Made In Brazil (1974)

E as pedras continuam rolando… O rock come solto neste fim de semana e também durante a próxima. Temos ainda muita coisa para ver e ouvir. Por certo, muito do que tenho postado se encontra com facilidade na rede, mas o que estou fazendo é uma questão de honra e um desejo pessoal. Passei a minha juventude toda ouvindo coisas como esta. Já tive discos que hoje se tornaram clássicos e muitos até raridades. A grande maioria eu já vendi e outros se perderam no tempo. Eu sempre sonhei em um dia poder mostrar melhor minha discoteca, mas nunca pensei no que estamos vivendo hoje. Os discos, quase todos se foram e direta ou indiretamente, acabaram voltando. Seria injusto comigo mesmo não relembrar em meu blog esses momentos. Mesmo já não fazendo a minha cabeça como antes, o rock ainda mora no meu coração. Ainda conservo a rebeldia, a postura e a atitude. Quem passou pelo rock não envelhece nunca! Por isso tento manter esse tônico da vitalidade. De vez em quando é preciso dar uma sacudida no esqueleto, chutar o balde e cair no rock.
Uma banda que jamais poderia deixar de faltar no Toque Musical e que até hoje não teve a sua vez é pioneira Made In Brazil, dos irmãos Celso e Oswaldo Vecchione. O Made In Brazil está na estrada há mais de trinta anos. Começaram ao lado dos Mutantes. Por ela passaram ou se espelharam os mais diversos nomes do rock nacional. Tiveram diversas formações, mas sempre encabeçada pelos ‘Vecchione Brothers’. Ao longo das décadas e com todos os modismos, os caras sempre se mantiveram fiéis ao rock’n’roll. Ainda hoje carregam uma legião enorme de fans. São verdadeiras lendas vivas. Pessoalmente, vejo no rock tupiniquim, principalmente os da década de 70, uma falha. Na maioria das bandas as letras são fracas e copiosas. Paradorxalmente, nas gerações posteriores, a preocupação poética se manifestou mais forte. Com raras exceções, nos anos 60 e 70, a preocupação era tocar direito, fazer o rock soar como o internacional. O Made é bem isso, uma banda com muito rock’n’roll, mas fraquinha na mensagem. Mesmo assim, não deixa de ter lá os seus encantos. O álbum que eu estou postando foi o primeiro, lançado em 1974. Já de estréia começaram bem, numa grande gravadora, a RCA. Neste álbum a formação era Oswaldo e Celso, respectivamente, baixo e guitarra solo; Cornelius no vocal; Onisvaldo Scavazzinni nos teclados; Rolando Castello Jr na bateria e Fenilli na percussão. Na gravação, os caras ainda contam com as participações (mais que necessárias) de Antonio Medeiros na guitarra base, Bolão no sax e flauta e o Daniel Salinas que cuidou dos arranjos para cordas e metais. Salinas ainda tocou piano em algumas faixas. Nada como a produção através de uma grande gravadora como a RCA. Na época isso fazia a diferença. O mais curioso neste disco é a faixa “Aquarela do Brasil”, ‘tortalmente’ desvirtuada de suas origens. Da melodia não sobrou nada, só se reconhece pela letra. Essa interpretação deve ter feito o Ary Barroso arranhar com os ossos a tampa de seu caixão. Mas tudo bem, o que vale é a intenção. hehehe…
anjo da guarda
a mina
doce
aquarela do brasil
intupitou o trânsito
você já foi vacinado?
tudo bem, tudo bom
vamos todos a festa
menina, pare de gritar
uma longa caminhada

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