Elas Cantam Antonio Carlos Jobim – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 150 (2019)

Para alegria de nossos amigos cultos e ocultos, o Grand Record Brazil, “braço de cera” do Toque Musical, reunindo gravações em 78 rpm, está de volta. Neste volume, que é o de número 150, apresentamos composições do mestre Antônio Carlos Jobim, aliás Tom Jobim (Rio de Janeiro, 25/1/1927-Nova York, EUA, 8/12/1994), todas de sua fase pré-bossanovista, interpretadas por grandes cantoras da década de 1950. Abrindo este volume, Ângela Maria, então no auge da carreira, interpreta, acompanhada por Betinho e seu conjunto, a toada “A chuva caiu”, parceria de Jobim com o violonista Luiz Bonfá. Um grande sucesso lançado pela Copacabana em abril de 1956, em disco número 5540-A, matriz M-1387. Em seguida, outra parceria de Tom Jobim com Luiz Bonfá, o samba-canção “Engano”, na voz de Dóris Monteiro. Gravação Continental de 10 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em março seguinte com o número 17262-B, matriz C-3765. A faixa 3 nos apresenta outro samba-canção, este da parceria Jobim-Newton Mendonça. É o clássico “Foi a noite”, inesquecível criação de Sílvia Telles, acompanhada por orquestra dirigida pelo próprio Tom Jobim. Gravação Odeon de 7 de junho de 1956, uma quinta-feira, lançada em agosto seguinte sob número 14077-A, matriz 11183. Sucesso regravado inúmeras vezes. Da mesma parceria, também com Sílvia Telles, novamente acompanhada por Tom Jobim e sua orquestra, é a faixa seguinte, o samba “Luar e batucada”. Gravação Odeon de 14 de dezembro de 1956, uma sexta-feira, lançada em fevereiro de 57 com o número 14168-B, matriz 11468. Na faixa 5, Nora Ney, cuja interpretação intimista antecipava uma das características da Bossa Nova, canta “O que vai ser de mim?”, samba-canção de Jobim sem parceiro, acompanhada pelo conjunto de Radamés “Vero” Gnattali. Gravação Continental, extraída do primeiro LP de Nora, o dez polegadas “Canta Nora Ney”. Na faixa 6, temos Dora Lopes, que também foi expressiva compositora, interpretando “Samba não é brinquedo”, da parceria Jobim-Luiz Bonfá, com acompanhamento do conjunto do próprio Bonfá. Gravação Continental de 24 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em julho-agosto seguintes sob número 17311-A, matriz C-3773. Na faixa 7, volta Dóris Monteiro, desta vez interpretando “Se é por falta de adeus”, primeira das três composições da parceria Tom Jobim-Dolores Duran (as outras foram “Por causa de você” e “Estrada do sol”). Gravação Continental de 6 de maio de 1955, uma sexta-feira, lançada em outubro do mesmo ano sob número 17159-A, matriz C-3622. Na faixa 8, Cláudia Morena (pseudônimo de Aldina Soares da Silva) interpreta o samba-canção “Só saudade”, da parceria “Newtom” (Newton Mendonça e Jobim). É o lado A do segundo disco da cantora, o Odeon 14113, gravado em 31 de maio de 1956, uma quinta-feira, e lançado em novembro do mesmo ano, matriz 11312. Na faixa 9, volta Nora Ney, com acompanhamento orquestral de Radamés “Vero” Gnattali, interpretando “Solidão”, samba-canção da parceria Jobim-Alcides Fernandes. Gravação Continental de 21 de maio de 1954, uma sexta-feira, lançada em julho do mesmo ano sob número 16968-B, matriz C-3378. Na faixa 10, Dalva de Oliveira, a “rainha da voz”, interpreta “Teu castigo”, outro samba-canção de Jobim (que também faz o acompanhamento orquestral) em parceria com Newton Mendonça. Gravação Odeon de 8 de dezembro de 1955, uma quinta-feira, lançada em junho de 56 sob número 14026-A, matriz 10890. Para encerrar, temos Gilda de Barros, interpretando “Vem viver ao meu lado”, samba-canção da parceria Jobim (que novamente rege o acompanhamento orquestral)-Alcides Fernandes. Gravação Odeon de 3 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em abril seguinte com o número 14007-B, matriz 10980. E, no próximo volume, apresentaremos músicas de Tom Jobim nas vozes de intérpretes masculinos. 

a chuva caiu – angela maria
engano – doris monteiro
foi a noite – silvia telles
luar e batucada – silvia telles
o que vai ser de mim – nora ney
samba não é brinquedo – dora lopes
se é por falta de adeus – doris monteiro
só saudade – claudia moreno
solidão – nora ney
teu castigo – dalva de oliveira
vem viver ao meu lado – gilda de barros




*Texto de Samuel Machado Filho

Emilio Pieroni – Conselhos do Além (1993)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos. Como todos sabem, nosso Toque Musical é ‘um espaço para quem escuta música com outros olhos’, ou seja, um lugar onde cabem todas as manifestações fonomusicais e em especial aquelas feitas no Brasil. Vez por outra gostamos de ter discos diferenciados, de raro acesso por conta principalmente de serem produções independentes, de pequenas tiragens e até mesmo pela curiosidade de seus conteúdos. Já postamos aqui discos ligados a temática religiosa, mas creio que esta seja a primeira vez que publicamos um disco relacionado ao Espiritismo. “Conselhos do Além” foi um disco gravado pelo violonista e compositor mineiro Emílio Pieroni, em 1993. Trabalho autoral e inspirado na leitura do livro “Nosso Lar”, de André Luiz – psicografado por Chico Xavier. O disco traz belas melodias e mensagens sempre positivas, repertório frequente nos encontros do Grupo da Fraternidade Irmã Ló. Confiram no GTM…

conselhos do além
luz guardiã da noite
pivete não, irmão
amor e busca
será feliz
o homem de bem
renovar
ao cantarmos
eterno almir



.

Fogo No Circo (1982)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Voltamos aos mineiros, aos discos regionais, que não foram muito além das montanhas. Assim como em outras regiões do Brasil temos essas edições, por vezes independente ou lançadas por alguma gravadora local. Edições limitadas com pequeno número de cópias. Assim, muitas vezes, algumas coisas ainda passam batidas. Até que alguém ‘levanta a lebre’, descobre aquele disco bacana e obscuro, caí na Rede, nas mídias sociais e se torna uma raridade. Mas isso só rola quando o interesse vem ‘da gringa’, quando algum japonês mais esperto descobre a pérola. E não é de hoje que o foco deles foi ampliando e o interesse por discos de edições independentes e regionais só tem aumentado. Estão levando tudo embora. Aqui, um bom exemplo: “Fogo no Circo”, um obscuro lp lançado em 1982, de forma independente pela banda mineira, de mesmo nome. Este disco é mais um objeto de desejo desses colecionadores que pagam caro para tê-lo em sua coleção. Ainda mais, em se tratando de um trabalho com características de ‘folk-rock’. Há por aí muita gente interessada. O meu ninguém leva e olha que já me ofereceram uma boa grana!
Fogo no Circo foi uma banda surgida em Belo Horizonte no início dos anos 80. Por incrível que pareça não há na Rede nenhuma referência sobre ela. Tudo que podemos saber está no próprio álbum, que embora completo em sua ficha técnica e um quase manifesto artístico, não nos leva muito longe. Achei o Paulo Horta no Facebook, guitarrista da banda. Em seu perfil há algumas referências ao Fogo no Circo. Deixei lá um recado, quem sabe um dia desses ele resolva voltar ao FB e venha aqui nos contar nos Comentários um pouco sobre a banda. De resto, o que posso dizer é que se trata de um disco bacana, bem acima da média com todas as características de mineiridade. Composições inteligentes, harmoniosas com uma boa pitada de humor, rock, pop, xote, frevo e tudo mais… Confiram no GTM.

xote mineiro
talvez um dia desses
pimenta com jiló
la luna
festival
caramelo bill
as maravilhas da cura oriental
aritmética do amor
minas gerais
frevo rasgado

.

Tiago Araripe – Cabelos De Sansão (1982)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Já não é de hoje que eu queria postar aqui este disco do cantor e compositor cearense Tiago Araripe. Me lembro como se fosse hoje o dia em que comprei este disco na Cotec, uma lojinha de discos que existia dentro da Escola de Engenharia da UFMG. Confesso que o que me atraiu inicialmente neste disco foi a capa, um trabalho gráfico muito bacana e até meio incomum para a época. Lembrava mais um disco de rock estrangeiro. Mas ao verificar o lp direito fui me dando conta de que era alguma coisa diferente. Infelizmente, nessa época não havia um som na loja para poder degustar o disco. Mas, embora ainda não conhecendo o artista, percebi que se tratava de um disco de qualidade, a começar pelo selo, Lira Paulistana, também novidade na época, mas que eu já tinha referência por conta de outros discos e artistas da cena musical paulista. Também, pela ficha técnica e no encarte, deu logo para perceber que era um disco que valia a pena levar. E eu comprei, levei e gostei. Creio que acabou caindo no meu esquecimento com o passar dos anos, talvez muito por conta do próprio artista que após gravar este disco, sumiu da praça. Há pouco mais de um ano redescobri o Tiago Araripe no Facebook e daí passei a segui-lo e descobri muita coisa sobre ele. Aliás, toda a sua trajetória eu vim a conhecer no momento em que falei com ele do meu desejo de postar aqui este seu disco “Cabelos de Sansão”. Sempre muito atencioso e prestativo, ele logo me passou a ficha completa, todo o seu percurso como artista.
Tiago Araripe é cearense da cidade de Crato, veio ainda jovem para São Paulo em busca do seu sonho musical. Segundo conta, veio para Sampa no intuito de estudar na escola de música do Tom Zé, mas chegou quando essa já não mais existia, mas a ideia valeu a ele a aproximação com o artista e uma boa amizade, que o colocou como parceiro de palco em diversas apresentações e também em disco, quando então chegaram a gravar um compacto (hoje raríssimo) pela Continental, com as músicas “Conto de fraudas”, de Tom Zé e “Teu coração bate, o meu apanha”, música de Tiago e letra do poeta Décio Pignatari, em 1974. Inclusive, neste mesmo ano Tiago também chegou a gravar outro (e raro) compacto simples pela Odeon, onde apresentava as composições “Sodoma e Gomora” e “Os três monges”. Participou do Festival Abertura, promovido pela Rede Globo, defendendo sua música “Drácula”, um tango moderno em parceria novamente com Décio Pignatari. Seguiria carreira, na sequencia, fazendo parte do grupo Papa Poluição e nele gravou três outros compactos até que no início dos anos 80 conseguiu finalmente gravar o seu primeiro lp, este que aqui apresentamos, o “Cabelos de Sansão”, lançado em 82, pelo selo Lira Paulistana. Por conta da necessidade, com mulher e filho pequeno, teve que buscar outras alternativas para se manter. Passou a trabalhar com publicidade, escrevendo e compondo jingles. Se afastou do palco por mais de 25 anos. Talvez tivesse até terminado sua carreira artística, não fosse o encontro com Zeca Baleiro que ressuscitou “Cabelos de Sansão” e o chamou de volta a ativa, produzindo um novo álbum (agora cd), o “Baião de nós”, de 2013. Daí pra frente Araripe retomou de vez a música, passando a produzir seus próprios trabalhos. Mudou-se para Portugal e continua cheio de projetos. O mais recente é a parceria com o violonista Nonato Luiz, com quem acaba de lançar a música “Seis Cordas”. Certamente, logo teremos um disco inteiro por aí.
Para quem não conhece ou deseja relembrar, basta chegar junto no nosso GTM. No arquivo, sempre completo, temos também incluídos resenha, biografia, discografia e até um manifesto escrito por Araripe quando então assina contrato com Lira Paulistana. Muito legal. Curiosidades que só se tem por aqui. Confiram… 😉

coração cometa
cabelos de sansão
cine cassino
fôlego de sete gatos
fios da light
estrela do mar
meg magia
redemoinho
asa linda (little wing)
quando a pororoca pegar fogo
 
 
 

.

Geraldo Vandré – 5 Anos De Canção (1966)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos a semana com um disco que há muito já devia estar aqui. Mas todos tem a sua hora e hoje é a vez dele, Geraldo Vandré. E quando digo hoje, me refiro não apenas ao dia, mas ao tempo presente. Vandré nos dias atuais, de retrocessos, de ameaças fascistas, estupidez e ignorância, representa um grito de liberdade, de consciência social e política, coisa que infelizmente nosso povo nunca adquiriu totalmente. É triste dizer isso, mas o brasileiro nesse quesito é um tremendo idiota, um eterno vassalo da elite, que um dia sonha em também ser elite e continuar fazendo o mesmo. E nesse (des)Governo que hoje achaca o Brasil, o que podemos esperar é somente o desmonte geral da Educação no país. Até mesmo na Cultura, nas Artes, na Música… vemos o reflexo da ignorância… Como pode um povo aceitar isso? Acreditar num projeto construído no WhatsApp? Que tremendo engano! Que golpe dos diabos! E o povo não acorda… Por essas e outra é que aqueles que ainda enxergam o fim do túnel devem guiar aqueles que estão totalmente cego. O grande problema é que esses cegos ainda não se tocaram de que estão nas trevas, se iludem como bobos pelo brilho do espelho, pela luz que eles não tem… Triste realidade desse nosso povo. E então, mais que nunca, é preciso cantar… e ouvir e aprender com a história. Mais que nunca, este é um disco que precisa ser escutado.
“5 Anos de Canção foi o terceiro álbum de estúdio do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O disco foi lançado em 1966 e reúne composições que ele fez ao longo desses primeiros cinco anos de produção musical. Vandré vem acompanhado pelo  genial Trio Novo, formado por Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airton Moreira. Este disco reúne alguma das muitas músicas que fez a partir de 1960, quando então compôs seu primeiro e grande sucesso, ao lado de Carlo Lyra, a belíssima bossa “Quem quiser encontrar o amor”, que aqui é também a gravação original feita com Baden Powell ao violão. Pessoalmente, este é dos discos do Geraldo Vandré que eu mais gosto por conta, principalmente da ‘pegada’ nordestina, a instrumentação melódica e sua simplicidade. Acredito que, até então, poucos foram os artistas que haviam se apropriado dessa forma, dos elementos de uma música de raiz, da moda de viola, a música nordestina… Sem dúvida, um clássico, um disco de se tirar o chapéu. Certamente, este é um disco que muitos irão encontrar por aí. Mas aqui também ele é indispensável. Não poderia ficar fora do acervo do Toque Musical. Confiram no GTM.

porta estandarte
depois é só chorar
tristeza de amar
réquiem para matraga
cancão do breve amor
fica mal com deus
rosa flor
pequeno conserto que ficou canção
se a tristeza chegar
canção nordestina
ninguém mais pode sofrer
quem quiser encontrar o amor
 
 
.

.

Tunai – Sobrou Pra Mim (1988)

Amigos cultos e ocultos, aqui estamos nós… e tristes. Acabo de saber, infelizmente, que o cantor e compositor Tunai faleceu. Hoje, mais que nunca, estou sem palavras, pois lá se vai mais um grande artista da nossa música popular. Coisa estranha, notícias ruins adoram os domingos. 🙁
Tunai foi um grande compositor. Iniciou sua carreira nos anos 70, motivado, como ele mesmo dizia, por Elis Regina, que a primeira cantora a gravar sua música. Abandonou a Engenharia para fazer aquilo que mais gostava, música. Irmão de outro grande músico, o João Bosco, este o levou para a roda musical apresentando-o ao poeta Sergio Natureza, o qual viria a ser seu maior parceiro. Sua música logo estaria nas vozes e interpretações de consagrados cantores. Sua música sempre teve uma boa aceitação nas rádios e os sucessos, inevitavelmente foram surgindo. A musica que o lançou foi “Frisson”, tema de uma novela da Rede Globo. Mas seus sucessos foram muitos, entre esses, “As aparências enganam”, “Sintonia”, “Meu amor”, “Doce mistério” e muitas outras, que inclusive foram sucesso na voz e interpretação de outros artistas.
Para homenageá-lo, estou trazendo aqui o álbum “Sobrou prá mim”, de 88. Um disco produzido pelo próprio artista, o sétimo em sua discografia. Um trabalho mais independente, lançado inicialmente pelo selo Paralelo, depois editado pela Eldorado.

sobrou pra mim
meu amor (my love)
numas
andré (vem de você
a fome do leão
música e paz
toda vida que tiver
impulsos não faturados
tinha de ser
cartas marcadas

 

Bob Fleming – Jovens Enamorados (1971)

Olá amigos cultos e ocultos! Aproveitando um lote de discos que havia digitalizado para o site de um amigo, que acabou abandonando o barco, estou agora publicando eles por aqui. Como já havia dito anteriormente há muito de música e artistas mineiros e ao longo do tempo iremos trazendo para o deleite de todos.
Aqui temos, mais uma vez, o lendário Bob Fleming, encarnado na figura do saxofonista mineiro Moacyr Silva e também o carioca Zito Righi, que segundo contam foi quem primeiro recebeu a alcunha dada por Nilo Sérgio, produtor e diretor da gravadora Musidisc/Brasil. Confesso a vocês que já nem sei mais quem é quem, ou por outra, não posso afirmar que este disco seja o Bob Fleming Moacyr ou Zito. Mas, considerando o ano de lançamento deste disco, originalmente em 1971 (e reeditado em 83) e também pela ‘pegada’ no sax, acho que este aqui é mesmo o Moacyr Silva.
“Jovens Enamorados” é um disco romântico dividido em temas nacionais e internacionais. Penso até que seja este lp uma coletânea, visto que há aqui gravações que parecem serem de momentos diferentes. Independente disso, trata-se de um bom disco, com bons solos de saxofone, que muito me faz lembrar outro grande saxofonista, o americano Ben Webster. Não deixem de conferir no GTM…

i left my heart in san francisco
blú
le bateau blanc
call me irresponsible
dois perdidos
i could have danced all night
o sol nascerá
nem uma luz brilhou
diga que sim
canção para um home no espaço
é demais
o amor… do amor
 

.

Dulcinha E Fernando E Dose Dupla – Trama (1987)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Na certeza de que em algum momento alguma informação há de chegar até nós, estou hoje postando este lp, uma produção com o selo Bemol, lançada nos anos 80.  Trata-se de Dulcinha e Fernando e Dose Dupla, um grupo, certamente mineiro, talvez da própria capital BH. Mas eu, como belo-horizontino, confesso, não me recordo dessa turma e também não consegui, numa rápida pesquisa, identificar os artistas. Não há muita informação sobre o disco além de sua referência no Discogs, por sinal, muito bem contado como raridade, chegando a um preço meio que absurdo, porém se percebe que apenas um cidadão é o detentor do disco e daí ele coloca o preço que quiser, não há concorrentes. Esse é o grande problema da especulação de preços do vinil. Não é só questão de qualidade, histórico ou quantidade, a coisa passa muito pelo crivo da subjetividade do colecionismo. Existem raridades e raridades…
Bom, mas o fato é que este disco, ao meu ouvido, me pareceu muito interessante. Tem todas as características de um disco pop, mas há nele uma certa peculiaridade, uma pegada de música mineira. Acho que isso tem a ver até mesmo com a própria produção, com o clima da gravação feito no mais tradicional estúdio mineiro, o Bemol. Infelizmente, o exemplar que possuo não tem encarte e nem traz maiores informações. Vamos então ficar no aguardo de algum esclarecimento. Mas nem por isso iremos deixar de conhecer Dulcinha, Fernando e o Dose Dupla. Basta ir lá no GTM buscar o link, ok?

transcendente
tudo que eu queria
sempre igual
notívago
tempero moreno
trama
sinto dizer
nossa manhã
banda mágica
mesmo assim

.

Antonio Luz (Baiano) – Saravá (1971)

Olá amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, fazendo jus ao nosso lema, onde dizemos, aqui é um lugar onde se escuta música com outros olhos. Gosto sempre de lembrar isso, principalmente quando trago para o Toque Musical algum ilustre desconhecido. E hoje temos algo assim, um disquinho compacto que estaria totalmente esquecido, não fosse a nossa coragem e vontade de trazê-lo de volta. Por certo, se trata de um tipo de disco e artista que teve sua única chance, ou ainda, a proeza de conseguir gravar um disco, num tempo que isso era coisa difícil. Alías, mais do que gravar, o difícil mesmo era gravar um segundo, ou continuar na carreira. Produções independentes na época de ouro da indústria fonográfica era geralmente capricho daqueles que podiam bancar ou serem bancados por algum mecenas. Ou ainda, aqueles artista que não conseguiram chegar a sombra de uma grande gravadora. Antonio Luz, o Baiano, foi um tipo assim, conseguiu realizar a façanha de gravar duas de suas composições. Conforme nos descreve o texto de contracapa, Antonio Luz foi um baiano que veio para Minas Gerais. Trabalhava em feiras livres na cidade de Belo Horizonte e tinha o hábito de compor canções. Ficou conhecido nas feiras a ponto de ser levado a televisão local, onde se apresentou, mostrando assim a sua música. Conseguiu no inicio dos anos 70 gravar esse compacto pela editora Discobel. Infelizmente, não achei mais nada sobre ele. Penso que vai ser mais fácil alguém dele encontrar essa postagem. Que sirva de registro essa nossa publicação. Confiram as músicas no GTM.

saravá
areia no caminho



.

Andersen Vianna & Eduardo Hazan – Instrumental De Casaca (1989)

Bom dia, amiguíssimos cultos e ocultos! Hoje estou fazendo aqui uma repostagem, ou mais ainda, uma reparação, pois havia postado este disco há algum tempo atrás e o mesmo acabou não aparecendo com seu texto de resenha. Acho que fiz algo errado na hora da publicação e só hoje percebo a falha. Dessa forma, o mais certo é postar o disco de novo. Chego até a copiar o texto da postagem original que na época foi publicada numa Sexta-Feria Santa… segue..
O dia de hoje pede uma música calma, algo contemplativo… Foi daí que eu escolhi este belo trabalho feito aqui nas  Minas Gerais. Trat-se do encontro de dois excelentes músicos, Andersen Viana, na flauta e Eduardo Hazan, ao piano. Os dosi instrumentistas são figuras bem conceituadas no mundo da música erudita. Andersen é um compositor, maestro e produtor mineiro, um artista super premiado, com um pé no erudito e outro no popular. Filho de Sebastião Viana, revisor e assistente de Villa-Lobos e irmão do compositor e violinista Marcus Viana. Eduardo Hazan é paulista, de Santos. Também um músico premiado, com um alarga experiência musical, tendo se apresentado em diversos países pelo mundo. Foi também professor na UFMG, FEA e UEMG. Assim como Andersen, mora em Belo Horizonte.
“Instrumental de Casaca”, contudo, não é um disco de música erudita. Lançado em 1989, de maneira independente, foi produzido pela Karmim, que logo se tornaria um selo/editora. Neste álbum vamos encontrar um repertório de música popular brasileira. Temos aqui onze músicas muito bem escolhidas, temas populares e de todos bem conhecidas. Obras de Pixinguinha, Patápio Silva, Zequinha de Abreu, Eduardo Souto e também Johnny Alf, Sergio Bittencourt, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Cartola e Flávio Venturini. Tudo como diz o título, instrumental. Vale a pena ouvir, conhecer e reconhecer… Tudo no GTM. Confiram!

eu e a brisa
modinha
nascente
luiza
eu sei que vou te amar
as rosas não falam
carinhos
despertar da montanha
margarida
primeiro amor
tico tico no fubá

.

Edição Brasileira – Lua (1988)

Olá, amigos cultos e ocultos! Há poucos dias atrás fiz a besteira de deletar alguns arquivos no computador e de bobeira, acabei excluindo uma pasta importante, a dos Festivais. Só percebi quando já havia deletado, pasta cheia, muito grande foi embora sem paradas. Achei que não tivesse um ‘backup’, mas por sorte tinha tudo num outro hd. De sobra, ainda achei uma ‘leva’ de discos de artistas mineiros, coisas de antigos projetos que acabaram não vingando. Hoje começamos essa mostra entre tantos outros diversos discos.
Tenho aqui o excelente grupo mineiro de música instrumental, Edição Brasileira e seu primeiro e único disco, Lua, lançado originalmente em 1988. O disco mereceu uma reedição em cd através do selo/editora Karmin, a partir dos anos dois mil e curiosamente ainda pode ser encontrado em algumas lojas virtuais. O Edição Brasileira foi um grupo formado grandes nomes da música mineira: Mauro Rodrigues (flauta e teclados); Bento Menezes (guitarra e violão); Lincoln Cheib (bateria) e Ivan Corrêa (contrabaixo). No disco eles ainda contam com participações importantes como André Dequech, Gil Amâncio, Nivaldo Ornelas, Renato Mota e outros… Beleza de trabalho, lançado e gravado pela Bemol já no processo digital. com muito carinho e dedicação. Vale a pena conhecer. Confiram no GTM…

cânone
mulher de barro
amarelinha
prelúdio
pra vivi
diversão infante
lua
bemol
duda no frevo



 

The Robins – Apresentam Os Grandes Sucessos Jovem Guarda (1966)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta um disco lançado no auge da Jovem Guarda, em 1966, com sucessos da época interpretados pelo grupo The Robins (ao que parece, o grupo não passou desse disco). É um álbum feito para ouvir e dançar, ao som de hits como “Eu não presto, mas eu te amo”, “A primeira lágrima”, “Gatinha manhosa”, “As tears go by” e “Coração de papel”, além de um pot-pourri de clássicos em ritmo de iê-iê-iê. Enfim, é o tipo do disco que cria um verdadeiro clima de bailinho, sob medida para aqueles que gostam de dançar coladinho. Enfim, é mais um trabalho que merece o nosso toque musical.

eu não presto, mas eu te amo
só vou gostar de quem gosta de mim
hurtin’ inside
as tears go by
homenagem aos mestre:
look for a star
tema de schubert
lado dos cisnes 
tema de paganini
smile
tema concerto n.1 tchaikowski
minha estrela
music to watch girls by
coração de papel
ave maria
somenthin’ stupid
a primeira lágrima
no milk today
gatinha manhosa


*Texto de Samuel Machado Filho

Geraldo Vianna – Grilos No Campo (1989)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Há alguns anos atrás eu postei este disco do violonista mineiro Geraldo Vianna aqui no Toque Musical, o belíssimo trabalho “Grilos no Campo”, lp lançado em 1989, de maneira independente. Postei, mas de forma bem impessoal e hoje, verificando, achei que ficou mesmo muito incompleta. Este disco foi lançado em 1989, de forma independente. Foi seu primeiro lp, abrindo uma sequencia para mais outros 19 discos, até esta data. Trabalho instrumental de primeiríssima como composições próprias e também músicas de Tavinho Moura, Milton Nascimento e Fernando Brant, Garoto e Gilberto Gil. Ele vem acompanhado por Ivan Corrêa no contrabaixo; Lincoln Cheib na bateria; Márcio Batista e Ricardo Cheib na percussão. A música “Grilos no Campo” foi premiada no Festival de Música Popular de Avaré, SP.
Geraldo Vianna além de violonista e compositor é também arranjador, pesquisador e produtor musical, tendo em seu currículo trabalhos de produção de grandes artistas mineiros, espetáculos musicais para teatro e cinema. Sem dúvida, um grande talento mineiro. Não deixem de conferir no GTM.

baião da volta
choro no beco
de dentro de mim
domingo no parque
grilos no campo
gente que vem de lisboa
carioquinha
san vicente

 

Gauguin – O Outro Lado Do Tempo (1985)

Boa tarde, caríssimos amigos cultos e ocultos! Estou trazendo hoje para vocês este disco, produção independente, primeiro lp do músico e produtor mineiro Marcos Gauguin. Para os que não conhecem, Gauguin faz parte da cena musical belorizontina, hoje um repeitadíssimo produtor. Participou da banda Sagrado Coração da Terra e também do projeto Sargent Peppers, uma das melhores bandas cover dos Beatles. Tem participação em discos de diversos artistas mineiros. Também atuando como produtor, foi responsável por boa parte dos lançamentos das primeira bandas de heavy metal de Minas, através da Cogumelo, lendária loja e editora mineira de onde saíram, entre muitas, as bandas Sarcófago e Sepultura. Gauguin também produziu discos de outros artistas e bandas famosas, como o Skank. Neste seu lp temos um trabalho totalmente autoral, sendo algumas parcerias com Chico Amaral, Paulo Horta e Afonsinho. O disco foi gravado no estúdio do João Guimarães, baterista do Kamikaze, que também participa em quase todas as faixas, juntamente com o Chico Amaral. Confiram este ‘esquecido’ no GTM.

melhor assim
tudo ou nada
uma canção
estação de trânsito
nuvens
telefone
constelação
o outro lado do tempo
quarto crescente
 


.

Guio De Morais – E Sua Musica De Dança (1956)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical oferece a vocês hoje mais um álbum com música instrumental de ótima qualidade, para ouvir e dançar. Desta vez apresentamos novamente o maestro e pianista Guio de Morais (Guiomarino Rubens Duarte), com seu conjunto, em LP editado pela Todamérica em 1956, ainda em dez polegadas. Guio de Morais nasceu em Recife, Pernambuco, em 20 de agosto de 1920 (não há informações sobre quando teria ocorrido seu falecimento), e atuou em diferentes rádios e gravadoras, especialmente nos 1950/60. Com uma intensa atuação no meio musical, destacou-se tanto como compositor quanto como arranjador e maestro, sobretudo na Rádio Nacional carioca e, mais tarde, na TV Globo. Se no disco que o TM apresentou anteriormente, “Sambas e baiões”, Guio até cantava, este aqui é um álbum exclusivamente instrumental, apresentando quatro músicas nacionais e outras quatro internacionais. Entre as nacionais, o destaque vai para dois choros de Ernesto Nazareth, lembrados até hoje, “Travesso” e “Ameno Resedá”. Enfim, mais um interessante trabalho de Guio de Morais, merecedor de mais esta postagem de nosso Toque Musical.

stranger in paradise
cururu
johnny come home
travesso
one hour with you – yes sir that’s my baby
sem exageros
temptation
ameno reseda



*Texto de Samuel Machado Filho

Luiz Vieira E Orquestra – Prelúdios De Amor (1963)

O Toque Musical presta hoje uma homenagem póstuma a um dos maiores cantores e compositores de nossa música popular. Luiz Rattes Vieira Filho, ou como ficou para a posteridade, Luiz Vieira, nos deixou a 16 de janeiro deste ano, vítima de parada cardíaca, aos 91 anos de idade. Nasceu em Caruaru, Pernambuco, em 12 de outubro de 1928, e seu nome foi uma homenagem ao avô. Perdeu sua mãe com apenas dois anos de idade. Antes de completar dez anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, sendo criado pelo avô em Alcântara, distrito da cidade de São Gonçalo. Aos oito anos de idade, produziu sua primeira composição. Em criança, cantou em circos e parques de diversões, e exerceu diversas atividades no Rio, antes de ingressar na vida artística: foi domador, caminhoneiro, taxista, guia de cego, engraxate e lapidário. Em 1943, começou a se apresentar em programas de calouros do rádio e em casas noturnas da Lapa. Em 1946, foi contratado pela Rádio Clube do Brasil para apresentar, junto com Zé do Norte, o programa “Manhãs da roça”, destinado a músicas nordestinas, onde também foi secretário, diretor musical e redator. Trabalhou ainda no programa “Picolino”, de Barbosa Júnior, e transferiu-se depois para a Rádio Tamoio, onde passou a se apresentar no programa “Salve o baião”, onde recebeu o título de “príncipe do baião”, apresentando-se ao lado de Luiz Gonzaga, o “rei do baião”, Carmélia Alves, a “rainha”, e Claudette Soares, a “princesinha”. No mesmo período, a convite de Almirante, passou a trabalhar na PRG-3, Rádio Tupi. Em 1951, gravou seu primeiro disco, na Todamérica, interpretando “Baião da Vila Nova” e “Coreana”, composições de sua autoria e Ubirajara dos Santos. No mesmo ano, com a inauguração da TV Tupi do Rio, participou do primeiro programa musical da televisão, “Espetáculos Tonelux”, apresentando-se ao lado da vedete Virgínia Lane. Apresentou também programas nas TVs Record e Excelsior de São Paulo. Teve mais de quinhentas composições e muitos sucessos, gravados por ele próprio e por outros artistas. Entre seus maiores sucessos podemos citar “O menino de Braçanã”, “Estrada de Colubandê”, “Estrela miúda”, “Na asa do vento”, “Balada do amor sublime”, “Guarânia da saudade”, “Guarânia da lua nova”, “Estrela de veludo”, “Inteirinha”, “Os olhinhos do menino”, “Paroliado”, “Maria Filó (O danado do trem)”, “Cantiga pra Ribeirão Preto” e “Estrada da saudade”. O TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos este compacto duplo dos anos 1960, lançado pela Copacabana, que inclui os dois prelúdios de sucesso de Luiz Vieira, “Paz do meu amor” e “Prelúdio para ninar gente grande”, mais conhecido pelo subtítulo “Menino passarinho”. “Temporal em nosso amor” e “Caminhos do amor” completam o disco, cuja postagem, sem dúvida, é uma singela homenagem do TM a este grande cantor e compositor brasileiro que partiu, mas deixou uma obra musical que ficará para sempre!

paz do meu amor – preludio n.2
prelúdio para ninar gente (menino passarinho)
temporal em nosso amor
caminhos do amor




*Texto de Samuel Machado Filho 

Perinho Santana – Falsamente Suave (1982)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje o primeiro dos dois únicos álbuns-solo gravados pelo cantor e guitarrista baiano Péricles Bastos de Santana, o Perinho Santana, “Falsamente suave”, lançado em 1982. Também compositor, arranjador e produtor musical, Perinho nasceu em Salvador, Bahia, em 1949, e tocou com artistas de peso da MPB, tais como Raul Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte, Gal Costa e Luiz Melodia. Foi este último, aliás, que Perinho acompanhou por mais tempo, estando presente em boa parte da carreira do cantor e compositor. Eles foram parceiros nas músicas “Só” (“Mesmo se tudo juntar por aí/ em nós, o só há de sempre existir”) e “Sonho imaginação”, esta última no presente álbum. O último trabalho de Perinho Santana foi com o grupo O Síndico, com ex-integrantes da banda de apoio de Tim Maia. Perinho faleceu em 30 de novembro de 2012, no Rio de Janeiro, aos 63 anos, de parada cardíaca. Mas estará sempre na lembrança de todos aqueles que apreciam o que é bom. Neste disco, são oito faixas com música da mais alta qualidade. Além da já mencionada “Sonho imaginação”, há ainda parcerias com Caetano Veloso (“Nem sonhar”) e Paulinho Zdanowski (“Forte ilusão”), sendo as demais composições sem parceiros. E Perinho ainda faria mais um disco além deste, o CD “Amor de verdade”. Enfim, este é mais um trabalho de primeiríssima linha, merecedor desta postagem do nosso blog. Confiram!

nem sonhar
coração
o teu olhar
l-5
falsamente suave
sonho imaginação
tema do céu
forte ilusão
 

*Texto de Samuel Machado Filho 

Paulo Autran – Poesias (198

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje, apresentamos mais um álbum com Paulo Autran (Rio de Janeiro, 7/9/1922-São Paulo, 12/10/2007), que foi sem dúvida um gigante da arte dramática brasileira. Lançado em 1981, o disco é uma seleção das melhores gravações que ele fez para o programa “Cinco minutos com Paulo Autran”, que possuía em meados da década de 1960 na Rádio Eldorado de São Paulo. São dez faixas, em que Paulo Autran interpreta textos de Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes e William Shakespeare. Como se vê, é mais um toque mais do que musical, e predominantemente literário, mais uma coleção de momentos sublimes do inesquecível Paulo Autran, mostrando as razões pelas quais ele foi um mestre indiscutível nessa arte tão complexa que é a da interpretação. É mais um produto de qualidade que o TM oferece com o prazer e a satisfação de sempre

a crônica aula de inglês – ruben braga
desespero da piedade – vinicius de moraes
resíduo – carlos drummond de andrade
essa velha angústia – álvaro de campos (fernando pessoa)
poema das sete faces – carlos drummond de andrade
também já fui brasileiro – carlos drummond de andrade
receita de mulher – vinícius de moraes
o homem nu – fernando sabino
entrevista de televisão – fernando sabino
mensagem a poesia – vinicius de moraes
se eu morresse amanhã – alvares de azevedo
cruz na porta da tabacaria – fernando pessoa
ao doge de veneza – w. shakespeare




*Texto de Samuel Machado Filho

Papete (1987)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aí vai mais um álbum do grande José de Ribamar Viana, o Papete, nascido na cidade de Bacabau, Maranhão, em 8 de novembro de 1947. Estudou no Colégio Marista Maranhense e iniciou sua carreira artística aos 13 anos de idade, atuando como cantor na Rádio Gurupi de São Luís, lá se apresentando até 1967. Ainda nesse ano, compôs sua primeira música, “O bonde”, nunca registrada em disco. Em 1969, teve sua primeira música gravada, “Eu morro se perder você”, na voz de Wanderley Cardoso. Nessa época, já atuava como percussionista e violonista. Em 1970, começou a se apresentar na casa noturna O Jogral, de São Paulo, onde trabalhou por sete anos. Foi eleito um dos três melhores percussionistas do mundo quando participou do Festival de Jazz de Montreux, Suíça, em 1982, 1984 e 1987. Trabalhou com os maiores artistas da MPB, como Toquinho (com quem fez por treze anos mais de mil apresentações por mais de vinte países), Paulinho da Viola, Miúcha, Rosinha de Valença, Paulinho da Viola, Miúcha, Diana Pequeno, Chico Buarque, Almir Sater, Rita Lee, Martinho da Vila, Renato Teixeira e a dupla Sá e Guarabyra. Papete desenvolveu projetos voltados para o registro e divulgação da música do Maranhão, entre eles o “Ouro de mina”, tendo sido o único artista maranhense a ter um show exclusivo com repertório voltado para a cultura de seu Estado. Compôs com Josias Sobrinho as canções e o libreto da ópera popular “Catirina”, marco da cultura maranhense nos anos 1990. Um dos últimos projetos que coordenou deu origem à obra “Os senhores cantadores, amos e poetas do bumba-meu-boi do Maranhão”, lançada em novembro de 2015. Papete faleceu em São Paulo, a 26 de maio de 2016, aos 68 anos de idade, mas seu trabalho está preservado em uma discografia de mais de quinze álbuns. “Papete”, lançado pela extinta 3M em 1987, é seu quinto trabalho-solo, e conserva a qualidade artística costumeira de seus discos. É mais um ótimo álbum, merecedor, portanto, de mais esta postagem do Toque Musical. 

mascavo
a criança e o mar
cancha reta
zanzibar
vira (no meu quintal)
papagaio dos cajueiros
ramadã
dança (danza)




*Texto de Samuel Machado Filho

Sucessão de Sucessos (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para manter diária a nossa produção, as vezes somos obrigados a recorrer aos ‘arquivos de gaveta’, ou ainda os arquivos enviados por amigos. Para fechar nosso domingão vamos com uma coletânea da Odeon, trazendo o melhor do seu ‘cast’ em 1961 no lp “Sucessão de Sucessos”. Um disco, que como já se pode ver pela capa tem Dalva de Andrade, Elza Soares, Celly Campello, Jayme Ferreira, Trio Irakitan, Anisio Siilva, Hebe Camargo, Orlando Dias, Isaura Garcia e Carlos Augusto. Infelizmente, as letras das músicas que, num raro momento, foram impressas na contracapa estão em baixa qualidade e quase não se pode ler. Fico devendo, logo que achar o disco, refaço o link. Por hora, ficamos aqui. Valeu, meu caro Denys!

beija-me depois – anisio silva
boato- elza soares
juro – carlos augusto
palhaçada – isaura garcia
ainda te espero – orlando dias
no domingo não – hebe camargo
perdoe-me pelo bem que te quero – orlando dias
broto legal – celly campello
o matador – trio irakitan
ser só – dalva andrade
estou pensando em ti – anisio silva
esmeralda – jayme ferreira



.

Ed Carlos – Juro Que Te Amo (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta a vocês um disco de um cantor que recebeu o título de “reizinho da Jovem Guarda” por ter sido apadrinhado por Roberto Carlos. Estamos falando de Oscar Teixeira, ou melhor, Ed Carlos, nascido em Santo André, na Grande São Paulo, em 3 de fevereiro de 1952. Seu primeiro disco, um compacto simples, saiu pela Fermata em novembro de 1967, trazendo o sucesso “Edifício de carinho”, de Roberto Carlos e Tom Gomes. Com o declínio da Jovem Guarda, a exemplo de Roberto, passou a interpretar músicas românticas. Em 1979, Ed homenageou o “rei da MPB” com a música “Roberto, meu amigão”. Posteriormente, tornou-se proprietário do restaurante Ed Carnes, no bairro paulistano do Cambuci. Casado com Vânia, teve três filhos, Edinho (falecido em acidente de carro), Rafael e Vinícius. “Juro que te amo”, o álbum que o TM nos oferece hoje, é o quarto LP de Ed Carlos, lançado pela CBS (selo OkeH) em 1975. No repertório, temos composições de Elizabeth (“Eu não vivo sem você”), Marcos Roberto (“Por quê”), Dora Lopes (“Você não merece”) e inúmeras versões. Uma delas, “Amante latino”, assinada por Rossini Pinto, é curiosa por ter sido lançada antes que Sidney Magal, em 1977, fizesse sucesso com outra versão da mesma música e com o mesmo título, só que feita por Antônio Carlos.  Em suma, é o tipo do repertório que costumava ser executado com frequência nas rádios AM de cunho popular, sobretudo em São Paulo, numa época em que o FM ainda engatinhava. Um trabalho interessante de Ed Carlos, que merece o nosso Toque Musical. É só ir para o GTM e conferir.

juro que te amor
gosto muito de você
minha amiga minha esposa minha amante
mundo agitado
amante latino
uma velha canção de amor
com um punhado de areia
eu não vivo sem você
porque
você não merece
não vale a pena lastimar


*Texto de Samuel Machado Filho 

Rosa Passos – Recriação (1978)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aproveitando a deixa, vamos colocar mais uma rosa em nosso jardim. E eu que pensava já ter apresentado aqui esta outra grande artista, também de renome internacional e também uma estrela do jazz. Estamos falando aqui da cantora, compositora e violonista Rosa Passos. Considerada por muitos a ‘João Gilberto de saias’. Uma artista que começou cedo, ainda adolescente tocava piano, trocando depois para o violão. Influenciada pela Bossa Nova, mas em especial pelos dois ícones, Antonio Carlos Jobim e João Gilberto, passou a compor e cantar. Demorou um pouquinho para ela então lançar este disco, “Recriação”, que foi seu primeiro disco. Este álbum, inicialmente, não teve muita repercussão, mas seria por certo seu cartão de visitas. Mas ela se afastou temporariamente e só voltou a atuar na careira nos anos 80. A partir dos anos 90 ela então deslancha, passando a lançar novos discos. Suas composições começam então a atrair outros músicos e artistas. Oscar Castro Neves foi quem, de uma certa forma, abriu as portas para ela, para uma carreira internacional que desde então só veio crescendo. Tocou e gravou com grandes nomes da música internacional, em especial os artistas do jazz. Hoje, Rosa Passos é uma das grandes damas brasileiras do cenário jazzístico internacional, aclamada por todos os cantos desse mundo, tendo uma dezena de outros discos gravados. Confiram aqui este discaço que mais uma vez é destaque, agora no Toque Musical.

recriação
bolero de esperar
procura-se um samba
estrela-cine-teatro
saudade da bahia
fassamba
formicida corda e flor
caminho de santana
noturno
aí o fantástico

Rosa Maria – Uma Rosa Com Bossa (1966)

Olá amiguinhos cultos e ocultos! Tempo corrido, vamos direto ao assunto. Tenho hoje para vocês a cantora Rosa Maria. Por certo, muitos irão lembrar do sucesso “California Dreamin”, do grupo The Mamas & The Papas, que ela regravou para uma campanha publicitária nos anos 80. A gravação fez tanto sucesso que acabaram lançado em um EP (um disco de 12 polegadas com apenas duas músicas) com outro grande clássico, a música “Summertime. Um disco promocional onde participa também o fantástico Tony Osanah. Mas a história de Rosa Maria começa nos anos 60, quando sai de Minas e vai para o Rio de Janeiro tentar a carreira artística como cantora e também atriz. Cantava jazz e bossa nova no Beco das Garrafas. ‘Apadrinhada’ por Wilson Simonal, participa como convidada em seu disco “S’Imbora”. Foi logo em seguida que ela assina contrato com a Odeon para gravar este que foi o seu primeiro disco: “Uma Rosa Com Bossa”, em 1966. Um discaço, diga-se de passagem. Cheio de bossa num repertório que ainda cabe a participação do Wilson Simonal em uma das faixas. É ele também que assina o texto de apresentação da cantora na contracapa. Não deixe de conferir essa joinha no GTM.

capoeira de oxalá
vivendo só
amor de nada
minha filosofia
a resposta
fica só comigo
você e eu 
tem dó
menino de braçanã
costa brava
o grito

 

Ana Belen (1982)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso encontro é com a  atriz e cantora espanhola Ana Belen. Uma cantora internacional, sem dúvida, porém neste álbum cantando músicas de autores brasileiros. O disco foi gravado no Brasil e finalizado na Itália. Trata-se de um álbum duplo, onde no primeiro ela canta versões em espanhol. No segundo disco ela canta, entre outras, as mesmas músicas e com os mesmo arranjos, só que desta vez em português. Na Espanha este disco saiu com o título “Ana en Rio”. Como se pode ver pela contracapa, o repertório traz músicas de Guilherme Arantes, Gilberto Gil, Lô Borges & Fernando Brant, Geraldo Vandré, Braguinha, Zé Geraldo, Ruy Maurity, Ivan Lins, Luiz Gonzaga e Chico Buarque. Este, também participa do disco em “Noite dos Mascarados”, assim como Fagner, em “Imposible”, poema de Florbela Espanca musicado por ele. Os arranjos para o disco em português ficou por conta de Lincoln Olivetti, Octávio Burnier. Vale a pena conferir a voz e o talento desta cantriz. Confiram no GTM.

balancê
hijo de la tempestad
noche de marcaras
vuelvo
de onde viene el bayon
planeta agua
expresso 2222
caminando
imposible
teresiña
impossível
planeta água
expresso 2222
voar voar
a vida do viajante
volto
noite dos mascarados
paisagem da janela
de onde vem o baião
canção menina

 

Mário Lúcio de Freitas – Gota Mágica (1981)

Boa noite prezados amigos cultos e ocultos! No último momento, antes de soarem os gongos, aqui estamos com a postagem do dia. Temos um disco independente, “Gota Mágica”, trabalho muito bacana do músico, compositor e arranjador Mário Lúcio de Freitas. Um álbum autoral de cabo a rabo, músicas e letras, arranjos e regências e porque não, também a produção. Acredito que este tenha sido seu único disco antes de partir de vez para a publicidade, criando jingles e trilhas. Ele foi o responsável por vinhetas famosas de programas como o seriado infanto juvenil Chaves, desenhos animados como Cavaleiros do Zodíaco e Sailor Moon. Fez trilhas para novelas do SBT e também dublagem. Antes disso, porém, ele fez parte das bandas The Jet Black’s, The Beatnicks, Os Incríveis, Os Iguais e outros grupos de bailes.. Gota Mágica além de título do seu disco passou também a ser o nome de seu estúdio, onde gravou trilhas e discos para programas infantis como Bananas de Pijamas e Dragon Ball. De tudo, uma coisa eu garanto, este disco é o lado mais artístico de um profissional da publicidade. Boa letra e boa música. Não deixem de conferir no GTM.

gota mágica
confiar é fatal
novo encanto
o sistema
o amanhã não vem
cordel
ai que bom
piada
escorpião
sonhos de autista

 

IV Festival Internacional Da Canção Popular Rio (1969)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Estou trazendo para vocês um disco dos mais interessantes de festivais de música e que por curiosidade, muita gente não sabe o que está perdendo. Até mesmo no Mercado Livre, ou ainda, no Discogs, ninguém percebeu que precioso registro é essa edição. Penso que, talvez pelo fato de não trazer em sua capa ou contracapa a lista de músicos e músicas, acabou ficando meio de lado… Nem mesmo em blogs eu o cheguei a ver publicado. Este é um disco de IV Festival Internacional da Canção Popular Rio, de 1969, fase nacional, um álbum duplo com 18 das canções classificadas. Músicas até então inéditas, em gravação feita ao vivo, no Maracanãzinho. Temos aqui alguns ilustres nomes com Jorge Ben, Claudette Soares, MPB-4, Mutantes, Os Diagonais, Egberto Gismonti, Joyce e muitos outros. Quem é fã ou colecionador de alguns desses artistas tem aqui um momento inédito e imperdível. Discos de festivais são registros importantes que mereciam maior atenção por parte do público, este mais ainda por ser uma edição especial. Não deixem de conferir…

 

charles anjo 45 – jorge ben
juliana – claudette soares
anunciação – mpb-4
quem mandou – marcos sann
o tempo e o vento – malu
ando meio desligado – mutantes
beira vida – eduardo conde
beijo sideral – marcos samn
o mercador de serpentes – egberto gismonti
madrugada, carnaval e chuva – darcy da mangueira
minha marisa – os diagonais
bem te vi – dorinha tapajós
levança – milton santana
na roda do vento – ruy felipe
vesão geral – quarteto 004
canção por luciana – regininha
copacabana velha de guerra – joyce
longe do tempo – o bando

.

João De Aquino – Violão Viageiro (1974)

Bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou me esforçando para voltar a ter aquele ritmo dos primeiros tempos. Não vou garantir nada, mas farei todo o possível para manter essa frequência de publicações.
Hoje temos um disco raro, que eu ainda não cheguei a vê-lo postado em outros blogs. Aliás, poucos ainda resistem, como o nosso Toque Musical. Vamos com “Violão Viageiro”, do violonista e compositor baiano, João de Aquino, um nome importante na música brasileira, mas muito pouco comentado. Seu talento parece vir de família, pois foi primo de outro grande violonista, o lendário Baden Powell. João de Aquino iniciou sua carreira nos anos 60. Sua música de maior sucesso foi “Viagem”, feita em 64 em parceria com Paulo César Pinheiro. Essa música faz parte deste disco que foi seu primeiro trabalho lançado no Brasil (creio que ele chegou a gravar na Europa). “Violão Viageiro” tem também arranjos do maestro Radamés Gnatalli e Hugo Bellardi, a presença de Pedro Sorongo, Fernando Leporace, coral de Joab e outros. Taí, mais um disco bacana que não pode faltar por aqui. Em breve e na sequencia postarei outros dois discos desse artista, pois vale a pena.
Agradeço ao amigo Fáres mais essa contribuição (logo lhe devolvo os discos) E vamos ao GTM, pois o link não dura muito tempo. Quem não acompanha o blog, come mosca. 🙂

coiote
beira maré
macunzozo
fica amor
galope
sapos e grilos
caatinga
ponto do caboclo desengano
corpus
veredas
cactus
viagem
tributo a turibio santos

.

Amado Maita (1972)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso encontro é com Amado Maita, músico paulista que lançou em 1972 este que foi o seu primeiro e único disco. Lançado em uma única tiragem pelo selo Copacabana, certamente não vingou por ser bom demais, acima da média. Um disco feito com esmero, música popular brasileira de qualidade. A música de Amado Maita me lembra um misto de Milton Nascimento e Gonzaguinha, também naqueles tempos. O repertório e quase todo autoral ou em parceria com José Wilson Lopes. Há ainda espaço para sua interpretação nas faixas, “Piedade”, de Miguel e Lindolfo Lage; “Sabe você”, de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra e o antigo samba “Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Corrêa da Silva. Amado Maita conta com o apoio de um time de músicos de primeira. Figuras como Hamleto, Guilherme Vergueiro e Edson Machado são alguns dos destaques, juntamente como os arranjadores Antonio Barbosa e Mozar Terra que dão ao trabalho uma pegada mais jazzística. As regências ficaram por conta do maestro Leo Peracchi. A produção foi do italiano Cesare Benvenuti, aquele que também produziu uma onda de artistas brasileiros, com nomes gringos e cantando em inglês. Este disco esteve esquecido por muito tempo e só veio a aparecer a partir do bum dos blogs musicais e das redescobertas fonográficas, por conta de pesquisadores e colecionadores. Quem muito chamou a atenção para este disco foi o músico Ed Mota, levantando a poeira e fazendo neguinho correr sebos e também Mercado Livre em busca da bolacha. Foi aí que o preço subiu e chegou as alturas fazendo com que ele viesse a ser relançado em 2018, pela Patuá Discos. Como a segunda edição também foi limitada (1500 discos), hoje é possível que já não seja mais encontrado, ou talvez até encontre, mas com um precinho salgado. Maita faleceu em 2005. Infelizmente, não há muita informação sobre sua trajetória pessoal ou artística. Ele é pai da cantora Luísa Maita, uma das boas revelações do cenário atual da música brasileira. Confiram no GTM.

samba de amigo
mariana
os mergulhadores
cemitério dos vivos
piedade
gestos
o mostro verde do mal
sabe você
não me diga adeus
reflexão
 

.

Pablo Neruda (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso toque é mais que musical, é poético. Afinal, não é de hoje que os poetas também nos visitam e muito temos de poesia gravada, discos memoráveis que nunca poderiam faltar por aqui. Temos assim o grande Pablo Neruda, poeta que dispensa maiores apresentações, até porque essa não é a primeira vez que o apresentamos no Toque Musical. Neruda não foi um poeta brasileiro. Nasceu e viveu no Chile, mas como todo grande poeta as fronteiras não existem, ainda mais sendo este um poeta latino-americano, amigo e irmão de tantos outros poetas brasileiros, contemporâneo de um mesmo momento conturbando nesse nosso continente. Neruda faz parte também do nosso mundo poético e entre muitos ele foi um dos poucos poetas estrangeiros a fazer parte da discoteca produzida pelo selo Festa, de Irineu Garcia. Aqui temos um pequeno aperitivo, um raro compacto, extraído de um disco maior, um lp, também lançado por esse selo, com gravações originais na voz do próprio poeta. Há, inclusive, um poema dedicado ao poeta brasileiro Castro Alves (Castro Alves del Brasil). Compacto, pode-se dizer, de luxo, frente aos seu pares. Com capa bem produzida trazendo também um texto de apresentação escrito por outro poeta e escritor, Rubem Braga. Não deixem de conferir mais essa raridade que vocês só encontram aqui, no GTM (e em prazo limitado).

una canción desesperada
castro alves del brasil
un hombre invisible

.

Os Seis Em Ponto (1966)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Depois de chegarmos a mais de 3 mil títulos/discos postados aqui a gente começa a não mais lembrar do que já publicou. Daí, temos antes que verificar no index para não repetirmos a postagem. Hoje, farei diferente. Temos aqui o raro e único exemplar do conjunto de bossa nova do Francis Hime, Os Seis em Ponto. Este foi o disco de estréia de seis ‘garotos’, como definiu Ronaldo Boscoli no texto de contracapa do disco. Todos estreantes no mundo do disco, mas desde cedo focados na ideia de formarem um conjunto musical. E foi em 1966 que eles conseguiram gravar e lançar este álbum pelo selo RGE. Formado por Francis Hime (piano), Alberto Hekel Taveres (flauta), Carlos Alberto Cumarão (trombone), Nelson Motta (violão), Carlos Eduardo Sadock de Sá (contrabaixo) e João Jorge Vargas (bateria), Os Seis em Ponto nos apresenta um repertório fino e moderno para sua época. Músicas de Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Théo, Oscar Castro Neves, Edu Lobo, Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli e também composições de Francis Hime em parceria com João Vitorio: “Mar Azul”, “Amor A Esmo” e “Se Você Pensar”. Os arranjos são também de Francis Hime. Um disco que conta ainda com texto de Tom Jobim. Tido como uma promessa de sucesso, infelizmente Os Seis em Ponto, mesmo com um repertório de primeiríssima, não chegou a emplacar. Por outro lado, seus membros seguiram cada qual um caminho. Francis e Nelson Motta foram os que mais se destacaram seguindo carreiras de sucessos e reconhecimento de público. Mais uma vez vamos trazê-los para o nosso toque, até porque, desta vez o pacote vem completo, com capa, contracapa e selos. Não deixem de conferir no GTM.

samba carioca
inútil paisagem
mar azul
luciana
borandá
amor a esmo
a paz de um homem só
sem mais adeus
se você pensar
canção da liberdade
só tinha de ser você
o menino das laranjas
 


.