Abro com chave de ouro: Nau, um super grupo paulista que gravou apenas este excelente lp. Me lembro de tê-los ouvido antes em uma coletânea da Baratos Afins. Depois saiu uma tremenda matéria na revista Veja (de duas páginas) sobre o grupo e o lançamento do lp. A crítica era só elogios. O grupo foi considerado a grande revelação do pop/rock brasileiro naquele ano. Pelo tudo que li dava para imaginar um futuro promissor para aquela Nau. Convencido da genialidade da banda, no dia seguinte comprei o lp. Foi a agulha trilhar os primeiros segundos dos sulcos daquele vinil para eu me apaixonar de cara. Sem dúvida, estava ali uma sonoridade, um conjunto perfeito e inédito até então. Como diz um amigo meu. “sonzeira!”. Realmente um discaço!
A Nau era formada por quatro jovens talentos, entre eles o baixista Beto Bigher que tocou na banda new wave Zero e a vocalista Vange Leonel que depois seguiria em uma inexpressiva carreira solo. Apesar do disco ser uma maravilha e de ter sido bem recebido pela crítica, ele não vendeu bem. Posso dizer que chegou a ser um fracasso. Acho que faltou mais interesse da CBS em colocá-los no mercado, além da sonoridade “heavy” que ia contra o modelo medíocre reinante daqueles anos 80. Talvez por isso mesmo o grupo tenha ficado apenas em um disco. Reafirmando, um excelente disco…
bom sonho
cálculos astronômicos
linha esticada
o que eu quero é você
balada
diva
corpo vadio
barcas
as ruas
novos pesadelos
nada