Caçulinha – Na Onda Do Sucesso (1972)

Multi-instrumentista e compositor, Rubens Antônio da Silva, o Caçulinha, tem uma extensa folha de serviços prestados à MPB. Nascido em Piracicaba, interior de São Paulo, em 15 de março de 1940, tem em seu currículo parcerias com grandes nomes de nossa música popular, entre eles João Gilberto, Teixeirinha, Nélson Gonçalves e Luiz Gonzaga. O seu pai Mariano e seu tio Caçula eram violeiros de ótima qualidade. Talento precoce, Caçulinha começou a tocar sanfona com oito anos de idade, sempre com o incentivo do pai, Mariano, e nessa época apresentou-se no programa “Clube do Papai Noel”, da Rádio Difusora de São Paulo. Aos quinze anos, passou a fazer dupla com o pai, ambos apresentando-se em bailes, boates e circos com os quais chegaram a viajar. Como acordeonista, tocou e gravou com inúmeras duplas, entre elas Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada e Moreno e Moreninho, além de atuar como pianista e tecladista em boates. Gravou seu primeiro disco como solista de sanfona em 1959, na Todamérica, executando a polca “Corochere”, dele mesmo em parceria com Francisco dos Santos, e a guarânia “Triste juriti”, de Mário Vieira e Armando Castro. Daí em diante, Caçulinha não parou mais. Nos anos 1960, acompanhou com seu regional, em gravações, inúmeros cantores, tais como Cyro Monteiro, Roberto Silva, Miltinho, Dóris Monteiro, Elizeth Cardoso e Roberto Carlos. Por essa época, foi também contratado da TV Record, atuando nos programas “O fino da bossa”, “Bossaudade” e “Esta noite se improvisa”. Tornou-se nacionalmente conhecido do grande público a partir de 1989, participando do “Domingão do Faustão”, apresentando na TV Globo por Fausto Silva, cuja trilha sonora produzia ao vivo. Fez ainda músicas incidentais para o humorístico “Sai de baixo”, outro sucesso global. Após 19 anos de colaboração com Fausto Silva, em 2008, fez críticas ao apresentador e ao “Domingão”, o que motivou seu afastamento. Em 2014, desliga-se definitivamente da Globo, e um ano depois passa a atuar no programa “Todo seu”, apresentado por Ronnie Von na TV Gazeta de São Paulo desde 2004. Ao longo de sua vasta carreira, Caçulinha já gravou 31 discos, sendo cerca de 25 LPs, numa trajetória única na MPB, que passa do sertanejo à bossa nova. Dessa vasta discografia, o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos um álbum que ele fez na Copacabana, em 1972, como organista, seguindo a linha dançante então vigente. É “Caçulinha na onda… do sucesso”, cujo repertório inclui sucessos nacionais e internacionais da época, tipo “Amada amante”, “De tanto amor”, “Desacato” e “Oh me oh my”. Destaque também para a inclusão de “Yesterday”, dos então já separados Beatles, e “Linda flor”, o famoso “Ai ioiô”, considerado o primeiro samba-canção brasileiro. E tudo em verdadeiro clima de bailinho, irresistível para aqueles que gostam de dançar “coladinho”. Ouçam e comprovem.
 
amada amante
impossível acreditar que perdi você
desacato
yesterday
coisas
linda flor
eu nunca mais vou te esquecer
butterfly
de tanto amor
em cada verso em cada samba
if
oh me oh my
 
 
*Texto de Samuel Machado Filho 

Caçulinha – Aponta O Sucesso (1970)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, eu trago aqui para vocês o pianista, baixista e violonista Rubens Antonio da Silva, mais conhecido como Caçulinha, aquele mesmo do Programa do Faustão. Aliás, pelo que sei, o Caçulinha  já há um tempo não participa do programa dominical da Globo. Ao que parece, o velho Caçulinha ‘aposentou a chuteira’, deve ter se cansado da chatices do apresentador que chegava a ser humilhante. Fez ele muito bem. Caçulinha é um grande artista, tem história e tem estrada, merecia muito mais.
Aqui temos ele e seu conjunto de baile. É, Caçulinha também tocava em bailes, clubes, bares e beira de piscina. Mas sempre foi, acima de tudo, um excelente músico de estúdio e gravações. Neste álbum de 1970, lançado pelo selo Copacabana, ele nos traz um repertório com dez faixas, uma seleção musical de sucessos dos anos 60. Lp interessante, no qual eu destaco a música de abertura, “Eu também quero mocotó”, composição de Jorge Ben(jor), sucesso com Erlon Chaves e sua Banda Veneno no V Festival Internacional da Canção. Uma música tão ‘descolada’ que fez o Caçulinha entrar no ‘swing’, sem modéstia. Mas o repertório num todo é legal e vale conferir

eu também quero mocotó
maria izabel
we have all the time in the world
menina
o cabeção
yellow river
procurando tu
domingo em buenos aires
primavera (vai chover)
quero voltar pra bahia
.

Caçulinha – Samba’ação (1965)

Não muito diferente do dia de ontem, hoje também eu estou sem pique e sem tempo para me envolver com mais empenho na postagem. Felizmente, sempre temos como salvar o dia. Os amigos, cultos ou ocultos, sempre sabem a hora de aparecerem, trazendo novidades e raridades.
O álbum de hoje é uma colaboração do amigo Sérgio Digital, que enviou além desse, outros discos, os quais ao longo de nossa jornada diária irão sendo apresentados.
Temos então, em nosso blog e mais uma vez, a figura de Caçulinha, um artista hoje lembrado apenas como animador musical no programa do Faustão. Mas como já vimos aqui, em outra postagem, Caçulinha é muito mais que isso. Mais uma prova de seu talento é este maravilho lp, lançado por ele na Continental, em 1965. Um álbum bacana e como disse o Sérgio, um momento raro de ver e ouvir Caçulinha dedilhando um Hammond ao lado de seu conjunto. O repertório é dos melhores, como se pode conferir logo abaixo. Um disco que nessa algura do meu cansaço vale mais a pena ouvir. Confiram o toque…

agora é cinza
aos pés da cruz
rosa morena
o orvalho vem caindo
faceira
prá seu governo
na onda do berimbau
sambou, sambou
tem dó
minha namorada
vivo sonhando
balanço zona sul

Caçulinha – Alegria & Fossa (1975)

Para encerrar o dia, fui buscar esse lp lá no fundo do gavetão. Tive que recorrer a ele devido a uma falha no meu sistema. Temos então o acordeonista e compositor Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como Caçulinha. Este álbum não é exatamente uma maravilha, mas tem seus encantos (ainda não achei mas sei que tem). “Alegria & Fossa” é isso, dois lados, dois momentos. Pessoalmente prefiro o lado da fossa, especialmente por “Vingança” de Lupicínio Rodrigues.

esse dá samba
charlie brown
fim de tristeza
vira mundo
o homem sem mulher não vale nada
4 horas da manhã
tô na fossa
vingança
porque você é assim
na boca da noite
chuvae pranto
olhe o tempo passando