Orquestra Rádio Sob Direção De Claudio Santoro – Chorinhos Nº1 Ontem E Hoje (1952)

Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Como vocês podem ver eu ainda não desisti da dobradinha 10-12 polegadas que venho publicando desde de junho deste ano. E ao que parece, está agradando a todos. Assim sendo, vamos em frente…
Aqui temos um raro lp de dez polegadas do selo Rádio. Este foi o segundo disco de 33 rpm que a gravadora lançou, em 1952, os “Chorinhos Nº 1”, com a Orquestra Rádio e sob a direção do maestro Claudio Santoro. Um disco bem interessante apesar do estado um tanto sofrível do vinil. Temos nele uma seleção ‘classuda’ de chorinhos (tanguinhos) de Ernesto Nazareth e também dos autores então modernos, como Edmundo Maciel, Cesar Cruz e Paulo Nogueira. Um contraponto entre dois momentos do chorinho, o ontem e o hoje. Ou seria o ontem e o anteontem? 
 
brejeiro
vai levando
cavaquinho por que choras
meu palheirinho
enchendo
ameno reseda
floreaux
odeon
 
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Seleções Rádio Nº 1 (1955)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Aqui temos hoje um disco de 10 polegadas do selo Rádio, lp lançado em 1955 trazendo uma seleção de artistas do ‘cast’ desta gravadora. Eis aqui um dos primeiro exemplos de coletânea promocional onde o selo pode mostrar num disco seu leque de opções. E aqui temos…
 
risque – silvio caldas
trem paulista – godoy e seu sexteto
sem piano – bandeirante e seus melódicos
feitio de oração – marília batista
negrinho do pastoreio – grupo farroupilha
chuva e pranto – waldir calmon
tristeza eterna – edu da gaita
abismos de rosa – orquestra rádio
 
 
 

Aldo Taranto E Orquestra Rádio – Valsas Brasileiras (1954)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como eu sei que aqui não faltam amantes de valsas, os famosos “pé de valsa”, não poderia deixar de trazer para essa nossa mostra mais um disquinho de 10 polegadas do gênero. Aqui temos Aldo Taranto com a Orquestra Rádio e seus solistas em disco lançado em 1954. O repertório nos traz sete famosas valsas brasileiras, números clássicos que aqui no Toque Musical, muitos deles, já foram apresentados em outros discos. Contudo, é sempre bom conhecer novos velhos discos e suas diferentes interpretações, não é mesmo? Confiram no GTM…
 
abismo de rosas
primeiro amor
glória
clélia
elegantíssima
terna saudade
tardes em lindoia
 
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Orquestra Rádio – Sambolandia (1958)

Ritmo brasileiro por excelência, o samba é a atração deste fascinante álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados. Ele foi lançado em 1958 por uma gravadora que lançou exclusivamente “long-playings”, a Rádio. A empresa originou-se da Rádio Serviços e Propaganda, e teve até sua própria fábrica, na cidade de Petrópolis, região serrana fluminense, dispondo até de uma gráfica para imprimir as capas de seus vinis. Foi lá que o pianista Waldyr Calmon lançou seu primeiro LP, o dez polegadas “Ritmos melódicos”, embrião de outras séries de álbuns que gravaria nos anos seguintes, como “Feito para dançar” e “Para ouvir amando”.  Outros cantores e instrumentistas também lançaram LPs pela Rádio, tais como Sílvio Caldas, Onéssimo Gomes, Trio Nagô, Marília Batista (que gravou o primeiro álbum da história da Rádio, “Poeta da Vila número 1”, em 1952), Edu da Gaita, Claudionor Cruz, Fats Elpídio, Raul de Barros e o Conjunto Farroupilha. A direção musical da Rádio estava a cargo do maestro e compositor Aldo Taranto, sobre quem pouca coisa se sabe. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de novembro de 1906, e, como compositor, fez músicas em parceria com Mário Rossi, Oswaldo Santiago, Ary Barroso, Walfrido Silva e André Filho. Suas obras foram gravadas por inúmeros cantores de expressão, como Sílvio Caldas, Gastão Formenti, Cármen Miranda, Dircinha Batista, Moreira da Silva e Ângela Maria. É justamente Aldo Taranto o responsável pelas orquestrações e regências do disco que o TM hoje nos oferece, parte de uma série da Rádio denominada “Discos para dançar”. O título, “Sambolândia”, deixa bem claro o conteúdo. É um LP composto exclusivamente de sambas, e, conforme registra a contracapa, foi gravado por solicitação dos donos de lojas de discos, que então recebiam a visita de inúmeros turistas que procuravam álbuns de samba. Evidentemente, a Rádio atendeu  a tais solicitações, e o resultado, primoroso, aí está. Foram escolhidos dez clássicos sambísticos, bastante conhecidos até hoje. E o mestre de Ubá, Ary Barroso, assina a metade das faixas, quer dizer, cinco: “Eu nasci no morro”, ‘Pra machucar meu coração”,”Morena boca de ouro”, “Rio” e “Faixa de cetim”. No repertório também está “Não tenho lágrimas”, de Max Bulhões e Mílton de Oliveira, que, curiosamente, seria sucesso internacional um ano depois, ao ser gravado em português pelo norte-americano Nat King Cole durante temporada no Brasil. “Abre a janela”, “Nêga maluca”, “É Bom parar” e “Se alguém disse” completam este trabalho dedicado ao samba, com orquestrações vibrantes e expressivas. Portanto, este trabalho hoje oferecido pelo TM é uma deliciosa viagem ao alegre mundo da “Sambolândia”. Apertem os cintos e divirtam-se, ouvindo e dançando estes sambas clássicos e antológicos!

abre a janela

nêga maluca

se alguém disse

eu nasci no morro

pra machucar meu coração

morena boca de ouro

não tenho lágrimas

é bom parar

rio

faixa de cetim

*Texto de Samuel Machado Filho