Sebastião Tapajós – Visões Do Nordeste (1986)

Ontem acabei não tendo tempo para um segunda rodada musical, assim segue hoje o que tardou. Como diz o dito popular, “antes tardar do que faltar”, principalmente se tratando de uma jóia como esta. Um álbum raro em todos os sentidos.
Aqui temos Sebastião Tapajós, um dos maiores violonistas brasileiros, reconhecido e premiado internacionalmente, num trabalho encomendado por bancos holandeses. Gravado no Auditório Horta Barbosa da UFRJ em 1986. Este disco teve uma tiragem limitada, não sei se chegou a ser comercializado ou relançado comercialmente. Trata-se de um disco onde se busca salientar as influências e heranças holandesas na cultura nordestina. Um álbum que só mesmo nas dimensões do lp seria capaz de nos trazer incluídas dez belas pranchas com reproduções de telas dos pintores holandeses Frans Post e Albert Eckhout (século XVII).
Como eu sou um cara muito bonzinho e gosto das coisas completas, pedi ao meu amigo Maurício de Nassau que inclusive no link essas ilustrações.

maracatu
lundu
chula
são joão dararão
carimbó
capoeira
visões do nordeste
engenho de humaitá
mulher rendeira
cirandas
frevo

Carioca & Convidados – Ciranda (1983)

Estou postando este disco hoje porque ele tem uma cara de domingo. Manhãs de domingo com sol. Um trabalho instrumental de extrema sensibilidade e muito agradável a qualquer ouvido. Este é Ronaldo Freitas, também conhecido como Carioca, violonista, compositor, arranjador e maestro. “Ciranda” me parece que foi seu terceiro álbum, lançado pela Continental/Lira Paulistana e conta com a participação de outras feras da música instrumental brasileira como Rodolfo Stroeter, Zé Eduardo Nazário, entre outros…

ciranda
pra você
ensaio
nascer da lua
trindade
monte aprazível
pássaro e infinito
arco iris
via láctea

Terra Trio – Terra A Vista (1969)

Aproveitando o ensejo, aqui o “Terra a vista”, único álbum do Terra Trio. Um disco raro, lançado pelo selo Elenco em 1969. O grupo iniciou em 66, sendo formado por Fernando Costa no contrabaixo, José Maria Rocha no piano e Ricardo Costa na bateria. Formação em trio sempre traz coisas boas e com esses não foi diferente. Nos anos 60 e 70 tocaram com vários artistas como Paulinho da Viola e Maria Bethania. No inicio dos anos 80 esiveram novamente com a cantora em turnê pela Argentina, participando também do álbum “Ciclo”. Se apresentaram na Europa acompanhando Caetano Veloso, Gil, Gal, Dorival e Nana Caymmi.

nega mahosa
a sobrinha da judite
recado
ave maria
duvideodo
zéda tuba
deus vos salve
esta santa casa
odeon
faustina
pra que mentir

Deli Alves & Fernando Costa – Montparnasse (1986)

Meus caros amigos cultos e ocultos, sei que ainda temos uma dezena de postagens com seus respectivos link vencidos. Infelizmente, ainda não tive tempo para resolver essas falhas. No momento estou tentando organizar a casa, classificando arquivos e as constantes colaborações. Manter um blog como este, com postagens diárias, acaba tomando um certo tempo da gente. Espero para breve ter resolvido esta questão. Tenham paciência…
Para hoje temos aqui este disco, um tanto obscuro de Deli Alves e Fernando Costa, mas que sem dúvida merece vir a tona. Fernando Costa fez parte do Terra Trio, grupo que acompanhou Maria Bethânia nos anos 60. Sempre muito atuante como instrumentista e arranjador, trabalhou nos anos 70 com Paulinho da Viola, Nara Leão, Martinho da Vila, Luiz Eça, entre outros. Casou-se com Deli Alves, esta por sua vez, uma excelente cantora e compositora. Juntos eles gravaram este disco em 1985. Um trabalho excelente, com participações de Jacques Morelenbaum, Juarez Araújo e outros… O lp teve lançamento no ano seguinte com direito a um show na Sala Molière, RJ. Mesmo assim e ao longo do tempo, permanece inédito para o grande público.
Além de composições próprias, o álbum ainda tem “Papel machê” de João Bosco, “Na baixa do sapateiro” de Ary Barroso e outras… Confiram que vale a pena.

sonho bom
na baixa do sapateiro
hey moço
reflexão
papel machê
a bruxa não dá colher de chá
montparnasse
abraço pro nogueira
samba for carmen
voyage
amor pelo sol
o amor voltará

Pepeu Gomes – Instrumental On The Road (1989)

Hoje eu estou meio ácido, mas por favor, não me venham com Sal de Fruta. Tudo está bem…
Aqui temos Pepeu Gomes, um dos maiores guitaristas brasileiros em mais uma aventura instrumental. Este é um álbum gravado ao vivo. Segundo a capa e informações internas, um disco gravado na estrada, em excursões pelas Américas. Que chique, internacional! Pero, para um extenso roteiro de shows como este, fica difícil aceitar um disco com apenas seis faixas. Não chega nem a cobrir o número de cidades mostradas no mapa ilustrativo do roteiro da excursão. Este disco deveria se chamar “Alguns momentos” ou coisa parecida. Fica até difícil avaliar um trabalho assim. É bom, mas ainda prefiro o ao vivo em Montreux.

abraço pra bonfá
garota de ipanema
poupurri:
lamento
noites cariocas
aquarela do brasil
assanhado
brasileirinho
tico-tico no fubá
amazônia
cartagena

Antonio Adolfo – Conexões (1987)

Ufa! Finalmente uma folga… deixa eu aproveitar esse intervalo do café para postar um disquinho. Nesses últimos dias tenho dado mais atenção aos anos 70 e 80, isso para mostrar que o TM é um blog aberto a todas as tendências e épocas.
Temos aqui, mais um disco do brazuca Antonio Adolfo. Com este, entramos no terceiro já postado no blog. “Conexões” é outro álbum independente, desta vez mais ‘plugado’, bem a cara dos anos 80. Em resumo, um disco regular perto de seus outros trabalhos. A regravação de “Teletema”, parceria com Tibério Gaspar, mas não chega a convencer. Há também a participação de sua filha Carol Saboya, na época apenas uma promessa. Bom, apesar dos meus pesares, lembre-se que a crítica se baseia no meu gosto pessoal. Não se prenda por isso, ok?

neons
todo dia
breu
cristal
notícias do verão
canções
teletema
país das maravilhas
questão de dois
eternamente nazareth
teletema (instrumental)

Azymuth – Outubro (1980)

Para fazer a dobradinha do dia, resolvi trazer este disco do Azymuth, que ao meu ver está acima de qualquer suspeita. Um álbum de tirar o chapéu. Considero este como um dos dez melhores discos de música instrumental brasileira. Perfeito! Não é atoa que esta bolacha está estampada em um bom número de blogs musicais. Postá-lo aqui era uma questão de honra. Só estava mesmo faltando uma oportunidade como esta. Agora é jazz…

papasong
500 miles high
pantanal (swamp)
dear limmertz
carta pro airto (letter to airto)
outubro (october)
maracanã
um amigo (a friend)
dear limmerta prelude

Paulinho Da Costa (1984)

Entrei no site oficial do Paulinho da Costa e fiquei impressionado com sua trajetória de músico percussionista. Carioca, radicado nos Estados Unidos, o cara já trabalhou com meio-mundo de artistas e dos mais variados gêneros. Há no site uma relação dos artistas com os quais ele tocou, participando de álbuns. Tem prá mais de 500. O mesmo vale para sua participação em trilhas para filmes, são centenas. Curiosamente não achei em sua discografia solo este álbum. Por essa razão foi que resolvi postá-lo. Trata-se de um álbum com muito sotaque, essencialmente fusion e com leves pitadas de ‘Brazil’. Para os amantes da música instrumental, este é mais um prato…

you came into my life
my love
special kind of love
carioca
groove
taj mahal
i’m going to rio
african sunrise
walkman
o mar é meu chão

Rosinha De Valença – Cheiro De Mato (1976)

Na sequência, aqui vai um outro disco que tem muito em comum com o do Paulo Moura. A começar pela capa, também maravilhosa, do artista gráfico Elifas Andreatto. Lançado em 1976, este álbum é outra jóia por onde passam ao lado de Rosinha e seu violão, nomes como Miucha, Sivuca, Sueli Costa, João Donato, entre outros… Particularmente, tenho como minhas prediletas “Usina de prata” e “Os grilos são astros”. Outra coisa em comum com o disco do Paulo Moura é o fato de, para mim, este também ser o melhor disco da Rosinha de Valença.

os grilos são astros
meus zelos
madrinha lua
cabocla jurema
usina de prata
pedacinho do céu
vila de santa tereza
chuá, chuá
paisagem
movimento da vida

Paulo Moura – Confusão Urbana Suburbana E Rural (1976)

Ainda não achei tempo para mais uma escavação arqueológica em busca de preciosidades e raridades musicais. Assim, continuamos sem muitas novidades e raridades. O disco que trago hoje, possivelmente poderá ser encontrado em mais uma meia dúzia de blogs (por sinal, todos com muito bom gosto), mesmo assim eu não poderia me faltar ao desejo de postá-lo. Trata-se de um álbum excepcional que gosto muito e talvez por isso mesmo o considere o melhor trabalho de Paulo Moura nos anos 70. Como uma caixa de bombons, este disco vem recheado de delícias musicais variadas. Se você, meu amigo, ainda não teve oportunidade de ouví-lo, então não perca essa… Este disco pode ainda ser encontrado com uma certa facilidade em lojas ou pela internet.

Espinha de bacalhau (Severino Araújo)
Notícia (Alcides Caminha-Norival Bahia-Nelson Cavaquinho)
Bicho papão (W. Tiso-P. Moura-M. da Vila) e Tema do Zeca da Cuíca (Rosinha de Valença)
Carimbó do Moura (Folclore)
Se algum dia (Martinho da Vila)
Peguei a reta (Porfino Costa)
Amor proibido (Cartola)
Dois sem vergonha (Wagner Tiso-Paulo Moura)
Eu quero é sossego (K-Ximbinho)
Dia de comício (Paulo Moura)
Pedra da lua (Toninho Horta)

Orlandinho E Zé Cupido – 8 Baixo X 120 (1974)

Fechando o dia, aqui vai mais um disco para quem é chegado numa sanfona. Possivelmente poucos conhece ou se lembrarão de Orlandinho ou Zé Cupido. Eu mesmo, até então nunca havia ouvido falar deles. Pela rede também não temos muita coisa e daí ficamos apenas com as informações da contracapa. Essas eu deixo para que vocês no encarte incluído. Eu vou me prender apenas ao fato de ser este disco uma espécie de desafio, mas não nos moldes dos repentistas nordestinos, aqui cada faixa é de um sanfoneiro. Orlandinho mostra suas proezas com a sanfona de 120 baixos e Zé Cupido vai na de 8. Este é mais um disquinho com sabor de festa junina. Aproveita aí enquanto o mês não acabou…

bailinho bão – orlandinho
siricutico – zé cupido
seleção musical – orlandinho
pagode na fazenda – zé cupido
baião do sabiá – orlandinho
tatajuba – zé cupido
rosa maria – orlandinho
meu prazer – zé cupido
baião do padrinho – orlandinho
saudades da dita – zé cupido
chica boa – orlandinho
bidú – zé cupido

Silvinho – A Consagração (1963)

Hoje eu vou apelar… Vou apelar para os álbuns de gaveta. Diante à minha total falta de tempo, me vejo obrigado a postar coisas que não eram exatamente o que eu queria no momento. Mas para não ficar devendo ao diário, vamos com o que temos a mão…
Silviinho foi um cantor popular que fez muito sucesso no começo dos anos 60. Digo “foi” porque a muito tempo não se ouve falar nele, embora ainda esteja vivo. Antes de se tornar um cantor de sucesso, participou de diversos conjuntos vocais como Os Trovadores, Os Vocalistas, Trio Quitandinha e Conjunto Harmonia. Seu maior sucesso foi “Quem é”, música de sua autoria e Maurílio Lopes, regravada posteriormente por outros artistas. O disco que temos aqui, “A Consagração”, foi seu terceiro lp. Me parece que depois de ‘consagrado’ ele não lançou mais nenhum lp, os que vieram depois são coletâneas. Neste disco podemos destacar entre outras curiosidades a faixa “Nesta noite eu queria que o mundo acabasse”, onde podemos encontrar a participação do ator Paulo Gracindo fazendo declamações. Aliás, era muito comum nos discos do Silvinho esse artifício das declamações (snic!)

esta noite eu queria que o mundo acabasse
torturas
derrota
veneno
sofre calado
amaor infinito
amor sincero
calçada
incompreendido
tu foste o sol que iluminou a minha vida
silêncio

Edu Da Gaita – Edú (195?)

Ufa! Que dia! Se não fosse a promessa de repetir a dose, teria deixado por hoje apenas a postagem do Codó. Estou aqui agora apenas por honra da firma. Trazendo outro fantástico gaitista, o inigualável Edu da Gaita. Este álbum é a versão 12 polegadas do lp de 10 lançado em 1953. Nele estão incluídas mais quatro faixas. Procurei maiores informações sobre este disco, mas não encontrei nem sua data de lançamento. Suponho que este tenha sido lançado alguns anos depois, por volta de 58, quando os álbuns de 12 polegadas começaram a ficar mais comuns.
Desculpem, mas hoje tá osso! Deixo para vocês os comentários e informações complementares… Deixa eu ir dormir… boa noite!

dança do sabre
espanha
fantasia espanhola
ritmos do brasil
andaluzia
banzo
capricho espanhol:
a) alvorada
b) cena cigana
c) canto cigano
d) fandango das asturias
o cisne
tristeza eterna
whispering

Codó – Vim Prá Ficar (1970)

Bom dia! Nada como uma postagem matinal, não é mesmo? Vou aproveitando o tempinho livre para trazer mais um álbum merecedor da nossa atenção. Como ninguém reclamou das postagens do dia anterior, irei repetir a dose.
Começo com o compoistor e violonista, Clodoaldo Brito, o Codó, hoje pouco lembrado. Pensei dele depois de ter postado o disco do Canhoto. Codó aperfeiçoou sua tecnica pelo método de Canhoto. Gravou poucos discos, mas deixou seu nome na MPB. Neste disco ele interpreta composições suas e de outros autores. Um disco raro de se ver e principalmente de ouvir.
irmãos coragem
manias
nada
boa noite, amor
pedacinho do céu
canto das flores
pobre elisa
badinho
a canção de amor do meu amor
prelúdios de sonatas
vim prá ficar
tema da saudade

Clayber – Sob Medida (1983)

Considerado um dos 10 maiores gaitistas do mundo, Humberto Clayber de Souza tem um currículo extenso. Iniciou sua carreira ainda na adolescência. Foi integrante de diversos e famosos grupos como “Omar Izar e seus Harmonicistas” durante os anos 50 e “Trio Gevalth” da Argentina, com quem excursionou por toda a América do Sul. Se não bastasse, tem como seu segundo instrumento o contrabaixo. Como contrabaixista tocou no “Manfredo Fest Trio”. Ao lado de César Camargo Mariano e Airto Moreira montou um dos mais interessantes trio de Bossa Nova, o “Sambalanço Trio”. Nesta época foi também consagrado como um dos melhores contrabaixistas de bossa. O cara é realmente fera. Tocou no quinteto “Sambossa-5” gravando dois lp’s e reagrupou o “Jongo Trio”, com quem gravou também dois discos. Tudo isso ainda nos anos 60, quer dizer, ainda tem muita coisa de lá pra cá. Não vou entrar mais em detalhes, quem quiser saber sobre Clayber, visite o seu site.
O álbum que apresento é um trabalho surpreendente e muito bonito. Clayber interpreta somente composições de Chico Buarque e parceiros, dando a essas uma nova roupagem totalmente instrumental. Tocam com ele outros feras como Cido Bianchi, Claudio Bertrami e Heraldo do Monte. Taí um disquinho nota 10, confiram!

olhos nos olhos
amando sobre os jornais
o que será
gota d’agua
você vai me seguir
meu caro amigo
mulheres de atenas
sob medida
vai trabalhar vagabundo
bem querer
a noiva da cidade
passaredo

Canhoto – Único Amor (1968)

Hoje o domingo é dedicado aos instrumentistas, para alegria de muitos, que vez por outra me pedem para postar coisas do gênero. Começo com um dos grandes nomes do violão, Chico Soares, também conhecido como Canhoto ou Canhoto da Paraíba. Violonista autodidata, fez fama a partir dos anos 50. Foi o fundador do Clube do Choro em Recife. Suas composições foram gravadas por diveros artistas como Toquinho e Paulinho da Viola. “Único Amor” foi seu primeiro disco, lançado só no ano de 1968 pela gravadora pernambucana Rozenblit. Um disco simples, mas maravilhoso. Ouvir Canhoto tocar é uma dádiva, o cara era genial.
Consultando a rede, descobri que no ano passado este disco foi relançado em cd, porém não o encontrei à venda. Fica aqui a alternativa neste toque musical.

único amor
escadaria
memória de sebastião malta
o sorriso de fátima
zingara
banhado em lágrimas
pisando em brasa
o grilo de mestre sérgio
nicélia
visitando o recife
lurdinha
tua imagem

Dom Salvador (1969)

Completando a tabelinha do dia, vou postando mais um excelente disco do Dom Salvador. Este, um álbum de 1969, tem uma outra cara, com toques progressivos, lembra muito alguns trabalhos da época do Janko Nilovic. Disco raro e bastante procurado por colecionadores. Por outro lado, nos blogs de música ele já virou figurinha carimbada. É um dos mais antigos arquivos (de 128kbps) que circula pela rede. Me lembro de tê-lo encontrado no saudoso Audiogalaxy e ao longo desse tempo ainda não apareceu outro em melhor qualidade. Se você ainda não conhece, não perca essa oportunidade….

tio macrô
asa branca
moeda reza e cor
cantinflas
barumbá
folia de reis
sambaloo
o tempo será tua paz
o rio
país tropical
be by my side
cantiga por luciana

Frank Sinatra – Sinatra & Company (1971)

Hoje quem está nos visitando é Frank Sinatra, acompanhado por Tom Jobim e Eumir Deodato. Decidi postar este disco porque ainda continuo no clima de ontem, meio jazz, meio bossa, meio perdido… E também porque este álbum é meio a meio. De um lado do disco temos Sinatra cantando algumas das mais conhecidas composições de Tom e parceiros, em arranjos maravilhosos de Eumir Deodato. Do outro lado o disco perde um pouco a cadência apesar dos belos arranjos de Don Costa. Na minha opinião a única música do lado B que salva é “Close to you” de Burt Bacharach. Também não é para menos, depois de ouvir o lado A, o B chega a ser frustrante. Mas tá valendo…
Drinking water (Água de beber)
Someone to right up my life
Triste
Don’t ever go away (Por causa de você)
This happy madners (Estrada branca)
Wave
One note samba (Samba de uma nota só)
Will drink the wine
Close to you
Sunrise in the morning
Bein’ green
My sweet lady
Leaving on a jet plane
Lady day

Movimento 65 – Um Show Com… (1965)

Amigos, para arrematar e fechar a semana com chave de ouro, deixo aqui para vocês este disco que é outra pérola do jazz com bossa. “Movimento 65” é o nome deste álbum raríssimo, também super cultuado por colecionadores do mundo inteiro. Embora pelo título tenhamos a impressão de que se trata de um disco ao vivo, na verdade ele é uma espécie de coletânea, que reúne alguns dos artistas da RCA Victor que lançaram discos em 1965. Obviamente artistas de bossa e jazz.
Este é mais um que o Toque Musical assina embaixo. Confira…

1- REZA – Flora Purim
2- CONSOLAÇÃO – Trio 3-D
3- VOCÊ – Luiza
4- 1º DE ABRIL – Os Poligonais
5- NÓS E O MAR – Leny Andrade
6- CÉU E MAR – Johnny Alf
7- ESTAMOS AÍ – Raulzinho w/ Sambalanco Trio
8- NANÃ – Os Cobras
9- VAI DE VEZ – Luiza
10- SAMBA DE VERÃO – Marcos Moran
11- SAMBA DO CARIOCA – Flora Purim
12- RAPAZ DE BEM – Johnny Alf
13- SEM VOCÊ – Alaide Costa
14- NEGRO – Myrzo Barroso

Dom Salvador – Salvador Trio (1967)

Andei lendo por aí que o blog Toque Musical é especializado em Velha Guarda. Por certo quem o classificou assim é porque não chegou a explorá-lo inteiramente, observando apenas o que rolou nos últimos dois meses. Convido àqueles que ainda não conhecem bem o nosso blog que o faça. Em julho estaremos completando um ano de atividades diárias, tendo postados até então mais de 500 títulos musicais raros. Aqui se pode achar de tudo um pouco que foi produzido fonograficamente no Brasil de vinte anos para trás, compreendendo todos os gêneros e os mais diversos artistas. Também se pode encontrar a produção internacional, quando esta se faz pertinente ou relacionada a temas e artistas brasileiros. Assim, posso dizer que o TM é um blog musical variado. Especializado mesmo, só em fazer a alegria das pessoas. “O importante é que a nossa emoção sobreviva!”
Demonstrando esse ecletismo musical, vamos hoje de jazz! Não dá para definir este disco do Dom Salvador de outra maneira. Um álbum essencialmente jazzístico e maravilhosamente brasileiro. Um ‘power trio’ mais que afinado botando fogo na bossa. Dom Salvador no piano, sempre perfeito; Edson Lobo, na época ainda garotão, mas com uma técnica no contrabaixo de gente grande; e para incendiar, na bateria, outro fera, Victor Manga. Os caras estão totalmente a vontade, fazendo o que sabem melhor, tocar! Lançado pela Rosenblit em 67, este lp é hoje objeto cultuado pela sua raridade e originalidade. Um álbum em capa dupla, tipo “sanduíche”. Nunca vi nada igual. Tá valendo uma baba entre colecionadores! (..e não adiante insistir, eu não vendo o meu)
Tema Pro Gaguinho
Das Rosas
Miscelânia
Maria
Santarém
Pro Batera Tematrio
Arrastão
Rio É Sempre Rio
Promessa
Dedicação
Chegou O Carnaval

Nelson Gonçalves – A Volta Do Boêmio (1967)

Para os fans de Nelson Gonçalves os pedidos são atendidos relativamente rápido. Isso porque o meu amigo Adelino, que sabe e tem tudo do Nelson, está sempre pronto a nos atender, indicando o link no Comentários. Segue então o famoso lp “A volta do boêmio”, lançado em 1967. Nessa hora é que eu digo, o que seria do Nelson se não fosse o Adelino! Calma, isso foi apenas um trocadilho…

meu vício é você
escultura
flor do meu bairro
mariposa
queixas
enigma
a volta do boêmio
fica comigo esta noite
chore comigo
deusa do asfalto
êxtase
ultimato

Vicente Celestino – MPB Grandes Interpretes (1973)

Meus caríssimos amigos cultos, ocultos, anônimos e cupins. Tenho recebido constantes pedidos para que sejam postado no TM os mais diveros álbuns e artistas. Na medida do possível tenho procurado atendê-los, mas nem sempre isso acontece de imediato. Peço a esses que tenha paciência e aguardem. A qualquer momento “aquele disco” vai aparecer…
Quem sabe não é este do Vicente Celestino? Esta é uma boa coletânea do artista, lançada nos anos 70 pela RCA Victor com doze faixas de seus trabalhos mais representativos. Encontramos aqui dois clássicos de estranha beleza – “Coração Materno”, gravado também por Caetano Veloso em “Tropicália” e “O Ébrio”, aquela que virou uma etílica caricatura musical. Essa última é uma gravação original de 1936, sendo o monólogo introdutório de uma outra gravação de 1957. Os estalinhos que se escuta ao fundo são para lembrar que ainda estamos curtindo as festas juninas.

o ébrio
coração materno
serenata
patativa
ounvindo-te
falando ao coração
porta aberta
gilka
esquecimento
quero voltar
rasguei o teu retrato
ilusão de garoto

Sucessos Da Bossa Nova (1964)

Dando sequência a postagem do dia, que hoje saiu mais cedo, vamos com mais Bossa Nova. Desta vez temos um álbum que foi recuperado por milagre. Este disco, podem acreditar estava uma peneira, cheio de furos feitos por cupim. Dá prá acreditar? Eu não sabia que cupim comia vinil, agora tenho certeza. Considerando o estado lastimável em que se encontrava o lp, em relação ao resultado quase finalizado, acho que ficou muito bom! Digo quase finalizado, porque não cheguei a limpar totalmente o arquivo no Sound Forge. Vou deixar para vocês a arte do acabamento final, ok? Como a contracapa ficou um tanto ilegível, transcrevo abaixo o texto sobre o disco:
“Este é um lp que focaliza seis grandes nomes interpretativos da bossa nova entre nós (mas cujo cartaz já ultrapassou as fronteiras): um flautista, um saxofonista, um pianista, dois “bandleaders” e finalmente um cantor – Jorginho, Aurino, Heraldo e Paulo “Fats” Eupidio e Johnny Alf, pela ordem.”

insensatez
tristeza de nós dois
para não sofrer
batida diferente
meditação
samba de uma nota só
nós e o mar
barquinho
tema se palavras
murmúrio
chora tua tristeza
menina moça

Agostinho Dos Santos – Vanguarda (1965)

Toque Musical, sem hora para entrar, mas sempre diário. Hoje eu vou aproveitando a folga matinal e mando logo este Agostinho que é puro Bossa Nova. Este é um álbum clássico, luxuoso e de capa dupla contendo as letras. As composições, em sua maioria, são de Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli. Este disco eu estou postando mais a título de indicação. Ele foi relançado a pouco tempo atrás em cd que você pode encontrar com facilidade no site da Som Livre, por apenas 10 reais.

amanhecendo
noite de paz
moça flor
a morte de um deus de sal
melhor voltar
pra que chorar
vagamente
telefone
rio
amor a 120
negro
além da imaginação

Roberto Silva – Descendo o Morro N. 2 (1959)

Para finalizar o dia de hoje e compensando pelo dia de ontem, deixo para vocês mais um excelente disco de samba. Temos aqui o Roberto Silva interpretando sambas antológicos, dando continudade ao primeiro disco que também é muito bom. O Jamelão me prometeu que em breve manda para nós os números 1, 3 e 4. Portanto não precisa ninguém pedir, qualquer dia eles estarão pipocando por aqui.

aos pés da cruz
chora cavaquinho
se acaso você chegasse
você está sumindo
cabelos brancos
a mulher que eu gosto
passei dos 32
normélia
escurinho
rugas
maria thereza

Sambistas de Bossa e Samba de Breque (1977)

Eu havia pensado para hoje, postar do Jamelão, mais um disco. Porém percebi que dos outros que tenho, nenhum é disco de carreira. Ou é coletânea ou já estão em outras fontes. Para não caírmos naquela de “já baixei”, resolvi recrutar outros… Coletânea por coletânea, temos aqui outra melhor. Seis sambistas de bossa e samba de breque: Blecaute, Jorge Veiga, Geraldo Pereira, Ciro Monteiro, Moreira da Silva e Luiz Barbosa.. Por certo que Jamelão vai entender.
Este álbum reúne 16 fonogramas da RCA, tratados e reprocessados para estéreo. Não sei bem o quanto esse estéreo faz sentido, mas o resultado ficou muito bom e merece uma conferida.

você está sumindo – ciro monteiro
o guarda e o motorista – jorge veiga
a risoleta – luiz barbosa
esta noite eu tive um sonho – moreira da silva
chegou a bonitona – blecaute
velório no morro – jorge veiga
oh! seu oscar – ciro monteiro
falso patriota – geraldo pereira
dama ideal – geraldo pereira
doutor em futebol – moreira da silva
nêga – jorge veiga
botões de laranjeira – ciro monteiro
bilhete branco
primeiro eu
a coitadinha fracassou
o que se leva dessa vida

Jamelão – O Samba Bom É Assim (1959)

Ontem, extraordináriamente não tivemos nenhuma postagem devido a um problema no Blogger. Não consegui acesso para postagens e só agora a tarde é que parece ter normalizado. Segue então, hoje, a minha homenagem ao grande sambista Jamelão. Espero que este seja um álbum inédito nas ‘bocas’ e nas fontes. Não vou nem me dar ao trabalho de verificar isso. Neste disco Jamelão mostra os dois lados do sambista, no morro com seu partido alto e nas apresentações noturnas em boates, no fim dos anos 50. Correndo contra o tempo, aqui não jás, aqui samba!

o samba é bom assim
solidão
decisão
escravo de um coração
nostalgia
que onda é essa
falta de queda
exemplo
jajá da gambôa
águas passadas
eu sofro também
a saudade já chegou

Aloysio De Olivera E Seu Bando Da Lua – Arthur Murray Latin Dance Set (1956)

Há alguns dias atrás, estava eu navegando na rede, quando dei de cara com este disco. Quer dizer, dei de cara com uma capa que me chamou a atenção. Quem era esse tal de Athur Murray? Nunca tinha ouvido falar… porém ainda constava no encarte o texto “Latin Dance Set – Luis Oliveira and his Bandodalua Boys” e um sub-título “Música para dançar à maneira latino americana”. Ora, ora… o que temos aqui? Não seria Aloysio de Olivera e seu Bando da Lua? Estava certo, era isso mesmo… um disco do Bando da Lua gravado nos ‘States’. Que interessante, não conhecia este disco e também não o encontrei entre a discografia do grupo ou do Aloysio. Pesquisando um pouco mais descobri que Arthur Murray foi um professor de dança, um dos nomes mais importantes no aprendizado da dança de salão nos Estados Unidos apartir dos anos 40. Arthur Murray hoje virou ‘franchise’, com diversas academias espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. Embora o nome de Arthur Murray venha em destaque, o disco é exclusivamente de Aloysio de Oliveira e seu Bando da Lua. Observem que na capa do álbum importado o nome de Aloysio é mudado para Luis Oliveira. Foi para mim, mais que coincidência, encontrar em um sebo, justamente este disco. Parece até que foi combinado… coisas como essa vivem acontecendo comigo. Embora um pouco ‘detonado’, o álbum merece ser ouvido. Publico as duas capinhas para mostrar as diferenças do álbum lançado lá para o nacional que tenho aqui. Não tenho dúvidas de que este disco é um álbum raro, principalmente por não constar em nenhum histórico da música brasileira. Eu nunca vi…

chihuahua
o papagaio lá de casa
canção do mar
o boobie woogie do rato
sim, sim
e eu sem maria
baião
delicado
primavera
bambalele
mulher rendeira
o apito, o triangulo e a cuica

Conjunto Melódico Norberto Baldauf – Ritmos Da Madrugada N.3 (1958)

Quero começar a postagem de hoje transmitindo meus sentimentos de pesar pelo falecimento do grande sambista Jamelão. Ao contrário dos outros blogs de música, não postarei hoje nenhum disco do artista. Infelizmente no ‘gavetão’ não tenho nada pronto e como já havia preparado outras coisas, deixarei minha homenagem para a próxima semana.
Para este domingo eu trouxe um grupo que até bem pouco tempo eu nunca tinha ouvido. Sabia da sua existência, mas nunca havia me despertado interesse. Isso aconteceu há uns dois anos atrás quando li uma reportagem falando do grupo. Nesta, diziam que o conjunto continuava na ativa, com mais de 50 anos de estrada, fazendo apresentações e tocando em bailes. Incrível! Por certo, este é o grupo mais antigo em atividade até hoje. O Conjunto Melódico Norberto Baldauf surgiu nos anos 50 em Porto Alegre. Era o conjunto de baile mais famoso e requisitado na cidade. Elis Regina também chegou a fazer parte do grup0 em alguns bailes da época. Do octeto, só ficaram mesmo o Norberto Baldauf (piano) e Raul Lima (guitarra) que até o ano passado ainda estavam fazendo apresentações.
“Ritmos da madrugada n.3” é o único lp de 12 polegadas da série. Um álbum feito essencialmente para dançar. Tanto assim que o lado A é contínuo, sem separação das faixas, assim como os discos da série “Feito para dançar” do Waldir Calmon. Outro detalhe que chama atenção é o batido característico em algumas faixas prenunciando a bossa. Um disco muito bom!

guacyra
feitio de coração
andalucia
luar insdiscreto
cevando o amargo
trepa no coqueiro
poema
aos pés da cruz
ave maria no morro
dança das horas
begin the beguine
saudade da bahia
ciau (oh! oh! ah! ah!)
baião de vassouras
lá vem a baiana

Arrasta Pé Na Roça (1980)

Completando a relação musical para as festas de junho, finalizo com este disquinho que é o bicho! Vai levantar poeira, pondo todo mundo para dançar. Não vai ficar ninguém sentado.
“Arrasta pé na roça” é um disco feito de encomenda para essas ocasiões. Um apanhado de forró com alguns dos melhores sanfoneiros nordestinos. Este não é para se falar, é prá dançar!

na toca do camarão – camarão
o tema é dominguinhos – camarão
itatuba – adolfinho
eu sou o bom – adolfinho
siridô – nilo cearense
festa boa é na palhoça – baú dos oito baixos
tex- camarão
aquela rosa – jacinto silva
seis de qua ra qua qua – baú de oito baixos
não me deixe louco – jacinto silva
com este a paia voa – zé alves
uai o chente – azulão da bahia