Mark Morawski (1961)

Olás! Estou fazendo desta quinta-feira o Dia do Independente, trazendo para vocês uma curiosidade. Embora eu tenha usado inicialmente as sextas-feiras para postagem de trabalhos de artistas independentes, não ficamos condicionados ao dia certo e nem todas as semanas poderemos ter um artista assim. Tenho listado pelo menos uns dez, que pretendo ir agendando de acordo com o clima da semana. Peço aos artistas que tenha paciência, todos serão atendidos 🙂

Desta vez eu quero mostrar para vocês este mais que obscuro disquinho, o qual eu acredito ser o primeiro independente lançado no Brasil. É claro que eu não me refiro aos discos com tiragem comercial. Desses, até onde eu sei, o primeiro foi o do Antonio Adolfo, salvo o engano. Todavia, aqui temos esta bolacha de 78 rpm, sem data e sem maiores informações além do que vem impresso no selo. Temos o artista, um ilustre desconhecido chamado Mark Morawski em suas duas composições e acompanhado de orquestra. No selo podemos ler que se trata de uma gravação particular. O retrato recortado nos ilustra a tal figura, coisa típica dos antigos discos de 78 rpm, igual aos da gravadora Toda América, lembram? Como outros discos de 78 rpm, este também não tem data impressa. Nós poderíamos até considerá-lo como sendo um disco das décadas de 40 ou 50. Tem todas as características, inclusive musical. Mas o que me levou a datá-lo com um disco de 1961 foi o seu estado de conservação quase novo, o fato de ser uma gravação particular e principalmente pela anotação feita a caneta onde se consegue decifrar “agosto 1961” (ou seria 65?). Por via de dúvidas e até que me provem o contrário, fica como está.
Falando um pouco mais sobre o cantor, percebe-se logo pelo nome (que não deve ser o artístico) que ele é estrangeiro. Isso fica claro ao ouvirmos sua voz. Eu diria que se trata de um judeu. Fazendo um ‘pente fino’ na rede, eu não achei absolutamente nada sobre este nome. Nosso Mark Morawski é um verdadeiro mistério. Mas a curiosidade não fica só aqui. É preciso ouvir a bolacha para ver (não é atoa que o lema do Toque Musical é o de ouvir a música com outros olhos). De um lado temos “Amor de mãe”, um tango enaltecendo o amor verdadeiro com sendo apenas o de mãe. O mundo nessa época, para o autor, já estava perdido. A salvação é só o amor da mamãe. Este tango, para mim, é ‘sui generis’, nunca ouvi nada igual. Do outro lado temos “Zuleika”, um fox mais condizente com o tema romântico apresentado. Nem por isso menos curioso que o primeiro. Depois de ouví-lo umas duas ou três vezes não há como esquecer as melodias e mesmo sem querer balbuciar alguns de seus versinhos. Divertido… 🙂 Gostaria dos comentários de vocês.
amor de mãe
zuleika