Brazilian Popular Sextet – Show De Sucessos (1969)

Aqui, uma rara produção da Avanço Discos Ltda, uma pequena editora e selo paulista que atuou nos anos 60 e lançou alguns dos mais obscuros lps, principalmente de conjuntos pop, no auge da Jovem Guarda. Neste, temos um conjunto instrumental, o Brazilian Popular Sextet, que possívelmente foi criado para este disco. Não há muito o que falar sobre o lp além do que ele mesmo nos traz de informações. Trata-se de um sesteto tocando uma seleção de sucessos daquela época trazendo músicas de compositores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Sergio Ricardo, Alberto Roy, Dori Caymmi, Arnaldo Sacomani, Capinan, Nelson Motta e Adylson Godoy. Este último é também o responsável pela direção artística, o que nos leva a crer que também esteja tocando nesse sexteto. Confiram…
 
fim de tristeza
mancada
baby
girassol
o cantador
alegria alegria
soy loco por ti america
jardim da infância
frevo rasgado
riqueza do brasil
escuta meu amor
pra chatear
 
 
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Fernando Falcão – Memórias Das Águas (1981)

Há discos que passam batido e a gente só percebe que eles existem, as vezes até bem disponíveis, depois que os descobrimos. É bem o caso deste lp do compositor, poeta e percussionista Fernando Falcão, “Memórias das Águas”, lançado em 1981 pelo selo independente Poitou. Fernando Falcão foi ativista político na época da ditadura militar e viveu por muitos nos exilado na França. Foi por lá que ele gravou este disco, que poderia ser considerando algo próximo de um misto de New Age e “hermetismos pascoais” (com dizia Caetano). Experimentalismo puro, com influências diversas. Coisa bem legal que vale a pena conhecer.
 
memória das águas
amanhecer tabajara (a alceu valença)
ladeira dos inocentes
revoada
mercado (gravado no mercado de tanger)
curimão (sons onomoatopaicos e folk da guiné)
solito (solo de balauê)
danado cantador (badauê, orquestra e declaração) (a fagner)
 
 
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Blitz – Você Não Soube Me Amar (1982) 

Dentro da temperamentalidade fonomusical do nosso blog, seguimos agora com este disquinho. Um compacto, por certo, muito especial. Marca dois momentos. 
Na indústria fonográfica, o fim dos disquinhos compactos. Surgiam por aqui os EPs Mix que são discos de 12 polegadas, mas com apenas uma música, um ‘compactão’, que passou a fazer o mesmo que o disco de 7 polegadas fazia. Claro que o compacto não acabou, mas na indústria fonográfica. já em fase transição, sim. O ‘mix’ é o que viria a seguir.
Outro momento , dentro dessa transição é o surgimento da banda Blitz, que de certa forma vinha para anunciar uma nova era do pop-rock nacional. Foi a partir daquele momento que a música pop ganha força e passa a ser mais explorada pela indústria fonográfica. Momento onde começam a pipocar dezenas de bandas por todo Brasil.
E este compacto, que apresentava a Blitz ao Brasil, trazia apenas uma música, a irreverente  “Você não soube me amar”, em um lado só. Do outro, literalmente, ‘nada, nada, nada…’, nem no selo. Apenas o ‘nada’ repetido por uns segundos. Esta música foi um grande sucesso, marcou época e até hoje mantem sua irreverencia. Isso, por certo, diferencia e destaca a importância do compacto. E para aqueles que se ligam nesses detalhes históricos-colecionáveis’, ainda é possível encontrar o disquinho a preço de banana (se é que banana ainda é barato).
 
você não soube me amar
nada
 
 
 

Rildo Hora E Clube Dos 7 – Samba Made In Brazil (1966)

Mais uma vez marcando presença em nosso Toque Musical, o grande Rildo Hora em mais um disco raro e fora de série, gravado por ele nos anos 60. Um lp cheio de bossa e verdadeiramente tipo exportação. Não é atoa que tem como título “Samba Made In Brazil”. Delícia de ouvir…
 
batida diferente
ilusão atoa
hora’s blue
brazilian  bossa
amanhecendo
adorei milhões
esse nosso jeito
carnaval triste
um brasileiro nos states
menino joão
manhã no posto 6
um sonho para dois
 
 
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João Pinheiro E José Vieira – Violões Em Seresta (1968)

Como bom mineiro, não podemos deixar passar a prata da casa. Aqui, um disco da Bemol, produção dos anos 60 trazendo a seresta na visão e interpretação de dois grandes seresteiros mineiros, os violonistas e compositores João Pinheiro e José Vieira. Foram artistas, músicos autodidatas, compositores empíricos mineiros que atuaram dos anos 50 aos 70. Seus registros musicais e suas obras contaram com produções modestas e locais. José Vieira aparece em outros discos e aqui já o apresentamos em lp também gravado no estúdio Bemol, nos anos 70. Boa parte da transcrição musical das obras desses dois compositores foram feitas pelo músico e pesquisador José Pascoal Guimarães e hoje seu acervo pertence a Escola de Música da UFMG.
 
abismo de rosas
densgoso
carmem lúcia
o destino desfolhou
genilda
marcha dos marinheiros
branca 
hiumara
triste carnaval
horizontina
pingo de orvalho
mimi
 
 
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Ney Matogrosso – Pescador De Pérolas (1987)

Olha aí… mais um daqueles discos que vale a pena ouvir e ter para ouvir :). Neste, temos Ney Matogrosso em um show acústico, tendo ao lado, dando o devido suporte, se complementando… Arthur Moreira Lima, Rafael Rabello, Paulo Moura e Chacal. Esse é o time que apresenta “Pescador de Pérolas”, um nome bem sugestivo para um disco recheados de sabores. Desnecessário dizer, mas é um espetáculo!
 
o mundo é um moinho
segredo
tristeza do jeca
dora
a lua girou
mi par d’udir ancora
quem sabe
das cruces
alma ilanera
bejame mucho
da cor do pecado
rio de janeiro
aquarela do brasil
 
 
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Márcia – Eu E A Brisa (1968) 

E aqui temos um disco que não poderia faltar em nossa lista, o primeiro lp da cantora Márcia. “Eu e a brisa”, lançado em 1968 pela Companhia Brasileira de Discos, através do selo Philips. Este lp é fruto do sucesso da cantora interpretando a canção de Johnny Alf no 3º Festival da MPB, da TV Record, que curiosamente nem chegou a ser classificada. Mas foi, sem dúvida um dos maiores sucessos de Márcia. Álbum de estreia, traz um repertório refinado. Um vinil que hoje em dia está sumido da praça. Quem catou, catou…
 
eu e a brisa
pra machucar meu coração
canção que morre no ar
se a gente morresse de amor
é precisa dizer adeus
passa por mim
a volta
samba da pergunta
dorme profundo
aula de matemática
de você eu gosto
eu também preciso de você
 
 
 
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Carlos José – Uma Noite De Seresta Vol. 2 (1967)

Nosso encontro do dia é com Carlos José, cantor e seresteiro o qual já apresentamos aqui outras vezes. Inclusive, entre os discos postados, um era da série “Uma noite de seresta”, o quinto volume. Agora estamos trazendo o volume dois, lançado originalmente em 1967. Porém, este e os demais volumes vieram a ser relançados nos anos 70 devido ao sucesso que fazia a série já em seu quinto volume. E chegou a seis, lançado em 71. E o que tem de especial essa série? Sem dúvida, a CBS investiu num excelente cantor para uma seleção com dezenas de clássicos do nosso cancioneiro popular. Aqui, neste segundo volume temos como (bom) exemplo as seguintes canções…
 
nancy
lua branca
ao luar
guacyra
malandrinha
arranha-céus
acorda adalgiza
ave maria
três lágrimas
ontem ao luar
lua nova
por causa desta caboca
 
 

Bossa Barroca Trio – Bossa Barroca (1968)

Eis aqui um disquinho dos mais raros e da melhor qualidade. Nos anos 60 a Musidisc investiu num formato de disco único, os chamados ‘mini lps’. Esses discos eram fabricados em formato dos compactos, ou seja, discos de 7 polegadas onde eram colocadas até 10 faixas, ou músicas. Uma ideia genial que reduzia os espaços nas discotecas. A Musidisc lançou uma série de artistas de variados gêneros, foram dezenas de títulos em discos que hoje quase não se vê mais um exemplar. Ainda é possível encontrar esses disquinhos no Discogs e Mercado Livre, com muita sorte até em sebos. São realmente discos muito raros, patenteados pela gravadora, o que quer dizer que somente ela chegou a lançar discos como este. Por alguma infelicidade a ideia não vingou e os disquinhos foram caindo no esquecimento. Porém, de uns tempos para cá, discos com este vem despertando o interesse de colecionadores. Fica ainda mais raro quando entre esses há um obscuro lançamento como este, Bossa Barroca, uma seleção de clássicos da Bossa Nova em estilo de música barroca, interpretada por um trio com cravo, baixo e bateria. O conjunto Bossa Barroca Trio é simplesmente um mistério, não há informações sobre os músicos que por certo, eram talvez músicos de estúdio, sempre prontos para projetos como esse. Curiosamente, nem no Youtube se encontra esses áudios disponíveis. Talvez agora, depois do nosso toque musical, alguém queira monetizar o disquinho por lá. O áudio já está disponível no no GTM.
 
corcovado
samba de verão
inútil paisagem
tristeza de nós dois
sonho de maria
garota de ipanema
amanhecendo
amor e paz
ela é carioca
consolação
 
 
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Booker Pittman – Booker Pittman + Sax-Soprano=Sucesso (1962)

Hoje nosso encontro é com Booker Pittman, músico nascido nos Estados Unidos no início do século XX, mas que passou a maior parte de sua vida correndo o mundo. Na juventude, tocou e gravou ao lado de outros grandes nomes do jazz, tanto em seu país natal quanto também na Europa, onde foi parar nos anos 30. Depois, descobriu a América do Sul, tocou no Brasil e na Argentina, onde morou por um tempo. Depois veio para o Brasil definitivamente, onde fixou residência no Paraná. Passou por momentos críticos e esquecido, vivendo em puteiros e trabalhando como pintor de paredes. Foi resgatado por amigos e volta a se apresentar nos grandes centros de Rio e São Paulo. Tocou com Louis Armstrong em show, quando este artista esteve no Brasil. Conheceu Ophelia com que se casou e dessa união veio Eliana Pittman, grande cantora que todos nós conhecemos.
Aqui, Bokker nos apresenta uma seleção de sucessos da música americana, em disco lançado em 1962 pelo selo Musidisc, de Nilo Sergio. Confiram…
 
hello dolly
broadway
what is the thing called love
ain’t misbehavin’
lonesome road
tast of honey
balling the jack
petite fleur
nobody knows the troubles i’ve seen
stereo blues
 
 
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Irany E Seu Conjunto – Boleros Em Surdina Nº3 (1959)

Temos para hoje um disco de bolero, na suavidade do violino de Irany Pinto e seu conjunto. Este já é o terceiro volume, lançado no final dos anos 50 pelo selo Odeon. Os outros dois irão entrando ao longo de nossas próximas publicações e sem seguir a ordem. Aqui, temos uma seleção musical que como o próprio título nos informa, de boleros e em surdina, ou seja, na suavidade de Irany e seu conjunto. Muito bom, não deixem de conferir…
 
quizas, quizas…
tudo foi ilusão
adios mariquita linda
amapola
que te parece
tu me aconstubraste
aperta-me em teus braços
maria la o
volveras
espinita
hipocrita
pecadora
 
 
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Banda De Pífanos De Caruaru – A Bandinha Vai Tocar (1980)

Pela terceira vez, apresentamos essa deliciosa Banda de Pífanos de Caruaru o grupo mais importante, no gênero, criado ainda na década de 20, em Pernambuco. Ou seja, um grupo dos mais tradicionais composto de pífanos e percussão. Já tivemos aqui a oportunidade de conhecer dois outros discos deles lançado pelo brasileiríssimo selo Marcus Pereira. Confiram agora mais este, tão bom quanto os demais.
 
a bandinha vai tocar
galope
um de cada vez
baiano da viola
são joão do carneirinho
de alagoas a pernambuco
bianada na roça
feira do mangaio
pega pra capá
forró em limoeiro
maxixando
saudades de caruaru
 
 
 

A Vida De Jesus (1964)

Aproveitando que estamos na Semana Santa, nesta Sexta-feira da Paixão, vamos aqui trazendo este lp. Não se trata de um toque musical, mas uma curiosidade do mundo fonográfico. Lançado pelo selo Chantecler no início dos anos 60 e explorando o tema de religiosidade, ao estilo das rádio-novelas daquele tempo, temos assim, “A Vida de Jesus”. Este lp faz parte de uma série de discos lançados por essa gravadora dedicados à família, família padrão de classe média e católica, certamente. O álbum infelizmente não traz nenhuma outra informação além do que vemos na capa e o que tem no selo. Enfim, algo irrelevante quando o foco é apenas o conteúdo, como os discos de ‘estórinhas’.
Para quem não conhece a vida de Jesus Cristo, eis aqui a salvação.
 
 
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Hugo Land – Hugo Sings Hugo Plays (1962)

No mundo fonográfico tem disso, muitas curiosidades que valem a pena a gente conhecer e entender. Eis que temos um disco, até então desconhecido, que apareceu por aqui. Um lp realmente obscuro, de um selo também desconhecido e que agora estamos tentando entender. Para a nossa felicidade, temos um texto de contracapa que já nos ajuda nesse entendimento. Conforme texto, este é Hugo Land, músico romeno que veio parar aqui no Brasil nos anos 50. Ele era cantor e baterista. Atuou em boates paulistas no final dos anos 50. Ao que se entende, Hugo Land fazia parte da orquestra de jazz de Lagna Fietta, maestro argentino radicado no Brasil e que no caso também é o responsável pelos arranjos e regência neste disco. Também, ao que parece, este teria sido o primeiro lp gravado pelo artista que interpreta cantando e também tocando, temas famosos da música internacional. Um disco de jazz com muita bossa, com nos descreve o autor do texto de contracapa. Disco bacana, vale conhecer…
 
my kind of girl
on the sunny side of the street
tammy – love is a many splendored thing
i could have danced all night
lullaby of broadway
chi-baba chi-baba
istambul
almost like being in love
all of you
sweet georgia brown
dancing in the dark
five minutes more
 
 
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The Insiders – Bug Eyes (1967) 

Aqui, um disco que achavamos já ter sido postado no Toque Musical (são tantas emoções…). Mas, não foi publicado não. Então, entra agora em nosso toque do dia. Lp dos mais interessantes, a começar pela capa e também pelo título que de imediato nos remete a algo exótico e curioso. Porém, logo ao olhar a contracapa percebemos pelo repertório que não é nada disso. Daí, conhecendo esse mundo fonográfico, percebemos que se trata de uma produção da própria gravadora, uma seleção de sucessos interpretada por um grupo de músicos de estúdio, no caso, da CBS. Coisa bem comum naquele tempo quando as gravadoras lançavam mão de seus músicos de estúdio na criação de um projeto como este. E no caso, muitos falam que se trata do The Fevers, ou os músicos do The Fevers fazendo hora extra. O certo é que The Insiders (nome bem sugestivo) parece não ter ficado só neste lp de 67, consta também um segundo lançado em 1970. Talvez, a CBS tenha até lançado outros entre esses dois. Vai saber…?
 
happy together
bug eyes
born free
wonderful love
reach out i’ll be there
i’m a beliver
the disadvantages of  you
sunny
see you in september
in case the wind should blow
spanish eyes
 
 
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Nazareth – Compacto (1962)

Olha aí uma boa raridade… Compacto duplo da cantora paraense Maria Nazareth. Atuou, inicialmente, em grupos locais, em especial como cantora no conjunto de Alberto Mota, que naquele início dos anos 60 assinava com a Polydor. E foi certamente neste mesmo momento, a cantora se destaca e grava aí seu primeiro disco, este compacto duplo da melhor qualidade. Infelizmente, numa pesquisa rápida pela internet, não encontramos muita coisa sobre ela. Mas ao que se vê pelo Discogs, ela gravou outros compactos e um lp na Argentina. Ao que se sabe também, ela nos anos 70 se mudu para a França. 
 
dona baratinnha
per omnia saecula saeculorum, amen
na basedo pinguim
ninguém chora por mim
 
 
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Claudio E Os Goldfingers (1967)

Mais uma raridade, agora dos anos 60. Desta vez vamos com Cláudio e Os Goldfingers, um dos conjuntos gaúchos do gênero Jovem Guarda. Liderado pelo tecladista (organista) Cláudio A. de Souza, que já era arranjador da Chantecler, com seus quatro ‘goldfingers’, gravaram este que foi o primeiro e ao que parece, único lp, em 1967 por esta gravadora. Na contracapa temos um texto mais detalhado e também o repertório, como podemos ver, um misto de sucessos jovens da época e temas autorais do próprio conjunto. Um disco bem interessante para colecionadores e amantes da Jovem Guarda.
 
acorda maria bonita
o homem verde
era um garoto que como eu amava os betles e os rolling stones
ciao amore ciao
não crie caso
sem ti
falso amor
cuore matto
there’s a kind of hush
somentihing stupid
goldfinges
meu grito
 
 
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Mario Alves – Duas Taças E Outros Sucessos (1959)

Trazemos hoje este raro disco da RCA Camden, lançado em 1959 e trazendo o cantor Mário Alves em seu primeiro disco solo de 12 polegadas. Como em boa parte dos artistas dessa época, este cantor cearence já havia gravado alguns discos de 78 rpm, as famosas ‘bolachas’ de 10 polegadas, pela mesma gravadora. E este lp é também uma copilação dessas gravações, reunindo músicas como a que dá nome ao disco, “Duas Taças”. Para aqueles que não sabem, Mário Alves fazia parte de um dos mais importantes trios vocais brasileiros, o inesquecível Trio Nagô.
 
duas taças
não me enganes
duas rosas
palhaço
eu juro
noite amarga
divino perdão
não haveria um adeus
fiquei surpreso
eva de fogo
lua confidente
chuva de arroz
 
 
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Carlinhos De Pilares – Formas E Manejos (1986) 

Aqui um lp que devia ter entrado na semana dedicada ao samba e carnaval, acabou não entrando lá, mas agora faz presença. Nosso artista de destaque é Carlinhos de Pilares que como o próprio nome sugere, vem da Escola Caprichosos de Pilares. Ele era intérprete e compositor de sambas enredo da Escola nos anos 70 e 80. Este lp foi lançado pela Top Tape no auge de sua carreira e no bom momento da Caprichosos de Pilares. São dez sambas muito bem produzidos.
 
alento de um sambista
campeão de samba enredo
meu mal éteu mal
o bruto não passou
um abraço e um aperto de mão
mais uma vez
formas e maneiras
no capricho
parabéns
no país da asombração
 
 
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Nilo Amaro E Seus Cantores De Ébano (1962)

Aqui temos, Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano numa reedição do disco “Os Anjos Cantam”, primeiro lp do grupo, lançado em 1962 pela Odeon. Este disco fez muito sucesso, prinicpalmente pela música “Leva eu sodade”, de Tito Neto e Alventino Cavalcanti. Foi relançado quase duas décadas depois pela Odeon através de seu selo Fenix e desta vez com uma nova capa. 
 
leva eu sodade
boa noite
fiz a cama na varanda
cançar de ninar meu bem
down by the riverside
greenfields
a lenda do abaeté
azulão
eu e você
minha graúna
dorinha
a noiva
 
 
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Luiz Bonfá E Silvia Telles (1960)

Mais um disco compacto, de sete polegadas, raridade do inicio dos anos 60 e também um dos primeiros disquinhos, ainda da fase dos 45rpm, lançado pela Odeon e divulgando dois de seus artistas contratados, Luiz Bonfá e Silvia Telles. Trata-se de um compacto duplo, ou seja, com duas músicas de cada lado, No caso aqui, quatro composições de Luiz Bonfá, que ao lado de Sylvia Telles fazem deste, um disquinho especial, intimista onde se destacam perfeitamente voz e violão. Um belo disco, com certeza!
 
de tanto amor
de braços lassos
meu sonho
perdido de amor
 
 
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Festival Da Penha – 2º Festival (1959)

E hoje temos um lp dos mais interessantes. Um dos primeiros discos de festivais de música popular. No caso aqui, trata-se do segundo Festival da Penha, idealizado e promovido pela Rádio e Jornal do Brasil e Lojas Palermo, uma das mais imporantes lojas de discos e aparelhos de som, que existia no Largo da Carioca, nos anos 50. Pelo texto de contracapa é de se entender que a primeira edição do festival não houve um registro como este, em disco. E é de se estranhar, mesmo com a assistência quase ‘oracular’ da Inteligência Artificial, não há nenhum relato publicado sobre esse festival ou evento… Por certo, aqui é algo bem diferente dos festivais dos anos 60 e 70, mas, como podemos ver na contracapa, houve uma seleção e premiação e as músicas aparecem na listagem, ou na sequências das faixas, em ordem da premiação. 
 
sinfonia dos astros – ivon curi
o riao – francisco carlos
mergulha a bateia – fernando barreto
trapeiro – francisco carlos
lua luá – jair alves
maria maluca – orlando correa
a saudade venceu – neusa maria
imagem de mãe – carlos galhardo
pandeiro do brasil – dircinha baptista
há sempre uma luz acesa – linda baptista
um de nós é demais – alaide costa
eu vou a penha – carlos galhardo
 
 
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Elis Regina – Ensaio Geral (1966)

E mais uma vez um compacto e mais uma vez Elis Regina, porque não? Desta, vamos com um disquinho de 1966 lançado através do selo Artistas Unidos. Um registro gravado ao vivo, certamente no Festival da Record no qual a cantora vem acompanhada de orquestra, em “Ensaio Geral”, de Gilberto Gil e também “Jogo de Roda”, de Edu Lobo e Rui Guerra. Compacto dos mais raros, com certeza!
 
ensaio geral
jogo de roda
 
 
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Carlito E Seu Piano De Boate (1968)

Hoje vamos com um raro lp do selo Imperal e também, ao que consta, o único disco do pianista e compositor Carlos Santana Lima, conhecido artisticamente apenas por Carlito. O músico atuou por muitos anos em boates do Rio de Janeiro. Também compôs diversas músicas interpretadas por diferentes artistas. Em 1968 teve a oportunidade de gravar este lp cujo o repertório traz, além de composições próprias, alguns clássicos da música popular brasileira. Realmente, um disco dos mais interessantes e que ainda hoje agrada em cheio…
 
bom dia, meu amor
mancada
até segunda feira
insensatez
forma de cantar
roda viva
tristeza
tem mais samba
apelo
bananadas
é só tristeza
meu tudo e porque
 
 

Vinicius Marilia Medalha E Toquinho – Como Dizia O Poeta… Música Nova (1971)

Seguimos aqui com um disco clássico, um clássico da nossa música popular brasileira,”Como dizia o poeta…” um trabalho maravilhoso de Vinícius e Toquinho e a participação mais que especial de Marília Medalha. Lp lançado em 1971 pelo selo RGE. Grande sucesso que marcou uma época.
E olha nós aqui achando que já havíamos postado… Ou talvez não, considerando que nosso foco vai mais para os empoeirados, esquecidos ou desconhecidos. Mas este é um disco tão bacana que a gente não pode deixar de ter em nossa vitrine. Afinal, são esses que nos dão o ibope 🙂
 
tarde em itapoan
como dizia o poeta
tomara
valsa para o ausente
samba de gesse
a tonga da mironga do kabuletê
a benção bahia
mais um adeus
a vez do dombe
o grande apelo
samba da rosa
melancia e côco verde
 
 
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Centenário Alberto Santos Dumont – 1873-1973 (1973)

Hoje vamos com um disco comemorativo, uma colaboração de um dos nossos bons amigos cultos. Aqui temos um lp comemorativo do centenário do nosso “Pai da Aviação”, Alberto Santos Dumont, em 1973. Espanta pensar que já naquele centenário o homem já viajava a jato e para não dizer, já tinha chegado a Lua. Este álbum, álbum duplo é bom lembrar, fez parte do pacote das comemorações do governo militar, do Ministério da Aeronáutica. O álbum duplo se divide em dois momentos, musical, com uma seleção temática com diferentes artistas e um segundo disco trazendo a história sobre Santos Dumont, “A Conquista do At”. Eis aí um disco, no mínimo curioso. Vale conhecer.
 
hino do centenário
bandeirantes do ar 
um dia aconteceu
exaltação a santos dumont
mineiro bom
canto do aviador brasileiro
hino dos aviadores brasileiros
14 bis
hino sa santos dumont
a conquiata do ar
salve santos dumont
alberto santos dumont
a conquista do ar (história de alberto santos dumont)
 
 
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Hermeto Pascoal – Compacto (1975) 

Hoje vamos de compacto e para ser ainda mais irregular nesse nosso toque musical, temos Hermeto Pascoal, não é legal? (rimando e rindo). Aqui temos um raro exemplar, disco de 7 polegadas de Hermeto. Coisa mesmo difícil de se ver, levando-se em conta que compactos musicais sempre se prestaram, mais, à função de amostragem ou divulgação de artista num contexto comercial. E aqui, o caso não é diferente, porém estranha ser de Hermento Pascoal. Acontece que este compacto, lançado pela RCA Victor, foi aproveitando o momento, quando da participação do músico no Festival Abertura, da Rede Globo de Televisão, levou o prêmio de melhor arranjo para a sua música “Porco na Festa”
 
porco na festa
rainha do mar
 
 

Moura Junior – Oxente (1962)

Mais uma vez, aqui temos, Moura Junior, este artista pernambucano que gravou alguns bons discos no início dos anos 60. Infelizmente, ainda continuamos naquela, sem maiores informações sobre o artista além do que temos nos textos das contracapas. O certo é que se trata de mais um disco interessante desse artista, desta vez e ao que parece ser o seu primeiro lp. “Oooooxênte!”, como o próprio título indica é um disco de xote, xaxado e baião, nordestino de raiz.
 
seu dureza
cowboy do ceará
tira o cavalo da chuva
espera maria
porque cargas d’agua
mariazinha
baião da carta
eu sou de menor
o colo de maria
o mundo só é bom assim
nordeste da peste
os olhos da cabocla
 
 
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Conjunto Flamingo – Apresentando O Conjunto Flamingo (1962) 

E cá estamos de volta, retomando nossas postagens após um mês de um merecido descanso. Haviam outros discos de samba e carnaval para serem postados, mas acabamos dando uma pausa em plena festa e esses ficaram para uma próxima oportunidade.
Abrindo, temos aqui um lp bacana, apresentando o Conjunto Flamingo, em seu primeiro disco, lançado em 1962 pelo selo Audio Fidelity. Isso, por certo já é garantia da qualidade. Somado a um repertório selecionado e essencialmente nacional, só faltava o conjunto ser também impecável e é! O Conjunto Flamingo foi uma das boas coisas que o Rio Grande do Sul nos proporcionou, surgido nos anos 50 e tendo a frente um excelente músico, João Peixoto Primo. E foi também este conjunto no qual passou Elis Regina, ainda em início de carreira. Na contracapa temos um texto de apresentação do conjunto feito pelo jornalista gaúcho Roberto Eduardo Xavier. Triste notar que o moço não se limita a fazer um texto, sem deixar claro um preconceito tão comum naqueles tempos, quando se refere ao músico, preto/pardo, de forma pejorativa como “mulatinho melenudo”. Brincadeira… Mas tirando essa cáca, a coisa é fina, podem conferir…
 
beija-me
eu nasci no morro
é fácil dizer adeus
chora tua tristeza
o barquinho
levanta mangueira
brasil 62
o que é que a baiana tem
quem quiser encontrar o amor
falsa baiana
franqueza
gauchinha bem querer
 
 
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Samba Enredo Em Juiz De Fora (1982) 

E bem no meio da festa, da folia do Carnaval, eis que a gente aparece para mais um toque musical carnavalesco. Trazemos agora um disco de samba de enredo das escolas de samba da cidade de Juiz de Fora, a mais carioca das cidades mineiras. No caso, temos aqui um momento memorável do carnaval da cidade, que mereceu até o esforço para o lançamento deste lp. Vamos deixar o disco rodando e bem no meio da festa, da folia e à francesa, vamos saindo… tirar um mês de férias!
Durante o mês de março vamos dar um descanso. As postagens voltam em abril, combinado?
 
mascarada veneziana
arvoredo
pra tudo se acabar na quarta feira
o circo
ao cair da noite na floresta encantada
zumbi rei negro dos palmares
canto a estrela
recife no folclore do maracatu
festas folcloricas do brasil
pernambuco leão do norte
exaltação ao rio são francisco
chica da silva