Panorama Da Música Popular Brasileira (1967)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que eu não dispenso aqui no blog são as coletâneas. Acho elas ótimas, pois nos permite uma visão mais panorâmica de um determinado tema ou artista. Não é atoa que aqui a gente também acabe produzindo nossas próprias coletâneas exclusivas, sempre fazendo muito sucesso.
Hoje temos uma coletânea oferecida pela Organização Philips Brasileira. Um disco não comercial, promocional, lançado pela gravadora e selo Philips, em 1967, provavelmente como cortesia de fim de ano. A empresa e sua marca chegou ao Brasil em 1924, mas só depois da Segunda Guerra Mundial foi que as atividades industriais se iniciaram por aqui. A Philips produzia lâmpadas e aparelhos eletrônicos e ao longo do tempo foi se tornando uma gigantesca organização, atuando em campos diversos da produção industrial de eletroeletrônicos. A sua indústria fonográfica e selo surgem no final dos anos 50. E ela investe pesado na música, principalmente como gravadora. Tem entre seus contratados artistas dos mais importantes, tanto nacionais quanto internacionais. É inegável a contribuição da gravadora para com a música brasileira. São muitos os títulos lançados por ela e aqui, nesta coletânea, vamos encontrar um leque especial com alguns dos melhores momentos de sua produção até o ano de 1967. Certamente, tudo isso já passou por aqui, mas vale a pena ouvir de novo 😉

preciso aprender a ser só – os cariocas
disparada – jair rodrigues
apelo – silvio aleixo
a praça – ronnie von
upa, negrinho – elis regina
dia das rosas – claudette soares
no cordão da saideira – edu lobo
laranja madura – ataulfo alves
pedro pedreiro – nara leão
depois do carnaval – noite ilustrada
ensaio geral – gilberto gil
e nada  mais – os gatos
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Vários – Os Novos Reis Do Ye-Ye-Ye (1966)

Olá amigos cultos e ocultos! A quem possa interessar, amantes da música jovem dos anos 60, aqui vai um lp bem interessante. Uma coletânea da Polydor reunindo alguns de seus principais artistas pops naquele ano de 1966. Vamos encontrar aqui alguns representantes da Jovem Guarda, figuras como Ronnie Von, Maritza Fabiani e os grupos The Brazilian Bitles e Os Santos. Dentro dessa ‘modernidade’ toda, eles acharam por bem incluir outros artistas, não necessariamente da turma JG, mas com a mesma queda para o ‘ye-ye-ye’. Aliás, no ano seguinte a Polydor continuou nesta coletânea de seu cast, lançou mais três volumes reunindo este e outros nomes do daí então ‘Ei-Ei-Ei’. Sem dúvida, um bom mostruário do que a gravadora tinha ná época. Hoje são coisas raras, até porque, alguns desses artistas e gravações nunca mais vieram à tona a não ser atraves da internet, dos blogs e dos usuários do Youtube que publicam coisas assim.

não tem jeito – the brazilian bitles
nào me deixe só – maritza fabiani
canção de protesto – fernando pereira
eve of destruction – os santos
les marionnesttes – orquestra som bateau
you’re got to hide your love away – ronnie von
louco de amor – the brazilian bitles
meu bem – ronnie von
procuro um anjo – maritza fabiani
yesterday – fernando pereira
les cornichons – jacques sasson
a pescaria – orquestra som bateau
vem meu amor – the brazilian bitles
a noite que passou – os santos
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Garota De Ipanema – Trilha Original Do Fime (1967)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu hoje estava para postar uma homenagem ao Nonato Buzar, que veio a falecer neste domingo. Pensei em postar algum disco dele, mas pecebi que não tenho nenhum além dos arquivos de dois dos seus trabalhos. Só não postei porque não estava no padrão TM, quer dizer, sem capa e contracapa. Mas ainda farei, quem sabe, uma coletânea. Ele merece 🙂
Também perdemos o cineasta, num caso trágico, o cineasta Eduardo Coutinho. Fiquei pasmo com o caso. A vida imitando a ficção… loucura!
Acho que meio por conta do Cinema’ foi que hoje eu decidi então postar este disco, a trilha sonora do filme “Garota de Ipanema”, de Leon Hirszman. ‘Para me facilitar e também abrilhantar nossa postagem, vou pegando emprestado o texto escrito por Fernando Zamith em 2011 sobre o filme:

Uma raridade. “Garota de Ipanema” (1967), de Leon Hirszman (1937-1987), é um dos filmes brasileiros mais esquecidos da história. Que mistério cerca esse sumiço? É algo deliberado deixá-lo no limbo da memória?
Mesmo entre os defensores do cinema novo, há uma omissão velada. Parece até que apagaram os detalhes maiores da filmografia do cineasta de “Eles Não Usam Black-Tie” e “São Bernardo”. Quando muito aparece só o nome do filme e o ano (1967) e pronto.
Também pouca gente menciona que o co-roteirista do filme foi ninguém menos do que Glauber Rocha, ícone do movimento cinema novo. Glauber Rocha? Exatamente, mas em algumas fichas técnicas publicadas seu nome não aparece. Por que será?
O filme não existe em DVD e nem ganhou lançamento em fita VHS lá pelos anos 80. Inspirada na canção mais celebrada de Antonio Carlos Jobim e das mais gravadas no mundo, o filme surpreendeu, pois nada trazia dos versos famosos da letra de Vinicius de Moraes.
Nada a ver com a canção inspirada na garota adolescente da vida real (Helô Pinheiro). A garota do filme é um personagem fictício, a jovem Márcia, de 17 anos, papel da atriz então iniciante Márcia Rodrigues. O roteiro ainda tem um crédito para Vinicius de Moraes (que aparece na tela), ao lado de Eduardo Coutinho.
“Garota de Ipanema” – o filme é mais um retrato social de pais e filhos no Rio de Janeiro dos anos 60. Um elenco de nomes famosos em pequenos papéis. O jornalista João Saldanha, por exemplo, faz o pai da garota de Ipanema. Nas imagens do vídeo abaixo, você pode vê-lo entrando no Fusca estacionado numa rua do bairro.
No filme, quem também aparece é um jovenzinho Chico Buarque. E ele canta uma composição que ficou famosa: “Noite dos Mascarados”. Aliás, a trilha sonora é um achado. Há até um rock com letra de Vinicius de Moraes cantado por Ronnie Von. Eis o set-list da trilha original de “Garota de Ipanema”, com base no LP de vinil. Quem se lembra dos lados A e B?:
noite dos mascarados – elis regina e chico buarque
lamento do morro – nara leão
surf board – orquestra
ela é carioca – tamba trio
poema dos olhos da amada – vinícius de moraes
a queda – orquestra
tema de abertura (garota de ipanema) – orquestra
por você – ronnie von
chorinho – chico buarque
ária para morrer de amor – baden powell
rancho das namoradas – quarteto em cy e mpb-4
tema da desilusão (garota de ipanema) – orquestra
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Cinderela 77 – Trilha Original Da Novela (1977)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! A ‘segundona’ começou puxada, por isso, deixa eu aproveitar a folga para um café e mandar brasa aqui, na postagem de hoje.
Vamos com a trilha de uma novela, que eu nem me lembrava, “Cinderela 77”, uma história baseada no clássico conto de Charles Perrault, que trazia como seus protagonistas os cantores, Vanusa e Ronnie Von. A novela foi uma produção da extinta TV Tupi e segundo contam, chegou a fazer um certo sucesso. A trilha é quase toda de músicas originais, feitas mesmo para a novela, com excessão das cantadas por Ronnie Von e Vanusa, que são músicas de seus discos individuais. Pessoalmente, nada me chama mais atenção no lp que sua própria capa. Mas não deixa de ser uma boa curiosidade fonomusical para fazer jus ao nosso lema: ouvir com outros olhos 😉

palavras mágicas – vera lúcia e côro
dia de folga – ronnie von
sonho encantado – quarteto maior
quero você – vanusa
tempo de acordar – ronnie von
cinderela e o anjo (dois amores) – vera lúcia e marcos
apocalipse – neuber
o rei das abóboras – quarteto maior
quem é você – joão luiz
o mago pornois – vanusa
eu era humano e não sabia – ronnie von
dia feliz (canção da cinderela) – vera lúcia

Ronnie Von (1969)

Olá amigos cultos e ocultos! Ontem tivemos mais uma Feira do Vinil. Ao contrário das outras, desta vez o público foi fraco, mas por incrível que pareça, foi ótimo. Tornou-se um encontro de amigos, uma festa que não se limitou apenas às vendas. Aqueles que lá estiveram passaram a tarde num ambiente descontraido, um sábado cheio de sol, cerveja, discos e muita música. Tivemos inclusive a presença do nosso amigo Chris Rousseau dando uma canja para o presentes. Ganhamos pouco, mas foi muito divertido. Sábado que vem tem outra feira, desta vez lá no Edificio Malleta. Quem estiver em BH, não deve perder.

Hoje, domingo, acordei com este disco do Ronnie Von na cabeça. Me lembrei daquela música “Silvia 20 horas domingo”. Achei que tem tudo a ver. Além do mais, como estamos ainda ecoando o rock, “Ronnie Von 69′ vem bem a calhar. Taí um disco dos mais interessantes desse artista, numa fase boa, jovem e tropicalista. Este disco é produzido por Damiano Cozzella, parceiro de Rogério Duprat e um dos mais importantes nomes da vanguarda musical e poética daqueles anos. Metade do disco trazem músicas de Arnaldo Saccomani, aquele jurado ‘linha dura’ do programa de calouros “Ídolos”. É sem dúvida um trabalho acima da média do que viria o nosso príncipe da Jovem Guarda a fazer posteriormente. É isso aí, nada como estar bem acompanhado. Pena que o Ronnie, numa certa altura, soltou da mão que o levava para seguir sozinho pela estrada. Fazer o quê…?
meu novo canto
chega de tudo
espelhos quebrados
menina de trança
silvia 20 horas domingo
nada de novo
lábios que beijei
esperança de cantar
anarquia
mil novecentos e além
tristeza num dia alegre
contudo todavia
canto de despedida

Ronnie Von (1967)

Escalado meio que de última hora, teremos para hoje o Ronnie Von, que com este vai para o terceiro já postado aqui. Um artista com um pé lá outro cá, acabou assumindo sua faceta mais pop e romântica. Aqui, neste álbum de 67, ele inaugura “A praça”, música de autoria Carlos Imperial e que se tornaria seu grande sucesso. Até hoje tem gente que pede: “Canta aquela da praça?” E ele tem mais é que cantar, pois todo mundo cantou.
Este disquinho é bem interessante e veio hoje meio que para anunciar novos ventos. Sopra…
a praça
escuta, meu amor
vamos protestar
canção de ninar meu bem
igual a peter pan
vamos cantar
se alguém chorou
a catedral
o carpinteiro
menina flor
minha história
o mundo que eu pensei

Ronnie Von – N. 3 (1967)

Ainda na onda da Jovem Guarda, para acompanhar o nosso amigo Jean Carlo, segue aqui o não menos perdido Ronnie Von. Taí um artista que parecia ter futuro e hoje percebemos que só tem passado. Acho o Ronnie Von um tipo indefinido, que tem cara de rock, voz de bossa, jeito de tropicalista, mas que acabou mesmo ficando na onda da Jovem Guarda. Preferiu ser o belo a ser o fera. Ficou encima do muro e acabou caindo no popular como cantor romantico.
Em seu terceiro lp, este álbum de luxo em capa dupla, temos alguns momentos memoráveis e participações especiais como a de Caetano Veloso em “Pra chatear”, além de Mutantes e Beat Boys. Os arranjos são de Rogério Duprat, o que garante ao disco uma qualidade que mesmo a faixa “Vamos falar de você” não consegue estragar o prazer de ouvir o lp.

Uma Dúzia De Rosas
O Homem Da Bicicleta
A Chave
Minha Gente
Belinha
Vamos Falar De Você
Soneca Contra O Barão Vermelho
Pra Chatear
A Filha Do Rei
Meu Mundo Azul
Último Homem Da Terra
O Manequim
A Importância Da Flor
Jardim De Infância

Ronnie Von – A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Imperio De Nuncamais (1969)

Ronnie Von é o tipo de cara que tinha tudo para se tornar um grande artista. Era bonito, talentoso e fazia parte de uma turma de jovens interessantes como os Mutantes, de quem ele era muito amigo. O pequeno príncipe nos anos 60 fez sua fama, tendo até um programa de televisão. Eu não consigo entender como ele foi ao poucos se rendendo ao popular, se tornando um artista medíocre e pobre. Virou uma coisa assim meio brega, sei lá… Acho que ele realmente ‘trancou a vida’. De qualquer forma, não há como negar que o moço chegou a fazer alguns trabalhos interessantes e pretenciosos, como é o caso deste álbum que estou postando. Neste temos coisas “Por quem sonha Ana Maria”, “Dindin”, “My cherie amour”, “De como meu heroí Flash Gordon irá levar-me de volta a Alpha do Centauro, meu verdadeiro lar” (convenhamos, com um título desses a música não precisa nem de letra)