Obina Shock (1986)

Êta diazinho atarefado! Nem parece segunda feira e nem véspera de feriado. Ufa! Finalmente estou aqui, me dedicando aos meus 15 minutos de folga (ou de fama?). No corre corre, escolhi para hoje um disquinho gostoso de ouvir. Vamos pegar de leve, por enquanto… a semana está apenas começando. E para não ficarem chateados quanto às minhas incursões no pop/rock nacional, vou dar uma chance aos anos 80 e incluir algumas coisas também.
Seguimos com o Obina Shock, um grupo formado em Brasília em 1985, basicamente formado pelos estrangeiros, Jean Pierre Senghor, Roger Kedy e Winston Lackin, filhos de funcionários de embaixadas sediadas na Capital Federal. Faziam parte do grupo também músicos brasileiros. A música do Obina Shock mistura ritmos africanos e caribenhos, mas sempre pautada num estilo pop. O grupo gravou apenas dois discos. Neste primeiro (que é o melhor, sem dúvida) temos a participação entusiasmada de Gilberto Gil e também de Gal Costa. As faixas “Vida” e “Reggae Obina” fizeram um relativo sucesso nas rádios. Confiram aí…

vida
lambaréne
africaner brother bound
brazilian style
reggae obina
sika
adjeni

Quaterna Réquiem – Velha Gravura (1990)

Na postagem de ontem eu cometi um pequeno erro ao comentar que teríamos na semana que se inicia discos de rock/pop predominantemente dos anos 80. Desculpem, falha minha ao digitar, troquei o nove pelo oito (vou até corrigir). Acabei despertando a atenção de alguns esperançosos para ver por aqui o que foi sucesso naquela década (muito) colorida. O que faltou nos anos 80 foi uma visão lisérgica para dissolver e misturar um pouco aquele ‘modrianismo-tonal-contrastante’. Eu até gosto, mas sinceramente, me cansa (os anos 80). Todavia, não ficarei batendo apenas numa mesma tecla. Vocês verão ao longo dos dias coisas bem variadas, inclusive um ou outro ícone dos anos 80.
Se tem um tipo de rock que eu ainda hoje escuto com atenção é o progressivo. Sempre gostei daquele estilo que se consagrou na primeira metade dos anos 70. Mas o ‘prog’ por mais que tenha sofrido baixas na década seguinte, nunca perdeu o seu encanto, tomou fôlego nos anos 90 e hoje em dia se recicla e se mescla à diversos outros gêneros que vão do ‘erudito’ ao ‘trance’.
Devo confessar que perdi o bonde da história do progressivo a partir dos anos 90. Foram poucos os discos que me interessaram a partir de então (acho que daí para adiante eu estava redescobrindo a música brasileira, herdando discos e também os sonhos dos meus falecidos).
Eis aqui o Quaterna Réquiem, um grupo de rock progressivo nascido no Rio de Janeiro no final dos anos 80, formado pelos irmãos, Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e Cláudio Dantas (bateria). Um dos melhores grupos de progressivo nacional surgido desde então. “Velha Gravura” foi o primeiro álbum e conta ainda, na formação inicial com Kleber Vogel (vocal e violino), Jones Júnior (guitarra e violão) e Marco Lauria (baixo). O som da banda é muito gostoso de ouvir. Me faz lembrar Camel, Curved Air e até algumas bandas italinas setentonas. Este disco saiu em 1990 e em 92 teve sua versão em cd, com direito a mais duas músicas inéditas. Depois de mais de 20 anos de estrada, com vários discos e algumas alterações na formação, o Quaterna Réquiem continua a todo vapor. Acredito que ainda hoje é possível adquirir este cd em shows da banda. E por falar em show, o QR estará se apresentando na segunda edição do já famoso “Festival Música do Mundo“, que acontece agora em Três Pontas/MG, de 8 a 12 de setembro. Um super evento musical, recheado de super atrações, encabeçado por Milton Nascimento. Eu daria tudo para estar lá, mas ainda não vai ser nesse…
Posso ter ficado velho para o rock’n’roll, mas ainda estou muito jovem para morrer (salve Jethro Tull!) Aliás, eu não fiquei velho, o meu rock é que talvez já não esteja agradando. Mas como na história em quadrinho do ‘velho Ray Lomas’, no final eu me dou bem: “Too Old to Rock ‘n’ Roll:(no, no..) Too Young to Die“.

ramoniana
aquarta
velha gravura
tempestade
madrugada
toccata

Mutantes – Os Mutantes (1968)

Olás! Antes que vocês estranhem o fato de eu estar postando um disco dos mais ‘manjados’ na rede, vou logo explicando os meus motivos. O primeiro, com certeza, é por ser um disco dos que eu mais adoro. Cresci ouvindo Mutantes e fiquei velho também ouvindo Mutantes. Seria um pecado da minha parte não postar ao menos um clássico do grupo no meu blog. Embora aqui no Toque Musical tenhamos três outras postagens deles, este é sem dúvida um autêntico Mutantes. O outro motivo que me leva a fazer esta postagem é também para anunciar o tema da próxima semana: música jovem (dos 60 para cá).
Há alguns dias atrás, um amigo, vendo a minha preparação toda para as costumeiras postagens diárias, me disse meio de zombaria: “Cara, você está mesmo ficando velho! E rápido demais. Já está ficando careca e o cabelo que lhe resta começa a embranquecer. Isso deve ser os efeitos colaterais dessas músicas velhas que você anda ouvindo. Esse mundo antigo, passado e saudoso é bacana, mas vê se não absorve muito a ideia. Você está com atitudes de um velho…” Eu quase meti a bengala na cabeça dele, mas resolvi não dar muita bola para aquela bobajada. Mas confesso que depois, fiquei pensando na minha adolescência, nos meus vinte anos de ‘boy’ e coisa e tal. É, acho que de vez em quanto eu preciso mesmo rever os meus valores, ou melhor, minha juventude. O que de uma certa forma, também não deixa de ser coisa do passado. Mas sei que foi nesse conflito de geração que decidi trazer mais um pouco da música que eu ouvia até os meus vinte e poucos anos. Me refiro em especial à música jovem, o rock e o pop nacional. Durante a(s) próxima(s) semana(s) vamos ter aqui alguns álbuns interessantes, principalmente dos anos 80. Quero trazer discos que não vejo com muita frequência em outros blogs. Espero que vocês gostem. 🙂
Bom, sobre o disco de hoje, acho que não tenho nada a dizer que já não tenha sido dito. Temos aqui o primeiro lp do trio Arnaldo, Rita e Sérgio. Um álbum inovador, que na época não foi muito bem compreendido pelo público. Era a vertente elétrica do Tropicalismo. Um álbum cheio de experimentação, diferente de tudo o que rolava de jovem num Brasil Pop e (pi)careta. Ave, Gengis Khan!

panis et circenses
a minha menina
o relógio
adeus, maria fulô
baby
senhor f
bat macumba
le premier bonheur du jour
trem fantasma
tempo perdido (once i was a time i tought)
ave, gengis khan

Orlando Silva – Olhos Magos E Outros Clássicos (2010)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos em mais uma ‘sexta independente’. A semana passou tão rápida que não deu nem tempo para eu programar a postagem de hoje. Ainda bem que eu sempre tenho à mão aqueles meus famosos ‘álbuns de gaveta’, prontos para as eventualidades. Tinha, inclusive, diferentes opções de artista e discos independentes, mas optei por essa coletânea do Orlando Silva para manter o clima da semana.
Aproveito, inclusive, o momento para informar aos artistas independentes que enviaram material para ser divulgado no Toque Musical, que seus discos irão entrando conforme a temática da semana. Ainda quero fazer aqui uma semana inteira (ou mais) dedicada ao disco e artista independente. Há cada coisas que vocês nem imaginam, mas sempre interessantes e de qualidade (ou no mínimo curiosas). Vamos ver…
Segue então na postagem de hoje uma coletânea de Orlando Silva, que não é exatamente um álbum independente, mas sim uma produção amadora, com capinha e lista das músicas, que me foi enviada como uma colaboração, pelo amigo culto José Carlos Martins. Na coletânea temos 24 músicas interpretadas por Orlando Silva, extraídas de seus diversos discos de 78 rpm lançados na década de 40 pela Odeon. São gravações raras, remasterizadas e relativamente em ótimas condições. Tenho certeza que vocês irão gostar 😉

sempre no meu coração
nossas vidas… sempre iguais
estrela dalva
e… guardarás uma saudade
há sempre alguém
não terminei tua canção
carioca boêmio
voltei sertaneja
boa noite querida
minha devoção
apartamento pequenino
saudade
quero te como és
begin the beguine
pássaro cativo
noutros tempos… era eu
olhso magos
abigail
zé ponte
rococó
não serás feliz
poema imortal
flor mulher

Hélio Paiva – Instantâneos De Hélio Paiva E A Música De Ary Barroso (1957)

Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Hoje eu estou começando cedo, pois o dia vai ser longo e cheio de ‘abacaxis para descascar’. Antes disso, porém, aqui vai a postagem do dia…
Apresento a vocês o cantor Hélio Paiva. Ao longo de tantos anos que se passaram, eu acredito que poucas pessoas se lembrarão deste cantor. Hélio Paiva surgiu no início dos anos 50, vindo da cidade mineira de Caratinga. Conforme nos conta o próprio Ary Barroso no texto da contracapa, Hélio assistia, no auditório da Rádio Tupi, a um programa de calouros. Ao final da apresentação do último candidato, quando ainda faltavam quatro minutos para terminar o programa, ele subiu ao palco e insistentemente conseguiu a proeza de cantar e ser aprovado por todos. Em sua carreira gravou diversos discos de 78 rpm e somente dois lps, sendo esses exclusivamente dedicados à música de Ary Barroso. Ele foi um cantor talentoso, mas como muitos outros, não conseguiu se manter após a chegada da Bossa Nova e Jovem Guarda. O álbum que temos aqui é o segundo e de 12 polegadas, lançado pela Sinter em 1957. Nele encontramos…

faixa de setim
canta maria
cabôca
rei nagô
hoje é novo dia
isto aqui o que é
tu
quero dizer-te adeus
chula-ô
no rancho fundo

Cauby Peixoto – Cauby Canta Para Ouvir E Dançar (1965)

Este blog está mesmo um sucesso. A cada dia estamos conquistando mais adeptos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. O que eu acho muito interessante é saber que até mesmo os artistas estão se descobrindo no Toque Musical. Até eles estão reencontrando aqui um pouco do passado. Acho isso muito legal. Para o artista é sempre bom saber o quanto ele é querido e lembrado. Através de ações como esta, o blog, muitos passaram a ser novamente conhecidos, ou mesmo tiveram a satisfação de rever seus discos publicados, mesmo não sendo mais da forma convencional. Como já foi dito por mim e também por outros blogueiros, o artista vê nos blogs um aliado para divulgar sua arte. Quando a coisa é feita na transparência e com certos critérios que não visam prejudicar ninguém, não há porque ser desaprovado.
Dando sequência à postagem do dia, aqui vai mais um disco do Cauby Peixoto. Gravado em 1965, o presente álbum nos traz onze faixas com um repertório bem variado, com músicas que marcaram uma época. Cauby canta aqui em português, inglês, italiano e espanhol, demonstrando a sua facilidade para cantar em qualquer idioma. Sem sombras de dúvidas, as músicas que se destacam no lp são as ‘bossanovíssimas’ “Samba de verão”, de Marcos e Paulo Sergio Valle e “Garota de Ipanema”, de Tom e Vinícius. Cauby como sempre, impecável. Originalmente Cauby.

samba de verão
call me irresponsible
sabor a mi
senza fine
la puerta – sabra dios – la barca
somos iguais
days of wine and rose
balançafro
amore scusami
hello dolly
garota de ipanema