Doroty Marques – Criança Faz Arte (1984)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Em nosso show de variedades fonográficas eu hoje trago para vocês um trabalho dedicado as crianças. Disco lançado nos anos 80 pela musicista e e arte educadora Doroty Marques, irmã do também músico, Dércio Marques. O álbum, uma produção independente, traz de um lado o registro de um show realizado em praça pública, na cidade de Penápolis (SP), apresentando temas infantins, músicas folclóricas, adaptações e composições de Dércio Marques. No outro lado, temos uma gravação de estúdio. Uma espécie de opereta popular infantil, intitulada “O vaqueiro e o bicho frôxo”, de autoria da própria artista. Um belo trabalho que dificilmente vocês irão encontrar publicado em outro lugar. Aproveitem a ocasião. O tempo não para no porto e os links do TM são por tempo limitado.

era uma vez…
fundo da mata
taparary
cantigas de brincar
pega pega
largatixa
o vaqueiro e o bicho frôxo
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Déo Lopes & Juan Falú – Canticorda (1982)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje levo para vocês um trabalho independente, colaboração do amigo Carlos Moraes, que foi o responsável pela arte da capa deste disco do músico paulista Déo Lopes e seus convidados, o violonista argentino Juan Falú e o grupo Quintaessência. Lançando em 1982, este lp regista o encontro de Déo Lopes com o violonista Juan Falú, Um trabalho realmente interessante, cujo o repertório, embora com músicas cantadas, procura valorizar principalmente o instrumental e o acústico. Muito lindo, vale uma audição!

chorada
beija-flor
milonga
oficina (a primeira lição)
manhã de carnaval
eterno menino
na trilha dos chorões
olha maria
la tenebrosa
julia
aquela estrela
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Gilberto Monteiro – Pra Ti Guria (1987)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui vai um lp que encontrei nas minhas andanças pelo Sul. Um trabalho que eu já tinha visto mas nunca me despertou interesse em ouvir. Desta vez, dentro do clima gaúcho e por um precinho camarada, acabei arrematando este disco também. Que grata surpresa foi a minha ao ouvir então o gaiteiro Gilberto Monteiro, umdos mais importantes músicos do Rio Grande. “Pra ti guria” é um disco tri legal. Um passeio pela música gaúcha tradicional, mas dentro de um viés autoral. Gilberto Monteiro assina todas as 10 faixas e conta com as participações de dois outros mestres da gaita/acordeon, os argentinos Raulito Barboza e Antonio Tarrago Ros. Ao que consta, este lp foi o seu primeiro disco, embora já fosse um nome já conhecido e respeitado no Sul. Foi relançado em formato cd no inicio dos anos 2000. Infelizmente a música regional fica mesmo limitada ao seu reduto e em se tratando do Sul, acho que a coisa fica ainda mais isolada…

preludio de um beija flor
os zóio da véia
balaço de contrabando
boa vista de sao domingos
recordando as bailantas
unistalda campeira
pra ti guria
entrevero de alpargata
cabestreando
alumiando as maçanetas
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Wanderley Cardoso (1972)

Hoje, o Toque Musical tem a satisfação de oferecer a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum gravado por Wanderley Cardoso.  Desta vez, é o LP que ele gravou em 1972, sem título, pela Copacabana, marca onde se consagrou e fez a maior parte de seus trabalhos em disco, muitos deles bem-sucedidos, como este. Mesmo com o término da Jovem Guarda, em 1968, Wanderley Cardoso conseguiu se manter num patamar de grande popularidade, sendo cadeira cativa em praticamente todos os programas de auditório da televisão nos anos 1970/80 (Sílvio Santos, Bolinha, Chacrinha, Raul Gil, “Almoço com as estrelas”, “Clube dos Artistas”…), além de ser maciçamente executado em programas das rádios populares de AM (o FM ainda engatinhava no Brasil).  E ele estava em plena forma quando gravou o álbum que o TM apresenta hoje.  Com produção e seleção musical de Reynaldo Rayol (irmão de Agnaldo Rayol), e a supervisão de outro “cobra”, Léo Peracchi,  este trabalho foi gravado em São Paulo, nos Estúdios Reunidos, que ficavam no Edifício Casper Líbero, na Avenida Paulista.  Abrindo o disco, uma composição de José Augusto, “Quem nega a luz na sombra vai morrer”, mais tarde regravada pelo próprio autor, que  ainda é responsável por outras duas faixas, “A sombra do passado” e “Quero ver um rosto amigo”. Outro compositor de prestígio, Nenéo, assina  “E vou dizer adeus mais uma vez” e “Chove solidão dentro de mim”. O lado compositor de “Wandeco” é mostrado em “Vai embora” e “Minha musa”,  parcerias dele com Beto.  O produtor, Reynaldo Rayol, assina em parceria com Rossini Pinto, fértil compositor e versionista da Jovem Guarda,  “Meu erro”.  Rossini ainda é responsável pelos dois maiores sucessos desse álbum de Wanderley Cardoso, “Vem ficar comigo” (parceria com Antônio Carlos) e a versão “Fale baixinho (Speak softly love)”, tema principal do filme norte-americano “O poderoso chefão (The godfather)”, de Francis Ford Coppola, estrelado por Marlon Brando e grande êxito de bilheteria na época. Roberto Corrêa (dos Golden Boys) e Jon Lemos contribuíram com a música “Haja o que houver”, e, completando este trabalho, temos “Enquanto houver saudade”, concebida por Bebeto e Solange Corrêa.  E a curiosidade fica por conta da presença do maestro Zezinho, que durante anos pertenceu ao estafe de Sílvio Santos, como arranjador em quatro das doze faixas do disco, as oito restantes ficando por conta de Clélio de Britto Ribeiro. Tudo isso fazendo deste álbum de Wanderley Cardoso um dos melhores por ele gravados, fazendo nos voltar a um tempo em que certamente podíamos cantar mais e melhor. Quem viveu essa época terá por certo momentos de feliz reminiscência, e quem só chegou depois poderá conhecer e também desfrutar de momentos agradáveis. Divirtam-se!

quem nega luz na sombra vai morrer

vem ficar comigo

haja o que houver

a sombra do passado

meu erro

fale baixinho

chove solidão dentro de mim

enquanto houver saudade

minha musa

quero ver um rosto amigo

vai embora

e vou dizer adeus mais uma vez

* Texto de Samuel Machado Filho

 

Cyro Monteiro – Meu Samba Minha Vida (1969)

Bom dia, meus prezados amigos cultos e ocultos! Enquanto espero o café, aproveito para ir logo fazendo esta postagem, pois se não o fizer agora, não sei se terei tempo depois. Trago hoje para vocês o grande Cyro Monteiro, figura que aqui já dispensa maiores comentários. Temos aqui um dos seus lps, lançado em 1969, “Meu samba, minha vida”. este disco, conforme nos informa Ismael Corrêa no texto de contracapa, foi produzido em dois momentos e possivelmente teria saído um ano antes. Infelizmente, na época (1968) faleceu o regente e orquestrado do disco, o fenomenal trombonista Astor Silva, deixando as gravações pela metade. O disco até então contava, além do próprio Astor na direção musical e trombone, com Canhoto e seu regional, Orlando Silveira e um bom grupo de ritmistas. Ao ser retomado, no ano seguinte, Cyro Monteiro contou com a participação também de Chiquinho do Acordeon e o côro da turma do Joab, mantendo assim a mesma ‘viber’ do início.
No repertório temos doze sambas na medida do intérprete, incluindo entre esses duas composições de sua autoria. Disco bacana, confiram aí…

saquinho de dinheiro
tristezas não pagam dívidas
decisão
saudade dela
moreninha boa
regra do sei lá
deus me perdoe
são paulo
cara ou corôa
rosa mandou
jambete
como a vida é
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Antônio Carlos Jobim, Francisco Mignone, Dorival Caymmi e Radamés Gnattli – Prêmio Shell Para A Música Brasileira (1984)

Amigos cultos e ocultos, como disse anteriormente, nosso canal de comunicação já está aberto, através da seção de comentários da cada postagem. Agora não tem mais desculpas… Mas por favor, não me venham só com pedidos de reposição de links, pois como informamos no texto lateral do site, não há reposição de links. Esses podem até voltar, mas não me comprometo em fazê-lo de imediato. Quem tiver pressa pode pedir, mas mediante a uma contrapartida, fazendo uma doação ao Toque Musical. Em breve estarei colocando um link facilitador para as doações. Daí, pode ser que as coisas por aqui voltem a funcionar com regularidade.
Segue hoje este lp promocional, que foi lançado em edição limitada, em 1984, patrocinado pela multinacional Shell, em seu evento anual “Prêmio Shell da Música Brasileira”. Este evento foi criado em 1981 e inicialmente era um incentivo a música popular e erudita brasileira, depois se focou apenas na popular. Em 1983 a os promotores culturais desse projeto resolveram lançar este lp, comemorando os 70 anos da empresa no Brasil, trazendo quatro grandes nomes da música brasileira, Antônio Carlos Jobim, Francisco Mignone, Dorival Caymmi e Radamés Gnattli, os ganhadores do prêmio em 1982 e 83.

saudades do brasil – antonio carlos jobim
valsas de esquina – francisco mignone
histórias de pescadores – dorival caymmi
sonatina coreográfica – radamé gnattali
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Abilio Manoel – América Morena (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Finalmente eu consegui corrigir um erro aqui no TM que há tempos tem nos impedido a comunicação, através da seção de comentários. Agora, quem quiser, já pode voltar a tecer seus comentários nas postagens. Só não vale pedir novos links para velhas postagens, pois nem sempre eu vou poder ajudar, ok?
Temos para hoje o luso-brasileiro Abílio Manoel, um grande, porém subestimado compositor, que infelizmente nos deixou há alguns anos atrás. Eu já postei aqui seu lp de 1968 e também um compacto. Desta vez, vamos com este álbum de capa dupla, lançado em 1976 pelo selo Som Livre. “América Morena” foi seu quinto lp e como o próprio nome já sugere, as composições aqui falam de coisas da América Latina, São músicas, em sua maioria, composições próprias e/ou parcerias, além de temas tradicionais do folk latino americano. Um disco muito bom. Eu recomendo!

américa morena
menino de olinda
o fado e o cravo de abril
arca de noé
voz passiva
terra livre
o circo vem aí
amigo hermano
tchica
dança do sol
folclore latino americano – índios alegres
folclore latino americano – andina
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Compactos – Deny e Dino (1973) – Guris E Marcio Lott (1978) – Marcos Moran (1967) – Mauricio Duboc (1979)

O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais uma leva de compactos simples, esses verdadeiros tesouros de sete polegadas. Os singles aqui reunidos foram lançados entre 1968 e 1979. O mais antigo é o do cantor Marcos Moran, lançado pela Caravelle em 1968. No lado A, temos “A viagem”, composição de João Roberto Kelly, e, no verso, “Bai bai”, de Carlos Imperial e Jorge Roberto. Com onze compactos simples, um duplo, três LPs e um CD como cantor-solo, Moran também participou de álbuns coletivos, sobretudo de sambas-enredos das escolas cariocas para o carnaval. Tanto que um deles, “Sonho de um sonho”, da Unidos de Vila Isabel, lançado para a folia de 1980, é até hoje obrigatório nos shows do cantor. Formada por José Rodrigues da Silva e Décio Scarpelli, ambos paulistas de Santos, a dupla Deny e Dino explodiu no cenário musical brasileiro nos tempos da Jovem Guarda, lançando hits do porte de “Coruja”, “O ciúme”, “Eu só quero ver”, “Eu não me importo” e “Meu pranto a deslizar”. Gravaram mais de 30 compactos e dez LPs, ganhando vários discos de ouro e troféus como Chico Viola e Roquete Pinto. Suas músicas também foram bastante executadas em países da América Latina. Aqui, um single da Top Tape, lançado em 1973, apresentando no lado A “Cantem comigo”, uma composição deles próprios que teve boa aceitação na época. No verso, saiu “Você precisa se acostumar”, de Mickael (produtor desse disco) e Décio Eduardo. Com a morte do Dino original, Décio Scarpelli, em 1994, Deny passou a cantar com outro parceiro, Elliot de Souza Reis, que também assumiu o cognome Dino. Em seguida temos um curioso single da Som Livre, lançado em 1978. De um lado, o grupo Guris interpreta a célebre canção de fim de ano da Rede Globo de Televisão, “Um novo tempo”, composta em 1971 por Nélson Motta e pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, cuja gravação original foi feita naquele ano pelo elenco de artistas globais da época. No verso, o cantor Márcio Lott (Belo Horizonte, MG, 1940) interpreta um grande hit de Roberto Carlos nesse tempo, “Outra vez”, de Isolda. Esta gravação foi, inclusive, tema da novela global “Dancin’ days”, de Gilberto Braga, e só foi lançada depois do LP com a trilha sonora nacional da mesma.  Márcio participou de várias dessas trilhas, e, em 2003, fundou o grupo vocal Nós Quatro, ao lado de Célia Vaz, Fabyola Sendino e Ana Zinger, depois substituída por Clarisse Grova. Autor de várias composições de sucesso, muitas em parceria com Carlos Colla e quinze delas gravadas por Roberto Carlos, Maurício Duboc  também gravou como intérprete. Aqui, um single que lançou em 1979, pela EMI-Odeon. No lado A, uma regravação de “Pai”, de Fábio Júnior, então sucesso na voz do autor. A faixa apareceu depois no LP-coletânea “Meu velho (Pra você, meu pai)”. No lado B, de sua parceria com Carlos Colla, “Senta aí”, também no gênero romântico. Maurício também participou das trilhas das novelas “O todo poderoso”, da Bandeirantes (1980), e “Despedida de solteiro”, da Globo (1992), além do festival MPB-80 (em que apresentou “Tão minha, tão mulher”) e do álbum comemorativo dos 60 anos de carreira do compositor Sivan Castelo Neto (1984). Enfim, mais quatro raridades para a delícia de vocês que tanto prestigiam o TM. Aproveitem…

*Texto de Samuel Machado Filho

pai – maurício duboc
senta aí – maurício duboc
a viagem – marcos moran
bai bai – marcos moran
um novo tempo – guris
outra vez – marcio lott
cantem comigo – deny & dino
você precisa se acostumar – deny & dino
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Manduka (1979)

Olá, amiguíssimos cultos e ocultos! Aqui vamos nós nessa ‘dobradinha alternada’, de lps e de compactos. Hoje eu trago para vocês um disco que há muito eu estava para postar. Não entrou antes por falta de oportunidade e porque eu acabei me esquecendo mesmo. Mas, acabei ganhando o vinil do amigo Fáres e daí pude fazer uma digitalização dentro dos meus padrões e do jeito que todos gostam, completo! Temos assim, Manduka, um artista que já apresentamos aqui algumas vezes, através de seus ótimos e raros discos. Na verdade, eu já postei aqui suas primeiras gravações, discos que foram lançados no exterior, onde o artista viveu por muito anos. Este lp marca o retorno de Manduka ao Brasil, sendo ele o primeiro que ele gravou por aqui, em 1979. Para quem pegou o bonde andando, Manduka, ou Alexandre Manuel Thiago de Mello, foi um artista brasileiro, filho do poeta Thiago de Mello. Cantor, compositor e artista plástico. Foi parceiro de artistas como Geraldo Vandré e Dominguinhos. Com Dominguinhos compôs a belíssima “Quem me levará sou eu”, com interpretação marcante de Fagner. Neste lp vamos encontrar nove canções, todas de sua autoria. algumas, inclusive, regravações de trabalhos editados no exterior. Um trabalho muito bonito, mas que poucos chegaram a conhecer. Este lp ganhou força depois que começou a ‘pipocar’ nos blogs. Se depender do Toque Musical, vai continuar ‘pipocando’, pois aqui o lema é: um lugar para quem escuta música com outros olhos.

vitória régia
o que aconteceu na china?
asa pra falsa estação
jandira
esmeraldas
sonho do navio dourado
a desejada
maldigo  del alto cielo
somos quem somos.
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Compactos – Nerinho Silva (1967) – Noel Carlos (1970) – Rubem Gerardi (1970) – Nilza Pelegrino, Maria Aparecida e Carmem Vilar (1963)

E aí vai, para os amigos cultos, ocultos e associados do nosso Toque Musical, mais um lote de compactos, tipo da postagem sempre bem acolhida por vocês. Hoje temos quatro raríssimos tesouros de sete polegadas, para a alegria dos colecionadores.Pra começar, um compacto duplo do selo Guarani, que pertencia à editora musical Mangione, sem ano exato de lançamento conhecido e de cunho carnavalesco. Aqui, temos intérpretes não lá muito famosas, porém com ótimas qualidades vocais. No lado A, Nilza Pelegrino interpreta duas composições de Moacyr Garrafa, a marcha-rancho “Lembranças do passado” e o samba “Crueldade”, esta de parceria com Roberto Ybraim. No lado B, temos Maria Aparecida interpretando o samba “Pesadelo”, de Talvi Villaró, Vicente Rodrigues e Oswaldo Mendes, e, para encerrar, Cármen Vilar nos traz a marchinha “O embalo”, também de Talvi Villaró, desta vez sem parceiro. Carioca de Vila Isabel, Nerino (Teodoro da) Silva (1920-1979) radicou-se em São Paulo, estreando em disco pela RGE, em 1957, passando depois por várias outras companhias. Aqui o TM oferece um compacto simples da RCA Victor de 1967, no qual ele interpreta dois clássicos de nossa música popular:  de um lado, o samba “Laranja madura”, do mestre Ataulfo Alves, e, de outro, “Súplica cearense”, originalmente toada-baião e aqui samba-canção, de autoria de Gordurinha e Nelinho (no selo aparece como parceiro um certo Manoel Ávila Peixoto). As duas faixas apareceram mais tarde no LP “Deixe comigo”, que encerra justamente com “Súplica cearense” e é considerado o trabalho mais conhecido de Nerino Silva em disco. Em seguida, mais carnaval, agora com Noel Carlos, apresentando um single Copacabana de 1970, para a folia de 71. Ele canta duas marchinhas que fez em parceria com João Roberto Kelly e Elzo Augusto, “Meu bem, sai da fossa (Tobogã)” e “Deixa pro ano que vem (Neném)”. Para encerrar, Rubem Gerardi em mais um single da Copacabana para o carnaval de 1971, interpretando dois sambas, “Os galhos da velha mangueira”, de Djalma da Mangueira e Orlando Gazzaneo, e “Trata da sua vida”, do próprio Gerardi em parceria com F. Conceição e A. Pereira.  Autênticos e raros tesouros musicais que o TM possui a satisfação de oferecer a vocês. Aproveitem

lembrança do passado – nilza pelegrino
crueldade – nilza pelegrino
pesadelo – maria aparecida
o embalo – carmem vilar
súplica cearense – nerino silva
laranja madura – nerino silva
deixa pro ano que vem – noel carlos
meu bem sai da fossa – noel carlos
os galhos da velha mangueira – rubem gerardi
trata da sua vida – rubem gerardi
*Texto de Samuel Machado Filho
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Noitada De Samba (1978)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês uma ‘Noitada de Samba’. Vamos hoje com um disco que certamente passou batido  para muita gente. Coisa fina, coisa rara…
Em 1971 nascia a ideia da Noitada de Samba, um projeto musical criado por Jorge Coutinho e Leonides Bayer. Um encontro de grandes artistas da música popular brasileira que aconteceu no Teatro Opinião por mais de uma década! A Noitada de Samba surgiu em plena ditadura, sendo um foco de resistência, onde os artistas buscavam através de suas músicas expressar seus sentimentos de oposição ao regime militar. O Teatro Opinião foi palco de um espetáculo musical de samba, do artista popular, compositor e intérprete carioca. Um espetáculo que acontecia todas as segundas feiras. Pela noitada passaram dezenas de artistas, grandes nomes do samba como Adelzon Alvea, Ademildes Fonseca, Alcione, Aluisio Machado, Arlindo Cruz, Baianinho, Beth Carvalho, Carlos Lyra, Dona Ivone lara, Leci Brandão, Roberto Ribeiro, Monarco, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, João Nogueira, Martinho da Vila e tantos outros que nem dá para listar. Não somente os sambistas, mas artistas em geral, tinham no Teatro Opinião im dos poucos espaços de expressão. Foram 617 espetáculos ao longo de 13 anos. A Noitada de Samba durou até 1984, Recentemente virou um documentário, dirigido por Cely Leal, (preciso assistir!).
Este disco, um álbum histórico, reúne um pouco do que do que foi a Noitada de Samba, trazendo registros de Clara Nunes, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Odete Amaral, Xangô da Mangueira e muitos outros. É uma pena que seja um disco simples. Considerando o tempo que esse projeto durou, a centena de artistas que participaram e certamente as infinitas horas de gravação, poderiam ter gerado, no mínimo um álbum duplo. Mas é compreensível, tem sempre aquela questão dos direitos autorais, contratos de exclusividade e tantos outros obstáculos nesse grande negócio que foi o mundo da música.

seca do nordeste – clara nunes
tom maior – conjunto nosso samba
em cada canto uma esperança – dona ivone lara
tempos idos – odete amaral e cartola
ao amanhecer – cartola
estrela de madureira – roberto ribeiro
folhas caídas – odete amaral
eu e as flores – nelson cavaquinho
jurar com lágrimas – paulinho da viola
moro na roça – clementina de jesus
meu canto de paz – joão nogueira
verdade aparente – gisa nogueira
ah, se ela voltasse – baianinho
isso não são horas – xangô de mangueira
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Compactos – Giane (1965) – Silvana (1973)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados!  O TM oferece hoje mais uma seleção de compactos, dessas que tanto têm agradado a vocês. Esses dois tesouros de sete polegadas que hoje lhes oferecemos foram lançados nas décadas de 1960 e 70, e trazem um repertório essencialmente romântico. O mais antigo item de nossa seleção é o compacto simples de Giane (Georgina Morozine dos Santos), uma das precursoras da Jovem Guarda. Paulista de Bebedouro, ela se mudou ainda pequena para Jaboticabal, passando a infância entre essa cidade e Ribeirão Preto, onde começou sua carreira, na TV Tupi, Canal 3, atuando também como crooner da orquestra de Jaboticabal. Seu primeiro disco, em 78 rpm, foi lançado pela Chantecler em fevereiro de 1962, apresentando o samba médio “Quero ver” e o bolero “Por acaso”. É responsável por sucessos inesquecíveis, tais como “Dominique”, “Angelita”, “Não saberás”, “Olhos tristes” (com participação especial de Barros de Alencar), “Saudade que não foi sequer saudade”, etc. Recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, como o Troféu Chico Viola, em 1964, e, um ano depois, o Roquette Pinto de melhor cantora. O TM oferece um single de Giane lançado pela Chantecler por volta de junho de 1964. De um lado, “Preste atenção (Fais attention)”, versão de Paulo Queiroz para uma balada romântica de origem francesa, que no entanto faria mais sucesso na voz de Wanderley Cardoso, sendo por sinal o primeiro grande hit do cantor. No lado B, o divertido twist “Eu não posso namorar”, de Geraldo Nunes e Roberto Muniz, com um coral à la pato Donald simplesmente hilariante. Ambas as faixas apareceriam depois no segundo LP de Giane, lançado em março de 1965. Por outro, temos o compacto duplo de Silvana (Terezinha Almeida de Oliveira, Campos, RJ, 8/7/1941). Responsável por hits como “Amor, fonte da vida”, “Espinhos da saudade”, “Novilheiro  e “Pombinha branca”, formou uma bem-sucedida dupla com Rinaldo Calheiros interpretando tangos (“Cantando”, “Onde estás, coração?”, “Amor”…). Foi casada com o também cantor Marco Aurélio, já falecido, e igualmente gravaram músicas em dupla. Aqui, um compacto duplo Copacabana de 1973, no qual ela interpreta “Se tem que ser adeus… adeus”, de César e Cirus, lançada no ano anterior por Waldik Soriano, “Nunca mais eu te esqueci”, de Almir Rogério, aquele do “Fuscão preto”, em parceria com Jean Pierre, “Você é muito importante em minha vida”, composição de Cláudio Fontana, e “Avenida do amor”, de Carlos Bonani.  Enfim, uma seleção com repertório flagrantemente popular, apresentando letras simples e diretas, músicas como não se fazem mais atualmente. Confiram…

*Texto de Samuel Machado Filho

preste atenção – giane
eu não posso namorar – giane
se tem que ser adeus… adeus – silvana
nunca mais eu te esqueci – silvana
você é muito importante em minha vida – silvana
avenida do amor – silvana
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Lueli Figueiró – Nova Era (1981)

Olá amigos cultos e ocultos! Da minha viagem ao Sul, como disse anteriormente, achei muita coisa interessante que geralmente não se vê pelas bandas da cá. Eis aqui um outro exemplo, um disco da cantora, compositora e atriz gaúcha, Lueli Figueiró. Uma produção independe lançada no início dos anos 80. Disco bacana, que eu não conhecia. Estou adorando. “Nova Era” traz 10 faixas autorais, músicas de cunho mistico e espiritual da cantora, que a partir dos anos 70 passou a se dedicar ao Espiritismo e Astrologia. O álbum é uma produção independente, porém muito bem feita. Lueli vem acompanhada por um bom time de músicos, com participação do violonista Celso Machado. O trabalho agrada pela qualidade e pela voz na medida da cantora.
Vamos falar um pouco mais sobre Lueli (ou Luely) Figueiró numa próxima oportunidade através da sempre completa resenha de nosso amigo Samuel Machado Filho. Em breve ele estará aqui nos apresentando Luely Figueiró em sua fase de estrela do cinema e do rádio nacional, a fase das gravações em 78 rpm, reunidas em mais um número da nossa coleção Grand Record Brazil. Por enquanto, vamos apreciando este trabalho que merece toda a nossa atenção. Confiram!

a caravana  da cigarra
tres cruces
debandado de leque
canto de oxum
o cesto do nego
humaitá
angola de alumbará
ladainha de iaô
lamento de praieira
maculelê
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