Doris Monteiro E Lúcio Alves – No Projeto Pixinguinha (1978)

Muito bom dia a tod@s, amigos cultos e ocultos! Aqui começamos as postagens do mês de novembro e para tanto, abrimos com um excelente disco ao vivo. Aqui temos Doris Monteiro e Lúcio Alves numa histórica apresentação, em show dentro do saudoso Projeto Pixinguinha. 
Embora já tenhamos postado aqui vários momentos de shows deste projeto e aqui também falado um pouco sobre ele, achei que seria interessante visitar o site da Funarte e rever aquela riqueza de material por lá publicado, inclusive os áudios integrais de diversos shows que rolaram ao longo de sua existência. Mas, que tamanha decepção… Para não dizer tristeza. O site da Funarte já não é mais o mesmo. Meus deuses, o que fizeram??? Pqp! Cagaram o site todo! Acabaram com tudo. Esse (des)governo está mesmo desmontando a cultura brasileira. Realmente, não tem como não acreditar que isso foi planejado. Estão desmontando e destruindo tudo que foi construído desde a Abertura, na Cultura e Educação. Que infelicidade termos um governo assim. Mais triste ainda é pensar nesse povo que ajudou esse bando de idiotas, gente bandida e desqualificada a assumir o poder. É numa hora dessas que eu me pergunto, de onde saiu toda essa gente tosca? Que regressão… Como faz falta a Educação e Cultura nesse Brasil! Desanimador…
Mas para não broxar de vez, só sendo resiliente, forte e dando um fodas pra essa gente. Sorte minha que antes de desmontarem todo o site da Funarte eu procurei baixar tudo o que era baixável, pois sei que nada dura tanto quanto o Toque Musical. Não dá para confiar em nuvem, em site e nem mesmo no HD do seu computador. Melhor mesmo é ter backup, cópias de tudo e preferencialmente em dois ou três HDs.
Ainda tenho alguns arquivos de áudio extraídos de shows do Projeto Pixinguinha. Numa hora dessas em que eu tiver mais tempo, vou trazer para cá, pois vejo que este é o único lugar onde ainda é possível acessar coisas como essas.
Por hora, ficamos com este registro oficial, lançado em 1978 pela EMI. Aqui, uma dobradinha entre dois talentos, como era o molde do projeto, em um mesmo palco se apresentavam dois diferentes artistas. No caso aqui, até que não, Doris e Lúcio tem muito em comum e esse show deve ter sido mesmo uma maravilha. Disco imperdível, não deixem de conferir no nosso GTM…
 
mudando de conversa – lúcio e doris
pra dizer adeus – lúcio alves
conversa de botequim – doris monteiro
sábado em copacabana – duas contas – lúcio alves
se você se importasse – doris monteiro
razão de viver – lúcio alves
de conversa em conversa – doris e lúcio
é isso aí – alô fevereiro – doris monteiro
garota de ipanema – lúcio alves
dó ré mi – graças a deus – doris monteiro
valsa de uma cidade – lúcio alves
mocinho bonito – doris monteiro
 
 
.

 

IV Festival Da Musica Popular Brasileira – Volume 3 (1968)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Seguimos aqui com alguns atrasos, problemas técnicos, pessoais e musicais… Mas continuamos ativos e procurando sempre manter a sequencia diária.
E para o dia de hoje nós temos aqui um disco de festival. Verifico que este nós ainda não postamos, apenas e há um bom tempo atrás o volume 1. Assim, aqui vai o volume 3 do IV Festival da Música Popular Brasileira. Numa próxima oportunidade traremos o 2. 
Como todos já devem saber, este foi um dos grandes festivais realizado pela antiga TV Record de São Paulo, edição de 1968. Este foi o último festival antes de ser decretado, pelos militares, o AI-5. E houve tanta música boa que mereceu várias premiações e também rendeu três discos. Neste volume vamos encontrar…
 
rosa da gente – nara leão e edu lobo
descampado verde – mpb-4
o general e o muro – claudette soares
festa é festa – os kantikos
a grande ausente – silvia maria
madrasta – renato teixeira
dois mil e um – os mutantes
bonita – trio maraya
eu tenho que andar mais lento – márcia
domingo de manhã – lúcio alves
cajueiro velho – eduardo conde
 
.
 

Você É O Artista (1962)

Olá, amigos cultos e ocultos! Depois que terminamos as postagens das trilhas de novelas, não achei mais um momento para selecionar coisas interessantes e fazermos valer o último mês do ano. Normalmente, nessa época, estaríamos aqui pipocando com novas e boas postagens, celebrando Natal e Ano Novo. Mas, qual nada… Os tempos são outros e muitos por aqui já abandonaram o barco, novas embarcações chegaram… Em outras palavras, o que oferece o Toque Musical, hoje perdeu o sentido. Não há mais a febre de buscar, de baixar, de conhecer… Os tempos são outros e o ‘ibope’ por aqui vai só descendo. Desestimulado, mantenho tudo isso apenas para não parar de vez, sigo agora sem obrigações, postando quando der…
E antes que 2017 acabe, aqui vai uma raridade bem ao estilo do Toque Musical. Um disco tão raro que até hoje nunca o vi anunciado/publicado em sites ou blogs com o nosso. Aliás, até bem pouco tempo eu nem sabia da existência deste lp. Mas afinal, o que tem ele de interessante, de especial? Muito bem, aqui temos um precursor do chamado disco de karaokê. Um lp lançado pela Companhia Brasileira de Discos, através do selo Philips, no início dos anos 60. Trata-se de um disco curioso, pois traz seis músicas da então moderna Bossa Nova interpretada por seis artista do cast da gravadora: Sônia Delfino, Carlos Lyra, Laís, Vera Lúcia, Lúcio Alves e Silvia Telles. Aqui esses artistas cantam e convidam o ouvinte para cantar também e para tanto, trazem sempre na sequência uma outra faixa apenas com a música no instrumental. Parece ser simples acompanhar cantando numa orquestra (isso para não falarmos na afinação), mas na verdade é difícil pra caramba. Karaokê bom é aquele que traz a coisa bem direta. As nuances aqui, nas músicas desse disco, são bem complexas e só mesmo um cantor de verdade (ou os próprios) saberão interpretá-las de maneira perfeita.
E no geral, o disco é bem legal. Recomendo ;)\

tome continha de você – sônia delfino
tome continha de você – para você cantar
chora tua tristeza – carlos lyra
chora tua tristeza – para você cantar
patinho feio – lais
patinho feio – para você cantar
leva-me contigo – vera lúcia
leva-me contigo – para você cantar
dindi – lúcio alves
dindi – para você cantar
samba de uma nota só – silvia telles
samba de uma nota só – para você cantar
.

Continental 30 Anos De Sucessos (1973)

Olá, amiguíssimos cultos e ocultos! Olha, vou ser sincero com vocês… estamos em total decadência. Sim, o Toque Musical nunca esteve tão em baixa. E isso se deve a uma série de fatores, a começar por essa plataforma que embora seja perfeita, já não atende aos requisitos que hoje pedem mais interação e imediatismo. As redes sociais, mais especificamente o Facebook e o Youtube passaram a ser a bola da vez. Tudo pode ser encontrado nesses dois ambientes de uma maneira muito mais rápida e interativa e de uma certa forma o interesse do público está mudando, se generalizando. Ampliando os horizontes, mas numa profundidade cada vez mais rasa. Daí, ninguém tem mais saco para acompanhar postagens. O que dizer então quando para se ter acesso ao que se publica aqui precisa antes se associar a um grupo? Sem dúvida, isso é desestimulante e só mesmo que está muito interessado é que encara o jogo. E o jogo hoje se faz muito mais rápido. Demorou, dançou… Por isso, se quisermos nos manter ativos por mais 10 anos, o jeito é acompanhar os novos tempos e implementar novas alternativas. Daí, penso em migrar definitivamente o Toque Musical para o Youtube. Há tempos venho pensando nisso, talvez agora seja a nossa hora. Fiquem ligados, logo o nosso canal vai estar na rede com tudo aquilo que já postamos por aqui. Será um trabalho longo, afinal, repor mais de 3 mil postagens não é moleza. Mas vamos tentar 🙂
Marcando esse momento, eu hoje trago para vocês um álbum triplo comemorativo, da gravadora Continental, lançado lá pelos idos de 1973, ano de uma das melhores safras da indústria fonográfica brasileira. 73 foi o ano em que essa gravadora completou seus 30 anos de atividade e lançou este álbum cujo os discos são de 10 polegadas. São três lps percorrendo todas as fases da gravadora, trazendo os mais diferentes artistas em ordem cronológica. Começa em Vicente Celestino, indo até aos Novos Baianos. São trinta músicas que expressam bem os 30 anos desta histórica gravadora.
Confiram já no GTM 😉

Disco 1
noite cheia de estrelas – vicente celestino
positivismo – noel rosa
implorar – moreira da silva
ondas curtas – orlando silva
brasil – francisco alves e dalva de oliveira
cai, cai – joel e gaúcho
brasil pandeiro – anjos do inferno
é doce morrer no mar – dorival caymmi
mágoas de um trovador – silvio caldas
copacabana – dick farney
Disco 2
felicidade – quarteto quitandinha
flamengo – jacob do bandolim
na paz do senhor – lúcio alves
delicado – waldir azevedo
feitiço da vila – araci de almeida
jura – mario reis
risque – aurora miranda
menino grande – nora ney
linda flor – elizete cardoso
dúvida – luiz bonfá e antonio carlos jobim
Disco 3
tristeza do jeca – tonico e tinoco
fechei a porta – jamelão
dor de cotovelo – elis regina
mas que nada – jorge ben e conjunto de zá maria
o baile da saudade – francisco petronio
nhem nhem nhem – martinho da vila
dela – ciro monteiro
adeus batucada – célia
você mudou demais – claudia barroso
o samba da minha terra – novos baianos
.

Classe A – RCA Victor Coletânea (1975)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que eu sempre gostei foi de coletâneas. Eram através delas que a gente  podia degustar diversos artistas de uma determinada gravadora. Uma forma de levar ao público os diferentes artistas, misturando os ‘medalhões’ com aqueles ainda pouco conhecidos. O difícil era achar uma coletânea realmente fina, com artistas e repertório de qualidade. Nesse sentido, a RCA sempre brilhou. Acho que talvez até pela qualidade de seu ‘cast’. Em 1975 a gravadora lançou esta coletânea com alguns de seus mais destacados artistas. Acho que nem preciso falar muito, só pela capa se pode ver que o grupo é seleto, só música bacana, sucessos de uma época onde ainda se fazia boa música. Este é mais dos muitos bons presentes oferecidos pelo amigo Fáres, a quem mais uma vez eu agradeço. E vamos nessa que a coisa é boa. Aguardo vocês no GTM 😉

bodas de prata – joão bosco
diacho de dor – maria creuza e antonio carlos & jocafi
pote de mel – carlos walker
jogo da vida – tamba trio
ligia – lucio alves
chega – ivan lins
disritimia – martinho da vila
meia noite – antonio carlos & jocafi
tristeza chama tristeza – eliana pittman
se alguém telefonar – milton carlos
massa falida – cesar costa filho
flicts – sergio ricardo
.

Velha Bossa Nova (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco da série ‘doação’ que eu acredito que todos irão gostar. Trata-se de uma coletânea. Coletâneas são sempre muito bem vidas, principalmente se for de Bossa Nova e ainda com um time e repertório que foge ao comum. Eis aqui um lançamento da RCA Victor, de 1976. São 18 faixas bem escolhidas do arquivo da gravadora durante a década de 60. Ao falar em 18 músicas e vendo pela capa e contracapa uma lista tão grande de artistas há de se pensar que este é um álbum duplo. Mas não é duplo e curiosamente também não são gravações reduzidas. Para meu espanto, conseguiram enfiar num lp de 12 polegadas 18 músicas e sem corte. Uma prova de capacidade acima do normal para um lp.

samba pro pedrinho – walter santos
você sabe – flora purim
estamos aí – raulzinho (raul de souza)
chora tua tristeza – alaide costa
receita para esquecer – leny andrade
só tinha de ser com você – trio 3d
cartão de visita – flora purim
amanhã – walter santos
vem balançar – conjunto mario castro neves
complicação – alaide costa
a vontade mesmo – raulzinho (raul de souza)
dindi – alaide costa
o que é amar – johnny alf
meu amor foi embora – leny andrade
minha namorada – trio 3d
nem o mar sabia – flora purim
demais / meu mundo caiu / preciso aprender a ser só – maysa
wave (vou te contar) – os cariocas e lúcio alves
.

Lúcio Alves – A Noite Do Meu Bem… (1960)

Olás! De volta como prometi e mais uma vez trazendo o imprevisível. Desta vez vamos com Lúcio Alves, em disco Odeon de 1960. Temos aqui “A noite do meu bem…”, belíssimo álbum onde o nosso artista interpreta a música de Dolores Duran. Inclusive, nos anos 70 o disco voltou a ser relançado, em versão ‘estérizada’, com uma nova capa e sob um novo título “Lúcio Alves Interpreta Dolores Duran”. Esta mesma versão saiu também em cd. No álbum iremos encontrar algumas das mais importantes e marcantes canções de Dolores. Dela e também de seus grandes parceiros, diga-se de passagem. Lúcio Alves, como sempre, impecável…

ideias erradas
castigo
a noite do meu bem
noite de paz
estrada do sol
vou chorar
por causa de você
quem sou eu
fim de caso
solidão pela rua
canção da tristeza
.

Nilo Sérgio, Dick Farney, Lúcio Alves, Tito Madi, Bill Farr, Johnny Alf – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 43 (2012)

E chegamos à quadragésima-terceira edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil. Esta semana, apresentamos gravações de alguns intérpretes considerados precursores da bossa nova, e feitas antes da eclosão oficial do movimento, em 1958, com o LP “Canção do amor demais”, de Elizeth Cardoso, e o 78 rpm “Chega de saudade”/”Bim bom”, com João Gilberto.
Começamos com Nilo Sérgio, pseudônimo de Nilo Santos Pinto. Também compositor, arranjador e maestro, iniciou sua carreira nos áureos tempos da lendária Rádio Nacional, e gravou seus primeiros discos em 1943/44, com músicas americanas. Após gravar na RCA Victor, onde se iniciou, na Continental e na Todamérica, fundou, em 1953, sua própria gravadora: a Musidisc, por sinal uma das pioneiras do LP no Brasil. Embora pequena, a gravadora tornou-se notável no período em que atuou, e por lá passaram nomes do quilate de Ed Lincoln, Orlandivo, Eliana Pittman e o também maestro Léo Peracchi. Teve também o selo Nilser (iniciais de seu nome artístico). A Musidisc notabilizou-se por álbuns temáticos tipo “Música para adormecer”, “Datas felizes”, etc., e lançou orquestras ditas “grandiosas”, como Violinos Mágicos e Românticos de Cuba (ambas, na verdade, eram a Tabajara de Severino Araújo), esta última a de maior êxito, que executava versões aboleradas de hits nacionais e internacionais, até mesmo de Roberto Carlos. Este último álbum, de 1979, foi a última produção de Nilo, que faleceria dois anos mais tarde. Para esta seleção, o GRB escalou seu primeiríssimo disco interpretado em português, o Continental 16085, lançado entre julho e setembro de 1949. No lado A, matriz 2122, a “Canção de aniversário” (“Hoje é o dia do teu aniversário, parabéns, parabéns”…), de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro. No verso, matriz 2123, o samba (que na verdade é samba-canção) “Falta-me alguém”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz. No acompanhamento, a mesma Tabajara de Severino Araújo que se converteria na Violinos Mágicos (também conhecida como “Orquestra Romântica de Severino Araújo”) e na Românticos de Cuba, anos mais tarde.
Farnésio Dutra e Silva, aliás Dick Farney (Rio de Janeiro, 1921-São Paulo, 1987) é outro que também começou em disco interpretando músicas americanas, tendo inclusive feito longas temporadas nos EUA. Foi o primeiro, inclusive, a gravar um clássico da música popular americana, o fox ‘Tenderly”. E o disco escalado para esta edição do GRB, também da Continental, é o primeiro no qual interpretou música brasileira, com o número 15663, gravado em 2 de junho de 1946 e lançado em agosto do mesmo ano, com dois sambas. A faixa de abertura, matriz 1509, é o clássico “Copacabana”, de João de Barro, o Braguinha, e Alberto Ribeiro, e justamente a que chamou mais atenção, principalmente pela maneira de interpretar, calcada em cantores americanos como Bing Crosby (inevitavelmente criticada por conservadores da época), e pelo acompanhamento de orquestra de cordas, no caso a de Eduardo Carmelo Patané (São Paulo, 1906-idem, 1969), que passaram, desde então, a constituir modelo de sofisticação para a MPB. O verso, matriz 1508, é “Barqueiro do São Francisco”, também de Alberto Ribeiro, agora em parceria com Alcyr Pires Vermelho, que também teve repercussão, ainda que um pouquinho menor que a de “Copacabana”. Ambas as músicas seriam regravadas por Dick Farney inúmeras vezes ao longo de sua carreira, assim como outras expressivas páginas de seu repertório: “Marina”, “Alguém como tu”, “Somos dois”, “Ponto final” etc.
Lúcio Ciribelli Alves (Cataguazes, MG, 1927-Rio de Janeiro, 1993), de longa e vitoriosa carreira como intérprete, começou a tocar seu violão na mais tenra idade, estimulado pelo pai, maestro da banda de música de sua cidade natal, mudando-se com a família para o Rio de Janeiro quando tinha sete anos. Foi ironicamente apelidado pelo compositor e humorista Silvino Neto de “cantor das multidinhas” (em comparação a Orlando Silva, “o cantor das multidões”). Aos 14 anos, fundou o conjunto Namorados da Lua, do qual era cantor, violonista e arranjador, que fez grande sucesso e desfez-se em 1947 (já sem Lúcio Alves, passaria a chamar-se Os Namorados). Como compositor, seu maior hit foi o samba “De conversa em conversa”, em parceria com Haroldo Barbosa, que gravou junto com os Namorados da Lua mais Isaura Garcia. Outras páginas expressivas de seu repertório são “Nunca mais” (Dorival Caymmi), “Reverso” (Gilberto Milfont e Marino Pinto), “Valsa de uma cidade” (Ismael Neto e Antônio Maria), “Tereza da praia” (dueto com Dick Farney, de Tom Jobim e Billy Blanco), etc. De Lúcio, eis aqui o disco Continental 16730, gravado em 25 de fevereiro de 1953 e lançado em maio-junho do mesmo ano. Abrindo-o, matriz C-3056, o beguine “Cedo para amar”, dos compositores americanos Sidney Lippman e Sylvia Dee, em versão de Bruno Gomes, no original intitulado ‘Too young”e sucesso dois anos antes com Nat King Cole. Esta mesma versão teve outro registro em seguida, com Dóris Monteiro, na Todamérica. Bruno também assina, em parceria com Fernando Lobo, a música do lado B, matriz C-3057, o samba “Procurando meu bem”. Ambas as faixas com acompanhamento dirigido pelo notável maestro gaúcho Radamés Gnattali, com o pseudônimo de Vero.
Radamés também acompanha Chaiki Madi, aliás Tito Madi, paulista de Pirajuí (n.1929), em outro disco Continental, o de número 17416, gravado em 4 de setembro de 1956, porém só lançado em março-abril de 57, apresentando dois clássicos do repertório de Tito. No lado A, matriz C-3917, a valsa “Chove lá fora”, que mereceria inúmeras outras gravações, inclusive do próprio compositor, tendo até uma versão em inglês com os Platters, “It’s raining outside”. No verso, matriz C-3916, o samba-canção, com tendência mais para toada, “Gauchinha bem querer”, composto por Tito quando participou de festejos promovidos pela Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Tito Madi teve inúmeros outros sucessos como compositor e intérprete, destacando-se “Não diga não” (dele com Georges Henry), “Sonho e saudade”, “Carinho e amor”, “Balanço Zona Sul” e “Menina moça” (esta última de Luiz Antônio).
Em seguida temos Bill Farr, pseudônimo de Antônio Medeiros Francisco (Sapucaia, RJ, 1925-Rio de Janeiro, 2010). Passou a infância em Petrópolis, e organizou um grupo vocal quando ainda estudava no Colégio Werneck, ingressando na carreira artística ao terminar o curso científico. Começou como vocalista no Hotel Quitandinha, e depois passou a atuar na Rádio Nacional carioca, por intermédio de César de Alencar. Gravou seu primeiro disco na Sinter, em 1952, com o samba-canção “Abraça-me”, de Luiz Bittencourt, e o bolero “Depois do amor”, de José Maria de Abreu e Oswaldo Santiago. Nos anos 1960, deixou a carreira de cantor, mudando-se para Madri, capital da Espanha, onde trabalhou em um escritório de comércio exterior. De Bill Farr apresentamos o disco Continental 16941, lançado em abril de 1954. No lado A, matriz C-3334, aquele que foi certamente o maior sucesso de sua carreira: o fox “Oh!”, de Byron Gay e Arnold Johnson, em versão de Haroldo Barbosa. No verso, matriz C-3335, um samba-canção do então estreante Billy Blanco, “Maria Tereza”.
E para encerrar com chave de ouro, apresentamos Johnny Alf, pseudônimo de Alfredo José da Silva (Rio de Janeiro, 1929-Santo André, SP, 2010). Cantor, compositor, pianista, autor de inúmeras músicas de sucesso (quem não se lembra, por exemplo, de “O que é amar” e “Eu e a brisa”?), gravou seu primeiro disco, apenas instrumental, em 1953, na Sinter, exectando ao piano com seu trio o samba-canção “De cigarro em cigarro” (Luiz Bonfá) e o choro “Falseta”, dele mesmo. De Alf apresentamos o disco Copacabana 5568, de 1956, com duas composições próprias. Abrindo-o, a matriz M-1392 traz o samba “Rapaz de bem”, autêntico precursor da bossa nova, não só pela maneira de Alf interpretá-lo, como também pela letra, que traduzia bem o modo de vida da juventude da Zona Sul do Rio de Janeiro. A música daria título, em 1961, ao primeiro LP do compositor, lançado pela RCA Victor. No verso desse 78 da Copacabana, matriz M-1391, o samba-canção “O tempo e o vento”, que aproveita apenas o título da famosa trilogia de romances do escritor gaúcho Érico Veríssimo, na época com dois volumes já publicados (“O continente”, de 1949, e “O retrato”, de 1951, sendo o terceiro e último, “O arquipélago”, de 1961). Um fecho realmente de ouro para esta edição do GRB, focalizando intérpretes precursores da bossa nova, inovadores para a época em que surgiram. Bom divertimento!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

Lúcio Alves – Mulheres Vestidas – Por Chico De Moraes (1975)

Bom dia a todos! Hummm… Adoro manhãs de inverno ensolaradas. Hoje está pra mim 😉 E para que o dia fique ainda melhor, eu escolhi a dedo este disquinho maneiro do Lúcio Alves. Não sei se vocês conhecem, mas este álbum tem a peculiaridade de trazer em seu repertório somente músicas com nomes de mulheres. Estão reunidas aqui algumas das mais famosas melodias do nosso cancioneiro popular. Eu cheguei mesmo a pensar em fazer uma coletânea nesta linha. Quem sabe? Pode ser bacana, não é mesmo? Que tal então se vocês me ajudassem nessa tarefa? Vamos aproveitar esse mês de julho para irmos coletando músicas com nomes de mulheres. Eu vou ficar aguardando os amigos cultos e também os ocultos. Mandem para o e-mail do Toque Musical. Quando tivermos reunidas umas 100 músicas eu publico aqui no blog, ok?
Mas por enquanto, vamos saboreado a Ana Luíza, a Januária, a Ligia, a Izabela, a Risoleta, a Juaracy, a Florisbela, a Rosa, a Maria, a Dolores e a Helena, Helene, Helena… De quebra ainda vai a “Mulher” de Custódio Mesquita e Sady Cabral. Todas aqui cantadas (no bom sentido) pelo mestre Lúcio Alves.
Disco produzido por Aloysio de Oliveira, com arranjos e regências de Chico de Moraes. Confiram…

mulher
ana luiza
juracy
florisbela
maria
rosa
izabela
januária
risoleta
ligia
dolores
helena, helena, helena
um nome de mulher
mulher

Feliz Aniversário (1961)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Hoje, dia 30 de junho estamos completando 4 anos de atividades. Como disse, não esperava chegar até aqui. Mas quando se conquista milhões de amigos, sejam eles cultos ou ocultos, não há como voltar atrás. Nos tornamos cativos, não só da ‘cachaça’, mas principalmente das pessoas a quem conquistamos. Como diz o Roberto Carlos, “são tantas as emoções”, hehehe… Felizmente estamos aqui e se o Toque Musical ainda existe é graças ao público que tem. Agradeço imensamente a todos e em especial àqueles que muito colaboraram para manter nosso estoque musical sempre em dia. Muito obrigado pela paciência, pela força e também os comentários. Esses, nunca devem faltar, pois é a melhor maneira de eu saber se não estou ou não no caminho certo.
De ontem para hoje eu acabei fazendo uma grande confusão com as postagens, daí, o dia de ontem ficou como se não tivesse tido postagem. Foi mais um vacilão meu. Cheguei tarde e cansado. Mas vamos colocando a casa em ordem. Os visitantes, convidados ou não, são sempre bem vindos. Vamos juntos soprar as quatro velinhas 😉
Para comemorar eu estou trazendo este disco, lançado pela Philips em 1961 (por coincidência, o ano em que eu nasci). Este álbum, por sinal, muito interessante, é um daqueles discos que antigamente se fazia específicamente para ser um presente de aniversário. Uma boa coletânea, com músicas temáticas, feito mesmo para marcar um momento. Temos nesta seleção musical apresentada por Aloysio de Oliveira, artistas (obviamente) do ‘cast’ da gravadora, figuras ilustres que todos nós, pelo menos por aqui, já conhecemos. A direção musical é do maestro Monteiro de Souza.
Se não me falha a memória, este álbum já foi usado também pelo Loronix em um de seus aniversários. Como a vela é de boa procedência, merece novamente ser acesa e soprada por todos nós. Vamos conferir?

happy birthday to you – aloysio de oliveira
festa de luz – lúcio alves
joãozinho e mariazinha – sônia delfino
coração só faz bater – doris monteiro
praia do janga – jackson do pandeiro
el relicario – rosita gonzales
a estrela da minha vida – francisco josé
trá lá lá lá lá – sylvia telles
sim e não – sasha distel
teu nome – eleonora diva
calla calla – os vocalistas modernos
happy birthday to you (final)) – aloysio de oliveira

Parada Continental 1 (1953)

Opa! Ainda nos últimos minutos do que resta do domingo, aqui vou eu com a postagem do dia. Confesso que que esqueci completamente desta tarefa mais que diária. Cheguei tarde, mas trouxe uma boa recompensa para vocês, um raro exemplar de 10 polegadas e 33 rpm, o primeiro lançado pela Continental, em 1953. Temos aqui uma coletânea com oito  artistas do ‘cast’ da gravadora, certamente extraídos de bolachas de 78 rpm. Como se pode ver logo a baixo, trata-se de um encontro bem interessante, uma verdadeira parada de sucessos, com a qualidade Continental. Taí um disquinho bem contado, raridade para qualquer colecionador, que eu comprei baratinho na mão de um catador de papel. Salve, salve!!!

ninguém me ama – nora ney
tormento – lúcio alves
maria joana – carmélia alvex e sivuca
mambo caçula – chiquinho e sua orquestra
alguém como tu – dick farney
bandolins ao luar – emilinha borba
macurije – ruy rey
natureza bela – severino araújo
*Putz! Que sono..Zzz….

Bossa Nova (1985)

Olá amigos! Custei mas cheguei! Meu domingo foi super movimentado, só agora estou podendo ligar o computador. Mas esta vai ser rapidinha. Estou cansado e com sono. Para que o dia não passe em branco, ainda mais um domingo, estou deixando aqui esta coletânea de Bossa Nova da Fontana/ PolyGram. Não tem nenhuma novidade ou raridade, mas sempre agrada.
Confira aí, porque agora eu vou dormir. Zzz……

chega de saudade – tom jobim
brigas nunca mais – elis regina
coisa mais linda – caetano veloso
este seu olhar / só em teus braços – lúcio alvves e sylvia telles
garota de ipanema -os cariocas
ela é carioca – sergio mendes e bossa rio
falsa baiana – joão gilberto
você e eu – nara leão
surf board – roberto menescal e seu conjunto
desafinado – gal costa
o barquinho – tamba trio
você – dick farney e norma bengell

Lucio Alves – Serestas (1957)

Bom dia a todos! Iniciando a semana, vamos mais uma vez de serestas, agora na companhia do singular Lúcio Alves. Cantor e compositor que dispensa maiores apresentações. Iniciou sua carreira artística ainda menino, formando o grupo vocal Namorados da Lua. Foi também integrante do grupo Anjos do Inferno por pouco mais de um ano e com o qual viajou em turnê pelo México, Estados Unidos e Cuba. Ao voltar ao Brasil retoma em carreira solo, compondo, mas também gravando músicas de outros compositores. Seu estilo diferente e moderno acaba o levando naturalmente para o lado daqueles que também inovavam na música brasileira, como Radamés e Jobim. Lúcio é por essas e outras considerado um ‘pre-bossanovista’, movimento o qual ele também veio a participar. Para se ter uma ideia melhor deste grande artista, e hoje trago o primeiro lp gravado por ele.
“Serestas”, lançado em 1957, foi seu primeiro disco gravado em 33 rpm, um vinil raro em todos os sentidos. A começar pelo formato, oito músicas num disco de 12 polegadas. Até então, outros ‘Long Plays’ para oito faixas eram de 10 polegadas. Me parece que apenas a Mocambo trabalhava nessa linha. Outra questão rara diz respeito a forma como este disco foi feito. Lúcio Alves teve total liberdade na hora da gravação. Apenas ele e o violão, cantando de maneira muito intimista, coisa rara de se ver (e ouvir) naqueles tempos. O lado A é todo dedicado à dupla Silvio Caldas e Orestes Barbosa. Não sei se este disco está entre os 300 (mais) importantes (ups!) recém classificados no livro do Charles Gavin, mas deveria.
.
serenata
chão de estrelas
suburbana
arranha céu
mágoas de um caboclo
não voltarás
se tu soubesses
sorris da minha dor