesto, através da qual criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal entre 1933 e 1974.

01 – Senhor Arcanjo (José Afonso)
02 – Cantigas do Maio (popular/José Afonso)
03 – Milho Verde (popular/arr. José Mário Branco)
04 – Cantar Alentejano (José Afonso)
05 – Grândola, Vila Morena (José Afonso)
06 – Maio Maduro Maio (José Afonso)
07 – Mulher da Erva (José Afonso)
08 – Ronda das Mafarricas (António Quadros/José Afonso)
09 – Coro da Primavera (José Afonso)

Julio Pereira E Carlos Cavalheiro – Bota Fora (1975)

Aqui temos um outro disco português, que sem dúvida merece um toque e onde mais uma vez o temos classificado como um álbum de rock. Este, por certo, tem tudo a ver… E por falar em ver, vejam (e leiam) a baixo o texto sugeneris sobre este lp no site do músico Julio Pereira.

“Após o 25 de Abril, Júlio Pereira e Carlos Cavalheiro decidem fazer um LP com uma sonoridade rock visando a guerra colonial. Convidam alguns cantautores e amigos para escreverem as letras; daí resulta uma breve homenagem aos movimentos de libertação de três ex-colónias portuguesas onde os autores tiveram a sorte de não ir parar…”
Fico me perguntado se pela sorte de não terem ido às tais colonias eles teriam alguma coisa a acrescentar além de rock às letras de seus convidados. Bom, seja como for, por essas estranhezas ou não, o disco tem seu valor e seus compositores mais ainda. Melhor ouví-los…
1. Pedro soldado 4:02
2. Cordas 3:38
3. Capitão Ambrósio 5:32
4. Sachilemo 3:29
5. Bota-fora 3:49
6. M.P.L.A. 3:18
7. Independência 3:35
8. Viva a Guiné Bissau livre e independente 4:26
9. A nossa homenagem 1:09

Banda Do Casaco – Contos Da Barbearia

Mesclando um pouco as coisas, vamos em frente, agora com os portugueses. Existem alguns discos da música portuguesa que eu acho um primor musical. São álbuns como este da Banda Do Casaco, um grupo que mistura em seu trabalho o pop, rock e folk – criando uma sonoridade própria. Muitos o consideram uma banda de rock progressivo. Se o são deve-se a outros discos, este em especial me soa mais como um pop/folk bem ao estilo dos anos 70. Seja como for, e até mesmo para que vocês o possam julgar, melhor mesmo é ouvir este toque.

“Na Cadeira do Barbeiro”
“O Diabo da Velha”
“A Noite Passada em Caminha”
“O Enterro do Tostão”
“La Pastorica”
“Malfamagrifada”
“Zás! Pás! (O Casório do Trolha)”
“Retrato D’Homenzinho Pequenino Com Frasco”
“Amo Tracinho Te”
“Godofredo Cheio de Medo”

Quilapayun – Santa Maria de Iquique (1970)

Começando as postagens do dia, temos aqui um disco que vale a pena ouvir. Uma obra criada por Luis Advis para o grupo Quilapayun. Advis é considerado um dos maiores maestros e compositor da música chilena. Neste trabalho, em forma de cantata, ele descreve o massacre ocorrido na escola Santa Maria de Iquique, em 1907 no Chile, onde foram assassinados quase mil trabalhadores de um salitre. Esta cantata ficou famosa, se tornando uma obra conhecida por todos os chilenos.
No sentido de não criar intervalos quebrados entre uma faixa e outra, preferi manter o disco em apenas duas partes, o lado A e o lado B. Informações adicionais, vejam no encarte incluido.

pregon
preludio instrumental
relato
cancion
interludio instrumental
relato
cancion
interludio instrumental
relato
interludio cantado
relato
cancion
interludio instrumental
relato
cancion letania
cancion
pregon
cancion final

Los Guaraguao – Las Casas De Carton (1973)

Aqui vai mais um toque musical, um disco que é considerado um clássico da música de protesto na América do Sul e mais especificamente na Venezuela. A música “Casas de cartón”, que fala das desigualdades sociais do povo venezuelano, é do compositor Alí Primera – desaparecido durante o período mais negro das ditaduras sulamericana. Mas há também outras boas… Muito do sucesso e da atenção por esse trabalho do Los Guaraguao se deve as composições de Alí. Este lp é realmente muito bom. Vale um conferida…

1-Casas De Cartón
2-Otra Vez
3-Gaita Margaritena
4-Perdoname Tio Juan
5-Que Pasa En El Mundo
6-Jesus Caminante
7-No Basta Rezar
8-Ire Cantando
9-Los Estudiantes
10-Yo Pregunto

Inkaquenas – Los Quechuas (1979)

Sempre tive uma dúvida com este disco. A princípio eu achava que o grupo se chamasse Los Quechuas. Na capa e contra-capa não há referências e nem mesmo no selo. Procurei informações na rede, mas só encontrei pistas que me levaram a entender que o grupo se chama Inkaquenas. Embora o disco tenha sido gravado na Argentina, os Inkaquenas são peruanos. Os Quechuas são descendentes da cultura Inca. Habitaram a Colombia, Equador, Peru, Bolivia, Argentina e Chile, transformando-se em uma das maiores etnias da America do Sul.
A músicas deste disco fazem parte do folclore andino. São obras bem populares, mesmo no Brasil. Quem nunca ouviu “el condor pasa”, “moliendo cafe” ou mesmo “carnavalito”?

1-humahuaqueno
2-el condor pasa
3-moliendo cafe
4-virgenes del sol
5-pajaro campana
6-chelijchi
7-carnavalito
8-tarqueada
9-amor indio
10-danza altiplano
11-cacharpaya del indio
12-america india

Bana – Canta A Magia De Cabo Verde (1972)

Como havia dito, logo no início da semana, minha intensão nos próximos dias é a de postar algumas coisas de nossos ‘hermanos’ vizinhos latinos e também os irmãos de língua portuguesa. Pelo jeito, terei que extender por mais uma semana esses toques, pois além de ter muita bala na agulha, estamos também fazendo muito sucesso.
Bana é considerado uma das maiores vozes de Cabo Verde, um fruto da magia da cidade do Mindelo. Foi um dos primeiros artistas a ser reconhecido na Europa.

01 Sayko
02 Judith
03 Alfacinha
04 Mar de canal
05 Sodade de Cabo Verde
06 Separação
07 Sangue de Berona
08 Tchan de pedra
09 Nha Bolanha
10 Ondas tchora
11 Sonho Di Nha’ Spreranca
12 Nha Bitinha

Amparo Uchoa Y Los Folkloritas – El Cancionero Popular (1980)

Agora temos aqui outro grande nome da música de protesto e folclórica latino-americana, Amparo Ochoa, que também pertence ao grupo e geração do movimento “Nueva Canción”, surgido nos anos 70. Neste álbum Amparo é acompanhada pelo grupo mexicano “Los Folkloristas”, um dos mais tradicionais e atuantes até os dias de hoje. Ochoa é uma artista que vale a pena ouvir.

01 El barzón (Canción corrido del Estado de Aguascalientes, época agrarista)
02 Tierra húmeda (Julio Solórzano)
03 A que le tiras cuando sueñas mexicano (Salvador “Chava” Flores)
04 El negro Manuel Antonio (Nicomedes Santa Cruz)
05 Bola Suriana de la muerte de Emiliano Zapata (L: Armando Liszt – M: Graciela Amador)
06 La maldición de la malinche (Gabino Palomares)
07 Jugar a la vida (Enrique Ballesté)
08 La prietita clara (Echeverría – Jufresa)
09 Como tú (poema de León Felipe – M: Paco Ibáñez)
10 Canción para despertar a un negrito (poema de Nicolás Guillén – M: Martha Contreras)
11 Mi abuelo (Mario López)12 Quiero (Echeverría – Jufresa)

Los Folkloristas – México (1979)

“Los Folkloristas” é um grupo musical mexicano super premiado por seu trabalho de resgate da música folclórica e tradicional mexicana. Estão na estrada musical a mais de 40 anos. Ao longo desse tempo gravaram dezenas de discos e ainda continuam atuantes, fazendo apresentações pelos quatro cantos do mundo. É isso aí, temos que manter vivas as nossas tradições, nem que seja apenas para um dia lembrarmos de onde viemos.

1-la malaguena
2-por a’hi va la bola
3-la mujer inconforme
4-male betulia
5-la renca
6-tierra mestiza
7-las conchitas
8-la golondrina yel zanate
9-san lorenzo y bolonchon
10-la maldicion de malinche

Tarancón – Gracias A La Vida (1976)

Outro grande grupo do qual sou um fan e com quem aprendi a gostar mais ainda da música latino-americana é o sensacional Tarancón. Um grupo dos mais interessantes formado por múscos e artistas de vários países da America Latina. A proposta do grupo era pesquisar e divulgar a diversidade de ritmos e canções latino-americanas. Eles surgiram na década de 70, participando de festivais e espetáculos por todo o continente. Fizeram enorme sucesso no circuito universitário brasileiro e são possivelmente os mais populares. Aqui temos o primeiro disco deles. Vejam a baixo o repertório muito bem escolhido e variado.

01 – El Tinku – Folclore (Bolívia Tonada Potosina)
02 – Los Pueblos Americanos – Violeta Parra (Chile-Cueca)
03 – Gracias a la vida – Violeta Parra (Chile)
04 – Te Recuerdo Amanda – Victor Jará (Chile)
05 – Nao mande a geada – Maria do Céu(Brasil)
06 – Nanas de la cebolla – Miguel Hernandez – Alberto Cortez
07 – Soy libre soy bueno – Atahualpa Yupanqui (Argentina Baguala)
08 – Boquita de cereza – Oscar ( Taquirari)
09 – Tikiminki – G.Rojas (Taquirari)
10 – El buen borincano – Rafael Hernandez (Guajira)
11 – En la mina el Tarancón – Anônimo asturiano (Espanha)
12 – Parabién de la paloma – Rolando Alarcon

Mercedes Sosa – Homenaje A Violeta Parra (1971)

Mercedes Sosa é uma das mais populares cantoras argentina, simbolo da canção folclórica e de protesto. A preocupação sócio-política refletiu-se no seu repertório, tornando-se uma das grandes expoentes da “Nueva Cancion”, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. “La Negra”, como é também chamada (por seus cabelos longos e negros) é uma figura conhecida mundialmente. Tem com os artistas e público brasileiros uma relação musical antiga e muito forte. Gravou no Brasil com Milton Nascimento, Fagner, entre outros… Neste disco, maravilhoso por sinal, temos “La Negra” em uma homenagem a outra grande artista, a chilena Violeta Parra, outro grande ícone da música de protesto latino-americana. Imperdível!

01. – Defensa De Violeta – 4:53″
02. – Gracias A La Vida – 4:25″
03. – Segun El Favor Del Viento – 3:42″
04. – Arriba Quemando El Sol – 2:47″
05. – Me Gustan Los Estudiantes – 2:57″
06. – Volver A Los 17 – 5:27″
07. – La Carta (con Quilapayún) – 2:49″
08. – Que He Sacado Con Quererte – 4:00″
09. – La Lavandera – 3:21″
10. – Rin Del Angelito – 3:20″
11. – Los Pueblos Americanos – 1:37″