Sandoval Dias – Um Saxofone Em Ritmo De Bolero Nº 2 (1959)

Ritmo de origem cubana, mesclando raízes espanholas com influências locais de vários países hispano-americanos, o bolero sempre foi muito popular, inclusive no Brasil. Influenciou o samba-canção, o mambo, o chá-chá-chá e a salsa. Existe inclusive uma variante do bolero surgida na República Dominicana, nos anos 1960, a bachata.  Entre os mais conhecidos intérpretes de boleros, podemos citar: o chileno Lucho Gatica, o espanhol Gregorio Barrios (que até radicou-se no Brasil), o argentino Roberto Yanés , o cubano Bienvenido Granda (“o bigode que canta”), o mexicano Armando Manzanero, o Trio Los Panchos (formado por mexicanos radicados nos EUA), e os brasileiros Anísio Silva, Orlando Dias e Altemar Dutra, além do Trio Irakitan. Até Maysa gravou boleros, e dizia gostar do gênero, sem se envergonhar disso (com razão, convenhamos). E Sidney Morais, ex-integrante do Conjunto Farroupilha e dos Três Morais, fez sucesso nos anos 80 com a série de álbuns “Boleros con amor”, sob o pseudônimo de Santo Morales. Mais recentemente, iriam destacar-se no gênero o portorriquenho Luís Miguel e as cantoras brasileiras Tânia Alves e Nana Caymmi. O bolero também influenciou, e muito, a música sertaneja brasileira, e até hoje é cultivado por intérpretes desse gênero. Sendo um ritmo musical bastante apreciado até hoje pelos brasileiros, o bolero também dá ibope até em blogs dedicados a raridades discográficas, como o Baú de Long Playing, o Estação Saudade  e, claro, o nosso TM. Tanto que já colocamos à disposição de nossos amigos cultos, ocultos e associados, títulos como os das orquestras Românticos de Cuba, Namorados do Caribe, e Serenata Tropical. Pois hoje apresentamos mais um grande álbum do gênero: trata-se do segundo volume de “Um saxofone em ritmo de bolero”, editado em 1959 pela Sinter, hoje Universal Music. E novamente trazendo o expressivo e talentosíssimo Sandoval Dias (1906-1993), agora pondo seu sax de ouro a serviço de alguns dos melhores e mais expressivos boleros de todos os tempos.  Como frisado na contracapa, a disposição das faixas  segue o esquema “dance o máximo com o mínimo de descanso”, distribuindo os catorze clássicos do bolero aqui incluídos (como “Santa”, ‘Amor”, “Desesperadamente”, “Palabras de mujer”, “Dize minutos mas”, “Lagrimas de sangre”) em seis faixas, com duas ou três músicas executadas seguidamente. Portanto, este disco é um prato cheio para quem aprecia boleros, seja para dançar ou apenas ouvir. É mais uma joia rara que o TM posta com a satisfação e o orgulho de sempre, e por certo fará os ouvintes recordarem momentos inesquecíveis ao som destes boleros mundialmente consagrados. E aí? Dá-me o prazer desta contradança?

amor…
desesperadamente
buenas noches mi amor
marimba
maria bonita
porque ya no me quieres
pecadora
palabras de mujer
santa
lágrimas de sangre
solamente una vez
sin motivo
condicion
diez minutos mas

*Texto de Samuel Machado Filho

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