Osmar Navarro – … E Vocês (1961)

Este post era para ter sido o segundo da noite de domingo, mas como tenho andado meio devagar, ele entra hoje como a postagem de segunda-feira. Só assim para recuperar o dia…
Vamos então com este álbum bacanão do Osmar Navarro. Um disco bem produzido, com arranjos e orquestração de Guerra Peixe. O destaque vai para a faixa de abertura “Luar particular” de Célio Ferreira e Oldemar Magalhães, um samba que é pura bossa nova.
Osmar Navarro é um nome que ficou esquecido. Cantor e compositor, iniciou sua carreira nos anos 50. Gravou alguns discos ao longo de sua carreira e também compôs em parceria com artistas da Jovem Guarda. Não conheço os outros discos dele, mas com certeza este foi o melhor.

luar particular
conte até dez
coração cigano
maestro coração
almas torturadas
era uma vez
amor de carnaval
não há de quê
outono feliz
ficou pra ficar
inspiração
dia e noite

Os Rouxinóis – O Rancho Dos Rouxinóis (1964)

Olha aí maestro, me lembrei de você no dia em que postei o Coral Ouro Preto. Mas acabei por não comentar isso. Desta vez não deixarei passar em branco. Em sua homenagem, aqui vai mais um grande grupo que certamente irá lhe agradar. Esta é a segunda vez que estou postando um disco deste sexteto vocal. “O Rancho dos Rouxinóis” foi um álbum lançado em 1964 e traz um repertório cheio de marchinhas, especialidade do grupo.
Este post é também dedicado à Narinha, filha da Dinorah Lemos, principal integrante dos Rouxinóis e também fundadora do quarteto vocal “As Gatas”.

noite cheia de estrêlas
modinha
reflorir minha vida
cidade-brinquedo
meu rouxinol
só teu amor
luar de paquetá
que bom que estava
andorinha
longe dos olhos
era uma vez
se a noite tem lua

Marku Ribas – Autoctone (1991)

Azeitando um pouco mais o dia (ou noite?) ou somando a este, temos a presença do grande Markú Ribas e seu “Autoctone”, álbum independente lançado em 1991. Um disco realmente genial e repleto de feras da música mineira (ou porque não dizer brasileira?). Só para se ter uma idéia, paricipam figuras como Toninho Horta, Célio Balona, Dércio Marques, Juarez Moreira, Titane e muitos outros, que vocês podem conferir no encarte anexo. No repertório encontramos composições próprias da melhor qualidade, como “Tamarrêra”, “Favela Blues” e “Mussulo”. Mas chamo a atenção para “Banana Boat Song” e “Mais Que Nada”. Ficaram muito boas… 10!

kalimba
favela blues
made in brasil
mas que nada
karijó
banana boat song (day-o)
mussulo
retrato latino
n’biri n’biri
tamarrêra

Grupo Raízes (1974)

Aqui venho eu nesta noite com um álbum raro em todos os sentidos. Lançado em 1974, este lp correu na mão e nos ouvidos de poucos. Talvez por essa razão, hoje ele não seja muito lembrado. O Grupo Raízes era formado por sete músicos, sendo Ângela Linhares e Tino Gomes dois dos membros que viriam a se destacar posteriormente. Ângela, cantora e compositora cearense, a seguir integrou o Massafeira de Ednardo. Tino Gomes, por sua vez, seguiu carreira solo como músico independente. Hoje trabalha também como ator/humorista ao lado de Saulo Laranjeira.
Este álbum é sem dúvida um discaço onde temos além de composições próprias, algumas adaptações do folclore mineiro. Vale a pena conferir mais este toque…

cantoria de foqgueira
lá no pé da serra
péde genipapo
coerencia n.1
encalço
fotografia
cantiga da chegada
desentoado
leilão
farol da salvação
atelier do ricardo
do rio e das pedras

Coral De Ouro Preto – N. 2 (1964)

Olá amigos! Como vocês devem ter percebido, o Toque Musical tem trazido algumas pedras raras e preciosas das montanhas de Minas. Desta vez temos uma pepita de ouro, o famoso Coral Ouro Preto. Este grupo vocal surgiu no final dos anos 50, organizado pelo maestro Ubirajara Cabral, na cidade mineira de Ouro Preto. Em razão do seu estilo (um grupo formado por dez vozes masculinas e nove femininas) e seu repertório, eles conseguiram alcançar vôos para além das Minas Gerais. Foram saldados como o um dos melhores grupos vocais do Brasil, sendo também considerados “um marco e divisor de águas na passagem para a Bossa Nova.”
Embora o álbum traga no título como sendo o número dois, este na verdade foi o terceiro, lançado em 1964. Um disco cheio de clássicos da nossa música popular. Confira este toque!

casinha pequenina
pastorinhas
sereno da madrugada
por causa dessa cabocla
é a ti, flor do céu
rancho fundo
despertar da montanha
zingara
pois é
praça onze
chuá chuá
linda flor

Minas Canta Para O Brasil (1961)

Estou postando este disco, mais por sua raridade e história. O presente álbum foi o primeiro disco comercial gravado em Minas Gerais. Segundo informações na contracapa ele foi gravado em apenas duas noites no antigo estúdio da TV Itacolomi. O lp foi produzido por Hervé Cordovil e contou com Paulo Modesto e seu conjunto – um dos melhores da época na cidade – tocando e acompanhando os cantores Isnard Simone, Celso Garcia, Helena Ribeiro e Ricardo Parreira.
Infelizmente temos de bonus alguns chiados e estalos que inevitavelmente acompanham as faixas. Sei que tem gente que gosta e sabe como limpar…

curral del rey (menina moça) – isnard simone
zé fumaça- helena ribeiro
juras de amor – conjunto paulo modesto
praçavaz demello – celso garcia
porque – ricardo parreira
o bifeestá com a razão – conjunto paulo modesto
baqueiro do jequitinhonha – celso garcia
fingimento – helena ribeiro
tudo passa – conjunto paulo modesto
banana indigesta – ricardo parreira
sexta feira – isnard simone
petulante – paulo modesto

O Rancho Do Belarmino – Radio Inconfidênica (1970)

Nas ondas da Rádio Inconfidência encontramos um outro disco raro. Desta vez previlegiando a música sertaneja, temos aqui “O Rancho do Belarminio”. Este lp é fruto de um programa musical criado pelo produtor, apresentador e poeta Daniel dos Santos (o Belarmino) no início dos anos 60. O rancho foi um programa de muito sucesso que começou na Rádio Mineira e depois continuou na Inconfidência durante os anos 70. O álbum nos traz alguns dos diversos artistas que se apresentavam no programa que ia ao ar toda as manhãs, de 5 as 6.

educação – belarmino
desiludido – zé dourado e gaturama
juras mentirosas – zé dourado e gaturama
chuá chuá – maria do rosário
tudo precisa – nenzinho e alvinho
lenço preto – belarmino
vaqueiro alegre – vaqueiros de minas
flor do paraguai – vaqueiros de minas
boiadeiro de goiás – irmãs ribeiro e zelinho
te quero até morrer – irmãs ribeiro e zelinho
não me esqueças – adelário e ademir
saudade do sertão – adelário e ademir

Os Vibrantes 25 Anos Da Rádio Inconfidência (1961)

Eis aí um disco extremamente raro que só mesmo através de um blog musical você teria acesso. Este disco foi lançado em 1961 em comemoração aos então 25 anos da Rádio Inconfidência de Minas Gerais. Uma das mais antigas e tradicional rádio mineira, também foi berço e palco de grandes nomes da música brasileira. Neste lp temos a Orquestra da Rádio Inconfidência sob a regência do maestro Moacyr Portes tocando e acompanhando os diversos cantores do ‘cast’ da Inconfidência. Na época, esta era a única emissora em Minas que mantinha uma equipe efetiva de artistas. Uma boa curiosidade do álbum é a presença de Clara Nunes, ainda em início de carreira. Ouvindo este disco temos a certeza de que a música em Minas Gerais também tem sua prória história de rádio. Excelente disco, tem que ouvir!

ginga 57 – moacyr portes e orquestra
flor bonita – canta gilberto santana
história do beijo – canta vera regina
eres la mujer – canta alaor brasil
é mentira – canta marilu
foi assim – canta celso garcia
é para prestar atenção – moacyr portes e orquestra
boa noite, amor – canta fernando figueiredo
vida cruel – canta clara nunes
sincopado – moacyr portes e orquestra
deus me castigue – canta nadir lima
mãe maria – canta josé dias

IV Sambacana – Pacífico Mascarenhas (1971)

Tenho aqui mais um disco do Pacífico Mascarenhas e seu Sambacana. Na verdade, um disco do conjunto, sem a participação efetiva de Pacífico. O IV Sambacana foi um álbum lançado pela Top Tape em 1971 e reunia nomes como Toninho Horta, Novelli, Nivaldo Ornelas, Roberto e Suzana Tostes, entre outros… Wagner Tiso também participa do disco cuidando dos teclados e de todos os arranjos. Imperdível!

num desses dias
o vento que soprou
tardinha
minha ex-namorada
via
programa de domingo
pouca duração
amar prá quê?
saudade da rua
tom da canção
prezada amada
minha cidade

Conjunto Sambacana (1968)

Boa noite amigos cultos e ocultos. Ainda continuo com falta de tempo e planejamento. Longe de casa tudo fica difícil, mas não irei perder o rumo. Prova disso é este álbum especial que guardei justamente para o dia de hoje. Esta é a versão Imperial para o álbum lançado pela Odeon em 1969 do Conjunto Sambacana de Pacífico Mascarenhas. Para quem não conhece, o Sambacana foi o grupo onde Milton Nascimento e Wagner Tiso pasaram em inicio carreira. O conjunto foi criado nos anos 60 pelo compositor Pacífico Mascarenhas, maior representante da Bossa Nova em Minas Gerais. Neste disco temos um bom exemplo do que foi o movimento por lá. As composições de Pacífico são pura bossa, tendo Belo Horizonte, a capital, como pano de fundo. Para sacramentar a bossa mineira, os arranjos são de Roberto Menescal e Hugo Marota.

pouca duração
amor e ilusão
aconteceu
olhos feiticeiros
olhando estrelas no céu
ônibus colegial
foi assim
se eu tivesse coragem
começou a brincadeira
assim foi o nosso amor
quanto tempo
bolo
mandrake
amor em quatro estações

Perminio Gonçalves e Sua Orquestra – É Brasa Pura! (196?)

Mais um álbum raro para completar o dia. Este é um disco que eu mesmo não conhecia direito. Ao ouvi-lo fiquei realmente surpreso, muito bom! Um repertório variado que inclui entre temas internacionais, outros bem brasileiros como “Tamanco no samba”, “Influência do jazz”, “Por causa de você, menina”, entre outras… Pemínio Gonçalves foi um band leader e sua orquestra foi uma das mais requisitadas em bailes nas décadas de 50 e 60. Ao buscarmos informações sobre ele, o máximo que encontramos é o fato de ter sido esta a orquestra onde Leny Andrade começou. Deixo o post em aberto para quem tiver maiores informações…

sabre dance
peter gunn
tamanco no samba
salada de tomate
viva meu samba – despedida da mangueira
noites de moscow
por causa de você, menina – mas que nada – rio
influência do jazz
cant’y
leva meu samba – foi ela – noutros tempos era eu
i surrender dear

Sandoval Dias – Dançando Com Sandoval Dias E Seu Conjunto (1960)

De volta às raridades, tenho aqui um maravilhoso disco do grande saxofonista Sandoval. Este foi o seu primeiro lp solo e tem um repertório com músicas bem conhecidas, lapidadas para a dança de salão e sucessos como o calipso “Marina”, de Rocco Granata e o rock-slow “Mira que luna”, de Malgoni e Senec. Sandoval iniciou sua carreira no final dos aos 20 tocando nas mais diversas e importantes orquestras do Brasil. Fez também trilhas para novelas e ao longo de sua carreira, entre os anos de 1958 a 1969 gravou 25 lps, como solista, pela Sinter e Philips. Confira este toque.

las secretarias
un telegrama
chora tua tristeza
déjame solo
un angelo e sceso a brooklin
vamos cochichar
mira que luna
cantando te diré
marina
doi… doi… doi…
la montana
meditação
th sheperd’s cha cha
leva-me contigo

Jair Rodrigues – Antologia da Seresta Vol. 2

Fazendo a tabelinha do dia, achei por bem postar este disco muito bom do Jair Rodrigues. Eu mesmo nunca tinha ouvido este disco e confesso, fiquei impressionado. A partir dos anos 8o, deixei de acompanhar a carreira de muitos artistas, o Jair foi um deles. Mas este disco ficou fino! A começar pelo repertório, a interpretação ponderada de Jair além dos arranjos e instrumentação belíssimos. Participam do álbum músicos como Copinha e Dino 7 Cordas, entre outros… Infelizmente eu não achei o volume 1, assim ataco logo com o 2, se gostarem eu procurarei e postarei depois (até rimou!)

lágrimas
revendo o passado
pra são joão decidir
sertaneja
o ébrio
boneca
sinhá maria
céu moreno
velho realejo
senhor da floresta
rapaziada do brás

Carmem Costa & Paulo Marquez – A Música de Paulo Vanzolini (1974)

Nesses últimos dias tem sido difícil acertar o passo aqui no blog quanto ao horário das postagens. Estou fora do QG, dependendo incluisive de uma boa conexão. Acaba tudo ficando mais lento e as postagens para os momentos finais, meio à toque de caixa.
Vamos hoje com este disco bacanão que tem três fatores importantes: Carmem Costa, Paulo Marquez e Paulo Vanzolini. Não precisa dizer mais nada. Quem não conhece, não sabe o que está perdendo. Aqui temos doze faixas de autoria de Vanzolini, interpretadas por Carmem e Paulo num disco gravado no inicio dos anos 70 pelo selo Marcus Pereira. Este, me parece, foi o último disco gravado por Paulo Marquez. Foi relançado em vinil nos anos 80 e novamente em cd nos anos 90. Mesmo assim é difícil de achar. Excelente!

mulher que não dá samba
falta de mim
inveja
ronda
samba abstrato
sorrisos
teima quem quer
maria que ninguém queria
menina o que foi o baque
cara limpa
mulher toma juizo
choro das mulatas

Os 3 Do Nordeste – Mulher Com M Só (1975)

Para completar o domingo aqui vai mais trio que fez a vez nos anos 70. Formado por Cacau, Zé Pacheco e Parafuso, este grupo fez muito sucesso, principalmente no norte e nordeste do Brasil. Como o Trio Nordestino, Os 3 continuam na ativa, fazendo apresentações por todo o país.

Tem que ter suor
Omundo começou pior
Mande mais mulher
Todo coração é mole
Pedaço da minha vida
Forró de respeito
Mulher com m só
Eu tô
O nosso amor morreu
Machucando coração
Canção do roedor
Forró só em Gameleira

Trio Nordestino – Forró Pesado (1975)

Para este domingo não me restou outra alternativa além dos meus famosos ‘álbuns de gaveta’. A esses eu recorro sempre quando não me sobra tempo para preparar as postagens. Daí utilizo o que tenho à mão. Hoje, como estou me transito, lanço terei que fazer diferente…
Aqui vai um dos grupos de forró mais conhecidos do Brasil. Eles estão na estrada, ou melhor, no salão a mais de quarenta anos pondo todo mundo para dançar. Começaram como trio, mas ao longo do tempo foram sofrendo mudanças. Continuam atuando, mas com uma nova geração.
Quem gosta de forró vai adorar este disco. Caí como uma luva em festas discontraidas.

forró pesado
por causa da pepita
tinguilinge
esquenta moreninha
apague o candieiro
fole de ouro
o que é que você está fazendo aí meu bem
paguei prá você tocar
sapo cururu
ela pede mais
quer casar vambora
são joão no quintal

Walter Franco – Revolver (1975)

Finalmente! Depois de muito esperar, chegou a vez do Walter Franço e seu discaço “Revolver”. Este álbum era para ter sido postado nos primeiros passos do Toque Musical, mas como ele já tinha virado figurinha fácil em outros blogs, achei melhor não publicá-lo naquele momento. Mas este é um daqueles discos que eu faço questão de tê-lo no TM. Pessoalmente acho este o melhor álbum de Walter Franco. E é ele quem o define:
“Revolver é mesmo a palavra exata para esse disco, esse momento. Revolver tudo o que eu ouvi, tudo o que eu sou. Revolver as pessoas. A eletricidade… é o estúdio… as contagens… já que estou num estúdio, então vamos entendê-lo, usá-lo como um canal, aproveitar tudo, revolver…”.

Feito Gente
Eternamente
Mamãe D´água
Partir do Alto / Animal Sentimental
1 Pensamento
Toque Frágil
Nothing
Arte e Manha
Apesar de Tudo é Muito Leve
Cachorro Babucho
Bumbo do Mundo
Pirâmides
Cena Maravilhosa
Revolver

Biafra – Primeira Nuvem (1979)

Vamos rápido, antes que o dia termine… Só agora estou achando um tempo para as postagens. Queria tê-las feito mais cedo de maneira que vocês pudessem curtir o sábado ouvindo coisa boa. Mas o domingo já está chegando aí e pelo jeito essas ficarão para o matinal.
Começo então com um disco super bacana do Biafra (desculpem, agora Byafra). Com este álbum ele fez sua estréia e merecidamente teve duas músicas que fizeram muito sucesso, “Barcos e Navios” e a romântica “Helena”. Esta última se tornou ainda mais popular ao ser incluida em uma novela da Rede Globo, mas graças a Deus não perdeu o seu encanto. Ainda hoje é uma das mais tocadas em rádio. Muito bom este lp, confira…

Barcos e Navios
Bandido solitario
Açoite
Riacho solidão
Primeira nuvem
Tardes de viagem
Vagalume
Helena
Juriti
Nova estrela

Jorge Mautner – Para Iluminar A Cidade (1972)

Para iluminar a cidade neste fim de noite, resolvi postar este disco memorável do Jorge Mautner. Tinha certo, para mim, que já havia sido postado aqui no TM. Ao longo de quase um ano de existência, o blog já possui mais de 600 títulos raros, entre esses, alguns do Mautner. Agora ele está de volta neste álbum pelo selo Pirata, da Polygram. Na época ele era vendido por um preço mais baixo que o de mercado, e as lojas começam a boicotá-lo. Não demorou muito para que o selo Pirata deixasse de existir, e o disco é retirado de circulação. Somente em 1985 ele voltaria a ser relançado pela Baratos Afins, com apresentação de Caetano Veloso. Saiu em edição limitada. Um ótimo disco onde temos registrados os melhores momentos de um show realizado no Teatro Opinião, em abril de 1972.

super mulher
olhar bestial
estrela da noite
chuva princesa
anjo infernal
quero ser uma locomotiva
sheridan square
from faraway
sapo cururu

Os Carbonos (1976)

Interessante, quando postei pela primeira vez um disco dos Carbonos aqui no blog, achei que a turma iria cair de pau, malhando a curiosidade. Mas para meu espanto, o disco deu o maior ibope, com mais de 30 downloads só no primeiro dia! Repeti a dose tempos depois e foi a mesma coisa. Putz, esses caras tem uma legião de fans ou então tá todo mundo curioso para ouvir a cópia. Sendo assim, aqui vai mais um… Um trabalho maduro e experiente ilustrando um pouco do que foi os anos 70. Este lp até tem cara de disco de banda de rock. Eu mesmo já tive por engano com o álbum na mão, mas para época aquele som foi uma tremenda frustração. Hoje, passados quase trinta anos, escuto Os Carbonos com outros olhos.

sobre as ondas
se acanha mocinha
paraíba
rosinha namorada
mamacita
nossa canção de amor
noite cheia
não vou lhe deixar em paz
dia de alegria
pombinha branca
marie (nunca diga adeus)
só você

Ronnie Von – N. 3 (1967)

Ainda na onda da Jovem Guarda, para acompanhar o nosso amigo Jean Carlo, segue aqui o não menos perdido Ronnie Von. Taí um artista que parecia ter futuro e hoje percebemos que só tem passado. Acho o Ronnie Von um tipo indefinido, que tem cara de rock, voz de bossa, jeito de tropicalista, mas que acabou mesmo ficando na onda da Jovem Guarda. Preferiu ser o belo a ser o fera. Ficou encima do muro e acabou caindo no popular como cantor romantico.
Em seu terceiro lp, este álbum de luxo em capa dupla, temos alguns momentos memoráveis e participações especiais como a de Caetano Veloso em “Pra chatear”, além de Mutantes e Beat Boys. Os arranjos são de Rogério Duprat, o que garante ao disco uma qualidade que mesmo a faixa “Vamos falar de você” não consegue estragar o prazer de ouvir o lp.

Uma Dúzia De Rosas
O Homem Da Bicicleta
A Chave
Minha Gente
Belinha
Vamos Falar De Você
Soneca Contra O Barão Vermelho
Pra Chatear
A Filha Do Rei
Meu Mundo Azul
Último Homem Da Terra
O Manequim
A Importância Da Flor
Jardim De Infância

Jean Carlo – Preciso Olhar Pra Você (1969)

Neste blog tem sempre uma coisa que leva a outra. Hoje vamos nos levar pelos caminhos da Jovem Guarda e que vai nos guiar é o Jean Carlo. Vocês se lembram dele, aquele cantor cego que vez por outra aparecia no programa do Roberto Carlos. Por favor, não me interpretem mal. Iniciei o texto assim apenas para salientar a ambigüidade do título deste álbum. Nos dias atuais “Preciso olhar p’ra você” seria um contra-senso. O que será que passava na cabeça desses produtores? Diga aí Sr. Nazareno de Brito… Se a idéia era criar um título usando o nome de uma das faixas do disco, melhor seria então a versão para “Reach out I’ll be there”, chamada “Estarei ao seu lado”. Né não?

era um garoto que como eu amava os beatles e os rolling stones
nunca meu amor
travessia
preciso olhar pra você
amigos apenas
duelo
a minha serenata
lady
estarei ao seu lado
esse amor que eu não queria
por uma mulher
muito longe, bem longe de tudo

Toque para quem se toca…

Olha aí gente, sei que muitos ao entrarem aqui no blog, vão direto em busca do link e não se dão ao trabalho de ler os textos das postagens. Eu até que entendo e já recebi comentários sobre isso, inclusive desaforos e críticas insanas. Sem dúvida, ninguém é obrigado a ler as bobagens que eu escrevo, mesmo porque, muitos dos que freqüentam a casa não sabem um “A” de português. Mas como diz o velho ditado “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Isso quer dizer que quem está mais inteirado do que acontece neste blog, transita por ele sem problemas e o aproveita mais. Aqueles que são desatentos ou não querem perder um tempinho lendo a postagem (que propositalmente tem um texto curto) ficam sempre ‘boiando’. Estou escrevendo isso apenas para salientar e esclarecer as dúvidas mais comuns.
1- o TM não hospeda arquivos de música e nem tem link direto para baixar os discos das postagens
2- o TM apenas indica o endereço do site onde o arquivo se encontra
3- o TM publica esse endereço somente na seção de Comentários
4- o TM prioriza sempre a manutenção de postagens mais recentes
Para ter acesso aos arquivos, o visitante deve proceder da seguinte forma. Clic no título da postagem correspondente. Uma outra página se abrirá trazendo a postagem completa, incluindo os comentários. É por aí que se deve copiar o endereço indicado para download. Em seguida cole o mesmo na barra de seu navegador, indo assim ao site provedor onde o arquivo está. Por lá, basta seguir as instruções do site e pronto! (mas tem que ler). Atenção! Não tente buscar o endereço do arquivo clicando em Comentários, pois para alguns navegadores como o Firefox a janela que se abre, muitas vezes não permite copiar o endereço integral. Daí a pessoa acha que o link não está funcionando.
Outro toque, diz respeito às postagens cujos arquivos já não se encontram mais ativos em seu provedor. Como já disse várias vezes, este é um processo lento de atualização que vou fazendo na medida em que tenho disponibilidade. Acredito que até o fim deste mês de julho já tenhamos todas as postagens sem problemas. Contudo, não deixem de acusar as falhas. Errar é do humano… e corrigir também!

Adauto Santos – Nau Catarineta (1974)

Para completar nosso dia, tenho aqui outro disco do selo Marcus Pereira. Vamos dessa vez com o cantor, compositor e violeiro Adauto Santos em seu primeiro lp. Um álbum feito com carinho e dedicação. Um trabalho que reúne um excelente cantor, um repertório escolhido a dedo e arranjos maravilhosos feitos por Theo de Barros. Além de composições próprias e parcerias, temos Noel Rosa, Paulo Vanzolini, Sérgio Ricardo, entre outros…
Este é mais um Marcus Pereira que eu não vi sendo relançado em cd. Uma pena, pois é ótimo! Confira…

partido geral
de mala e cuia
vantagem de perder
mundo velho
viola no samba
vai de mim
ilustre visita
de amor ou paz
juízo final
leilão
disparada
na boca da noite
nau catarineta

Chico Maranhão – Fonte Nova (1980)

Olá a todos! Apesar do resfriado que peguei, vou tentar não deixar a peteca cair…
Inicio a postagem de hoje, trazendo um artista muito pouco lembrado pelas bandas do sul. Chico Maranhão, cantor, compositor, arquiteto e escritor. Iniciou sua carreira musical nos anos 60, tendo sua composição, o frevo “Gabriela” classificada em sexto lugar no Festival de MPB da TV Record de 1967 – a música fora defendida pelo quarteto fantástico MPB4 e fez um grande sucesso. Seu primeiro disco surgiu em 69, um meio a meio com Renato Teixeira, lançado como brinde de fim de ano pelo selo Marcus Pereira. Chico chegou a lançar mais três álbuns pela gravadora, sendo “Fonte Nova”, seu último lp em 1980. Infelizmente seus trabalhos pela Marcus Pereira não chegaram a ser relançados em cd e encontrar um vinil do cara é coisa rara. Assim, aproveita a ocasião e mate a sede nesta fonte.

fonte nova
os fiéis de são josé
veludo
que passo tu andas
festa no céu
a vida do seu raimundo
viver
verdureiro

Aroldo Santos – Até Que Enfim (1975)

Já que a primeira postagem foi samba light, vamos agora de samba heavy. Alguém aqui se lembra do Aroldo Santos? Este é mais um que tomou chá de sumiço. Aliás, não foi chá de sumiço, foi batida de limão, com certeza. Aroldo é um sambista do morro do Cantagalo e de São Carlos, tem aquela vozerão de puxador de samba enredo, Seu maior sucesso foi “Batida de limão”, presente neste álbum muito bem produzido de capa dupla. Além de composições próprias, o sambista ainda interpreta músicas de Nelson Cavaquinho, Noca da Portela, entre outros.
Como diz a letra do samba de abertura: “Até que enfim se lembraram de mim…” Sem dúvida. No Toque Musical a gente está sempre lembrando.

até que enfim
para mim isso não vale
batida de limão
origem do samba
enquanto a cidade dorme
cabeça, tronco e membro
o mesmo de outrora
porta de cinema
me chamaram de doutor
viola de guiné
canção do amor que não ficou
apoteóse do samba

Cesar Costa Filho – E Os Sambas Viverão (1973)

Caríssimos… Volto novamente a explicar sobre os links vencidos. Realmente temos uma dezena deles que já não estão mais ativos. Ainda não tive tempo de repará-los e meus colaboradores andam meio preguiçosos. Por favor, me dêem um tempo para que eu possa resolver essa situação. Todas as solicitações foram listadas e na medida do possível estão sendo atendidas, ok?Bom, vamos então ao disco do dia. Mais uma vez prestigiando nosso blog, temos aqui o Cesar Costa Filho, cantor e compositor que a muito anda sumido. Esteve atuante durante os anos 70, mas a partir de 80 o cara desapareceu da mídia. Numa consulta rápida pela rede não não encontrei nada atual. Será que alguém tem notícias do Cesar?
O disco que temos aqui foi seu primeiro lp, que veio logo após o sucesso do samba-canção “Dose prá leão”. No seu ‘debut’ ele conta com parceiros de peso com Walter Queiroz, Paulo Cesar Pinheiro e Jair Amorim. Muito bom…

Anastácio – Samba enredo para um sambista morto – C C Filho – W Queiroz
Tambores e clarins – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Além de nós – Cesar C Filho – Paulo C Pinheiro
Malvada – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Bilhete pra bem longe – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Dose pra leão – Cesar C Filho – Walter Queiroz
E os sambas viverão – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Samba do Estácio – Cesar C Filho – Jair Amorim
A briga – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Otelo João – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Descanso – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Guarida – Cesar C Filho – Paulo C Pinheiro

Caçulinha – Alegria & Fossa (1975)

Para encerrar o dia, fui buscar esse lp lá no fundo do gavetão. Tive que recorrer a ele devido a uma falha no meu sistema. Temos então o acordeonista e compositor Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como Caçulinha. Este álbum não é exatamente uma maravilha, mas tem seus encantos (ainda não achei mas sei que tem). “Alegria & Fossa” é isso, dois lados, dois momentos. Pessoalmente prefiro o lado da fossa, especialmente por “Vingança” de Lupicínio Rodrigues.

esse dá samba
charlie brown
fim de tristeza
vira mundo
o homem sem mulher não vale nada
4 horas da manhã
tô na fossa
vingança
porque você é assim
na boca da noite
chuvae pranto
olhe o tempo passando