Prestige Apresenta Paulinho – Para Animar A Festa (1958)

Olá amigos cultos e ocultos, visitantes e observadores de plantão! Estou começando mais uma semana cheia de velhas e boas novidades. Andei separando alguns discos para essa rodada que considero muito importante resgatar do “limbo do tempo”. São lp’s que, tenho certeza, nunca mais seriam relembrados. A única chance é assim, forçando a barra, abrindo novos caminhos…
Começo com este álbum dançante. Um lançamento do selo Prestige, seguindo as tendências da época, discos com faixas longas, sem pausa, próprios para a dança. Para dar ao álbum uma personalidade, a Prestige convocou o baterista Paulo Fernando de Magalhães e seu conjunto.
O álbum é mesmo muito bom de dançar (a dois) e deve ter feito sucesso na época, pois nos dois anos seguintes, Paulinho estaria de volta com os volumes dois e três, lançados respectivamente em 1959 e 60. Ele depois seguiu para uma carreira internacional, inicialmente ao lado de Sérgio Mendes. Tocou com grandes nomes do jazz, tendo também participado em gravações e outros álbuns.
Sem maiores informações sobre este instrumentista, recorri a rede e acabei descobrindo (óbvio) que no Loronix os três álbuns já haviam sido postados. Diante ao fato, não vou me dar ao trabalho de postar os demais. Quem quiser os outros, eu recomendo ir buscar lá no Zeca, ok?

el manisero
ave maria lola
carioca
lullaby of birdlaind
mulher
nada além
eu e você
última canção
ontem e hoje
noite
babalu
el boceguero
destino
deusa do asfalto
fim de estrada
é luxo só

Dercio Marques – Segredo Vegetais (1988)

Eis um álbum que eu já havia postado anteriormente, logo nas primeras semanas do blog. Naquela época eu não incluí capas e nem as informações que acompanham o disco, além de que estava em 128kpbs. Uma pobreza total que eu acabei por tirar do blog. Hoje, como estou animado, vou fazer excepcionalmente mais uma postagem. Ou melhor, uma re-postagem 🙂
“Segredos Vegetais” é um álbum especial em todos os sentidos. Começando, obviamente pelo seu autor, o mineiro-baiano Dércio Marques. Trata-se de um álbum duplo, cuja a temática é essencialmente ecológica. Começou inicialmente a ser gravado em 1985. Contou com a participação de diversos artistas, entre os mais conhecidos temos Osvaldinho do Acordeon, Carlinhos Brown, Hilton Acioli e João Bá. O repertório (belíssimo!) inclui além de composições próprias, músicas de Djavan, Zé Renato, Fátima Guedes, entre outros… Segundo informações no próprio álbum, a idéia era publicar um terceiro lp, com participação do público enviando poemas e textos, fechado assim o ciclo dos “Segredos Vegetais”. Juro que nunca vi este disco. Será que não saiu? Deixo a resposta para vocês, no Comentários, ok?
Aqui estão sendo apresentadas duas versões para este disco. Integral, sem separação das faixas, conforme o álbum e em 320kbps. Ou com as faixas separadas em 160kbps. Façam suas escolhas…

1- liana
2- gavinha
3- cipó
4- hera

Luiz Gonzaga – 50 Anos De Chão (1988) REPOST

Hoje é um dia especial. Estamos comemorando o Dia do Pai. Digo pai porque acho que deveria se chamar assim, no singular da singularidade de cada um. Assim como o dia da mãe ou o dia da criança. Quando pluralizamos, tenho a sensação de distância, afastamento deste sentido de celebração, tornando-se apenas uma data gorda no calendário comercial.
Mas independente dessas questões, hoje é um dia marcado para celebrar o amor paternal. Necessariamente o “pai” não precisa ser o progenitor. Ser pai, tanto no céu como na terra, vai além de um simples elo sanguíneo. Pai ou mãe estão acima do ser mundano que somos todos nós. Eu poderia descrever essa condição em apenas duas palavras: amor e proteção. Uma pessoa pode até não ter tido os pais verdadeiros, mas em algum momento, em algum lugar, ela encontrará amor e proteção. Sempre haverá alguém espelhando o sentimento mais nobre, o amor! Meu pai agora está em mim e meu filho já fui eu. Diferentes relações, diferente situações… mas o essencial permanece, sempre vivo, o grande amor.
Em homenagem então ao pai, quero dedicar esta postagem especial, trazendo para vocês o Gonzagão nesta edição comemorativa de seus 50 anos de carreira. Este álbum, na verdade uma caixa com cinco lps, procura fazer um apanhado da produção do Lua na RCA Victor. Temos aqui, praticamente, todos os seus grandes sucessos. Eu espero que vocês gostem. …e viva o papai!

DISCO 1
vira e mexe
dansa mariquinha
no meu pé de serra
vem morena
acauã
baião
asa branca
boiadeiro
cintura fina
foro de mané vito
13 de dezembro
no ceará não tem disso não
DISCO 2
pau de arara
sabiá
juazeiro
a volta da asa branca
baião na garoa
qui nem jiló
o xote das meninas
assum preto
reacho do navio
respeita januario
paraíba
abc do sertão
DISCO 3
a daça da moda
légua tirana
imbalança
estrada de canindé
xandusinha
vozes da seca
olha pro céu
são joão da roça
noites brasileiras
são joão do carneiriho
piriri
forró no escuro
DISCO 4
a feira de caruarú
cacimba nova
apologia ao jumento
sanfona do povo
oia eu aqui de novo
meu araripe
pense n’eu
ovo de codorna
serrote agudo
a morte do vaqueiro
capim novo
a triste partida
DISCO 5
a vida do viajante
danado de bom
súplica cearence
pagode russo
forró n. 1
sanfoneiro macho
luar do sertão
obrigado joão paulo
sanfoninha choradeira
forró de cabo a rabo
nem se despediu de mim
depois da derradeira

Inezita Barroso – Apresenta (1958)

Iniciei o mês postando um lp maravilhoso da Inezita Barroso. Confesso que ainda me sinto encantado com ela e seus discos. Vamos aqui com mais um que só pela capa já vale, perfeita! Um trabalho de arte gráfica muito bem resolvido. Porém, num primeiro momento, despercebidamente, teremos a impressão que se trata de um disco de jazz, na linha Blue Note. Mas longe do jazz, este álbum navega em outras águas. Talvez rios, lagoas e mares do Brasil.
Temos Inezita, que eu considero a versão feminina do Rolando Boldrin (como devido respeito que os dois merecem), apresentando obras das compositoras Babi de Oliveira, Juracy Silveira, Zica Bérgami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade. A interpretação de Inezita conta com a participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, sendo acompanhados pelo Regional do Miranda e orquestra e côro da Rádio Record. Os arranjos e a direção são de Hervê Cordovil.

rainha ginga
cateretê
lamento
batuque
conversa de caçador
seresta da saudade
o carro tombou
adeus minas gerais
o batateiro
chuvarada
sôdade da loanda
recado
maria macambira
caboclo do rio

Maysa (1977)

Mais uma vez dando as caras no Toque Musical, a grande Maysa! Cantora, compositora e um nome sempre lembrado na música brasileira. Da bossa à fossa, sempre impecável.
Este disco, eu acredito, foi lançado logo após a sua morte. Talvez até aproveitando o momento de comoção. Acho que é uma coletânea com músicas de sua curta fase na CBS/Columbia, essencialmente bossa. Maysa morreu aos 41 anos em um estúpido acidente de automóvel na ponte Rio-Niteroi, em 1977. Me lembro bem desse dia… 🙁

o barquinho
melancolia
eu e o meu coração
lágrima primeira
maysa
só você mais nada
você e eu
cala meu amor
dois meninos
depois do amor
recado a solidão
errinho a toa

Marisa Gata Mansa (1980)

Só agora estou me dando conta, pelo blog, da brilhante e maciça presença feminina na música brasileira, seja como interprete, instrumentista, compositora ou cantora. As mulheres nunca estiveram tão por cima. Eu apoio totalmente a posição…
Como já estamos no meio da semana postando cantoras, vamos continuar com elas. Tenho certeza que todos aprovam, não é mesmo? 🙂 Hoje trago novamente a cantora Marisa, a Gata Mansa. Depois do sucesso no álbum “Simplesmente”, postado aqui na semana passada, achei que seria o momento de mais uma dose. Aqui temos Marisa quase duas décadas depois, neste álbum independente, lançado em 1980. Apesar de ter sido um de seus últimos discos, este é o mais singular por ser um registro ao vivo, cru e sem muitos retoques. Um disco também raro por ter tido uma produção independente, de distribuição um tanto limitada. Vale conferir…

o que será (a flor da pele)
odaléia (noites brasileiras)
o amor é chama
perdão
cadeira vazia
força vital
artistas
gás neon
tudo acabado
nessa vida
alvorecer
dente por dente

Doris Monteiro – Série Coletânea Vol.3 (1975)

Mais uma vez temos aqui a presença de Doris Monteiro. Eu estava na dúvida, sem saber qual álbum dela ainda não havia sido postado. Sei que no Loronix tem alguns, mas acho que este não saiu por lá. Aliás, este foi talvez a minha melhor escolha, pois se trata de uma coletânea onde estão reunidos alguns dos melhores momentos de Doris, que vai de 1966 à 73. Pessoalmente esta é a fase que mais gosto em Doris Monteiro. Confiram este repertório:

carolina
ao amigo tom
sonho de lugar
fim de noite
mudando de conversa
viagem
apelo
regra três
eu e a brisa
mais um adeus
alô fevereiro
até quem sabe

Marisa Barroso – Canção De Enganar O Tempo (1961)

Nesta minha constante falta de tempo, ouvir cantigas de enganar o tempo pode ser a solução 🙂
Assim, aqui venho eu com Marisa Barroso, cantora de voz firme e agradável (me faz lembrar a Elizeth). Foi descoberta no final dos anos 50 por Ary Barroso, cantava em boates e programas de tv. Esteve presente no cenário musical até os anos 60, depois sumiu do mapa. Nem pela rede é possível conseguir informações de seu paradeiro. Gravou alguns discos intressantes, sendo este o seu primeiro lp, acompanhada por Aloysio Figueiredo e seu conjunto. Este álbum traz um repertório bacana, com as seguintes faixas:
dois orgulhosos
dizem por aí
neste mesmo lugar
felicidade ligeira
conselho inútil
samba de mudar
quem foi?
fala amor
ternura perdida
conselho amigo
tristeza bonita
achados e perdidos

Hebe Camargo – Sou Eu (1960)

Uma das figuras mais populares da televisão nas últimas quatro décadas é sem dúvida a apresentadora Hebe Camargo. Mas antes disso, ela já fazia sucesso como cantora, por sinal, uma excelente cantora! Estreou fonograficamente no início dos anos 50, gravando vários discos até a primeira metade dos anos 60. Depois entrou para a televisão como apresentadora. Trocou o disco pelo sofá e nele fez a sua fama. Ao longo desse tempo, na televisão, poucas vezes se aventurou em um novo álbum. Me parece que só chegou a lançar dois disco, mas nada comparado aos bons tempos, como neste lp de 1960. Aqui temos a Hebe essencialmente cantora, acompanhada pelos maestros Francisco Moraes e Mário Gennari Filho com conjunto e côro.

quem é
cupido não falhou
conversa
lua escura
encontro com a saudade
ausência de você
cantiga de quem está só
creia
melodia italiana
hino ao amor
a canção dos seus olhos
mundo mau

Festival De Samba – Sambas Enredos Das Escolas (1968)

Devido à minha (sempre) falta de tempo, não estou tendo com organizar e pesquisar na rede aquilo que ainda não foi apresentado em outros blogs. As vezes é chato constatar que aquilo que a gente teve o maior trabalho para preparar e apresentar já estava disponível em algum outro lugar. Por essas e outras é que tomei esse caminho diversificado, que me dá opções e até alternativas quando tudo já parece ter sido postado.
Tenho para hoje este disco, precursor dos álbuns de sambas enredos. Um disco que vale mais pelo seu caráter histórico. Um registro ao vivo das seis melhores escolas de samba do ano de 1968. Neste ano sagrou-se campeã a Mangueira com seu “Samba, Festa de Um Povo”.
As gravações foram feitas nos terreiros (as quadras de hoje). Um ambiente perfeito para que este tipo de samba se manifeste de maneira autentica. Por curiosidade, temos também neste lp a participação de Martinho da Vila, como autor e puxador do samba “Quatro Séculos de Modas e Costumes”.
Confiram mais esta raridade…

dona beja, feiticeira de araxá – salgueiro
sublime pergaminho – unidos de lucas
viagem pitoresca através do brasil – mocidade independente
pernambuco, o leão do norte – império serrano
tronco do ipê – portela
samba, festa de um povo – mangueira
quatro séculos de modas e constumes – unidos de vila isabel
baterias:
império serrano
mocidade independente
salguerio
unidos de vila isabel
unidos de lucas
mangueira
portela

Araci De Almeida – Noel Rosa Na Voz De Araci De Almeida (1967)

Boas… Aqui vamos nós com a postagem do dia. Mais uma vez trazendo o “filósofo do samba”, o grande Noel, na voz de Araci de Almeida, interprete inquestionável de suas canções. A primeira gravação de Araci foi um samba de Noel “Sorriso de criança”. Seu nome e seus discos sempre estiveram associados ao “poeta da Vila”. Este álbum, me parece, foi um relançamento de uma bolacha de 78 rpm, incluíndo outras canções. Me corrijam se eu estiver errado…

meu barracão
são coisas nossas
fita amarela
cor de cinza
a melhor do planeta
palpite infeliz
feiticho da vila
pra que mentir
último desejo
conversa de botequim
não tem tradução
silêncio de um minuto

Inezita Barroso – Vamos Falar De Brasil, Novamente… (1966)

É difícil de acreditar, mas eu até pouco tempo atrás nunca tinha ouvido um disco da Inezita Barroso. Para ser mais exato, nem me lembrava da capa de algum deles. Me acostumei com a figura dela apresentando aquele programa na TV Cultura, de música regional. Mas com uma pequena ajuda dos amigos fui descobrindo uma discografia fantástica. Inezita é realmente especial, não apenas por ser uma artista que investiga e canta as raízes da música brasileira. Não apenas por trafegar em diversos estilos regionais brasileiros com sua voz firme sem vaidade. Mas também pela sua beleza e isso se reflete também em alguns de seu álbuns que vim a conhecer recentemente. Espero nos próximos dias postar mais alguns álbuns que são um primor.
Para hoje, “Vamos falar de Brasil, novamente…”, um disco maravilhoso onde ela vem acompanha pelo Regional do Caçulinha e ainda de quebra temos o maestro Guerra Peixe por trás cuidando do arranjos, orquestra e coral – interpretando as seguintes canções:

cais do porto
palavra de peão
festa deogum
burro chucro
nação nagô
serenata
soca pilão
maracatú elegante
oração do guerreiro
piaba
peixinho do mar
dança negra