Geraldo Vandré (1968)

Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Em outros momentos, aqui no nosso Toque Musical, fizemos uma série de postagens de compactos, nas quais ao invés de um, postamos em grupos de quatro ou mais disquinhos, que acabaram se misturando numa coisa só, como se fosse uma coletânea. Assim, achei por bem trazer alguns deles de volta em postagem individual e também para que pudéssemos  organizar melhor as coisas por aqui…
Temos então para hoje este compacto do Geraldo Vandré. Lançado pelo selo Som Maior, em 1968, o disquinho de sete polegadas chegou a ser censurado por conta da emblemática canção “Pra não dizer que não falei de flores”, também conhecida como “Caminhando”. Aqui, neste compacto, temos a gravação ao vivo feita no Festival Internacional da Canção de 1968, promovido pela Rede Globo. A canção, defendida pelo próprio cantor, era a favorita do público e também da maioria dos jurados, mas acabou ficando em segundo, dando lugar a “Sabiá”, música de Chico Buarque e Tom Jobim. Contam que houve uma intervenção do governo militar da época, que não admitiu que a música favorita chegasse ao primeiro lugar. Não fosse pela pressão popular, talvez não tivesse ficado nem em segundo. A noite de premiação foi revoltante, o público vaiou Cynara e Cybele (do Quarteto em Cy) que defendiam a música “Sabiá”. Houve brigas e quebra-quebra e no final “Caminhando” acabou sendo  censurada por onze anos e nem entrou nos discos oficiais do festival. Por certo, o momento e a gravação ficou na memória do povo e a canção se tornou um hino da resistência ao regime militar. Chegou a ser regravada, inclusive por outros artistas e diante a tudo isso, os ‘milicos’ acharam de apagar a música da memória brasileira, pois até o mais idiota conseguiria entender o recado da canção. Hoje em dia, percebo que o mais idiota ainda estava para nascer, basta olhar a que ponto chegamos, com insanos pedindo a volta do regime militar, é mole? Mas, enfim, temos aqui um compacto de respeito, histórico, merecedor de um lugar de destaque na estante de um verdadeiro colecionador. Porque raridade não é só disco de bossa nova, rock e aquilo que é caro no Mercado Livre e Discogs. Fico realmente impressionado com o descaso para os discos do Vandré. Acho que é mesmo por falta de conhecimento, de ouvir direito a produção fonográfica deste artista. E a isso eu me refiro não apenas a sua arte, mas também a toda a produção, envolvendo a participação inclusive de outros artistas de qualidade. Os discos de Geraldo Vandré são simplesmente maravilhosos. E antes que eu me esqueça, ainda temos outra pérola, a canção “Se a tristeza chegar”, composição em parceria com Baden Powell, que saiu em seu disco “5 Anos de Canção”, de 1966. Vamos conferir essa joinha? 🙂
 
pra não dizer que não falei de flores
se a tristeza chegar
 
 
 
.

Geraldo Vandré – 5 Anos De Canção (1966)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos a semana com um disco que há muito já devia estar aqui. Mas todos tem a sua hora e hoje é a vez dele, Geraldo Vandré. E quando digo hoje, me refiro não apenas ao dia, mas ao tempo presente. Vandré nos dias atuais, de retrocessos, de ameaças fascistas, estupidez e ignorância, representa um grito de liberdade, de consciência social e política, coisa que infelizmente nosso povo nunca adquiriu totalmente. É triste dizer isso, mas o brasileiro nesse quesito é um tremendo idiota, um eterno vassalo da elite, que um dia sonha em também ser elite e continuar fazendo o mesmo. E nesse (des)Governo que hoje achaca o Brasil, o que podemos esperar é somente o desmonte geral da Educação no país. Até mesmo na Cultura, nas Artes, na Música… vemos o reflexo da ignorância… Como pode um povo aceitar isso? Acreditar num projeto construído no WhatsApp? Que tremendo engano! Que golpe dos diabos! E o povo não acorda… Por essas e outra é que aqueles que ainda enxergam o fim do túnel devem guiar aqueles que estão totalmente cego. O grande problema é que esses cegos ainda não se tocaram de que estão nas trevas, se iludem como bobos pelo brilho do espelho, pela luz que eles não tem… Triste realidade desse nosso povo. E então, mais que nunca, é preciso cantar… e ouvir e aprender com a história. Mais que nunca, este é um disco que precisa ser escutado.
“5 Anos de Canção foi o terceiro álbum de estúdio do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O disco foi lançado em 1966 e reúne composições que ele fez ao longo desses primeiros cinco anos de produção musical. Vandré vem acompanhado pelo  genial Trio Novo, formado por Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airton Moreira. Este disco reúne alguma das muitas músicas que fez a partir de 1960, quando então compôs seu primeiro e grande sucesso, ao lado de Carlo Lyra, a belíssima bossa “Quem quiser encontrar o amor”, que aqui é também a gravação original feita com Baden Powell ao violão. Pessoalmente, este é dos discos do Geraldo Vandré que eu mais gosto por conta, principalmente da ‘pegada’ nordestina, a instrumentação melódica e sua simplicidade. Acredito que, até então, poucos foram os artistas que haviam se apropriado dessa forma, dos elementos de uma música de raiz, da moda de viola, a música nordestina… Sem dúvida, um clássico, um disco de se tirar o chapéu. Certamente, este é um disco que muitos irão encontrar por aí. Mas aqui também ele é indispensável. Não poderia ficar fora do acervo do Toque Musical. Confiram no GTM.

porta estandarte
depois é só chorar
tristeza de amar
réquiem para matraga
cancão do breve amor
fica mal com deus
rosa flor
pequeno conserto que ficou canção
se a tristeza chegar
canção nordestina
ninguém mais pode sofrer
quem quiser encontrar o amor
 
 
.

.

André Penazzi – Orgão Samba Percussão Vol. 1 (1965)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje resolvi fazer uma re-postagem deste disco do maestro André Penazzi.. Na verdade, comecei ela no engano, pois não havia percebido que já tinha postado este lp aqui. É que na postagem de 11 anos atrás eu o fiz usando o lançamento original, lançado pela Audio Fidelity, em 1963. Agora, refaço essa postagem com um relançamento, feito em 1965, através do selo Som Maior. Aproveito para também rever minha crítica, pois, confesso, naquela época eu não dei a devida atenção ao disco. Sem dúvida, algo diferente do convencional, mas nada de bizarro, como disse anteriormente. Um disco bem gravado e sem dúvida de qualidade, a começar pelo próprio maestro e organista André Penazzi, que selecionou um repertório inteiramente de sambas, clássicos da nossa música brasileira. Nesta edição temos um texto na contracapa que nos poupa aqui de maiores informações. Quer saber, que ouvir? Vai buscar o seu no GTM, poque o tempo é limitado.

samba da madrugada
catiguei
tema do boneco de palha
levanta mangueira
você
e… você não dizia nada
mulata assanhada
liberdade demais
samba na minha terra
só vou de mulher
chora pierrot
quero morrer no carnaval

 

As 14 Favoritas – Som Maior (1968)

Olá amigos cultos cultos e ocultos! Ainda tentando fechar os 12 anos, aqui vai mais uma coletânea, também com 14 sucessos. Dessa vez temos as 14 favoritas do selo Som Maior, apresentando apenas artistas nacionais que na época estavam nessa gravadora. Como podemos ver já pela capa, temos um ‘cast’ de alto nível e um repertório a altura. Esta é a primeira vez que o link chega primeiro que a sua postagem. Já havia publicando o link no GTM, mas me esqueci da postagem. Pronto, está na mão…

margarida – os 3 morais
minha roda gigante – tito madi
maria carnaval e cinzas – pop 5
with a girl like you – the ghosts
meus amigos – embalo r
domingo no parque – titulares do ritmo
puppet on a string – conjunto mafasoli
alegria alegrua – titulares do ritmo
there’s a kind of hush -conjunto mafasoli
roda viva – pop 5
a whiter shade of pale – the ghosts
travessia – os 3 morais
chove outra vez – tito madi
the shadow of your smile – embalo r


.