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Tiago Araripe – Cabelos De Sansão (1982)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Já não é de hoje que eu queria postar aqui este disco do cantor e compositor cearense Tiago Araripe. Me lembro como se fosse hoje o dia em que comprei este disco na Cotec, uma lojinha de discos que existia dentro da Escola de Engenharia da UFMG. Confesso que o que me atraiu inicialmente neste disco foi a capa, um trabalho gráfico muito bacana e até meio incomum para a época. Lembrava mais um disco de rock estrangeiro. Mas ao verificar o lp direito fui me dando conta de que era alguma coisa diferente. Infelizmente, nessa época não havia um som na loja para poder degustar o disco. Mas, embora ainda não conhecendo o artista, percebi que se tratava de um disco de qualidade, a começar pelo selo, Lira Paulistana, também novidade na época, mas que eu já tinha referência por conta de outros discos e artistas da cena musical paulista. Também, pela ficha técnica e no encarte, deu logo para perceber que era um disco que valia a pena levar. E eu comprei, levei e gostei. Creio que acabou caindo no meu esquecimento com o passar dos anos, talvez muito por conta do próprio artista que após gravar este disco, sumiu da praça. Há pouco mais de um ano redescobri o Tiago Araripe no Facebook e daí passei a segui-lo e descobri muita coisa sobre ele. Aliás, toda a sua trajetória eu vim a conhecer no momento em que falei com ele do meu desejo de postar aqui este seu disco “Cabelos de Sansão”. Sempre muito atencioso e prestativo, ele logo me passou a ficha completa, todo o seu percurso como artista.
Tiago Araripe é cearense da cidade de Crato, veio ainda jovem para São Paulo em busca do seu sonho musical. Segundo conta, veio para Sampa no intuito de estudar na escola de música do Tom Zé, mas chegou quando essa já não mais existia, mas a ideia valeu a ele a aproximação com o artista e uma boa amizade, que o colocou como parceiro de palco em diversas apresentações e também em disco, quando então chegaram a gravar um compacto (hoje raríssimo) pela Continental, com as músicas “Conto de fraudas”, de Tom Zé e “Teu coração bate, o meu apanha”, música de Tiago e letra do poeta Décio Pignatari, em 1974. Inclusive, neste mesmo ano Tiago também chegou a gravar outro (e raro) compacto simples pela Odeon, onde apresentava as composições “Sodoma e Gomora” e “Os três monges”. Participou do Festival Abertura, promovido pela Rede Globo, defendendo sua música “Drácula”, um tango moderno em parceria novamente com Décio Pignatari. Seguiria carreira, na sequencia, fazendo parte do grupo Papa Poluição e nele gravou três outros compactos até que no início dos anos 80 conseguiu finalmente gravar o seu primeiro lp, este que aqui apresentamos, o “Cabelos de Sansão”, lançado em 82, pelo selo Lira Paulistana. Por conta da necessidade, com mulher e filho pequeno, teve que buscar outras alternativas para se manter. Passou a trabalhar com publicidade, escrevendo e compondo jingles. Se afastou do palco por mais de 25 anos. Talvez tivesse até terminado sua carreira artística, não fosse o encontro com Zeca Baleiro que ressuscitou “Cabelos de Sansão” e o chamou de volta a ativa, produzindo um novo álbum (agora cd), o “Baião de nós”, de 2013. Daí pra frente Araripe retomou de vez a música, passando a produzir seus próprios trabalhos. Mudou-se para Portugal e continua cheio de projetos. O mais recente é a parceria com o violonista Nonato Luiz, com quem acaba de lançar a música “Seis Cordas”. Certamente, logo teremos um disco inteiro por aí.
Para quem não conhece ou deseja relembrar, basta chegar junto no nosso GTM. No arquivo, sempre completo, temos também incluídos resenha, biografia, discografia e até um manifesto escrito por Araripe quando então assina contrato com Lira Paulistana. Muito legal. Curiosidades que só se tem por aqui. Confiram… 😉
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Grupo Alquimia – Alquimia (1983)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para não fugirmos do nosso drops misto, vamos hoje de música instrumental. Temos aqui um disco bacana, produção da gravadora Lira Paulistana no início da década de 80. Formado por um time de músicos de primeiríssima linha: André Dequech (piano), Robertinho Silva (bateria), Zeca Assumpção (contrabaixo) e Mauro Senise (sax e flauta). Em 1982 era lançado o Alquimia, um projeto de vanguarda que muito influenciou outros tantos e bons grupos de música instrumental brasileira. Gravado em apenas 3 dias, o disco seria lançado no ano seguinte. Como em tantos outros lançamentos da Lira Paulistana, Alquimia teve também uma única e pequena edição. O que quer dizer que se trata de um disco raro para colecionadores. Confiram esse belo trabalho no GTM.