Cacho Valdez – Alma (1977)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos. Aproveitando a brecha matinal, vou logo aqui postando mais um disco para já ganhar o dia. Hoje eu trago um lp o qual não tem saído do meu toca discos. Aliás, já tomou conta de todos os dispositivos de som que eu uso. Um álbum de 1977 e que curiosamente eu nunca, nem sequer, ouvi falar. Fiquei de cara ao ouvi-lo. Uma grata surpresa entre tantos discos que o amigo Fáres me enviou. E não foi atoa que ele me pediu, entre os tantos que enviou, para que esse eu o devolvesse de pois de digitalizar. Caramba, que disco bom! Sabendo que este eu teria que devolver, tratei de providenciar um para mim. Corri ao Mercado Livre e acabei comprando dois, Eu, geralmente quando gosto muito de um disco, compro logo dois, por garantia, E foi o que fiz, até porque na primeira compra, o disco veio com a capa rasgada, daí comprei outro mais novo. É realmente estranho como este álbum passou batido por mim e certamente passou batido por quase todo mundo. Nunca tinha visto, nem mencionado pela internet. Mas também, não é para menos. O disco saiu pelo selo Underground, que era uma espécie de ‘laboratório de testes’ da gravadora Copacabana para alguns de seus artistas que corriam pela marginal e tinha uma tiragem limitada, o que diminuía potencialmente a divulgação do trabalho. Para complicar ainda mais a coisa, o lp traz uma capa duvidosa. Certamente, na época de seu lançamento, quem passou os olhos neste lp em alguma loja deve ter pensado que se tratava de algum artista romântico, alguma coisa assim meio ‘mela-cueca’, ao estilo Roberto Carlos, ou mais ainda, Julio Eglesias, principalmente por esse nome pomposo, Cacho Valdez. Mas afinal, quem é Cacho Valdez? Voltando um pouco no tempo, nos anos 60, vamos descobrir que Cacho Valdez era o guitarrista do grupo Beat Boys, aquela banda meio argentina, meio brasileira, que acompanhou Caetano Veloso, em 1967, no III Festival de Música Popular Brasileira, defendendo a canção “Alegria, alegria”. Curiosamente o nome de Cacho Valdez só aparece como referência numa pesquisa rápida no Google. Mas, num mergulho mais profundo, consegui encontrar numa nota de jornal/revista sobre o lançamento deste disco. Daí a coisa ficou um pouco mais clara. Este foi o primeiro lp do artista que é argentino. O disco foi produzido e gravado em São Paulo, contando com outros músicos e técnicos brasileiros e também argentino. Entre os músicos brasileiros, destacamos o Lincoln Olivetti, Bolão e Amilson Godoy. Ao virar a capa, a contracapa começamos a entender o que temos nas mãos. Basta ler a ficha técnica e reparar na lista das músicas e agora nosso artista na foto com uma postura mais rock’n’roll. Um cara observador como eu, de imediato puxaria o disco da capa e o poria para tocar. Só assim para descobrir ou constatar que estamos diante de um ‘puta disco’. Um trabalho o qual eu nem saberia classificar, mas que o coloco como uma espécie de rock progressivo. Foge do  esquema tradicional de lp com 12 faixas. Aqui não, são quatro músicas de um lado e duas do outro. Um trabalho onde o artista mistura diferentes e diversas influências da música latino americana gerando uma obra singular, que foge ao comum. Todas as músicas, orquestração, regência e arranjos são do próprio Cacho Valdez, Taí um disco que eu tenho certeza, muita gente vai gostar e logo vai estar por aí bombando como mais uma joia resgatada da fonografia brasileira. Não deixem de conferir...

el sudamericano
la doma
miedo de lo desconocido
te quiero
alma
tu debes
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Norte Forte (1977)

Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Espero que todos tenha tido uma boa páscoa. Eu, de uns tempos para cá não tendo vontade de comemorar nada. Mas, enfim, vamos seguindo, uns dias chove, noutro dia bate sol. O que não pode faltar é a música, os discos e esse toque musical, que mesmo espaçado, continua firme em seus quase 9 anos de persistência.
Bom, mas voltando às coletâneas, aqui vai mais uma super bacana. Lp montado pela Continental, com seleção musical de Cesare Benvenuti, um lendário produtor, responsável por aquela onda de bandas e artistas que cantavam em inglês, no início dos anos 70. Aqui neste disco temos doze faixas e doze diferentes artistas, que como o próprio título sugere, são vindos no norte, mais exatamente relacionados a música nordestina. Acho que nem preciso repetir quem são os artistas dessa coletânea, está na capa, né? E o repertório também, escolhido a dedo. Confiram esta seleção, vale a pena...

a palo seco – belchior
beira mar – ednardo
sem nome – hareton salvanini
são saruê – marcus vinicius
o astro vagabundo – fagner
levanta poeira – banda de pífanos de caruarú
se o caso é chorar – tom zé
meu barco é você – joão só
meia vida – edson e aloisio
dono dos teus olhos – tetty
cantiga – orquestra armorial
você e tu – bendegó
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Momento Universitário II (1979)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Conforme informado e prometido, segue aqui a coletânea EMI – Odeon Momento Universitário. Este segundo disco acompanha a mesma linha, inclusive com alguns mesmos artistas. O volume dois saiu  em 1979 e da mesma forma deu ‘ibope’. Uma seleção também impecável e para uma coletânea, vendeu muito. Confiram mais esse toque…

resíduo – paulo cesar pinheiro
começar de novo – ivan lins
recado – luiz gonzaga jr
companheira – geraldo vandré
onze fitas – fátima guedes
palavras – nana caymmi
hino / mordaça – paulo cesar pinheiro, marcia e eduardo gudin
cordilheira – simone
vai meu povo luiz gonzaga jr
aos nossos filhos – ivan lins
terra plana – geraldo vandré
esse sol – fátima guedes
resíduo – paulo cesar pinheiro
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Momento Universitário (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Em tempos de incertezas políticas é sempre bom a gente lembrar fatos que muito se assemelham aos atuais. Também, relembrando o que era um momento universitário, quanto essa turma era mais engajada. Se fossem fazer hoje um disco do momento universitário, com certeza, seria um desastre musical, cheio de funk, rap e sertanejo, claro.
Nesta coletânea que eu agora trago, temos um repertório impecável, com músicas e artistas de primeiríssima linha. Sucessos consagrados pelo público e pela crítica. Esta coletânea foi produzida pela EMI Odeon em 1977, reunindo alguns de seus mais representativos artistas. O disco fez tanto sucesso que no ano seguinte ele lançaram um segundo volume. Esse, eu trago no próximo post para não ficarmos incompletos, ok? Divirtam-se

canto brasileiro – paulo cesar pinheiro
pesadelo – paulo cesar pinheiro
arueira – geraldo vandré
viola enluarada – marcos valle e milton nascimento
cabra seca – marlene
galope – luiz gonzaga jr
o que será – simone
cartomante – ivan lins
noção da batalha – carlinhos vergueiro
o trem tá feio – simone
catecismo – paulo cesar pinheiro
quadras de roda – ivan lins
começaria tudo outra vez – luiz gonzaga jr
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Classe A – RCA Victor Coletânea (1975)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que eu sempre gostei foi de coletâneas. Eram através delas que a gente  podia degustar diversos artistas de uma determinada gravadora. Uma forma de levar ao público os diferentes artistas, misturando os ‘medalhões’ com aqueles ainda pouco conhecidos. O difícil era achar uma coletânea realmente fina, com artistas e repertório de qualidade. Nesse sentido, a RCA sempre brilhou. Acho que talvez até pela qualidade de seu ‘cast’. Em 1975 a gravadora lançou esta coletânea com alguns de seus mais destacados artistas. Acho que nem preciso falar muito, só pela capa se pode ver que o grupo é seleto, só música bacana, sucessos de uma época onde ainda se fazia boa música. Este é mais dos muitos bons presentes oferecidos pelo amigo Fáres, a quem mais uma vez eu agradeço. E vamos nessa que a coisa é boa. Aguardo vocês no GTM 😉

bodas de prata – joão bosco
diacho de dor – maria creuza e antonio carlos & jocafi
pote de mel – carlos walker
jogo da vida – tamba trio
ligia – lucio alves
chega – ivan lins
disritimia – martinho da vila
meia noite – antonio carlos & jocafi
tristeza chama tristeza – eliana pittman
se alguém telefonar – milton carlos
massa falida – cesar costa filho
flicts – sergio ricardo
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As Cantoras – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 146 (2016)

Em sua edição de número 146, o Grand Record Brazil apresenta mais uma seleção de gravações com cantoras que fazem parte da história de nossa música popular, mesclando nomes consagrados com outros que o passar do tempo foi esquecendo, e perfazendo um total de 16 faixas, autênticas raridades que são reveladas para os amigos cultos, ocultos e associados de nosso TM.  –  Abrindo a seleção musical desta quinzena, temos o samba-canção “Amigos”, de autoria de Paulo Marques e Aylce Chaves, na interpretação de Linda Batista, acompanhada de conjunto no qual o violino, certamente, é de Fafá Lemos. A gravação foi feita na RCA Victor em 27 de janeiro de 1955 e lançada em março do mesmo ano, sob número de disco 80-1429-A, matriz BE5VB-0651. Em seguida, temos Aracy de Almeida, a inesquecível “dama da Central” e “do Encantado”, interpretando outro samba-canção, este clássico e bastante regravado: “Bom dia, tristeza”, lançado pela Continental em maio-junho de 1957 sob número 17437-B, matriz 11947. E a música tem uma história bem interessante: os versos, de autoria do Poetinha Vinícius de Moraes, foram enviados por ele de Paris (ele trabalhava na embaixada brasileira na França), por correio, a Aracy de Almeida, a fim de que ela fizesse o que bem entendesse com eles. Aracy, então colega de Adoniran Barbosa na Rádio e Televisão Record de São Paulo, solicitou então a ele que os musicasse. Mestre Adoniran desincumbiu-se plenamente da tarefa, e o resultado foi mais uma página antológica de seu trabalho autoral, no qual se destacam sambas como “Saudosa maloca” e “Trem das onze”, entre outros. Ângela Maria, a festejada Sapoti, aqui comparece com um tango bastante expressivo e de sucesso: “Mentindo”, de Eduardo Patané e Lourival Faissal. Foi lançado pela Copacabana em setembro-outubro de 1956, com o número 20032-A (dentro da série “de exportação” da companhia), matriz M-1671, mais tarde abrindo o LP de dez polegadas “Sucessos de Ângela Maria, número 2”. A cantora também interpretou “Mentindo” em dois filmes: “Com água na boca”, da Cine TV Filmes (mais tarde Herbert Richers), e “Rio fantasia”, de Watson Macedo. Paulista de Santos, Eladyr Porto iniciou sua carreira interpretando sambas e marchinhas. Mas, após residir na Argentina, passou a cantar tangos. É desta fase a gravação escalada para esta edição do GRB, “Cantando”, um clássico do gênero, escrito por Mercedes Simone, com letra brasileira de Virgínia Amorim. Quem o conhece na interpretação em dueto de Silvana e Rinaldo Calheiros, agora vai poder conferir sua primeira gravação em português, com Eladyr Porto, lançada pela Mocambo em 1956 sob número 15016-A, matriz R-537, aparecendo também no LP de dez polegadas “Tangos em versão”. Logo depois, Norma Ardanuy interpreta “Alma de boêmio (Alma de bohemio)”, outro tango clássico, de autoria de Roberto Firpo e Juan Andrés Caruso, em versão de Vanda Ardanuy, por certo irmã da intérprete. Foi gravado na Polydor em 13 de abril de 1956, e o disco recebeu o número 149-A, matriz POL-1116. Grande destaque do rádio de São Paulo nos anos 1940/50, e também pioneira da televisão no Brasil, Rosa Pardini aqui interpreta o bolero “Nunca, jamais (Nunca, jamás)”, de autoria de Lalo Guerrero, norte-americano do Arizona, mas descendente de mexicanos, em versão de Nélson Ferreira. Gravação Polydor de 31 de agosto de 1956, em disco número 173-B, matriz POL-1215, e que também abriu o LP de dez polegadas n.o LPN-2013, sem título. Em seguida, volta Eladyr Porto, interpretando “Silêncio”, versão dela própria para um tango clássico de Carlos Gardel, Alfredo Le Pera e Horacio Pettarosi. Outra gravação Mocambo , lançada em dezembro de 1956 sob número 15117-A, matriz R-740, sendo também faixa de abertura do já citado LP de dez polegadas “Tangos em versão”. Luely Figueiró interpreta depois “Até (Prière sans espoir)”, versão de Oswaldo Santiago para um fox de origem francesa, de autoria de Charles Danvers e Pierre Benoit Buisson, sucesso em todo o mundo na letra norte-americana de Carl Sigman, com o nome de “Till”. A gravação de Luely saiu pela Continental em setembro-outubro de 1958, sob número 17589-B, matriz 12120, entrando também no primeiro LP da cantora, “Gauchinha bem querer”. No mesmo ano, esta versão foi também gravada por Julie Joy, com o nome de “Até que…”.  A recifense-pernambucana Maria Helena Raposo bate ponto aqui com “Antigamente”, samba-toada de Vadico e Jarbas Mello, faixa de seu único LP, “Encantamento”, lançado em 1958 pela Mocambo, gravadora que inclusive tinha sede em seu Recife natal. Isaura Garcia, a sempre lembrada “Personalíssima”, aqui interpreta “Falaram de você”, samba-canção dos irmãos Hervê e Renê Cordovil, gravação RCA Victor de 13 de novembro de 1953, lançada em março de 54 sob número de disco 80-1258-B, matriz BE4VB-0304. O clássico “Conceição”, de Waldemar “Dunga” de Abreu e Jair Amorim, imortal sucesso de Cauby Peixoto, é aqui apresentado na voz de Dircinha Batista. A gravação dela para esse samba-canção foi feita na RCA Victor em 29 de maio de 1956, e lançada em agosto do mesmo ano sob número 80-1646-B, matriz BE6VB-1178, e, em virtude da enorme repercussão do registro de Cauby, ficou esquecida. Portanto, o GRB agora oferece uma oportunidade de ouvir e reavaliar esta interpretação de Dircinha Batista para “Conceição”. Logo depois, Dóris Monteiro interpreta “Quando tu passas por mim”, samba-canção que, embora tenha sido integralmente composto pelo Poetinha Vinícius de Moraes, letra e música, teve parceria por ele mesmo concedida a Antônio Maria. Originalmente gravado por Aracy de Almeida, em 1953, é oferecido aqui na interpretação da sempre notável  Dóris, lançada pela Continental em março de 1955, sob número 17092-B, matriz C-3555, com orquestração e regência do mestre Tom Jobim, outra importantíssima credencial. “Quantas vezes”, samba-canção de Peterpan, e outro sucesso de Dóris Monteiro (1952), aqui aparece na voz da eterna “Favorita”, Emilinha Borba (por sinal cunhada do compositor), em gravação extraída de acetato da Rádio Nacional carioca, então vivendo seu período áureo. Uma das “cantorinhas” reveladas pelo programa “Clube do Guri”, da Rádio Tamoio, também do Rio de Janeiro, Zaíra Cruz interpreta graciosamente a valsa “Anjo bom”, de Lourival Faissal em parceria com o jornalista Max Gold, em homenagem ao Dia das Mães. Gravação RCA Victor de 15 de março de 1956, lançada em maio do mesmo ano sob número 80-1600-B, matriz BE6VB-1022. Um ano mais tarde, apareceu no LP-coletânea de dez polegadas “Mãezinha querida”.  Entre 1952 e 1961, Zaíra Cruz gravou 21 discos de 78 rpm com 42 músicas, quase todos pela RCA Victor, e o último na Tiger. A também atriz Heloísa Helena (Rio de Janeiro, 28/10/1917-idem, 19/6/1999) bate ponto nesta edição com uma verdadeira raridade: “N’aimez que moi”, canção de Joubert de Carvalho e Maria Eugênia Celso, com letra me francês, originalmente lançada em disco por Marlene Valleé, em 1932. A presente gravação, em que Heloísa Helena é acompanhada ao piano por Benê Nunes, foi  tirada diretamente da trilha sonora do filme “É fogo na roupa”, de 1952, produzido e dirigido por Watson Macedo, verdadeiro craque das chanchadas.  E por último, da escassa discografia da cantora Míriam de Souza, resgatamos “Noite de chuva”, samba-canção do maestro Lindolfo Gaya em parceria com Pascoal Longo. É o lado A de seu segundo disco, o Odeon 13684, gravado em 28 de maio de 1954 e lançado em julho do mesmo ano, matriz 10144. Míriam gravou apenas seis discos 78 com doze músicas, cinco pela Odeon, entre 1953 e 1956, e o último na obscura Ciclone, em 1960. Enfim, esta é mais uma contribuição do GRB e do TM para a preservação da memória musical do Brasil, tarefa árdua porém extremamente gratificante. Divirtam-se!
*Texto de Samuel Machado Filho

Velha Bossa Nova (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco da série ‘doação’ que eu acredito que todos irão gostar. Trata-se de uma coletânea. Coletâneas são sempre muito bem vidas, principalmente se for de Bossa Nova e ainda com um time e repertório que foge ao comum. Eis aqui um lançamento da RCA Victor, de 1976. São 18 faixas bem escolhidas do arquivo da gravadora durante a década de 60. Ao falar em 18 músicas e vendo pela capa e contracapa uma lista tão grande de artistas há de se pensar que este é um álbum duplo. Mas não é duplo e curiosamente também não são gravações reduzidas. Para meu espanto, conseguiram enfiar num lp de 12 polegadas 18 músicas e sem corte. Uma prova de capacidade acima do normal para um lp.

samba pro pedrinho – walter santos
você sabe – flora purim
estamos aí – raulzinho (raul de souza)
chora tua tristeza – alaide costa
receita para esquecer – leny andrade
só tinha de ser com você – trio 3d
cartão de visita – flora purim
amanhã – walter santos
vem balançar – conjunto mario castro neves
complicação – alaide costa
a vontade mesmo – raulzinho (raul de souza)
dindi – alaide costa
o que é amar – johnny alf
meu amor foi embora – leny andrade
minha namorada – trio 3d
nem o mar sabia – flora purim
demais / meu mundo caiu / preciso aprender a ser só – maysa
wave (vou te contar) – os cariocas e lúcio alves
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I Festival Universitário Da Música Popular Brasileira – Porto Alegre (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós para mais uma boa postagem. Mais um excelente disco da leva do meu amigo Fáres. Desta vez com um álbum raro, um disco de festival que não se vê por aí. Aliás, um disco que eu não conhecia e certamente muita gente por aqui também não.
Trata-se do I Festival Universitário da Música Popular Brasileira, realizado em Porto Alegre, em 1968. O disco traz 13 músicas das 17 finalistas. Foi gravado no Rio de Janeiro e contou com a interpretação de outros artistas, tais como Edu Lobo, Joyce, Márcia, Gal Costa, Sonia Lemos, Paulo Marquez e Momento Quatro, Neste festival a música vencedora foi “Jogo de Viola”, de João Alberto Soares e Paulinho Pinho, interpretado neste lp por Edu Lobo e Lucelena. Confiram no GTM 😉

canto pra dizer te adeus – márcia
domingo antigo – gal costa
você por telegrama – joyce
minha chegada – ruy felipe
quem vem lá – sonia lemos
samba do cotidiano – paulo marquez
jogo de viola – edu lobo e lucelena
a caminho de casa – magda
canto do encontro – momento quatro
canção do entardecer – lucelena
tá na hora – paulo marquez
fantasia urbana – marcia
sim ou não – junaldo
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Bendegó (1981)

Olá amigos cultos e ocultos! Acho que ultimamente sou eu é quem tem andado oculto, ausente ao nosso Toque Musical. Não se trata de falta de interesse e nem material para postar. Falta mesmo o de sempre, tempo… e cada vez mais… Mesmo assim, ainda que capengando, vamos mantendo a chama acesa, postando sempre que possível algum disco ou gravação interessante…
Nas próximas postagens estarei apresentando aqui alguns discos doados pelo amigo Fáres. Garanto que teremos coisas interessantíssimas. Vale a pena ficar ligado no TM. Começo com o Bendegó, grupo nascido na Bahia nos anos 70, liderado pela dupla Capenga e Gereba. Este foi o quarto disco gravado por eles, lançado em 1981 pela Continental. Gosto, em especial, da faixa “Um sinal de amor e de perigo”, de Capenga e Patinhas, música essa que foi sucesso na voz de Diana Pequeno. Confiram

em nazaré das farinhas
sem medo
di iching ao xingú
coração alheio
banco de areia
os índios e os passarinhos
rancheira
um sinal de amor e de perigo
tempo forte
de flor em flor
de mim que fui de mim que sou
lovely beatles
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Clube Do Choro Wilson Duarte – Choros & Serestas (1994)

Hoje o TM oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados um raro álbum dedicado ao choro e à seresta.  Ele foi lançado em 1994 pelo selo Gravam – Gravadora da Amizade, vinculada ao Clube da Amizade Padre Antônio Gonçalves. Tendo por slogan “Ser amigos e fazer amigos”, o clube é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter educacional, assistencial, desportivo, religioso e de lazer, fundada no dia 20 de outubro de 1980. Atualmente localizado no Edifício Pio XII, na Rua Espírito Santo, centro de Belo Horizonte, o clube tem atividades das mais diversas, sobretudo para a terceira idade, administrando inclusive cursos de línguas e música. Tem ainda aulas de dança, ginástica, ioga, postura e alongamento, palestras, tardes de convivência e o tradicional “cafezinho da amizade”. Tem atualmente mais de 133.000 associados. O padre Antônio, falecido em 19 de outubro de 2014, foi um grande evangelizador da Arquidiocese belorizontina, tendo sido o primeiro diretor da Rádio América (onde apresentava diariamente o programa “Bom dia, amizade”), além de, claro, ter presidido a missa dominical da Rede Minas de Televisão. É justamente o padre Antônio Gonçalves quem assina a contracapa do álbum que o TM oferece a vocês hoje, com a mais grata satisfação. São dez faixas imperdíveis, seis delas choros (nesse ritmo, inclusive, está a “Oração de São Francisco”, que encerra o disco). Temos ainda duas valsas (“Guarapari”, “Mais uma valsa, mais uma saudade”) e dois sambas-canções, ambos originalmente sucessos de Francisco Alves, “Esses moços (Pobres moços)” e “Cinco letras que choram (Adeus)”. A interpretação ficou a cargo do regional do Clube do Choro, mais o cantor Wilson Duarte, “o seresteiro de Minas”, tornando o álbum imperdível para apreciadores de boa música brasileira. Uma pena que a gravadora do Clube da Amizade não tenha ido muito longe, por certo em virtude dos vai-e-vens do mercado fonográfico, tanto no Brasil como no mundo. De qualquer forma, é um imperdível e primoroso trabalho que merece ser conferido.

Texto de Samuel Machado Filho

 

Virtuose (1977)

Boas noites, meus prezados amigos cultos e ocultos! Vai a saudação no plural para valer pelos dias faltosos. Desculpem, mas o tempo, a cada dia que passa vai ficando mais escasso.  Porém, sempre que possível vamos renovando as postagens.
Hoje eu estou trazendo uma curiosa coletânea. Mais um daqueles discos promocionais, feito por encomenda e certamente, com tiragem limitada. Trata-se de um box com dois lps, produzidos para a AEG-Telefunken do Brasil S.A., reunindo alguns de nossos melhores violonistas. Um encontro em disco inusitado e quase tão improvável quanto as coletâneas que fazemos por aqui. Digo isso pelo fato de que a Telefunken foi quem cuidou da pós produção de seu brinde. Criou uma coletânea com gravações de artistas do selo Continental e RCA Victor. Em outras palavras, colocaram na caixa um lp com selo RCA e outro da Continental. Temos no disco da Continental Dilermando Reis, Rago, Paulinho Nogueira e Poly. No disco da RCA temos os Índios Tabajaras, Baden Powell e Sebastião Tapajós. Ainda sobra espaço para o violonista inglês Julian Bream interpretando duas peças de Villa-Lobos. É, sem dúvida, uma coletâneas de excelentes fonogramas, gravações originais extraídas de outro discos. Traz também encartes e livreto contando a história do violão. Muito bacana. Vale uma conferida

fantasia – improviso op. 66, de chopin – índios tabajaras
valsa das flores – quebra nozes op. 71, de tchaikovisky – índios tabajaras
dança ritual do fogo, de manuel de falla – índios tabajaras
recuerdos de la alhambra – índios tabajaras
valsa n. 7 op.64 n. 2, de chopin – índios tabajaras
o vôo do besouro – índios tabajaras
valsa n. 6 op.64 n. 1, de chopin – índios tabajaras
prelúdio n. 2, de villa-lobos – julian bream
schottisch-choro, de villa-lobos – julian bream
allegro sinfônico – sebastião tapajós
carinhoso – dilermando reis
adda – poly
bachianinha n. 1 – paulinho nogueira
despertar da montanha – dilermando reis
violão no samba – luiz bonfá
xv de julho – poly
caxinguelê – dilermando reis
vê se te agrada – dilermando reis
zelão – paulinho nogueira
odeon – poly
uma valsa dois amores – dilermando reis
tenebroso – rago
da cor do pecado – paulinho nogueira
marcha dos marinheiros – dilermando reis
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Luiz Gonzaga Jr – Luizinho De Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha (1990)

Boa noite, meus prezados cultos e ocultos amigos do Toque Musical. Vamos hoje com uma postagem que ficou pelo meio. E eu nem me lembrava… Temos aqui o saudoso Gonzaguinha em um de seus últimos discos, lançado em 1990. O lp foi gravado em 1989, mas só viria a ser lançado em 90. através de seu selo Moleque, que não chegou a ediar dois álbuns. Luiz Gonzaga Jr viria a falecer em acidente de automóvel em 1991. O disco traz onze faixas autorais, sendo que pelo menos quatro delas são clássicos do pai Gonzagão, em parceria com Humberto Teixeira e Herve Cordovil. Há também uma faixa especial, “Olha pro céu”, uma espécie de pot pourri temático das festas de São João, com músicas do velho Gonzaga, interpretadas por Gonzaguinha e seus filhos, quando ainda crianças. Confiram este disco que entre tantos outros do autor anda esquecido.

baião
guarda
humaos
respeita januário
asa branca
gonzaga
uma vez por semana
borboleta prateada
avassaladora
olha pro céu
vida do viajante
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