EMB – Enciclopedia Da Música Brasileira – Erudita Folclórica Popular (1978)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Espero que estejam todos seguindo a linha do bom senso, FIQUE EM CASA! Aproveitem o tempo para ler, ouvir música, colocar em dia aquilo que tem sempre sido adiado. Certamente não há de falta coisas boas para se fazer.
E falando em coisas boas, uma boa dica pode ser a EMB – Enciclopédia da Música Brasileira – Erudita, Folclórica, Popular. Como leitura vocês poderão encontrar para comprar o livro do pesquisador Marco Antônio Marcondes, lançado em 1977. É dele este importante trabalho que nos serve de guia, assim como outros, quando buscamos informações precisas sobre um determinado item histórico sobre a música brasileira. E como parte dessa sua produção tem também este box com dois lps, lançados em 1978, que já é mais difícil de achar e por isso mesmo está aqui, no Toque Musical. Nele temos dois lps nos quais são apresentados, no primeiro, de 77, um pouco da nossa música folclórica, de raízes regionais/sertaneja e no segundo disco, de 78, temos o grande violonista Toquinho (com violão de emprestado por Tom Jobim, segundo nota na ficha técnica) interpretando obras de Villa Lobos e também chorinhos diversos, que representaria aqui o popular. Sem dúvida um trabalho fonográfico interessantíssimo e raro de se ter e ouvir. Creio que talvez poucos o conheçam. Eis aqui a oportunidade. Não deixem de conferir no nosso GTM.

astúcia de negro velho – cornélio pires
jorginho do sertão – cornélio pires
no mourão da porteira – raul torres e florêncio
horóscopo – alvarenga e ranchinho
canoeiro – tonico e tinoco
guarânia da lua nova – cascatinha e inhana
ciriema – irmãs castro
cochilou cachimbo cai – tião carreiro e pardinho
cavalo preto – palmeira e luizinho
sarita – pedro bento e zé da estrada
chitãozinho e xororó – nonô e naná
nova flor – bia e dino franco
caminho do céu – caçula e marinheiro
suite popular brasileira, de villa lobos – toquinho:
mazurca
schottich
valsa
gavotta
chorinho
gracioso, de garoto
interrogando, de joão pernambuco
brasilliance, de laurindo de almeida
choro da saudade, de agustin barrios

 

Círculo Sertanejo (1981)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa gostosa nessa vida é presentear e ser presenteado. Não há nada melhor que a gente ganhar algo que a gente tanto queria. E mais ainda, presentear alguém com algo que ela muito quer. Foi mais ou menos algo assim que aconteceu comigo. Eu estava a digitalizar alguns discos que ganhei e entre eles havia este, um box com três lps, reunindo uma série de fonogramas, clássicos da música sertaneja, dos arquivos da gravadora Chantecler, que foi o selo que mais investiu no gênero caipira. Eu estava no momento tocando o disco na minha ‘vitrola’, talvez um pouco alto, quando de repente a campainha de casa tocou. Era o vizinho, um senho já idoso e eu logo pensei, “puxa, devo estar incomodando o velho com o barulho”. Mas qual nada. Para a minha surpresa e estranheza ele estava chorando. Ele veio até a minha porta pedir para ouvir direito o que estava tocando. Ele também gosta de discos de vinil e tem um bocado. O velho ficou alucinado quando viu essa caixa. Ele a segurava como se não fosse soltar mais, via e revia por dentro e por fora. Lia a lista de músicas, segurava como se fosse um bichinho de estimação. Sabia todas as músicas e começou a me contar suas histórias. Eu já havia acabado o trabalho de digitalização, mas ele ficou ali, querendo ouvir mais… Como meu tempo era meio curto e mais ainda, vendo a satisfação daquele homem, não tive dúvida, virei para ele disse: “olha aqui, Seu João, leva este disco com o senhor, é um presente meu para você”. O velho ficou numa satisfação que não dá para descrever. Eu também, naquela hora tive uma satisfação por oferecer a alguém um presente. Confesso que alguns dias depois eu quase me arrependi. Não por ter lhe dado os discos, mas porque agora eu sou obrigado a ouvir isso diariamente. Não se trata de ser ruim, afinal o que temos nesse box com três lp são 39 clássicos da autêntica música sertaneja, trazendo o melhor do ‘cast’ e arquivos da gravadora, com duplas famosas tipo, Mariano e Caçula, Tonico e Tinoco, Liu e Léo, Tião Carreiro e Pardinho, Cascatinha e Inhana, Pedro Bento e Zé da Estrada, Torres e Florêncio, Mandy e Sorocabinha e também, Duo Guarujá, Irmãs Castro, Nhá Barbina, Miranda, Paraguassú, Zé Messias, Teixeirinha e mais um montão de artistas. Este box foi uma produção feita exclusivamente para os assinantes do Círculo do Livro. Uma seleção com os mais consagrados artistas da música caipira, autêntica sertaneja. Taí, uma oportunidade que os amigos não devem perder. Façam como o Seu João, vai na fonte… 😉

luar do sertão – tonico e tinoco
moda da mula preta – torres e florencio
menino da porteira – tião carreiro e pardinho
barbaridade – pedro bento e zé da estrada
chuá chuá – tonico e tinoco
cabecinha no ombro – duo guarujá
saudades de matão – tonico e tinoco
cana verde – tonico e tinoco
índia – cascatinha e inhana
pingo dágua – tonico e tinoco
chalana – irmãs castro
moda da pinga – nhá barbina
festa na roça – miranda
toada de multirão – zé messias e seus parceiros
bonde camarão – mariano e caçula
casinha pequenina – paraguassú
rei do gado – tonico e tinoco
rei do café – liu e leo
canoeiro – tonico e tinoco
coração de luto – teixeirinha
maringá – tonico e tinoco
meu primeiro amor – cascatinha e inhana
tristeza do jeca – tonico e tinoco
mágoas de boiadeiro – pedro bento e zé da estrada
no braço dessa viola – torres e florêncio
sodade do tempo véio – mandy e sorocabinha
estrada da vida – milionário e josé rico
roubei uma casada – lourenço e lourival
beijinho doce – irmãs castro
rio de lágrimas – tião carreiro e pardinho
disco voador – jaço e jacozinho
saudades do japão – irmãos kurimori
malandrinho – tião carreiro
saudade da minha terra – milionário e josé rico
orgulhoso – irmãs castro
seresta – alvarenga e ranchinho
caçando e pescando – cacique e pagé
boi soberano – zé carreiro e carreirinho
luar do sertão – renato andrade

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Cascatinha e Inhana – India (1972)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! A semana está puxada e novamente o meu tempo vai ficando curto. Tenho que aproveitar os momentos de folga para não cair no atraso ou deixar nosso diário em falta.

Hoje eu tenho aqui um disquinho que cai bem no café matinal. Nessas horas pela manhã em que a gente acorda meio inspirado, abre a janela e vê lá fora um dia lindo, hehehe… Vamos com a dupla sertaneja Cascatinha e Inhana em um álbum lançado pela Continental, através de seu selo especial Caboclo Continental. Trata-se, obviamente, de uma coletânea reunindo fonogramas da dupla, lançados pela gravadora em seus discos de 78 rpm. Muitas dessas músicas foram sucessos, entre as principais está a paraguaia “Índia”, em versão de José Fortuna. E eu que pensava que essa música fosse brasileira… Aliás, Cascatinha e Inhana gravaram muitas versões, que pela naturalidade musical, qualquer um diria ser coisa do Brasil. Afinal, se existe um povinho com a musicalidade à flor da pele, este é o brasileiro! Por isso, música para nós é mais que um negócio. É acima de tudo uma necessidade básica!

índia

saudade coisinha à toa

olhos tristonhos

saudade da minha infância

se eu partir

primeiro degrau

minha terra distante

vai com deus

anahí

bem te vi

relíquias sertanejas

tutu mineiro

Vários – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 29 (2012)

Após uma semana de ausência, motivada pelo aniversário do nosso Toque Musical, estamos de volta com o Grand Record Brazil, em sua edição de número 29. O coquetel da semana tem quinze fonogramas com os mais variados intérpretes, para enriquecer os acervos de muitos colecionadores.

Para começar, apresentamos uma cantora incluída entre as pioneiras na interpretação e gravação de temas folclóricos: Elsie Houston (Rio de Janeiro, 1902-Nova York, EUA, 1943), soprano que era filha de um dentista americano do Tennessee, no Rio desde 1892, e de uma carioca descendente de portugueses da Ilha da Madeira. Estudou canto lírico na Alemanha em 1922 e tomou o gosto por nosso folclore ao conhecer o maestro e compositor Luciano Gallet. Casou-se, em 1927, com o poeta e militante trotskista Benjamin Peret, durante temporada em Paris, e tiveram um filho em 1931. No mesmo ano, hostilizado pelo governo getulista, o casal mudou-se para a França. Em 1936, Peret foi lutar na Guerra Civil Espanhola e se envolveu com uma pintora hispano-americana, motivo que faria Elsie, um ano mais tarde, mudar-se para Nova York. Em 1939-40 apresentou na rede de rádio NBC o programa “Fiesta pan-americana”, onde divulgava nossa música. No dia 20 de fevereiro de 1943, Elsie Houston foi encontrada morta em seu apartamento na Park Avenue, não se sabe até hoje se por assassinato ou suicídio! Aqui, poderemos ouvi-la numa gravação de 26 de setembro de 1933, feita na Gramophone Company de Paris,  na qual interpreta dois temas harmonizados por ela mesma: “Berceuse africano-brasilienne” e Óia o sapo”, disco original K-7055-B, matriz OPG 1017-1. Em seguida, Gastão Formenti (Guaratinguetá, SP, 1894-Rio de Janeiro, 1974) apresenta um de seus mais queridos e conhecidos sucessos: o cateretê (que mais parece rumba) “De papo pro á”, da parceria Joubert de Carvalho-Olegário Mariano, em gravação Victor de 28 de agosto de 1931, lançada em outubro do mesmo ano, disco 33469-A, matriz 65226. Convém lembrar aliás que jereré, citada na letra, não é uma cidade mas sim um tipo de rede de pesca. Pescar de jereré equivale a pescar de anzol. Editado como “canção regional”, “De papo pro á” tem vários registros e é até hoje muito conhecida e lembrada. O contracanto é feito por Castro Barbosa, sem crédito no selo e o acompanhamento por “orquestra típica”. Dilú Mello (Maria de Lourdes Argollo Oliver, Viana, MA, 1913-Rio de Janeiro, 2000) também foi séria pesquisadora de nosso folclore, e deixou mais de cem composições. Aqui, um de seus hits, bastante conhecido: a toada “Fiz a cama na varanda”, dela em parceria com Ovídio Chaves, lançada pela Continental em abril de 1944, disco 15126-A, matriz 724, com acompanhamento do Conjunto Tocantins, que também faz coro. Outra peça que tem inúmeros registros, entre eles os de Stelinha Egg, Inezita Barroso e Nara Leão. De ascendência alemã, o carioca Breno Ferreira Hehl (1907-1966) foi cantor enquanto estudava direito, e abandonou a advocacia depois de se formar. Também foi pioneiro do cooperativismo no Brasil, tendo publicado vários livros técnicos, e foi o descobridor de Dolores Duran. Eis Breno Ferreira em sua obra mais conhecida, por certo: a embolada “Andorinha preta”, por ele composta em 1925, e que gravaria sete anos depois, na Columbia, neste registro lançado em maio de 1932, disco 22136-B, matriz 381255. Foi regravada mais tarde, entre outros, por Nat King Cole, Trio Irakitan e (vejam vocês!) Hebe Camargo. Os Trigêmeos Vocalistas aqui comparecem com um corimá (gênero afro-brasileiro) de João da Baiana, “Ogum Nilê”, por eles gravado na Odeon em 31 de maio de 1950, com lançamento em agosto seguinte com o n.o 13033-A, matriz 8633. No selo original, é dado como co-autor Raul Carrazatto, um dos Trigêmeos, mas em 1957, quando o próprio João da Baiana regravou a música, Raul sumiu da parceria, nem sequer sendo creditado! Por que será? Vamos agora comentar sobre três gravações do GRB desta semana, feitas em 7-8 de agosto de 1940, a bordo do navio “S.S.Uruguai”, então atracado no porto carioca, sob a supervisão do maestro britânico Leopold Stokowski (Londres, 1882-Hampshire, 1977), que então excursionava com sua All American Youth Orchestra. A nata da MPB naqueles tempos foi escalada para fazer uma série de 40 gravações, com plateia formada pelos músicos da orquestra de Stokowski. Destas, dezessete saíram em disco nos EUA pela Columbia, no início de 1942, em dois álbuns de 78 rpm com quatro cada um, intitulados “Native brazilian music”. O GRB apresenta, desta série que só saiu no Brasil em 1987, em LP da Funarte, três registros preciosíssimos: o ponto de macumba “Caboclo do mato”, de Getúlio “Amor” Marinho e João da Baiana, interpretado por ele mesmo em dupla com Janir Martins, sendo a flauta do mestre Pixinguinha (disco 36504-B, matriz CO-30151),  a embolada “Bambo do bambu”, de Donga e Patrício Teixeira, interpretada por Jararaca e Ratinho (disco 36505-B, matriz CO-30156), e o samba, também de Donga, “Passarinho bateu asas” (disco 36508-B, matriz CO-30149), na voz de Zé da Zilda. Histórico! Isaura Garcia, a “personalíssima”, cantora de longa carreira e inúmeros sucessos, vem aqui com um deles, em dueto com o mineiro (de Viçosa) Hervê Cordovil: o baião “Pé de manacá”, de Hervê com Mariza Pinto Coelho, em gravação RCA Victor de 22 de junho de 1950, lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-0686-A, matriz S-092695. Eles já cantavam a música em dueto na Rádio Record de São Paulo, e o sucesso se repetiu em disco. Conhecidos como “os reis do riso”, Alvarenga e Ranchinho aqui estão em uma das páginas mais conhecidas e apreciadas de seu repertório: a “valsa fúnebre” “Romance de uma caveira”, deles próprios mais Chiquinho Sales, em gravação Odeon de 2 de fevereiro de 1940, lançada em março seguinte, disco 11831-A, matriz 6301. No acompanhamento, o conjunto do violonista Rogério Guimarães. Quem nunca ouviu que atire a primeira pedra! A seguir, duas gravações lançadas somente em LP: a primeira é a conhecida toada “Chuá, chuá”, de Pedro de Sá Pereira, Ary Pavão e Marques Porto, os três por coincidência gaúchos. Foi lançada na revista teatral “Comidas, meu santo!”, em 1925,  por Roberto Vilmar, sendo depois levada a disco pelo cantor Fernando. Aqui, quem a interpreta, acompanhada pela orquestra de Rafael Puglielli, é a dupla Cascatinha e Inhana, em registro lançado pela Todamérica em 1958 no álbum “Os sabiás do sertão” (LPP-TA-316). A outra é a canção “Azulão”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto, cuja primeira gravação, na voz de Paraguassu (1930), apresentamos na edição anterior do GRB. Aqui, a regravação de Patrício Teixeira, feita em 1956 para o LP de dez polegadas da Sinter “Festival da velha guarda” (SLP-1074), o único registro por ele feito após seu último 78 rpm, que saiu em 1944. Stefana de Macedo (Recife, PE, 1903-Rio de Janeiro, 1975) também foi séria pesquisadora do folclore brasileiro. Ela aqui comparece com o coco “Ronca o bisouro na fulô”, recolhido por ela mesma, em gravação lançada pela Columbia em fevereiro de 1930, disco 5147-A, matriz 380432. Pra finalizar esta nossa edição do GRB, duas composições do mestre baiano Dorival Caymmi. A primeira, interpretada por ele mesmo, é a clássica canção praieira “O mar”, em registro Columbia de 7 de novembro de 1940, lançado em dezembro seguinte, disco 55247, matrizes 328-329, ocupando os dois lados do disco. O acompanhamento orquestral foi concebido por Guerra Peixe, conduzido com maestria por Lírio Panicalli. A segunda é uma canção de ninar interpretada pelo Trio de Ouro em sua primeira fase (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas): “História pra sinhozinho”, gravação Odeon de 15 de março de 1945, lançada em maio seguinte com o n.o 12573-B, matriz 7779, e acompanhamento de conjunto de estúdio da “marca do templo”, faixa esta que encerra com chave de ouro o nosso GRB da semana. Para apreciar e sobretudo guardar!

*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

**ESTA SELEÇÃO MUSICAL FOI EXTRAÍDA DO SITE GOMA-LACA, RESPONSÁVEL PELA DIGITALIZAÇÃO DOS FONOGRAMAS.

Duplas Famosas – Coletânea Caipira (1988)

A postagem de hoje é muito especial. É uma singela homenagem à minha querida mãe falecida nesta data, a dois anos atrás. Nunca pensei que pudesse sentir tanta falta dela assim. Mãe é mãe. Um ser especial. Não é humano, não é mulher… é tão somente mãe. Me lembrei de algumas músicas que ela gostava de cantar. Na verdade eram tantas e de tão variado gosto musical, acho que foi daí que herdei isso dela. Duas das canções que ela gostava de cantar estão neste lp, “Meu primeiro amor” e “Índia”, com Cascatinha e Inhana. Sem dúvida, maravilhosas. Neste momento é inevitável que algumas lágrimas corram pelo meu rosto. Mãe é mãe…
Assim sendo, temos esta coletânea reunindo três da mais autênticas duplas, que eu chamaria carinhosamente de caipiras. São figuras das mais importantes no nosso cancioneiro popular. Não preciso nem repetir, está na capa, né? Este disco foi lançado pela Som Livre em 88. A capa, obviamente, não é esta. Sua criatividade também não fica longe dessa feita agora ‘a toque de caixa’. Somente no último minuto foi que encontrei a original. Mas vai ficar valendo a minha ‘arte’, hehehe… Quanto ao repertório, confira aí…

meu primeiro amor – cascatinha e inhana
desafio de perguntas – alvarenga e ranchinho
canoeiro – tonico e tinoco
la paloma – cascatiha e inhana
horóscopo – alvarenga e ranchinho
violeiro – tonico e tinoco
mister eco – alvarenga e ranchinho
triste destino – cascatinha e inhana
aparecida do norte – tonico e tinoco
soletrando – alvarenga e ranchinho
índia – cascatinha e inhana
berranteiro – tonico e tinoco