Basf – 50 Anos De Memória Brasileira 1934-84 (1984)

Comemorando os 50 anos da fita de gravação no Brasil, a BASF em 1984 brindou à um limitado público com esta antologia sobre “50 Anos de Memória Brasileira”. O trabalho, obviamente, foi apresentado em fita cassete (lembram dela?). Nele, uma equipe de pesquisadores, coordenada por Maurício Quadrio, procurou reunir todos os fonogramas e registros possíveis sobre nossa história recente. Esta fita é bem ao estilo do lp Nosso Tempo. Há inclusive uma série de fotogramas que são os mesmo do disco. Mesmo assim, não deixa de ser um trabalho valioso que merece estar disponível para todos.

O Brasil Canta Por Um Mundo Melhor – Brazilo Kantas Por Pli Bona Mondo (1970)

Hoje o dia foi foda! Desculpe-me a expressão. Mas só agora estou conseguindo construir e publicar a postagem do dia. E mesmo assim terei que ser breve, pois tenho ainda uma estrada pela frente. Alguém aqui fala Esperanto? Então escuta…
Mais um trabalho fonográfico interessante e curioso temos para esta sexta-feira. Um disco gravado em Esperanto. “Brazilo kantas por pli bona mondo” (O Brasil canta por um mundo melhor), foi um álbum idealizado pelo professor Sylla Chaves, um dos mais importantes esperantistas brasileiros, membro da Academia de Esperanto, jornalista, escritor e poeta. O lp apresenta ao público uma amostra do que é o Esperanto, através de uma seleção de poemas e clássicos musicais de consagrados autores brasileiros, vertidos para esta língua por Sylla Chaves. Participam do álbum Franca Fenatti, Antonio João e Aurora Miranda. Os arranjos e regência são do maestro Cipó.
Para aqueles que não sabem, o Esperanto é uma língua neutra auxiliar e internacional, criada por Lázaro Zamenhof, na Polônia em 1887. Seu objetivo principal é facilitar a comunicação entre povos de idiomas diferentes. Embora pouco divulgado, ele está presente em mais 120 países pelo mundo. Dizem que é uma língua relativamente fácil de se aprender. No Brasil existem muitos adeptos e sua atuação é constante. Saiba mais a respeito do Esperanto através do site Liga Brasileira de Esperanto.

esperanto – apresentação
cinco náufragos / kvin dronintoj – syllas chaves
ave maria do morro / avemaria en la monto – franca fenati
hino / himno – syllas chaves
cai, cai, balão / tuj, tuj, balon – aurora miranda
josé / jozefo – sylla chaves
quero que vá tudo pro inferno / iru cio al la inferno – franca fenati
luar do sertão / internlanda luno – antonio joão
ninguém me ama / neniu amas min – aurora miranda
maringá – antonio joão
a banda / la muzikistaro – franca fenati
chão de estrelas / planko stelplena – antonio joão
tico tico no fubá / zonotriko en la faruno – aurora miranda

A Cruz E A Rosa – Filosofia Perene / História de Aishá (1976)

Olá a todos! Inicialmente quero informar que continuo recolhendo os e-mails para o caso de uma possível mudança em nossa rotina musicultural. Não há um prazo limite e espero não precisar.
Para hoje, mais uma curiosidade fonográfica. Um álbum para iniciados e iniciantes. Não sei se diria um disco com libreto ou um libreto com disco. O certo é que este álbum foi criado pela Ordem Rosa Cruz, uma organização mundialmente conhecida de caráter místico e filosófico que, segundo falam, tem por objetivo fazer com que as pessoas descubram e utilizem seu verdadeiro potencial interior.
Devo confessar que só agora, ao pegar neste disco, tive interesse em conhecer melhor o trabalho da Ordem. E tudo por causa da participação do compositor Luiz Eça (que deve ser Rosa Cruz). Fiquei curioso para ouvir a trilha que ele havia composto para o disco. Acabei ouvindo bem mais do que eu esperava. O disco se divide em dois momentos: Filosofia Perene e História de Aishá, que são sequências de citações extraídas de textos e pensamentos de diversos místicos, filósofos e escritores. É algo muito bonito de se ouvir.

filosofia perene – carlos alberto s. soares
história de aisha – p. a. freire
*música composta e executada por luiz eça

Chacrinha E Supersonics – As Super Quentes Da Discoteca (1972)

Alô Terezinha! Disseram que ele não vinha, olha ele aí! É.. é ele mesmo, o velho guerreiro. Figura singular dos programas de auditório, Chacrinha foi talvez o mais famoso apresentador de programas de auditório do Brasil. Com seu estilo fanfarrão, cheio de palhaçadas, num visual sempre muito colorido, ele realmente comandava a massa, como já dizia Gilberto Gil. Seus programas de auditório eram uma verdadeira festa. Tinha de tudo e para todos.
Seu nome era José Abelardo Barbosa de Medeiros e o apelido Chacrinha nasceu quando ele ainda era radialista. A emissora onde trabalhava era numa pequena chácara e ele se referia a ela como ‘chacrinha’, daí pegou. Mas a figura do Chacrinha surge mesmo no final dos anos 50, quando a TV Tupi estréia o programa Discoteca do Chacrinha. Ao longo do tempo ele trabalhou em diversas emissoras de tv, mantendo consigo o estilo do velho palhaço e o mesmo formato de programa. Foi a cada dia acrescentando novidades, como a cartola, a buzina, o disco numérico de telefone e muitas cores. Tudo isso para decorar ainda mais a festa com artistas diversos, cantores e calouros. Quem não se lembra do troféu abacaxi? Era uma época boa e farta, tinha até bacalhau distribuido na platéia. Era uma zorra total. Mas o melhor mesmo eram as dançarinas, as famosas “chacretes”. Me lembro de algumas como, Lia Hollywood, Gracinha Copacabana, Índia Amazonese, Índia Poti, Sarita Catatau, Fernanda Terremoto, Leda Zepepelin e a mais famosa de todas, até hoje botando para quebrar, Rita Cadillac.
Este disco foi gravado em 1972, com produção de Milton Miranda e direção musical do maestro Gaya. Nele temos o velho guerreiro cantando e fazendo das suas ao lado de um côro, possivelmente de chacretes. O repertório é bem variado e as músicas não são separadas por faixas. É festa do lado A e do lado B.

mon amour, meu bem, ma femme
agora eu sei
eu quero botar meu bloco na rua
concerto par um verão
são coisas da vida
cavaleiro de aruanda
fio maravilha
nó na cana
gato e sapato
vou tirar você desse lugar
esta noite você vai ter que ser minha
o jornalista (o enviado especial)
rock and roll lullaby
alone again
let me sing, let me sing

As 20 Melhores Para Vizinho Chato (2007)

Todo mundo, alguma vez na vida, já teve problemas com o vizinho. Principalmente quem mora em apartamento. É mesmo de lascar essa relação comunitária que separa a gente do outro apenas por uma simples e fina parede de tijolos. Fica difícil manter mais afrouxada a nossa privacidade. Qualquer barulhinho pode ser ouvido pelo vizinho. Seus atos, seus passos, suas idas e vindas… são sempre acompanhados por ‘olhos mágicos’ e cameras de segurança. Nesses meus tempos vivendo em apartamento descobri que o vizinho chato é aquele que se acha o dono do pedaço, como se os outros moradores fossem seus inquilinos. Vigia, fofoca e trama. Felizmente, aqui para os meus lados isso já acabou. Mas sei que é um desgosto dos mais comuns e todo mundo tem alguma estória dessas pra contar.

Mas eis que surgi uma nova técnica para enfrentar seus vizinhos chatos. Agora você vai poder vencê-los pelo cansaço. Com este curioso disquinho (faça o seu) você vai poder se vingar não apenas da Candinha, mas também daquela turminha da república que mora ai do lado e não deixou você dormir a noite passada com aquela festa infernal. Taí a sua chance de vingança. Aumete o volume, aperte o play, configure para tocar e repetir todas e saía para dar um passeio. Só volte se o síndico ligar pedindo “pelo amor de Deus” para você parar. Tenho certeza que depois dessas, a turma aí no prédio vai ficar ‘pianinho’. Divirtam-se…

Antonio Maria – Nova História Da Música Popular Brasileira (1978) 5

Olá amigos, cada vez mais cultos que ocultos! Espero que tenham relaxado com o disco de ontem. De vez em quanto é bom tê-lo a mão para umas práticazinhas 🙂
Inicialmente quero fazer público os meus sinceros agradecimentos ao amigo Carlos, que mais uma vez contribuiu para com a qualidade da nossa postagem. Valeu demais!
Aqui estamos nós com mais um exemplar da coleção Nova História da Música Popular Brasileira. Seguindo, como foi dito, uma ordem alfabética. O número desta semana é dedicado ao cronista e compositor Antonio Maria. Não vou entrar em detalhes porque estes já estão incluídos. Só tenho a dizer que é um álbum nota 10 da coleção. Embora sempre fique um gostinho de ‘quero mais’.

menino grande – nora ney
ninguém me ama – nora ney
se eu morresse amanhã de manhã – dircinha batista
frevo n.2 do recife – maria bethania
valsa de uma cidade – os cariocas
canão da volta – dolores duran
suas mãos – silvia telles
manhã de carnaval – joão gilberto

Orquestra Guerra Peixe & Coral De JOAB – Pra Frente Brasil

Hoje eu acho que faltou uma pitada musical a mais. Esse negócio de relaxamento é bom, mas se não houver um pouco mais de música, fica difícil. Este compacto, na verdade, era para ter entrado ontem, junto com o disco da Seleção Brasileira de Futebol. Fazendo um gancho também com o disco do Miguel Gustavo, criador da música que virou hino e sinônimo de Copa do Mundo. Neste compacto temos as duas versões como a Orquestra do Maestro Guerra Peixe. De um lado a versão instrumental e do outro a versão vocal com o Cortal de Joab. Taí… um disquinho de fim de noite. 😉

Yogaterapia – Alívio A Estafa E A Tensão

Diante ao ibope que vem dando os discos extras, as curiosidades e raridades fonográficas de um modo em geral, me vejo forçado a continuar na trilha. Teremos uma semana bem variada.
Hoje, segundona… que tal uma aula de yoga para relaxar? Eu sei que estamos fugindo da mira musical, mas relaxados e concentrados podemos ir mais longe e ouvir melhor.
Com o apoio da professora Stella Schneider, você poderá curar-se do cansaço físico e mental. Este disco é uma aula de relaxamento que pode ser muito bem aproveitada, principalmente para aqueles que já tiveram algum contato com as práticas do yoga.Se a música naturalmente já nos deixa relaxados, como a prática do yoga, vamos ficar que nem o Bené Fonteles, zen… Então, relaxa que encaixa 🙂

Brasil!!! Na Copa Do Mundo – Campeão Mundial VI Copa Do Mundo (1958)

Hoje é domingo, dia de futebol. Meu time também joga hoje, mas eu não vou mais ao campo. Jurei que só voltaria a ver um jogo se pelo menos num ano ele fosse campeão. Já vai para mais de vinte anos isso… No fundo, eu perdi mesmo o encanto com futebol não foi apenas por essa razão. Nos últimos vinte ou trinta anos pra cá o futebol mudou muito. Deixou de ser um esporte para se tornar um espetáculo. Daí fudeu tudo… Espetáculo é sinônimo de grandiosidade, glamour, vaidade, falsidade e principalmente de muito dinheiro. Parece que hoje tudo é feito na base do espetacular. Tudo gira em torno da grana. Paradoxalmente eu digo, que pobreza!
O futebol deixou de ser para mim o que era depois que se tornou um negócio rentável. Hoje em dia nós não temos atletas, jogadores de futebol. Temos sim astros e mercenários do futebol. Ninguém hoje está interessado em suar a camisa por um time, só mesmo os novatos e os reservas. O que esses caras querem é a luxúria (em todos os sentidos da palavra). A mesma luxúria em que vivem os artistas, ou melhor, as celebridades. Hoje em dia temos as tais “celebridades”, que vai do jogador de futebol, passando pelos artistas de tv, duplas sertanejas, funkeiros e rappers, novos ricos, políticos e indo até aquela boazuda que participou do BBB e agora posa nua na Playboy. É, meus amigos, o mundo está mudado!
Bom exemplo de uma época de ouro está aqui neste disco. Eu nem tinha nascido, mas nem precisa para saber que, nesse sentido, o mundo era bem melhor. Este disco celebra o primeiro campeonato mundial ganhado pelo Brasil. Um time de craques formado por autênticos brasileiros. Temos no lp os registros dos melhores momentos do time brasileiro em todas as fases, culminando na final contra a Suécia por 5 a 2. O disco apresenta trechos originais das transmissões feitas pelas emissoras Pan Americana de São Paulo e Continental do Rio, nas vozes dos radialistas esportivos Geraldo José de Almeida e Waldir Amaral. No álbum temos também dois temas musicais sem os créditos publicados. Eu infelizmente não consegui localizar nem título e nem autor. Seja como for… viva o Brasil!

abertura musical
oitavas e quartas de final
semi final e final
final musical – o brasil é campeão

JK E Grupo De Seresta De Diamantina – JK Em Serenata (1967)

Estou impressionado com o número de solicitações que em pouco mais de 24 horas eu recebi. Realmente percebo o quanto temos de gente ligada no blog Toque Musical. Considerando que a média de acessos por aqui é por volta de 500, acredito que ainda receberei muitos pedidos de inclusão. Minha dúvida ainda persiste quanto ao número de participantes em um blog privado. Se alguém mais inteirado dos recursos de blog puder me dar um dica, pois devo confessar, sou bem limitado nesse assunto. Como eu já havia dito, não acharia nada legal levar nossos encontros para o privado (se minha mulher souber disso… hehehe…). Mas sério mesmo, minha preocupação é quanto ao acesso. Gostaria de criar um sistema onde, mesmo sendo um grupo fechado, tivesse uma visibilidade para aqueles que por ventura quisessem futuramente participar. Algo como os grupos de discussão. Será que conseguiremos algo assim? Por enquanto, o que posso fazer é pegar o contato de cada um, prevendo uma possível tempestade pela frente. Tomara que não venha nunca. Conto com a colaboração de quem puder dar.
Seguindo enfrente com nossas postagens fonográficas e ainda na onda das curiosidades, tenho aqui um disco e tanto. Este álbum de seresta, que na época de seu lançamento fez um baita sucesso. Um disco com um dos mais populares presidentes do país, Jucelino Kubitschek ao lado do Grupo de Seresta de Diamantina.
Como deve ser do conhecimento de todos, JK era mineiro de Diamantina e como um bom diamantinense, um amante da seresta. Embora fosse chamado de “Presidente Bossa Nova”, seu negócio mesmo era a seresta. Segundo contam, ele só não suportava mais ouvir o tal de “Peixe Vivo”, pois em todo lugar que ia, alguém cantava essa música seresteira. Virou sem querer o tema de JK.
Mas quanto ao disco, este feito memorável, e porque não dizer histórico, foi registrado em 1967 em Belo Horizonte, pela Bemol. Conforme Dirceu Cheib, engenheiro de som, pioneiro em Minas Gerais e dono da Bemol, *…logo no primeiro ano de atividade do estúdio em 67 , nos conseguimos trazer o presidente Juscelino Kubitschek. Ele sabendo da gravação do disco “Diamantina em Serenata”, logo se prontificou em fazer a abertura e redigiu um pequeno texto de improviso. O disco teve uma repercussão nacional, porque naquela época, mais do que hoje o JK era um grande ídolo.
O fato é que no ano seguinte, com a vinda do AI-5 o álbum acabou sendo recolhido (sem motivo aparente, além da figura de JK) e o pessoal da Bemol foi parar na Polícia Federal. O disco caiu no esquecimento, pondo fim ao que seria o primeiro grande sucesso da gravadora. Hoje, apenas alguns poucos colecionadores possuem este disco. Uma raridade!

mensagem de jk
recorda-te de mim
é a ti flor do céu
meiga virgem
a sempre viva
varrer-te da memória
elvira escuta
impossível
pout pourri (folclore)


Disco X – Curiosas Raridades Fonográficas (2009)

Entre as diversas curiosidades fonográficas, tenho aqui uma “cabeluda”. Quer dizer, um velho disco sem nome e sem autor, com um conteúdo musical inusitado (para a época). Trata-se de um disco artesanal de alumínio, sem capa ou selo, gravado, provavelmente no final dos anos 50 ou início dos anos 60. A bolacha traz em suas faixas algumas paródias, que seriam de mal gosto, se não fossem nessa altura algo tão curioso. A qualidade do som é precária, mesmo depois de alguns tratamentos. Recuperamos o que foi possível. Mesmo assim, vale a pena conhecer. Saber que em outras épocas o besteirol e a baixaria já corriam soltos nos estúdios de gravação. Hoje, talvez, acostumados a ouvir publicamente esses ultrajantes raps e funks, para a maioria das pessoas isso será café pequeno. Taí uma postagem que merece comentários…
*Como também não há os títulos das faixas, resolvi eu mesmo nomeá-las 🙂

poema da sacanagem (do mundo nada se leva)
o pinico
se trepar com a minha filha…
nêgo
espalha merda
canção das mulheres
se o destino lhe der um limão
valsa de uma cidade

Atencão!

Olá! A partir de hoje, eu estarei recolhendo os endereços de e-mail daqueles que estiverem interessados em continuar participando do Toque Musical. Diante às constantes ameaças e ao patrulhamento que vem a cada dia cercando os blogs, vejo que é hora de buscar alguma alternativa para que, se necessário, continuemos como um grupo privado. Sinceramente essa idéia não me agrada, pois limita o acesso de pessoas e restringe a ação cultural do blog. Farei o possível para manter as coisas como estão, mas por via de dúvidas vamos fazer o seguinte: os interessados deverão formalizar seu pedido de participação, enviando um e-mail para toquelinkmusical@gmail.com . Nesta comunicação deve constar apenas o pedido de participação, que será dado ao endereço do e-mail enviado. Só serão incluídos os pedidos feitos dessa forma, com uma solicitação explicita e direta. Ainda tenho algumas dúvidas quanto ao número de participantes aceitos no formato privado. Me parece que há um limite. Se for verdade, vai ficar complicado… Gostaria de contar com as sugestões de vocês. Se alguém tiver uma outra idéia, por favor me envie.
Contudo, recolhendo endereço de e-mails, na pior das hipóteses como fechamento do blog, ainda assim teremos a chance de manter o grupo e quem sabe, abrir um novo espaço. O importante agora é juntar os interessados. Peço ainda aos amigos do blog que divulguem aos outros, principalmente os estrangeiros, que nessa hora devem estar boiando.
No momento em que a chuva começar a cair, a arca irá se fechar.

Juca de Oliveira – Recita Drummond E Vinicius (1973)

Para complementar mais o dia e não ficarmos com aquela sensação de “quero mais”, estou incluíndo mais uma postagem. Desta vez temos um compacto com o ator Juca de Oliveira recitando poemas de Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade. O fundo musical é feito pelo violonista Toquinho. Este disquinho foi oferecido como brinde pela revista Mais. Alguém aqui se lembra? Temos aqui o seguinte…

resíduo (fragmento) – drummond
elegia na morte de clodoaldo pereira da silva (fragmento) – vinicius
cidadezinha qualquer- drummond
poema das sete faces – drummond
ternura – vinicius
resíduo – drummond
conjugação da ausente – vinicius
anedota búlgara – drummond
elegi desesperada – vinicius
quarto em desordem – drummond
resíduo (fragmento) – drummond

Os 30 Maiores Jingles De Todos Os Tempos (2004)

Ontem, após a postagem do disco da MPM Propaganda, eu me lembrei deste cd que a Abril Cultural lançou a uns anos atrás. Na época eu comprei mas não dei muita bola para o assunto. Acabei perdendo em algum empréstimo, nem sei… Depois de algum tempo encontrei o disquinho disponível na rede e baixei. Na verdade, trata-se de dois volumes trazendo os mais famosos e memoráveis jingles feitos no Brasil. Para rechear ainda mais o bolo, além das 60 musiquinhas de propagandas, eu resolvi incluir mais umas 40 avulsas que eu anteriormente havia recolhido. Espero que vocês gostem. Eu acho o máximo!

Miguel Gustavo – MPM Propaganda (1972)

Olá a todos! Ontem, devido a minha falta de planejamento e também de tempo, acabei por não fazer a postagem do dia. Enganei vocês trazendo apenas mais um volume da coleção Nova História da MPB. Infelizmente, não tive mesmo condições. Mas retomo agora às curiosidades e raridades fonográficas como eu havia prometido. Há muito que eu venho querendo postar essas coisas aqui e acho que é chegado um bom momento.
Hoje temos um disco brinde de natal, criado para a agência MPM Propaganda em 1972, no intuito de presentear aos seus clientes e também homenagear um dos maiores criadores de jingles (música de propaganda), o compositor Miguel Gustavo, falecido naquele ano. No lp encontramos algumas de suas mais conhecidas composições, tanto para o mundo da propaganda como no musical artístico. Suas criações são aqui interpretadas por nomes de peso da música brasileira. Apenas a faixa “A Estrada” não é criação de Miguel. Esta foi feita em sua homenagem. Uma seleção bacana, como muita coisa inédita e rara.
Miguel Gustavo foi um compositor, como ele mesmo se intitulava, primário. Ele não entendia de música e suas composições eram fruto apenas de sua sensibilidade natural. Por certo que a prática acaba levando a perfeição e Miguel foi muito além.
Incluo a baixo (por pura preguiça) um texto de Fábio Dias, extraído do site Clube do Jingle, apresentando este ilustre desconhecido e seus famosos feitos musicais:
Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins, compositor, jornalista, poeta e radialista nasceu no Rio de Janeiro em 24. de março de 1922 e faleceu em 22 de janeiro de 1972 aos 50 anos de idade. Ele era um cronista musical. Retratava em suas músicas o que de mais importante estava acontecendo nos meios sociais da época. Começou como discotecário da Rádio Vera Cruz em 1941. Mais tarde passou a escrever programas de rádio.
Em 1950 começou a compor jingles tendo se notabilizado nesta atividade com vários jingles de grande repercussão podendo ser destacado o que foi composto para as Casas da Banha com aproveitamento da melodia de Jesus, alegria dos homens de Johann Sebastian Bach. Sua primeira música gravada foi Primeiro amor, interpretada por Luiz de Carvalho, Os Tocantins e Dilu Mello em gravação Continental lançada em julho/agosto de 1946.
Em 23 de setembro de 1947, Ataulfo Alves gravou na Victor o samba O que é que eu vou dizer em casa, de sua autoria e Miguel Gustavo. Foi seu primeiro sucesso musical.
Em 1953 voltou a fazer sucesso com É sempre o papai, um baião de sua autoria que Zezé Gonzaga gravou na Sinter.
Mais tarde veio o ciclo dos sambas de breque com Moreira da Silva: O conto do pintor, O rei do gatilho, O último dos Moicanos, O sequestro de Ringo, O rei do cangaço e Morengueira contra 007.
Em 1963 compôs um jingle para o Leite Glória que até hoje é lembrado por muita gente pela forma moderna e criativa que a letra falava sobre as características do produto.
A música A dança da boneca, gravada pelo Chacrinha para o carnaval de 67 foi, depois, transformada no prefixo do Programa do Chacrinha com ligeiras modificações na letra e se popularizou pelo Brasil inteiro.
Para a Copa do Mundo de 1970, no México, ele criou o extraordinário Pra Frente Brasil ao participar de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos. O sucesso foi tanto que no carnaval do ano seguinte a música figurou entre as mais cantadas e até hoje é lembrada com carinho pela torcida brasileira.
Umas das principais características dos jingles de Miguel Gustavo eram as introduções marcantes que muitas vezes se tornavam um prefixo do próprio jingle e podiam ser consideradas melodias independentes dentro da peça, de tão bem estruturadas e fortes.
*Fábio Dias com dados fornecidos pela collectors.com.br

casas da banha – moinho de ouro – radamés gnattali
e daí? e daí? – alaide costa
morengueira contra 007 – moreira da silva
brasil eu adoro você – hino do sesquicentenário – angela maria
per omnia secula seculorum – josé tobias
café soçaite – jorge veiga
tatuzinho – leite gloria – erlon chaves
calma coração – miltinho
canção inútil da paz – severino filho
prá frente brasil – fala manuel gustavo
partido baixo do partido alto
a estrada – luis reis

Alceu Valença Geraldo Azevedo E Marcus Vinicius – Nova História Da MPB (1978) 4

Olá amigos! Pensaram que eu havia me esquecido da nossa postagem especial? Nada disso, apenas alguns atrasos e adaptações. Estou em transito, quer dizer, viajando, fora do QG. Mas, prevenido, deixei as coisas engatilhadas. A semana vai ser divertida.
O volume da vez agora é este, como Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Marcus Vinicius. Me lembro que este exemplar foi o primeiro que eu comprei após assistir a um show de Alceu, na época do lançamento de seu álbum “Espelho Cristalino”. Ainda não conhecia bem o Geraldo Azevedo e muito menos no Marcus Vinicius. Uma coisa acaba levando a outra. Não demorou muito e eu logo comprei os álbuns “Quadrifônico” de Alceu e Geraldo e “Trem dos Condenados” de Marcus Vinicius. Comecei também a colecionar os fascículos desta coleção.
Neste álbum temos então três artistas que além de serem filhos do nordeste, inciaram seus trabalhos em cooperação, principalmente Alceu Valença e Geraldo Azevedo.

vou danado para catende – alceu valença
agalopado – alceu valença
punhal de prata – alceu valença
esse choro um – marcus vinicius
em copacabana – geraldo azevedo
novena – geraldo azevedo e alceu valença
caravana – geraldo azevedo
trem dos condenados – marcus vinicius

Rede Globo De Televisão – Cortesia De Fim De Ano (1971)

Já que estamos na semana das curiosidades, aproveito inicialmente para informar que criei a pouco tempo atrás uma comunidade no Orkut. Temos por lá também uma bandeira do Toque Musical. Como não sou muito ligado nessas coisas, acabei por não comunicar à vocês. Mas recentemente resolvi investir um pouco nele, ou melhor, no público que o acessa, divulgando um pouco mais o blog. Fiquei admirado com a resposta imediata. Em pouco mais de um mês eu já estou cheio de amiguinhos e pelo jeito, vamos só aumentando a comunidade. Confesso a vocês que sou um completo ignorante em relação ao Orkut. Na verdade eu não tenho é muita paciência com esse tipo de relacionamento. Mas devo admitir sua eficiência como ferramenta de divulgação. Por lá tenho publicado as capinhas dos discos que já foram postados juntamente com um link para o blog. Eis aí mais um recurso que eu não estava utilizando.
Bom, aqui temos um álbum promocional distribuído de brinde pela Rede Globo de Televisão. Este disco foi oferecido como cortesia de fim de ano. Uma maneira da Globo anunciar as novas mudanças que viriam a partir do ano de 1971. A rede de televisão estava em fase de melhorias, como a chegada da transmissão a cores. Programas como o Som Livre Exportação, Faça Humor Não Faça Guerra, Discoteca do Chacrinha, Balança Mas Não Caí, além das novelas Irmãos Coragem, Pigmalião 70 e Verão Vermelho são alguns dos temas de abertura apresentados neste lp.

alô brasil, aquele abraço
hora da buzina
discoteca do chacrinha
balança mas não cai
faça humor não faça guerra
som livre exportação
teletema – regininha
menina – cláudio cavalcanti
gente humilde – márcia
pigmaleão 70 – umas e outras
verão vermelho – elis regina
irmãos coragem – jair rodrigues
quarentão simpático – umas e outras
hora da buzinha

Documentos Sonoros – Coleção Nosso Século (1980)

Hoje, domingo, eu inicio a semana das curiosidades e raridades fonográficas. Vamos postando aqui alguns discos curiosos, interessantes e que certamente nunca mais serão vistos ou ouvidos. Uma mostra de discos que reflete bem o lema do Toque Musical: “um lugar para quem escuta música com outros olhos.” Na verdade, não apenas música, mas tudo que possa ter sido gravado.
Começo com este, “Documentos Sonoros”. Um disco-bonus, parte integrante de uma coleção da Abril Cultural chamada “Nosso Século”. Nunca consegui completar essa publicação e nem montar o livro. Na verdade, acho que eu a segui até o ponto em que a gente ganhava o disco. Depois de um determinado número de exemplares da coleção você ganhava o disco, Ou algo assim…O fato é que o lp procura reunir alguns dos momentos mais importantes da nossa história, vistos (ou ouvidos?) através de gravações, aqui denominadas como ‘documentos sonoros’. A apresentação e narração são de Ségio Viotti e abrange o início do século vinte até os anos de 1979/80, data da realização do álbum. É sem dúvida um trabalho precioso por nos montar um rápido e eficiente panorama da história brasileira através da própria história das gravaçõess no país.
Confiram este disco porque vale a pena 😉

Ely Camargo – Outras Canções Da Minha Terra (1967)

Ainda ecoando por aqui a voz feminina, hoje tenho o prazer de trazer mais um disco desta genial cantora Ely Camargo. Na verdade, o certo seria dizer, uma genial cantora e seus excelentes álbuns. Espantosamente para mim, vejo pelo índice da audiência no Toque Musical que os discos da Ely não despertam tanto interesse como eu imaginava. O que é uma pena, pois essa grande maioria de desinteressados não sabe o que está perdendo. Talvez, por aqui, eu não tenha dado a devida ênfase a esta grande e pouco lembrada artista goiana. Quando falamos de música regional, tradicional, música da terra ou folclórica, muita gente pensa que se trata de música caipira ou sertaneja. Outros ainda chegam a pensar nas deturpadas derivações do neo-sertanejo com a babaquice country, que somados geram essas duplas de bocós que a gente vê surgir todos os dias.
Mas figuras como Ely Camargo estão acima, bem acima desse patamar. Embora esteja inserida no universo musical de nossas raízes, do tradicional ou popular, paradoxalmente podemos dizer que Ely Camargo é uma erudita. Sua relação com o tradicional é profunda e a acompanha desde a infância. Herdou do pai, o compositor Joaquim Edison Camargo toda a sua riqueza musical e foi além. Pesquisadora respeitada, não apenas no país, já representou o Brasil em diversos momentos levando aos estrangeiros a nossa cultura, mostrando ao mundo que a música brasileira não se resume apenas em samba e bossa nova. Neste instante me vem a cabeça um pensamento…, o quanto temos deixado de lado e esquecidas as nossas verdadeiras tradições. Temos trocado nosso ouro bruto por bijuterias. As novas gerações só conseguem ver maracatu, toadas, maxixe, côco, samba e tantos outros ritmos maravilhosos que temos, se estiverem temperados ou decorados com raps, funks, reggaes e punks. É como botar gelo uma boa pinga de Salinas. Por essas e por outras é que eu insisto em apresentar aqui mais algumas vezes esta ilustre figura. No que depender de mim, ainda teremos outros discos dela por vir.
A Chantecler foi um selo criado no inicio dos anos 60, especialmente para lançar artistas, descobrir novos valores e revela-los ao Brasil. Durante sua existência ele cumpriu bem o papel, figurando entre seus lançamentos os primeiros e mais famosos discos de Ely Camargo.
Para hoje, vamos como o belíssimo “Outras Canções de Minha Terra”, também compreendido como sendo o quinto volume da série “Canções de Minha Terra”. Neste álbum ela continua resgatando temas tradicionais. É bom lembrar que “as canções de minha terra” não se referem apenas à música de Goiás, mas de todo o Brasil. Temos acompanhando Ely o grupo vocal Os Titulares do Ritmo e a viola de Zé do Rancho. Os arranjos são dos maestros Zico Mazargão e Jorge Kazsás. Mais um disco nota 10! Confiram o toque…

mamãe iemanjá
canto chorado
xodó
mulé rendeira
sodade, meu bem, sodade
biá-tá-tá
morena, morena
meu barco é veleiro
boneca de pano
rancheira de carrerinha
eterna saudade
jornada de iapinha
meu limão, meu limoeiro
prenda minha
distante da pátria
dança de caboclo
preto do corcovado

Prêmio Dardos & Outros Agradecimentos

Como confirmou o Márcio Proença do blog Sombaratinho: “os estrangeiros dão muito mais valor ao que é nosso do que nós mesmos”. E eu cada vez me convenço mais dessa premissa e a aplico neste momento. Fui um dos indicados pelo blogueiro holandês Martoni em seu blog Rádio Forma & Elenco ao Prêmio Dardos. Pelo que vim a saber, essa é uma premiação simbólica agraciada aos blogs cujo o desempenho foi reconhecido através de seu conteúdo no campo cultural, criativo e ético. Seria bom se o Toque Musical estivesse mesmo dentro dessas condições. Mas eu o aceitei, não apenas pela consideração ou pelo meu trabalho, mas (e principalmente) porque premiações como esta tende a estreitar os laços de amizade, criando aproximações, diminuindo as barreiras de comunicação entre todos. Agradeço ao amigo Martoni pela lembrança e a todos que como ele compartilham desta simpatia ao meu blog. Espero continuar fazendo por merecer. Agradeço também ao Márcio Proença pela gentil citação ao meu trabalho em uma de suas últimas postagens.
Bom, seguindo às regras, devo indicar quinze outros blogs, que ao meu ver também seriam merecedores. Na verdade eu teria mais, a começar pelos blogs linkados ao meu. Mas como sei que a grande maioria já recebeu o seu por outras vias, vou me ater a outros que me são importantes e por diferentes razões:
A Música Que Vem De Minas – pelo bom começo e pelo que nos aguarda.
Abracadabra LP’s o Brasil – pela sintonia espiritual e musical (embora não seja recíproco)
Acervo Origens – por ser de um violeiro bacana, ligado em suas raízes.
Br-Instrumental – por ser um pioneiro instrumental e com muita qualidade.
CB Latin Jazz Corner – pela latinidad, pelo jazz, pela presença sempre comentada.
Chiadofone – pela pesquisa séria e resgate de fonogramas antigos.
Entresseio – pela diversidade, simpatia e pela presenç sempre comentada.
Gravetos & Berlotas – pela sintonia no rock, nos gravetos e principalmente nas berlotas.
J Thyme… Kind – pelos acessos raros e pelo coração brasileiro.
João Donato – pela simpatia e criatividade musical, porque sou fã desse maluco 🙂
Na Era do Rádio – pelas lembranças dos Anos Dourados e pelo sax de Sandoval Dias.
Outras Bossas – por ser da Joyce, por ser jóia rara.
Saravá Club – por ser um pioneiro, inovador com muito swing.
Vida Digital – Know-How – pelas sempre boas dicas de sites
Visão Estenopeica – por manter viva a técnica da fotografia pinhole.
(pronto, taí… agora é só avisar aos agraciados)
*Este prêmio deveria se chamar Corrente. Você pega o seu e passa pra frente 🙂

Angela Ro Ro (1979)

Este tal de Mediafire é mesmo melindroso. Foi eu comentar que ele estava dando para trás e o bichinho começou a me sacanear. Vários arquivos foram deletados sem motivo e seu eu saber. Eu não teria dúvidas quanto a isso se fossem apenas os arquivos antigos. Sei que a política deles é que depois de um tempo sem download o arquivo é apagado. Mas peraí… desta vez pegaram os mais recentes, o do dia! Tem algum coisa errada aí… Para evitar outra dessa, voltarei gradualmente para o Rapidshare. É lento, é free, mas é confiável. O Mediafire continua na jogada, mas apenas para cobrir a retagurada. De hoje em diante ele fica no banco de reservas.
Gostaria de contar com a ajuda de todos vocês no sentido de irem me apontando os links vencidos. Pedirei aos meus ilustres colaboradores/fornecedores de links que novamente nos favoreça com os mesmos.
Para o dia de hoje eu trago a Angela RoRo em seu disco de estréia, lançado no final dos anos 70. Este é mais um daqueles álbuns que está na lista dos meus 100 favoritos. Um disco perfeito de cabo a rabo. Cheio de baladas, blues, rock… numa atmosfera romântica com cheiro de whisky e muita fossa. Uma das coisas que mais me chama a atenção é a presença do piano e dos arranjos de Antonio Adolfo, o cara é demais! A química entre os músicos, somado ao combustível que é a própria RoRo, faz deste álbum um dos melhores discos realizados nos últimos 30 anos. E olha que eu não falo apenas pelo meu gosto pessoal. Quem conhece sabe e confirma. Discão!!!
cheirando a amor
gota de sangue
toal foi você
não há cabeça
amor, meu grande amor
me acalmo danando
agito e uso
mares de espanha
minha mãezinha
balada da arrasada
a mim e mais ninguém
abre o coração

Beth Carvalho – Na Fonte (1981)

Putz! Ontem eu levei um susto com a parada para manutenção do Mediafire. Achei que os arquivos haviam todos sido deletados. Já vi coisa parecida acontecer e nos dias atuais de caça às bruxas, não seria de estranhar. Preocupado com esta situação, eu volto novamente a pensar na possibilidade de levar o Toque Musical para o privado. Naturalmente ao fazê-lo eu irei (com uma boa antecedência) avisar a todos os frequentadores. Só faria sentido criar um clube fechado se nele eu mantivesse o mesmo número de público. Sei que pelo menos 1/3 dos visitantes ainda preferem se manter ocultos, seja por comodismo ou por algum tipo de temor aos patrulheiro$ da nova ordem digital. É pensando também nesse incomodo, no terrorismo eminente, que me vem a idéia de criar um espaço reservado, sem temor ou anonimato. Uma comunidade onde todos se conheçam, onde não haja “Gerson” querendo levar vantagem.
Volto mais uma vez a lembrá-los que neste blog não há interesses além de uma boa amizade, do intercâmbio cultural e das afinidades musicais. Eu não ganho um centavo (e nem quero) para fazer o Toque Musical. Se há alguém ganhando com isso, podem acreditar, são somente os donos da rede que nos garante gratuitamente esses espaços e um bando de advogados gananciosos que vem fazendo os $eus na sangria. Aqui eu não peço nenhuma contribuição, direta ou indireta. Se os criadores do produto não estão ganhando, não é justo que eu ganhe também. Sei que muitos hão de discordar das minhas idéias, tanto de um lado como do outro. Mas seria de bom tom para todos os blogueiros de música, reconsiderarem suas políticas, evitando doações financeiras, propagandas e principalmente a postagem de discos recentes. Um blog de música deve ter como meta principal, promover essa cultura fonográfica, preservar seus valores específicos, resgatar a memória e a história musical. E acima de tudo, ser feito com paixão. Por favor, não me interpretem mal… independente disso tudo, prezo a todos os blogueiros e respeito seus pontos de vista. Mesmo que por algumas vezes eu tenha me excedido, sempre soube reconsiderar, me desculpar pelos meus erros. Como já dizia o Paulo César Pinheiro, “o importante é que a nossa emoção sobreviva”.
E por falar em emoção, vamos a do dia… Vamos ao que é mais interessante, à Beth Carvalho em seu álbum de 1981, “Na fonte”. Este disco é outro da sambista que eu ponho fé, um dos meus favoritos. Nele nós estamos mesmo na fonte do Samba. Beth Carvalho reuniu neste lp os bambas do samba e pagode carioca, gente que sempre ficou nos bastidores, mas que são os pilares da música que mais expressa o Brasil. Um disco verdadeiramente de sambistas, produzido e arranjado por Rildo Horta. Vamos nessa… tá na hora da virada!

virada
escasseia
grande erro
salve a mangueira (a mangueira não pode parar)
morrendo de saudade
motivação
gorjear da passarada
pedaço de ilusão
é, pois é
dança da solidão
tendência
deus me fez assim
alpendre da saudade

Marília Medalha – III Festival Da MPB (1967)

Com essa parada do Mediafire eu acabei ficando parado também. Perdi boa parte da manhã tentando entender o que aconteceu. Ainda tô boiando… e antes que o mal estar me pegue de jeito (porque isso realmente me tirou do sério), vou fazer mais uma postagem e completar o dia.
Como bonus, aqui vai um compacto do III Festival de Música Popular Brasileira (1967) . Nele encontramos duas faixas com Marília Medalha, acompanhada de Edu Lobo e o grupo Momentoquatro.

ponteio – edu lobo, marilia medalha e momentoquatro
diana pastora – marilia medalha e momentoquatro

Marilia Medalha – Caminhada (1973)

É… Pelo jeito estamos com problemas no Mediafire. Para meu desgosto, todos os arquivos do Toque Musical que estavam lá hospedados foram deletados. Pelo menos é o que parece. Ainda não sei ao certo o que houve. Vou aguardar para ver no que dá. Até então, volto a usar o Rapidshare que apesar de lento no upload, pelo menos é mais garantido.
Hoje eu tenho o prazer de trazer para vocês uma das minhas favoritas, a cantora e compositora Marília Medalha. Me lembrei dela quando postava o disco da Junia Horta, onde consta na contracapa uma mensagem de Marília. Não foi por acaso que ela em 1967, ao lado de Edu Lobo, faturou o primeiro lugar com a música “Ponteio” e depois nos anos que se seguiram, continuou se revelando não apenas como cantora, mas também compondo. Uma de suas músicas que eu acho das mais bonitas está neste lp e é a que dá nome ao álbum. “Caminhada” é uma música perfeita, tanto em letra como em melodia. Aliás, é bom dizer, este disco é todo perfeito. Além de boas músicas e bons instrumentistas, como vocês poderão conferir na contracapa, temos encabeçando junto à Marília a saudosa violonista Rosinha de Valença, responsável pela produção e todos os arranjos. Arranjos, diga-se de passagem, maravilhosos!
Taí, um disco que não podia faltar no Toque Musical. Confiram…

caminhemos
estrada nova
deus me perdoe
perseguição
fim do mundo
amanheci
água escondida
de cigarro em cigarro
o primeiro clarim – mortalha fria
caminhada
xaxado de espantar tristeza

Doris Monteiro – Doris (1973)

Atendendo a um pedido muito especial, aqui vai mais um disco da Doris Monteiro. Este lp eu já havia pensado em postar, mas diante a tantos discos da cantora que apareceram em outros blogs, achei que seria perda de tempo. Além do mais, me parece, este álbum foi relançado a uns dois ou três anos atrás entre os frutos de escavação do Charles Gavin. Este disco é da fase Odeon da cantora. Nele podemos encontrar a belíssima “Até quem sabe?”, de João Donato, que foi lançada um ano antes de Gal Costa gravá-la. Outra que também saiu na frente foi “Eu só quero um xodó”, de Dominguinhos e Anastácia. Somente alguns meses depois viria a versão de Gilberto Gil, num compacto de muito sucesso. “Palhaçada”, de Silvio de Carvalho, aqui aparece ainda mais balançada e foi do disco o maior destaque. Confiram o toque…
eu só quero um xodó
lá se foi a imagem do bom crioulo
até quem sabe
água da fonte
até parece
jogo duro
se é questão de adeus
palhaçada
pro mesmo lugar
viagem
pedra de guaratiba
você não sabe

Adoniran Barbosa E Paulo Vanzolini- Nova História Da MPB (1978) 3

Iniciando mais uma semana, vou logo trazendo outro volume da coleção Nova História da Música Popular Brasileira. Como eu já havia informado (e pelo jeito estarei informando sempre a cada novo volume), a apresentação da série é feita por ordem alfabética e não conforme a de lançamento. Mesmo porque, não há uma numeração a ser seguida.
Hoje temos duas figuras excepcionais, dois mestres, Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini. Não há muito o que se possa falar desses dois compositores paulistas que já não tenha sido dito. Aliás, neste disquinho, não há muito o que se possa mostrar tanto de um quanto do outro. Eu sinceramente não entendo até hoje o que levou a Abril Cultural a lançar essa coleção com um disco de 10 polegadas. Será que não dava para ser um ‘long play’ com quatro musiquinhas a mais? Melhor ainda, será que não dava para fazer um álbum duplo? Ou pelo menos dar a cada artista escolhido um volume exclusivo? Esta coleção é muito legal, mas deixa a gente com água na boca, um gostinho de quero mais. Talvez seja essa mesma a intenção. Temos então, de um lado Adoniran e do outro o Vanzolini. Acompanhando, segue o álbum com as informações que o completa. Confiram…

saudosa maloca
samba do arnesto
bom dia tristeza
trem das onze
ronda
volta por cima
praça clóvis
capoeira do arnaldo

Diana Pequeno – Eterno Como Areia (1979)

Olás! Deixei para hoje, domingo, a postagem de “Eterno como areia”, segundo álbum da cantora e compositora baiana Diana Pequeno. Eu era apaixonado por essa morena, que além de ser muito bonita, canta maravilhosamente bem. Para completar, sempre escolheu um repertório de primeira, que sempre me agradou. Neste lp, lançado em 1979, Diana repete a dose, apostando num estilo que mescla baladas românticas, influências medievais, folclóricas e rurais. Pessoalmente, acho este disco bom da primeira à última faixa. Temos nele alguns destaques como “Facho de fogo”, de João Bá e Vital França, defendida por ela no Festival da TV Tupi em 79. “Diverdade”, de Chico Maranhão, é outra que também foi classificada para o festival da TV Globo, o MPB 80. Se não bastasse ainda tem mais…

engenho de flores
facho de fogo
campo branco
eterno como areia
rio largo de profundis
camleão
diverdade
chama
esse mar vai dar na bahia
travessei moreno
colina
cantiga de amigo
nó partido

Ilka Domingas – Ilka (1984)

No início dos anos 80 florescia no Brasil os artistas e álbuns independentes. As grandes gravadoras, mais preocupadas com um retorno imediato de seus investimentos, estavam mais interessadas em dar oportunidade aos artistas formatados, sucessos garantidos de público e vendas. Assim, muitos (e bons) artistas começaram a buscar a alternativa do álbum independente. Este, para mim, foi o prenúncio do fim das gravadoras e de uma época de ouro na indústria fonográfica. Depois que eles tiraram das gravadoras quem entende de música, colocando no lugar quem entende de números, a vaca foi para o brejo. E pensar que a indústria fonográfica no Brasil já foi uma das mais atuantes. Hoje, se não fossem pessoas como nós, que guardamos sua memória e gostamos verdadeiramente de música, ela já não teria muito que contar. Por essas e outras é que as vezes precisamos andar na contramão. Legal é não deixar morrer.
O disco que apresento hoje é um bom exemplo da qualidade do trabalho independente que começou a pipocar na época. Temos aqui Ilka Domingas, cantora e compositora, em seu primeiro e (suponho) único disco. Um trabalho inspirado, realmente muito bonito. Este álbum foi produzindo, arranjado e tocado por Antonio Adolfo. Participa também o instrumentista Cláudio Jorge que toca violão, viola e guitarra. As músicas são todas composições de Ilka Domingas. Muito bom, confiram…

carências
que coisa é essa
tô com você na cabeça
amor na madrugada
uma noite de reis
pila café
menino da roça
anseios
topsure
agora é pra valer

Thereza Tinoco – Ave-Rara (1990)

Olá caríssimos! Aqui estou eu já passando da hora, mas nunca sem bater o ponto 😉 Hoje o meu dia foi bem agitado. Só agora estou tendo um tempinho para a nossa postagem.
Para esta sexta feira eu reservei “Ave-Rara”, mais um dos bons discos da compositora Thereza Tinoco, lançado em 1990 pelo selo independente Fama. Como se pode ver na capa, participa do álbum o cantor Ney Matogrosso, um de seus maiores interpretes. Este álbum, como o nome mesmo diz é uma ave rara, difícil de se ver por aí. Termino com uma pergunta: vocês acham que teríamos novamente a chance de rever ou conhecer este disco, assim como tantos outros, se não fosse através de blogs como o Toque Musical?

ave-rara
sexta-feira errante
corrente
nossa emoção
o amor é isso
anos luz
lavados lençóis
viajante
a dama da madrugada
artistas

Graça Biot – Coisa Feita (1983)

Cantora, compositora e atriz, Graça Biot foi uma das promessas surgidas no início dos anos 80. Digo isso porque até então eu nunca a tinha visto (ou ouvido) antes. Pela rápida pesquisa que fiz na rede, seu nome aparece timidamente. As referências estão sempre associadas a este disco ou a uma pequena nota em um site, onde descobri que (até 2006) ela era a feliz proprietária de um bar – o Bar da Graça – ‘também conhecido como a “Oca”, tradicional ponto de encontro que ela própria administra na Praia de Coroa Grande, em Itaguaí, RJ.’
“Coisa feita” foi seu primeiro álbum e pelo que tudo indica o único. Com tantos outros ótimos discos que acabam ficando sem a devida divulgação, este foi mais um que passou batido. Graça tem uma voz suave e muito agradável. O repertório também na medida com músicas de grandes autores. Para evidenciar ainda mais as qualidades do álbum temos Oscar Castro Neves, responsável pelos arranjos e presente ao violão em todas as faixas. Completando, um grupo de feras como, Gilson Peranzzetta, Chico Batera, Téo Lima, Marçal… quer mais? Confiram já a bolacha, que além de tudo, não é em qualquer canto que se acha 😉
coisa feita
sessão passatempo
aqui o que é?
casar não é casaca
ministério da economia
dois num
no camarim
achados e perdidos
muito obrigado
a neta da madame roquefort
rua vinicius de moraes