Mario Avellar – Nasceu (1980)

Diz aí você, amigo culto e oculto! A saudação é no singular, porém o entendimento é no plural, ok? Pulando daqui pra lá, de lá pra cá, hoje vamos com um disco que eu particularmente gosto muito, Mário Avellar, em seu álbum de estréia, ‘Nasceu’, produção independente lançada em 1980. Mário Avellar é um cantor, compositor e produtor. Pelo jeitão de sua música e até mesmo nas letras, eu chego a acreditar que ele vem aqui das Minas Gerais. Há na rede muito pouca informação sobre ele. Penso até que este tenha sido o seu único disco. Mário foi parceiro em diversas músicas da dupla Luli & Lucinha (Lucina) e também participou de seus discos. Agora é a vez delas darem também uma ajuda ao amigo, participando em várias faixas. O disco surpreende pela qualidade e simplicidade. Agrada de maneira bem pessoal. Participam também outros grandes músicos que dão ao trabalho a dignidade que ele merece. Vale a pena ouvir e conhecer

basta abrir a boca e cantar
cachoeira água
rio doce
alma viajante
ondas e risos
lua de mel
tema de lua de mel
casa pequenina
energia louca
bem te vi
chico bento
rita e miguel
frágil
.

Êta Nóis! (1984)

Muito bem, hoje eu estou começando mais cedo que de costume. Aliás, a essa hora eu deveria estar dormindo, mas o sono não veio eu fui ficando… São agora quase 1:30 da manhã. Acredito que esta postagem só estará finalizada daqui a algumas horas. Sem pressa… Vou sair agora, dar um ‘tapa na onça’ e volto, tomo uma dose de Dranbuie, fico babando de sono e vou dormir. Êta nóis! – pausa de seis horas…

Retomando… onde parei? Ah, sim, estamos na postagem do dia e hoje vai ser a vez dos independentes. Vou trazendo para vocês este disquinho que é uma delícia de se ouvir. Um álbum produzido por uma turminha de artistas singulares. Gente que fez a minha cabeça com sua música simples, direta e encantadora. Gente que sempre batalhou para levar ao público uma arte musical rica de vivências, acima do convencional. Uma outra música que se faz no Brasil.
“Êta Nóis!” é o que se pode chamar de um álbum cooperativo, envolvendo uma turma de artistas oriundos de vários cantos do Brasil, ligados pela mesma emoção e espírito musical. Uma produção singela no sentido da pureza, mas de uma extrema sensibilidade e muitas qualidades, que se destacou entre tantos discos lançados naqueles (medonhos) anos 80. Fazem parte deste trabalho a dupla Luli e Lucina, que eu já apresentei aqui em pelo menos uns dois discos (maravilhosas). São elas que encabeçam o projeto que traz também os irmãos Jean e Paulo Garfunkel, outra dupla talentosa pouco divulgada além da estratosfera paulista. Tem o mato-grossense zen, Bené Fonteles, que é uma jóia rara. A compositora sergipana Joésia Ramos, criadora do “forró rabecado”que é um misto de suas composições com a dos mestres da cultura popular nordestina. Tem o grupo paulista de Araraquara, Flor do Campo (do qual eu não sei nada, me desculpem!). Tem também a Marta Strauch (seria a artista plástica carioca?), parceira aqui do indomável e saudoso poeta Paulo Leminski na faixa “Moto Contínuo”. Além dos titulares, o disco ainda traz como convidado especial, Ney Matogrosso, cantando a faixa que dá nome ao lp. Não bastasse as ilustres figuras, ainda temos nos bastidores nomes como Natan Marques, Milton Edilberto, Murilo Fonseca e outros que vocês poderão conferir ao fazerem este contato quase mediúnico pelo Rapidshare 🙂 Confiram…
mazzaropi – jean e paulo garfunkel
lira mulata – luli e lucina
amor roxo – joésia
lua pequena – flor do campo
moto contínuo – marta strauch
êta nóis! – ney matogrosso e luli e lucina
gosto que eu gosto – jean e paulo garfunkel
barcos e beijos – joésia
dentro da nuvem – bené fonteles
viola apocalíptica – flor do campo

Luli & Lucinha (1979)

Olha aí Cristina, este foi postado pensando em você. Se não conhece, com certeza vai gostar. Este é um dos discos que eu mais gosto de ouvir, lindo! O primeiro disco da dupla. Um álbum independente. Um disco singelo, mas de uma sensibilidade ímpar, gravado no interior de uma capela. Música do bem, música feminina…

Pois é
Cheiro de Rosa
Yorimatã okê aruê
Me roi
Toque forte
Coração aprisionado
Ai, ai
Amor será
Numa rede
Pequenininha
El corazón te guiará
E foi

Luli & Lucina – Amor Mulher/Yorimatã (1982)

Uma coisa leva a outra. Depois de ter postado “A Nova Estrela” do Som Imaginário, me lembrei da dupla Luli e Lucinha (ou Luhli e Lucina). Essas duas moças fizeram muito a minha cabeça. Quanta coisa bonita elas criaram. Quantas boas recordações, momentos felizes ao som dessas duas mulheres maravilhosas. Minha fase ‘on the road’ foi embalda por coisas desse tipo. Lembranças de Mauá, Mangaratiba, Resende, Armação de Búsios, Parati, Ouro Preto, Dimantina… ô tempinho bão!
Quanto ao lp, podemos dizer que são dois discos em um. De um lado temos “Amor Mulher” e do outro “Yorimatã”. Segundo Luli, “…que canta a vida e a magia dos elementos”. Um trabalho esmerado, com capa dupla. Este álbum foi premiado como melhor disco independente no Brasil e como melhor disco estrangeiro na França. Simplesmente lindo!

Amor de Mulher
Semente
Luz da Noite
Terra e Lua
Primeira Estrela
Sina Cigana
Alojá Yin
Iansã
Ponto de Oxum
India Puri
Tripa de Peixe
Alojá Yang / Gira das Ervas