Zé Luiz Mazziotti – Zéluiz (1979)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ontem eu, na pressa, acabei não conseguindo fazer direito os meus ‘contatos mediúnicos’ com a turma lá de cima. Daí eles só me mandaram a capa e só no fim do dia é que veio o tão esperado ‘toque’. Hoje isso não irá acontecer, pois a Elis Regina, mais uma vez veio trazer essa colaboração. Estou falando deste disco, do cantor e compositor paulista Zé Luiz Mazziotti, também conhecido apenas como Zéluiz. Para aqueles que não o conhecem, ou não se lembram mais, ele fez parte, nos anos 60, do grupo vocal Canto 4, com o qual participou de festivais de música da TV Excelsior e faturou o primeiro prêmio no “Festival da TV Record, defendendo a música “São Paulo meu amor”, de Tom Zé. Como intérprete solo, participou também de outros festivais. Durante muito tempo cantou na noite, trabalhando em boates ao lado de nomes como Vera Brasil, Paulinho Nogueira, Johnny Alf, Alaide Costa e muitos outros. Trabalhou também com ‘jingles’ e participou como intérprete em faixas de discos de trilhas de novela e no seriado infantil da TV Globo, “O sítio do Picapau Amarelo”, onde ele canta a música “Dona Benta”, de Ivan Lins e Vitor Martins. Somente em 1979 é que ele gravou este que foi o seu primeiro álbum solo. Um disco de estréia muito bem produzido, com direção musical de Dori Caymmi e Gilson Peranzzetta. Um time de músicos e convidados de primeira linha. Gente como Tavito, Toninho Horta, Tunai, Robertinho Silva, Luiz Alves, Helio Delmiro, Márcio Lott… putz, tem gente até… só conferindo no encarte. Não posso esquecer da Nana Caymmi, que aqui interpreta com Zéluiz a faixa “Pra sempre”, de Tunai e Sérgio Natureza. Falando ainda do repertório, temos no álbum músicas do próprio Zéluiz em parceria com Sérgio Natureza, Gilberto Gil, Ivan Lins e Vitor Martins, Sueli Costa, Tom e Vinícius, João Bosco e Aldir Blanc e Baden com PC Pinheiro.  Taí, em primeira mão, um excelente disco que agora vai rodar… 😉

bastante
altos e baixos
pra sempre
pai e mãe
violão vadio
virá
falso brilhante
andam dizendo
mania dos tempos
vida em segredo
pelo menos

 

Djalma Ferreira – Bicharada (1978)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Na semana que passou, tivemos em Belo Horizonte mais uma edição do Conexão Vivo de Música. Um evento que aconteceu no Parque Municipal, durante cinco dias, com dois palcos montados e shows direto, um atrás do outro, apresentando grandes nomes da nossa música, gente que está começando agora e também os veteranos. Neste festival houve espaço também para a Feira do Vinil e CD’s Independentes, onde diversos colecionadores e lojistas de discos estiveram vendendo e trocando suas raridades. Eu, na falta de tempo (e cabeça), acabei esquecendo de anunciar a feira aqui no blog. Mesmo assim, acredito que quem é atenado com música e estava na cidade, com certeza foi informado por  outros canais. Os shows foram um sucesso e a feira também. Quem esteve por lá não saiu com as mãos e os ouvidos vazios (no máximo o bolso). Vendi muitos discos e também comprei e troquei outros tantos. Está aqui um dos álbuns que comprei, uma coletânea do Djalma Ferreira, lançada em 1978 pela RGE Fermata. Nele encontramos os seus grandes clássicos. Músicas ao lado de seu conjunto Milionários do Ritmo, tendo Miltinho como o vocalista. Há também outras faixas extraídas de seus discos, lançados pelo selo Drink (que era do próprio Djalma) e RGE. Este disco fecha a discografia do artista, pelo menos no Brasil. Djalma Ferreira morreu em Las Vegas em 2004. Até os anos 80 visitou com frequência o Brasil, fazendo apresentações, restaurando para os saudosistas alguns momentos com seu antigo conjunto e, novamente, com Miltinho de ‘crooner’.

bicharada
lamento
se todos fossem iguais a você
meu lugar
murmúrio
samba do drink
penumbra
confissão
cheiro de saudade / café do brasil
garota do leblon
isabella
the breeze and i
nosso samba

Mara Do Nascimento – Instrumental (1982)

Muito boa noite amigos cultos e ocultos! Estou chegando agora para colocar a nossa postagem em dia. Hoje foi  o dia de encerramento do Conexão Vivo, um super evento musical que reuniu uma legião de bons artistas da nova safra da música brasileira. O lance aconteceu no Parque Municipal, de Belo Horizonte. Começou na quarta e terminou hoje. Além dos shows, houve também uma edição especial da Feira do Vinil e CD Independente, onde vários  colecionadores e lojistas estivaram por lá expondo suas bolachas. Eu também estive por lá vendendo meus discos de jazz e outras raridades. Sempre sem tempo, paguei uma pessoa para ficar vendendo os discos para mim. Só estive por lá mesmo ontem a noite e hoje durante todo o dia. Para não variar, comprei mais do que vendi. Por 100 reais comprei de um camarada 15 discos ‘zero bala’ do Neil Young, os primeiros e ainda por cima, importados. Não resisti… hehehe… Hoje o dia lá no Parque foi regado  à muita música boa, onde se destacava muito o instrumental. Tivemos por lá uma série de respeitáveis músicos que fizeram valer o meu dia. Inspirado com toda essa carga musical e ainda no ritmo feminino, vou postando  um disco da violonista e compositora mineira, Mara do Nascimento. “Instrumental” é uma álbum da melhor qualidade, onde temos onze temas próprios, todas composições de Mara. Para engrossar o caldo e dar mais brilho ao seu “Instrumental”, ela conta com um time de músicos de primeira. Gente como Gilson Peranzetta, Eduardo Delgado, Yuri Popoff, Lydston do Nascimento, Lena Horta e outros no mesmo grau.
Música de qualidade pronta para o consumo. Confiram aí este álbum, que além do mais é uma produção independente (e olha que nem é sexta feira!).

de mim
até que enfim
sujeito a mudança
sai que la vai
meus meninos
de volta pra casa
nós todos
baião do doidos
conversa
momento aqui entre nós

Elas Cantam Samba – Volume 1 (2011)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Depois de uma semana dedicada às cantoras, obviamente a coletânea deve seguir na mesma linha. Preparei então esta seleção, equivalente a um álbum triplo. Um álbum virtual generoso, com trinta e seis sambas escolhidos a dedo. Só sinto pelo fato de que nesta coletânea de cantoras eu não consegui colocar todas as que eu queria. Por essa razão é que dei ao subtítulo o nome de ‘Volume 1’.
Temos aqui uma série de sambas interpretados por cantoras das décadas de 30, 40 e 50. Muitas das músicas contidas aqui fazem parte de álbuns já postados no Toque Musical, mesmo assim, não deixa de ser interessante. Afinal, reunir todas num mesmo ‘disco’ só seria possível dessa maneira.
Coletâneas sempre foram uma boa pedida e quando são bem feitas acabam fazendo muito sucesso. Espero que a minha “Elas Cantam Samba” esteja no agrado de vocês. 🙂

nega maluca – linda batista
mulata assanhada – elza soares
chega de saudade – marisa gata mansa
agua de beber – elza laranjeira
não se aprende na escola – dircinha batista
em hora errada – elza laranjeira
esmola – elizete cardoso
meu rio – dalva de oliveira
é luxo só – dalva andrade
o apito no samba – marlene
você nasceu pro mal – nora ney
telecoteco n.2 – nora ney
tristeza nunca mais – dalva barbosa
eu o samba – emilinha borba
batuque no morro – dircinha batista
brigas nunca mais – marlene
imenso amor – nora ney
descendo o morro – dorinha freitas
boato – lana bittencourt
nunca mais – lila
a felicidade – zezé gonzaga
lamento – dorinha freitas
não me culpe – emilinha borba
tenha pena de mim – elza soares
poema das mãos – lana bittencourt
é um estouro – lila
não sabemos – maria helena
na cadência do samba – marisa barroso
minha saudade – alaide costa
amor em video tape – francineth
chora tua tristeza – marisa
meu mundo é você – francineth
jura de pombo – alaide costa
fez bobagem – aracy de almeida
com razão ou sem razão – aracy de almeida
roseira que não dá rosa – isaura garcia

Maria Eugênia – Para Ser Feliz (1989)

Bom dia! Chegamos a mais uma ‘sexta independente’ e como a semana é dedicada às cantoras, fui buscar algum disco que se encaixasse à proposta – produção independente, lançado a mais de 20 anos atrás. Procurei também privilegiar alguma cantora que fosse pouco conhecida. Daí, acabei dando de cara como este lp que me chamou a atenção, principalmente pela capa, um estilo bem diferentão, nem parece coisa dos anos 80. Outro detalhe curioso diz respeito à informação da técnica de gravação, chamada aqui de “Sistema DMM -Direct Metal Mastering”, a qual aparece impressa no álbum como sendo a última palavra em tecnologia de gravação em vinil, como se fazia em lp’s produzidos nos anos 60. Nunca ouvi o disco, mas diante a tantos dados instigantes, me vi naquela de ouvir com outros olhos.
Maria Eugênia é uma boa cantora, seu jeito me faz lembrar muito algumas cantoras mineiras. Aliás, o disco tem bem um estilo das produções mineiras, mas pelo que podemos constatar na contracapa, o produto é paulista. Provavelmente a nossa cantora aqui também deve ser paulista.
“Para ser feliz” é um álbum com boas canções, algumas são do compositor Lula Barbosa, que já foi gravado pelos mais diversos artistas, nacionais e internacionais. Os arranjos, muito bons por sinal, são dos veteranos e lendário grupo Os Carbonos. Confiram esta postagem e se possível complementem as informações. Continuo curioso para saber mais e que fim levou a cantora Maria Eugênia.

sem volta e sem fim
para ser feliz
depois do inverno
eu e você
pra me seduzir
aperta o coração
eu gosto muito
doce primavera
paixão exagerada
de ponta a cabeça

Nana Caymmi – Mudança Dos Ventos (1980)

Numa semana dedicada às cantoras, mesmo num limitado sete dias, ou sete postagens, eu não poderia deixar de fora uma das cantoras que eu mais aprecio, Nana Caymmi. Por certo, há dezenas ou centenas de grandes cantoras, umas até desconhecidas do grande público, que seriam as mais indicadas para a nossa mostra, mas não me contive ao desejo de ouvir e ter aqui no Toque Musical mais um belíssimo trabalho desta maravilhosa cantora.
“Mudança dos Ventos” foi lançado pela EMI-Odeon no ínicio dos anos 80. Felizmente, o que mudou foi só os ventos, pois a cantora aqui continua a mesma, senão melhor. Um excelente repertório, bons músicos, bons arranjos e boa produção. O grupo vocal Boca Livre participa do disco em duas faixas: “Meu bem querer”, de  Djavan e “Estrela da terra”, de Paulo Cesar Pinheiro e Dori Caymmi.
Este álbum, pelo que eu pude verificar, já foi bem divulgado em outros blogs. Possivelmente os amigos cultos e ocultos já o localizaram. Mesmo assim, como disse, não resisti a tentação. Além de ser um disco que eu gosto muito é um dos melhores trabalhos fonográficos lançados naquela bendita década. Tem que conferir…

mudança dos ventos
canção da manhã feliz
meu bem querer
pérola
meu silêncio
rama de nuvens
estrela da terra
de volta ao começo
fantasia (minha realidade)
mistérios
a mó do tempo
essas tardes assim

Maria Martha – Meu Romance (1979)

Como a semana vem passando de pressa, não é mesmo? Já estamos na quarta feira e eu ainda nem peguei o embalo nesta de ‘cantoras’. Ainda temos muitas vozes femininas esperando sua vez e semanas são o que não nos falta, graças a Deus! Vamos no ritmo diário, sem pressa…
Seguindo a linha e o timbre, trago agora e mais uma vez a cantora Maria Martha. Quem acompanha o Toque Musical já teve a oportunidade de ver aqui a cantora em seu primeiro álbum e se certificar do talento que ela é. Pessoalmente, acho a Maria Martha uma das melhores cantoras do Brasil, infelizmente muito pouco divulgada. Só mesmo aqui no TM se pode ouvir artistas como ela.
Em “Meu Romance” (que não é uma versão da célebre canção de Richard Rodgers e Lorens Hart) – seu segundo lp – temos a cantora ainda mais solta, desfilando um repertório seleto que traz coisas interessantíssimas como a primeira composição gravada de João Gilberto, “Você esteve com meu bem”, que ele fez em parceria com Russo do Pandeiro. Tem “Considerando”, de Capinan e Edu Lobo; “Caminhos cruzados”, de Tom Jobim e Newton Mendoça; “Mãos de afeto”, de Ivan Lins e Vitor Martins (que não ficou muito longe da interpretação magistral de Nana Caymmi). São algumas das músicas que eu mais gosto no disco. Mas tem mais… Vale conferir aqui também o time de músicos que dá a esse trabalho uma qualidade acima da média. Os arranjos e regência, além da participação em todas as faixas é de César Camargo Mariano. Chamo a atenção também para a presença de Heraldo Do Monte que, com sua guitarra, casa tão bem com os teclados de César Camargo. Taí um excelente disco de MPB que, eu acredito, nunca veio a ser relançado. Merece o nosso toque musical 😉

meu romance
considerando
meu viver
mãos de afeto
raiva
romance de jornal
minha amiga
caminhos cruzados
aparecida
qualquer coisa de amor
você esteve com meu bem?

Marília Barbosa – Filme Nacional (1978)

Olás! Acho que vou dedicar as postagens da semana às nossas cantoras. As vezes eu percebo que a voz feminina está fazendo falta por aqui. Daí começo a pensar e lembrar de algumas cantoras que eu gosto e que há muito não tenho ouvido. É bem o caso da Marília Barbosa, uma ótima cantora, que fez muito sucesso nos anos 70 e 80, hoje anda bem sumida, pelo menos para mim. Na curiosidade, fui procurar informações atuais sobre ela. Coisa difícil também. Consta que nos anos 90, Marília foi para os Estados Unidos. Voltou para o Brasil alguns anos depois, trabalhou na Rede Globo como atriz e fez também alguns shows. Pelo que eu entendi ela mora atualmente na cidade mineira de Poços de Caldas. Como um detetive, fui seguindo algumas pistas que me levaram a um blog pessoal. No cabeçalho há uma foto de uma mulher, mas que nada me lembrou a Marília cantora. Por certo as pessoas mudam e as mulheres então nem se fala, mas a Marília Barbosa que eu encontrei está muito diferente. Não comenta de música, não fala do passado, não traz nenhum sinal que nos possa confirmar tal identificação. As coincidências ficam apenas no nome, no fato dessa Marília Barbosa ser também uma ‘cantriz’ e poeta. Olhando bem o rosto da moça, comparando às fotografias da cantora, chego mesmo a acreditar que seja a mesma pessoa.
Marília Barbosa, como eu disse, fez muito sucesso nos anos 70. Foi uma cantora do ‘cast’ da Som Livre e atriz da Rede Globo, o que deu a ela uma projeção ainda maior. Um de seus discos mais apreciado é o “Filme Nacional”, álbum lançado em 1978 e que traz como destaque músicas como “Manifesto”, de Mariozinho Rocha e Guto Graça Mello; “Antes que aconteça”, de Renato Teixeira e “Olha”, de Roberto e Erasmo Carlos. Confiram…

manifesto
minh’alma
melodia inacabada
como um sonho
filme nacional
olha
antes que aconteça
total abandono
estória de cantador
pour pablito
coração de candango

Nazaré Pereira – Amazonia (1980)

Bom dia a todos! Eu havia prometido colocar a casa em ordem neste fim de semana, mas realmente não deu. Troquei o fim de semana sentado na frente do computador por um sábado e domigo nas trilhas, pedalando pelas montanhas aqui de Minas. As noites foram para descansar. Um ‘chocolatezinho básico’ para relaxar e um filmezinho, que agora eu assisto na cama, deitado, no meu Mac 😉 No máximo que consegui foi manter o ritmo das postagens. Tardei, mas não faltei 🙂
Começamos a semana com este disco que só pela capa encanta qualquer um. Mas sua beleza não fica só na estampa. Temos aqui a cantora, compositora e atriz Nazaré Pereira, uma artista, nascida em Xapurí, no Acre, que vem desde os anos 70 levando, através de sua arte, a música e a cultura do Norte para o resto do Brasil e principalmente para a Europa. Aliás, acredito eu, que ela seja mais conhecida lá fora do que aqui no Brasil. Isso se deve muito ao fato de Nazaré ter vivido muitos anos na França, local onde ela gravou a maioria dos seus discos.
“Amazônia” foi também gravado na França, em 1979, através do selo  Cezame. Lançado no Brasil no ano seguinte pela Top Tape, o disco traz alguns de seus maiores sucessos, como “Xapurí do Amazonas” e “Flexa de fogo” (de sua autoria), além de outras composições famosas como “Riacho do navio” (de Luiz Gonzaga e Zé Dantas), “Sodade meu bem, sodade” (de Zé do Norte e A. do Nascimento), “O Baião em Paris” e “Kalú” (de Humberto Teixeira), “Boi bumbá” (de Waldemar Henrique) e mais… Disco bacana, bem produzido e imprescindível em nosso Toque Musical. Confiram…

xapurí do amazonas
riacho do navio
baia véia baia
sodade meu bem , sodade
flecha de fogo
o baião em paris
o que vier eu traço
forró no escuro
nuvens que passam
kalú
boi bumbá

Chicletes Com Banana – Estação Das Cores (1982)

Amigos cultos e ocultos, axé! Finalmente aqui estou para bater o ponto também no domingo. Hoje ainda tenho muitas atualizações para fazer no nosso Toque Musical. Fui deixar acumular, agora é resolver…
Eu hoje vou postar (com outros olhos) este disco da banda baiana, ‘Chiclete com Banana’. Para aqueles que costumam torcer o nariz para derivados musicais baianos a partir dos anos 80 pra cá, esta postagem pode parecer mais um ‘devaneio augustiano’. Mas, qual nada, estou postando “Estação das Cores” porque se trata de um disco que até hoje não chegou a ser relançado em cd. Se vai fazer muita falta eu não sei. Eu sei é que ao ouví-lo me pareceu até bem agradável. Me fez lembrar em alguns momentos coisas como A Cor do Som ou Moraes Moreira. Este álbum, embora não seja inédito na blogosfera, é hoje também difícil de achar. Portanto, para fazer a alegria daqueles que haviam me feito essa solicitação e principalmente para os que  ainda não conhecem, vamos para a Estação das Cores, uma parada ainda idealista.

estrela menina
meu balão
tribo nagô
chorinho pra wadinho
até o carnaval trazer todo o axé
estação das cores
transcedança
a vida
simplesmente pelourinho
um brilho que traz a massa

Bossa Pelo Mundo – Volume 2 (2011)

Olá, amigos cultos e ocultos. Mais uma vez encima da hora vamos chegando, nos últimos trinta minutos do sábado. Meu dia foi meio tumultuado, daí só agora é que estou podendo colocar a casa em ordem.
Embora eu tenha aqui algumas coletâneas enviadas por amigos, vou hoje publicar mais uma do Toque Musical. Temos aqui um segundo volume da seleção especial TM, “A Bossa pelo mundo”. Neste novo volume, quem gosta de bossa e de jazz, não vai se arrepender. Seleção fina para gosto sofisticado. São vinte músicas, conhecidas por ‘bossa nova’, interpretadas aqui por um variado leque de músicos internacionais. Deliciosamente bom de se ouvir 😉 Não deixem de conferir…

the girl from ipanema – art heatlie
águas de março – cassandra wilson
o amor e a rosa – lalo schifrin
she’s a carioca – eden atwood
água de beber – ealena jones
canto de ossanha – les baxter
samba do avião – bud shank
quiet nights – jack parnell
céu e mar – lalo schifrin
manhã de carnaval – ducan lamont
samba de orfeu – phil bodner
agua de beber – art heatlie
chovendo na roseira – hamleto stamato trio
o pato – charlie byrd trio
insensatez – lee konitz & the brazilian band
manhã de carnaval – lee konitz & the brazilian band
desafinado – the big sound of chaquito
o barquinho – dick hyman
vou te contar – franco d’andrea new quartet
coisa mais linda – charlie byrd

Ladston Do Nascimento – Simbora, João! (2002)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Esta postagem era para ter ficado pronta hoje logo cedo, mas sempre aparece alguma coisa para adiar. Vamos ver agora…Hoje, estou trazendo um disco nota 10, que já há algum tempo eu estava para postar. Este, me foi enviado pelo próprio artista, através de uma amiga em comum. Faço da sexta independente o dia mais certo para apresentá-lo.
Temos aqui “Simbora, João!”, sexto trabalho do mineiro Ladston do Nacimento, lançado em 2002. Este cd é verdadeiramente muito bom, conta com a produção do seu parceiro Antonio Martins, os arranjos de Juarez Moreira, Zezinho Moura e Esdra Neném Ferreira. Ladston também conta com a participação especialíssima do Edu Lobo. Tudo isso, sem falar ainda nos outros grandes nomes da música mineira que dão ao cd uma cara mais que especial. Lindíssimo cd que vocês podem agora conferir aqui… 😉
a balairina e o último samurai
das outras auguas do rio
um falso chorinho
nego duro
duas serenatas
pequena canção
diamantina
navio de pedra
te vira nega!
caminhos de santiago
mãe do rio
dos diabos
simbora, joão!
mater e pater (violões  e tambores)

Benedito Costa – Um Cavaquinho No Sertão (1982)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Inicialmente eu gostaria de informar que as solicitações para novos links  estão sendo feitas na medida do possível. Prometo que atenderei a todos, no mais tardar, até o fim de semana, ok? Meu tempo é, ó… curtinho… (mas não largo o osso)
Depois do disquinho de ontem, ‘música sertaneja vestidinha para ir à cidade’, me deu uma vontade danada de postar mais um no gênero. Escolhi então “Um cavaquinho no sertão”, disco do instrumentista Benedito Costa, produzido pela Discos Marcus Pereira para a gravadora Copacabana, em 1982. Pela segunda vez temos aqui um disco desse mestre do cavaquinho. Como já foi dito, este músico, embora pouco citado, foi um dos grandes nomes do Choro. Maestro, compositor, arranjador e produtor paulista, da região de Ribeirão Preto, Benedito Costa tocou ao lado dos maiores chorões, participando de diversos discos e apresentações ao vivo e em rádios. Virtuoso do instrumento, foi ele quem criou o cavaquinho de cinco cordas.
Neste álbum Benedito toca em seu cavaquinho uma série de temas sertanejos entre composições próprias e algumas outras que já se tornaram clássicos da música caipira, como “Fuscão preto”, “Estrada da vida” e “Moreninha linda”. Não deixem de conferir…

cavaquinho fronteriço
na base do arrasta pé
fandaguinho chonado
o sorriso do bebê
fuscão preto
saudade
rancherinha para eliana
moreninha linda
por você meu sentimento
não vá embora
estrada da vida
o fole do zé

Rogério Duprat Orquestra E Côro – “Nhô Look” As Mais Belas Canções Sertanejas (1970)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Finalmente achei um tempinho aqui para a postagem do dia. Tenho para vocês um álbum que ainda ontem eu não conhecia. Fiquei encantado quando o ouvi e ao mesmo tempo achei estranho um lp tão bacana ter ficado todo esse tempo esquecido. Se formos procurar no Google, pouca coisa iremos encontrar. Aliás, existem vários trabalhos do Maestro Rogério Duprat que são pouco conhecidos, inclusive em blogs musicais. “Nhô Look” é uma saudação à música caipira. Um trabalho de releitura de alguns clássicos da autêntica música sertaneja em arranjos refinados que dão a esse gênero musical uma outra roupagem.
Infelizmente, eu não tive tempo para dar um ‘trato’ no áudio, que vai aí secão mesmo, até segunda ordem… Confiram essa raridade…

vida marvada
de papo pro á
serenô
luar do sertão
boneca cobiçada
moda da mula preta
piracicaba
tristeza do jeca
maringá
casinha pequenina
beijinho doce

Paulinho E Seu Conjunto – Para Animar Sua Festa Nº3 (1960)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos. Há algum tempo atrás eu havia postado aqui um disco do “Paulinho e seu Conjunto”, lançado em 1958. Na época da postagem eu achei que estivesse trazendo uma raridade inédita, mas antes que chegasse ao final da postagem descobri que o mesmo já havia sido postado no Loronix. Daí informei aos amigos que não iria postar os volumes seguintes, pois os mesmos já estavam na casa do Loro. Quem quisesse que fosse buscar por lá. Acontece que o tempo passou, o papagaio fugiu da gaiola e a festa por lá acabou. Diante a situação e mais ainda, atendendo aos insistentes apelos, resolvi então postar os que faltavam. Seguem aqui o volume 3, lançado em 1960 e o compacto em 45 rpm do volume 2. Aliás, verifico agora que este compacto eu também já o havia postado e nem me lembrava. Mesmo assim, tá valendo. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta, né não? 🙂
Temos assim, o baterista Paulo Fernando de Magalhães e seu conjunto no terceiro álbum de uma série começada em 1958. Seguindo a mesma linha dos álbuns anteriores, encontramos aqui também uma série musical dnaçante e mista, com temas nacionais e internacionais, apresentados em formato de ‘medley’.
Pronto! Tá tudo aí… agora é só conferir 😉
abrazame asi
nancy
tea for two
the continental
meu romance
teimoso
dói… dói…
teleco teco nº 2
romantica
facination
easy to love
i could have danced all night
se acaso você chegasse
não tenho lágrimas
cae cae
está chegando a hora

Zezinho E Os Copacabana – Um Coquetel E Uma Dança (1961)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Começamos a semana com um disco bem bacana e que certamente irá atrair o interesse de muitos por aqui. Lançado originalmente em 1957 sob o título de “Mesa de Pista”, este álbum de Zezinho e Os Copacabana foi relançado alguns anos depois, na década de 60, sob o título de “Um Coquetel, Uma Dança” com uma nova capa (feita por César Vilela), para o selo Imperial. Como já sabemos, o selo Imperial era uma espécie de subsidiária da Odeon. Foi criada por André Midani para vendas pelo correios e a domicílio e segundo contam, por algum tempo, vendia mais discos que a própria Odeon.
Este lp é um bom exemplo de um disco feito para dançar, mesclando a música americana (o jazz e o blues), com a brasileira (o samba). Foram diversos os conjuntos e orquestras que atuavam no mesmo estilo, na cena musical de Copacabana, no Rio de Janeiro dos anos 50, assim como faziam Zezinho e Os Copacabana. Numa época em que músicos e maestros, influenciados por arranjos sofisticados, buscavam inspiração em orquestras como a de Stan Kenton. Um tendência seguida pelos passos pioneiros de Radamés Gnattali, que já nos anos trinta fazia a fusão do samba com o jazz.
Em “Mesa de Pista” ou “Um Coquetel, Uma Dança”, se preferirem, temos de um lado um ‘pout pourri’ com temas nacionais e internacionais, numa sequência sem pausas, feita exatamente para se poder dançar por mais tempo. Do outro lado segue uma série de sambas clássicos em arranjos exclusivos feitos por alguns dos próprios componentes do conjunto, Al Quincas, Astor e Vadico.
Taí um disquinho que merece comentários e outros complementos. Eu, por aqui, já estou passando da minha hora. O trabalho me chama. Vão conferindo aí…
pout pourri:
wabash blues
adios
baião caçula
de papo pro á
pois é
chora cavaquinho
dulce y amoroso
begin the beguine
tiradentes
faceira
feitio de oração
morena boca de ouro
homenagem
longe dos olhos
não dou conselho

Parada Continental 1 (1953)

Opa! Ainda nos últimos minutos do que resta do domingo, aqui vou eu com a postagem do dia. Confesso que que esqueci completamente desta tarefa mais que diária. Cheguei tarde, mas trouxe uma boa recompensa para vocês, um raro exemplar de 10 polegadas e 33 rpm, o primeiro lançado pela Continental, em 1953. Temos aqui uma coletânea com oito  artistas do ‘cast’ da gravadora, certamente extraídos de bolachas de 78 rpm. Como se pode ver logo a baixo, trata-se de um encontro bem interessante, uma verdadeira parada de sucessos, com a qualidade Continental. Taí um disquinho bem contado, raridade para qualquer colecionador, que eu comprei baratinho na mão de um catador de papel. Salve, salve!!!

ninguém me ama – nora ney
tormento – lúcio alves
maria joana – carmélia alvex e sivuca
mambo caçula – chiquinho e sua orquestra
alguém como tu – dick farney
bandolins ao luar – emilinha borba
macurije – ruy rey
natureza bela – severino araújo
*Putz! Que sono..Zzz….

Samba Gastronome – Coletânea (2011)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós nesta noite de sábado com mais uma boa coletânea, selecionada pelo amigo Thierry, do blog Bossa Nova Brasil. Ele nos enviou um repertório de músicas que de alguma maneira falam de comida e sabores. Como ele mesmo disse, trata-se de um seleção eclética. Realmente seria, não fosse o fato de que duas outras músicas escolhidas por ele deram problema na hora de descompactar. Justamente as duas que mais destoavam, fazendo valer o ecletismo, foram então substituídas pela “Linha de passe”, do João Bosco e “Tô voltando”,  de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós. Há também no grupo outras duas músicas que não são brasileiras – “Batucada Feijoada”, trilha de Vladimir Cosma para o filme “Le retour du grand blond” e “Les mains d’une femme dans la farine”, com Claude Nougaro – dão ao nosso ‘disco virtual’ o tempero que faltava. A ‘embalagem’, eu procurei fazer, seguindo o estilo de um cardápio. Vamos conferir as opções? 🙂

café com pão – paula morelenbaum e joão donato
sereia – nouvelle cuisine 
paz e arroz – jorge ben
doce de côco – yamandú costa e dominguinhos
plantei vagem deu feijão – copa 7
vatapá – rosa passos
a faca e o queijo – gilberto gil
batucada feijoada – vladimir cosma
saco de feijão – beth carvalho
café soçaite – cyro monteiro e jorge veiga
o feijão da dona neném – zeca pagodinho
home cooking – sérgio mendes
tô voltando – simone
linha de passe – joão bosco
les mains d’une femme dans la farine – claude nougaro

Alexandre Salles – Homem De Plástico (1984)

Tenho para hoje, sexta independente, “Homem de Plástico”, disco do mineiro Alexandre Salles. Taí um disco interessante, com boas músicas, bons músicos e bem produzindo. Porém é mais um daqueles discos que a gente tem e escuta, mas esquece de olhar com outros olhos. Ou melhor dizendo, não dá a devida atenção. Pelo menos foi isso que aconteceu comigo em relação a ele. Me lembro que nos anos 80 o Alexandre fazia parte da cena musical belorizontina. Estava presente em diversos encontros e festivais pela cidade. Depois que lançou este disco eu nunca mais ouvi falar dele. As informações a seu respeito na rede são escassas. O álbum traz um repertório autoral e algumas parcerias, com o falecido escritor Roberto Drummond, o poeta Ferreira Gullar e André Dequech que também assina a direção musical. Participam do discos grandes nomes da música mineira, Juarez Moreira, Marco Antonio Guimarães, Lincoln Cheib e Nenem. Para embalar essa produção, a capa traz uma ilustração de Elifas Andreato. Confiram aqui a versão do Toque Musical ;)
homem de plástico
cantiga para não morrer
a 200 coração hora
isabel
nana-uiara
marta
vou frazer uma cesta no seu coração
coração engaiolado
você não consegue matar este amor
lágrimas de estrelas
hoje tem rei


ciclo do boi

Carlinhos Vergueiro – Felicidade (1983)




Olá, amigos cultos e ocultos! Ontem, quinta feira e hoje até o momento, o Blogger não está deixando eu acessar a minha conta no blogspot. Informam que estão em reparos técnicos. Com isso, nossas postagens ficam paradas. Não sei se isso acontece também em outros blogs. Diante a pausa inesperada, nossas postagens seguirão através do WordPress, que tem sido uma espécie de filial do Toque Musical. Nosso encontro hoje é com o cantor e compositor Carlinhos Vergueiro. Entre os diversos discos lançado por ele, “Felicidade” é um daqueles que eu ainda não vi postado em outras fontes. Produzido por Chico Batera, o álbum nos traz dez faixas com arranjos de Guilherme Vergueiro, Oscar Castro Neves, Nelson Angelo, Reynaldo Arias e Cristovão. As músicas são todas de Carlinhos e parceiros. Ele conta ainda com uma legião de bons músicos que dão ‘ao bolo’ um confeito especial. Confiram…
a voz do Brasil
sonho de salsa
tempo na mão
ciúme
felicidade
ninfeta
sobe e desce (hino da troca sobe e desce, olinda)
pretinha
uma estória de amor

o ilusionista

Jair Amorin – Tudo De Mim – Poemas E Canções (1963)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Está ficando cada vez mais difícil, para mim, encontrar tempo para me dedicar ao blog. Além de uma hora ou duas digitalizando discos, preciso de pelo menos mais uns 15 minutos para finalizar e publicar a postagem. Parece fácil, mas tem dia que o bicho pega por aqui. Daí, nem sempre as postagens saem como eu queria.. Enfim, são os altos e baixos de qualquer atividade, vocês entendem, não é mesmo? 🙂
Vamos hoje com as composições de Jair Amorim, interpretadas por dez grandes cantores do ‘cast’ da gravadora Copacapaba no início dos anos 60. Segundo contam, este álbum foi uma homenagem da gravadora ao compositor. Lançado em 1963, “Tudo de mim” reúne doze composições de sucesso de Jair e seu mais frequente parceiro, Evaldo Gouveia. Cabem também no lp três faixas de sucesso: “Se eu pudesse”, parceria com José Maria de Abreu e interpretada por Elizete Cardoso; “Conceição”, parceria com Dunga, grande sucesso de Cauby Peixoto, aqui na voz de Dolores Duran e “Quando o amor chegar”, feita por ele e Altamiro Carrilho, interpretada pela cantora Silvana. De quebra ainda temos “Noturno de Ouro Preto”, cantada por Agnaldo Rayol, letra e  música de Jair.
Este álbum foi relançado no início dos anos 80 pelo selo Beverly. Acredito que a capa seja a mesma do lançamento original. A contracapa é exemplar, vem com uma ficha técnica bem completa. Se todos os discos fossem assim, que maravilha postar!

serenata da chuva – roberto silva
cantiga de quem está só – marisa
ninguém chora por mim – moacir franco
ave maria dos namorados – eleonora diva
noturno de ouro preto – agnaldo rayol
maldito – morgana
tudo de mim – moacir franco
se eu pudesse – elizete cardoso
e a vida continua – agnaldo rayol
concieção – dolores duran
alguém me disse – maria silva
quando o amor chegar – silvana

Alcides Gerardi – Vítimas Iguais (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! Rapidinho e bem resumido, aqui vou eu… O tempo urge e a caravana passa…

Há algum tempo atrás, alguém que não me lembro mais, me pediu insistentemente para postar aqui mais discos do Alcides Gerardi, em especial o seu famoso “Vítimas Iguais”. Na época eu não tinha o disco em mãos, mas prometi que o faria assim que ele aparecesse. Demorou, mas finalmente o disco está aqui. Só espero que o amigo oculto ainda esteja também. Para os fãs do cantor gaúcho, temos no Toque Musical quatro outros títulos dele.

flor da madrugada
a dor do amor
e daí?
deixa
covardia
vítimas iguais
maria anita
na casa dela
rua da amargura
regeneração
preocupação
você não vem

Trio Surdina – Boleros Famosos Vol. 2 (1955)

Bom dia a todos! Aqui vamos nós para mais uma jornada fonomusical da semana, trazendo sempre (que possível) aquele disquinho ou gravação esquecida, que faz a alegria de muitos cultos e ocultos visitantes.
Tenho aqui um disco do Trio Surdina. Esta é a primeira vez que eu estou postando um disco inteiro desse conjunto genial. Praticamente, quase todos os discos lançados por esse trio já foram resgatados em blogs musicais. Procurei então trazer aquilo que ainda não está nas ‘bocas’ (e nem nos ouvidos). “Boleros Famosos”, me parece, ainda estava em falta. Aliás, continua pela metade, pois eu só tenho o volume 2. O volume 1, lançado também em 1955, eu nunca vi nem a capa. Os discos do Trio Surdina, nesta fase, trazem outra formação. Inicialmente era Garoto, Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeon. Em 1954 o trio se desfez e o produtor Nilo Sérgio, dono da Musidisc, resolveu manter o nome do grupo com outros integrantes. Sabendo do sucesso do trio, Nilo Sérgio procurou não apenas manter o estilo do grupo, mas também ocultou por um tempo quem eram os músicos da nova formação. Para aqueles que acompanhavam a trajetória do Trio Surdina, a mudança foi evidente. O estilo individual de cada instrumentista, por mais próximo que fosse a semelhança com o anterior, não era a mesma coisa. A segunda formação do Trio Surdina, também excelente, seria com Nestor Campos (violão), Auro Pedro Thomaz, o ‘Gaúcho’ (acordeon) e Al Quincas (violino). Por certo, o Trio Surdina se manteve fiel a proposta inicial e continuou gravando, este e outras excelentes bolachas.
O álbum “Boleros Famosos – Vol. 2” é uma continuação do primeiro disco. Acredito que os dois lps fazem parte da mesma fase de gravação e que na época gerou dois volumes. Não preciso nem entrar em detalhes quanto ao repertório. Só sei que nessa formação de violino, violão e acordeon, o bolero ganha uma outra roupagem. Mais suave, mais surdina…
Para conhecer a história do Trio Surdina, na íntegra, vale dar uma conferida no site do pesquisador Jorge de Carvalho Mello.

sin ti
oración caribe
babalú
para que sufras
amor secreto
contigo en la distancia
verdad amarga
una aventura mas

O Som Da Luizinha – Coletânea Para O Dia Das Mães (2011)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Acordei hoje pela manhã e nem me lembrei que é o Dia das Mães. Pode parecer uma falha, mas depois que a minha morreu, esse dia se tornou igual aos outros. Por certo, não tem como eu, hoje, não lembrar da minha minha. Quem tem a sua, na maioria está passando o domingo com ela. A minha passa comigo a semana toda. Em diversos momentos ouvindo música, me lembro dela e estamos juntos. Acredito que muito da minha atenção pela música, que não é da minha geração, foi motivada pela minha mãe, uma figura ímpar. Seu gosto era tão variado quanto o meu. Ouvia de tudo 🙂
Me lembrando então das mães, da minha mãe, fui passando o dia selecionando e ouvindo algumas músicas que sempre estiveram presentes em sua vida e na minha com ela. Foi um bom momento para relembrar, trazer de volta coisas boas do passado. Pensei que teria um domingo melancólico, mas a música me tirou a tristeza. Foi bom ficar por conta de ouvir e preparar esta seleção musical. Segue assim a minha homenagem ao Dia das Mães. À minha mãe e a todas…

meu limão , meu limoeiro – wilson simonal
hino ao amor – dalva de oliveira
marina – roberto silva
serenata do adeus – eleizete cardoso
forró em limoeiro – jackson do pandeiro
maracangalha – dorival caymmi
peguei um ita no norte – conjnto de orlando pereira
sabor a mim – dalva de oliveira
deixa isso prá lá – jair rodrigues
fiz a cama na varanda – dilú mello
iaiá (linda flor) – aracy cortes
quero que vá tudo pro inferno – roberto carlos
sebastiana – jackson do pandeiro
você abusou – maria creuza
carcará – nara leão
nervos de aço – déo
namoradinha de um amigo meu – roberto carlos
maracangalha – ary barroso
a banda – nara leão
a noite do meu bem – dolores duran
tici tico no fubá – orquestra colbaz
o que que a baiana tem – dorival caymmi
mamãe passou açucar em mim – wilson simonal
geni e o zepelin – chico buarque
mulher rendeira – volta sêca
acorda maria bonita – volta sêca
mamãe eu quero – wilson simonal
minha mãe luiza*

Canções De Dalto & Cláudio Rabello (2011)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Porque hoje é sábado, vamos de coletâneas. Sei que já tem muita gente por aqui que gosta uma boa seleção musical, seja ela variada, mista ou mesmo uma antologia de algum artista. Eu também adoro, pois sempre encontro alguma música/gravação rara, ou ainda aquela que faltava. Sem falar no fato de que uma seleção, presume-se, traz sempre o melhor.
Hoje vamos com uma seleção musical reunindo as canções de Dalto e seu mais tradicional parceiro, Cláudio Rabello. Esta coletânea foi enviada pelo amigo Tito, autor do estreante blog Sucos de Sulcos. Ele coletou 24 músicas, interpretadas por diversos artistas da MPB, praticamente quase todas foram sucessos nas rádios.
Para tal coletânea eu criei essa capinha, aproveitando uma imagem de ‘desktop’ que tinha no meu computador. Fiz umas adaptações e captei pela antenas da barata, escondida atrás do televisor, a imagem do Dalto (muito estranho!). Taí a postagem do dia… porque hoje é sábado! 😉

cabine classe a – os lobos
pasta dental sabor chicletes – os lobos
fanny – os lobos
leila ly – dalto
flash back – dalto
a garota do sorriso de marshmellow – trio ternura
uma sombra na estrada – trio ternura
relax – dalto
bem te vi – renato terra
o dia seguinte – dalto
leão ferido – biafra
espelhos d’agua – beto guedes
calor humano – beto guedes e dalto
me queira bem – dalto
amoroso – tunai
pessoa – marina lima
véu nos olhos – marina lima e dalto
não me deixe mal – zizi possi
fecha a porta – erasmo carlos
vinho antigo – biafra
quero – the fevers
muito estranho – dalto
quase não dá para ser feliz – dalto

Arthur Kampela – Epopéia E Graça De Uma Raça Em Desencanto (1988)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou trazendo hoje um disco independente, como manda o figurino das nossas sextas, que até então eu não conhecia direito – Arthur Kampela em “Epopéia e graça de uma raça em desencanto”. Cheguei a ouví-lo uma certa vez, mas naquele momento eu não estava muito para Zappas e Barnabés. Acabei não lhe dando a devida atenção. Recentemente eu voltei a encontrar o disco e acho que chegou a hora de ouví-lo com outros olhos. Eu tinha, para mim, que Arthur Kampela fosse um ator, ou algo relacionado às artes cênicas. Neste trabalho o que temos, à primeira vista e também numa primeira audição é uma obra teatral. No álbum, de capa dupla e bem produzido, as informações se limitam à ficha técnica, letras das músicas e agradecimentos. O que vem a ser a ‘epopéia e graça de uma raça em desencanto’ eu só vim a saber depois que fiz uma breve consulta à mãe dos ignorantes, hoje, a Internet (o pai continua sendo o dicionário). Eu que pensava que ao abrir algum site, sobre o Kampela, iria cair nas artes cênicas, me enganei. O cara pode até ser um ator, mas pelo que eu li ele é muito mais que isso. Sua área de atuação é mesmo a música. Doutor em Composição pela Columbia University de Nova York, é também professor nesta universidade. Violonista super premiado. Tem artigos publicados no Current Musicology de NY, ‘cyber journals’ na web, e edições acadêmicas em várias e conceituadas escolas universitárias. Segundo informações que eu colhi em um texto do Festival Internacional de Violão, o FIV, realizado em Belo Horizonte, “se distingue em duas frentes composicionais: Particularmente para o violão, criou uma nova técnica de manipulação denominada “Tapping Technique”onde emprega um arsenal de novas técnicas-estendidas para a manipulação deste instrumento. Além disso, vem trabalhando neste e em recentes trabalhos para variados instrumentos, com sua teoria de modulação micro-métrica, onde ritmos complexos (cadeias de quiálteras) são super-impostos. Graziela Bortz, da Cuny de New York escreveu sua tese de doutorado “Rhythm in the music of Brian Ferneyhough, Michael Finissy and Arthur Kampela — a Guide for Performes”, utilizando a teoria de Kampela para analisar o substrato rítmico das obras destes compositores.” Kampela, numa segunda frente, se destaca ainda, quando no Brasil, gravou em 1988 este lp, considerado uma obra pioneira, onde ele nos apresenta a desconstrução radical da música popular brasileira, usando elementos e procedimentos da música de vanguarda, chegando a um resultado ‘pop-cênico-camerístico curioso. Nessa linha, ele também mantém um trabalho com seu grupo, fazendo uma música pop de vanguarda. Confiram…

o ascensorista osnestaldo
itinerário de um baixista sob a noite sul americana
tesão
micropeça
valsa do assassino
selenita
móbile para armar
epopéia e graça de uma raça em desencanto

Noel Rosa – Vários Odeon (1962)

Olá! Hoje, para facilitar a minha vida e alegrar a de todos nós, vamos com a música de Noel Rosa. É como dizem, quando o doce é bom a gente não enjoa. Noel é sempre Noel, seja cantado por quem for. E aqui ele vem nas vozes e instrumentação de grandes nomes do ‘cast’ da Odeon, no início dos anos 60. Este álbum, conforme nos indica um dos textos da contracapa, foi lançado pela gravadora no sentido de relembrar o Poeta da Vila, no 25º ano de sua morte. Foram reunidos neste lp doze das mais badaladas músicas criadas por Noel Rosa, um verdadeiro festival de sucessos. Muitas dessas gravações vocês também poderão encontrar em outros discos da gravadora já postados aqui anteriormente. Na contracapa há também um texto do Sérgio Cabral falando um pouco sobre cada uma das faixas, o que facilitou ainda mais o meu trabalho.
O toque inicial eu já dei, agora vocês podem ir rolando a bola. 😉

feitio de oração – coral de ouro preto
mulato bamba – mário reis
fita amarela – sambistas da guanabara
rapaz folgado – francisco egydio
feitiço da vila – côro odeon
último desejo – roberto luna
até amanhã – trio irakitan
pastorinhas – a banda do corpo de bombeiros rj
gago apaixonado – moreira da silva
eu vou prá vila – astor e orquestra
pra esquecer – solon salles
conversa de botequim – fafá lemos

O Brasileiro De Sempre – 1922 Antes E Depois (Canções De Câmara) (197?)

Olás! Dando sequência ao nosso cardápio musical variado da semana (aliás, dos anos…), tenho para hoje mais um belo exemplar fonográfico, desses que não se encontra fácil por aí. Hoje eu trago este interessantíssimo lp, lançado pelo selo da Academia Santa Cecília de Discos e gravado em colaboração com o Museu da Imagem e do Som, de São Paulo. “O Brasileiro de Sempre”, como o próprio subtítulo nos informa e também no texto de contracapa, é um disco de canções de câmara. Ou seja, mais especificamente, a música erudita vocal, pautada no antes e depois da Semana de Arte Moderna de 1922, marco divisor na tomada de consciência da ‘brasilidade’ na arte e cultura nacional. Encontramos aqui algumas da mais significativas obras compostas em parceria pelos nossos músicos eruditos e poetas do início do século XX.
Para interpretar essas canções de câmara, dois nomes de peso da música erudita, Selma Asprino e Lenice Prioli. Selma Asprino é pianista, organista e professora, nos dias atuais, me parece, ela ainda integra o corpo docente do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Já Lenice Prioli é uma cantora lírica renomada, também professora de canto e interpretação vocal.
Ao contrário de muitos discos do gênero, que as vezes parecem meio chatos, este nos tira essa má impressão. Merece uma conferida…

carlos de campos – água marinha
joão gomes jr – saudade (poesia de menotti del picchia)
felix de otero – a flor e a fonte (poesia de vicente de carvalho)
homero barreto – canção (poesia de gonçalves dias)
souza lima – numa concha (poesia de olavo bilac)
francisco braga – desejo (poesia de gonçalves dias)
sofia helena da veiga oliveira – murmúrios de um regalo (poesia de emilia freitas guimarães)
osvaldo lacerda – cantiga (poesia de manuel bandeira)
sérgio vasconcellos corrêa – cantiga (poesia de paulo bonfim)
dinorá de carvalho – coqueiro, coqueiro irá
camargo guarnieri – onde andará (poesia de paulo bonfim)
mário de andrade – viola quebrada (ambientação de villa lobos)

Expósito E Sua Orquestra (1963)

Dia longo e um tremendo corre corre. Ufa! Finalmente em casa. Vamos ver o que temos aqui para hoje…
Expósito e Sua Orquestra, vocês conhecem? Eu também conheço, tenho até outros discos, mas só conheço as bolachas. Nos três discos que tenho dele, nenhum faz referência à pessoa do suposto Maestro. Em algumas coletâneas da RCA ele costuma aparecer, mas definitivamente, para mim, Expósito é ainda um mistério. Muito por conta disso, eu acabei deixando este lp meio que de lado, esperando um momento certo. Como eu não tive tempo de preparar algo inédito para a postagem do dia, decidi pelo Expóstio, que além de inédito em outros blogs é também raro e deliciosamente bom de se ouvir. A qualidade do som dos discos da RCA Victor, principalmente dessa época é de tirar o chapéu. Obviamente, não estou levando em conta os estalos e chiados de um disco com quase 50 anos. Num álbum como este, com um repertório variado e arranjos bem amarrados fica faltando apenas um pouco de informação sobre quem foi o nosso artista.
Está aberta a temporada de comentários musicais. Fiquem a vontade para complementar no postagem 😉 Diz aí, Samuel!

samba em prelúdio
the blop (a bolha assassina)
et maintenant
caterine
el pecador
hava nagila
afrikaan beat
al di la
i cant stop loving you
papa walt disney
quando calienta el sol
só danço samba

Xicotinho & Salto Alto (1992)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Achei agora um tempinho e aqui vai minha postagem do dia. Estou trazendo para vocês mais um disco emprestado pelo meu amigo Carlos, lá de Tiradentes.  Um trabalho bem divertido, criado pelas atrizes e cantoras Stella Miranda e Kátia Bronstein. Elas personificam a dupla ‘neobregasertaneja’, Xicotinho & Salto Alto. Na pele de ‘caipiras chic’, as duas fizeram um relativo sucesso ao lançarem este lp em 1992 pela RGE. A música “Doida” é uma versão adaptada por Stella Miranda (na ótica feminina), de “Você é doida demais”, mega sucesso de Lindomar Castilho foi o ‘carro chefe’, a música que tocava no rádio. Mas o disco traz outras pérolas criadas por figuras como Tim Rescala, Marisa Monte, a  turma dOs Titãs, Herbert Vianna e outras versões de Stella, explorando o gênero brega e sertanejo. Obviamente, trata-se de uma caricatura musical, longe de um sentimento autêntico ‘breguegeiro’, mas acima de tudo criativo e bem divertido. Só conferindo…
corno feliz
baby, volta pra mim
xicotinho e salto alto
mais uma vez
fazendinha
doida (você é doida demais)
na moita
tem radinho no trator (a tape deck in his tractor)
não tô nem aí (it don’t worry me)
quem sabe