Aqui outro disco bacana da música popular portuguesa que vale a pena conhecer, Quarteto 1111, em seu primeiro álbum. Um trabalho contestador que foi logo reprimido, proibido durante anos pela ditadura portuguesa. Era um disco moderno pra a época com canções que denunciavam o racismo, a imigração causada pela pobreza, questões humanistas de igualdade, assuntos enfim que eram nitidamente de esquerda, o que o levou a ser recolhido pelo regime militar. Mas antes de ser um disco de contextação (não diretamente de protesto), é u trabalho musical de qualidade, bem executado e bem gravado. Um disco fundamental na fonografia portuguesa.
Hoje e talvez nos próximos dias iremos teremos a presença de artistas portugueses. Nosso Toque Musical, como todos devem saber, é voltado para a fonografia brasileira, mas eventualmente contamos também com discos que trazem alguma relação com o Brasil e os portugueses a gente nem precisa falar, né? Já apresentamos aqui dezenas de discos de Portugal, em lps e compactos. Desta vez, apenas alguns que não podiam faltar.
Mais uma vez trazemos o cantor, compositor, escritor e poeta Sergio Godinho, um dos mais importantes artistas da música popular portuguesa e também da chamada ‘musica de intervenção’, que aqui no Brasil chamamos de música de protesto.
“De pequenino se torce o destino” é um trabalho de destaque em sua discografia, lançado em 1976. A música “Os demónios D’Alcácer Quibir” foi tema do filme de mesmo nome, do cineasta português José Fonseca e Costa. O disco, no todo, é realmente muito bom e vale a pena ouvir e conhecer. Confiram no GTM…
Entre os diversos discos de música erudita brasileira temos este aqui que é uma autêntica raridade, pois não há quase nenhuma informação sobre o disco e também sobre o compositor, Walter Schultz Portoalegre. O pouco que temos é mesmo o que consta no texto de contracapa e algumas ‘dicas da IA’ que a gente nem sempre pode confiar. Mas, enfim, aqui temos este compositor, que segundo consta era gaúcho, de origem alemã. Figura de relevância no cenário musical do Rio Grande do Sul. Sua formação e atuação foram multifacetadas, envolvendo música, teatro e cinema. “Sinfonia Amazônica” é talvez sua obra mais importante, embora não haja hoje nenhuma informação a seu respeito acessível ao grande público. Segundo consta, sua obra foi objeto de estudos acadêmicos que abordam como ele incorporou a cultura regional gaúcha e brasileira em suas composições, superando a herança cultural germânica de sua família. “Sinfonia Amazônica” é uma peça inspirada numa experiêncial visual, uma tomada cinematográfica e sua própria trilha. Muito interessante…
Ainda dentro do cenário da música erudita, temos hoje a presença de Iberê Gomes Grosso, um dos mais importantes violoncelistas brasileiro. Também professor que formou inúmeros outros grandes músicos brasileiros. É amplamente considerando um dos principais celista brasileiro, reconhecido internacionalmente. Neste lp, uma homenagem, como o próprio título do disco já nos indica, temos do lado A, o solista interpretando Radamés Gnatalli e Bruno Kiefer. No lado B a homenagem, através de seus ex-alunos interpretando obras que por ele foram executadas e gravadas. É, sem dúvida, um disco que agrada mesmo a quem não é muito fã de música erudita. Vale a pena ouvir e conhecer…
Temos hoje outro disco com tons eruditos, “Rio de Janeiro, Album Pitoresco Musical”, uma releitura com a pianista Clara Sverner de um trabalho musical editado originalmente em 1856, umlivro de partituras contendo litogravuras de J. Martinet e composições dos amis destacados compositores do século XIX. Essa obra teve outras edições e mais recentemente (2014) foi novamente reeditado.Porém, aqui nesta versão fonográfica, focada especificamente na música, reúne as músicas deste Album Pitiresco Musical do Rio de Janeiro, mais a música do compositor francês Darius Milhaud, no caso a Suite de Danças, “Saudades do Brasil”.
Por certo, o texto da contracapa explica melhor este trabalho que tem fundamental importancia no contexto histórico-musical brasileiro.
Vez por outra a gente tem que lembrar aqui que o Toque Musical é uma caixinha de surpresas. Cada dia pode sair algo completamente diferente do dia anteior. Depende muito da onda, do que temos disponível e o que temos a mão. E isso é que faz o TM ser um blog com um diferencial 🙂
Hoje nosso encontro é lírico, ou melhor dizendo, com dois artistas do mundo lírico, da música erudita, André Lorieri e Marcel Klass. O primeiro foi um cantor lírico, nascido em São Lourenço, MG. Só mesmo quem é do ‘métier’ sabe realmente a grandeza desse artista no universo da música erudita, em especial a ópera. Cantou os papéis principais em temporadas internacionais de óperas famosas, se apresentando em diversas capitais. Artista premiado sendo reconhecido internacionalmente. Também foi professor de canto. E a propósito, Marcel Klass foi seu professor. Este segundo, um maestro, formado em canto e em piano, na Europa. Ao que se entende, um artista estrangeiro que veio morar no Brasil e acabou se tornando professor de canto. Ao que se sabe também, gravaram este único lp de forma independente, no início dos anos 80. Um disco que como podemos ver pelo repertório, traz uma série extraída de diferentes cantos operísticos clássicos.
Vamos pra roça, vamos para o Globo Rural. Está aqui um disco interessante lançado pela Som Livre, em 1981.Uma seleção musical rural, sertaneja, ainda do tempo em que o sertão só importava música mexicana e paraguaia. Mas ainda assim, autêntico e ingênua. Hoje a treta é outra, é agro!
Mas, enfim, temos neste disco 12 músicas e duplas muito bem selecionadas naquele início dos anos 80. Coisa que só seria possível mesmo em um lp como este, de coletânea, trilhas para o famoso programa da emissora, um telejornal das manhãs de domingo e voltado para o campo. Daí, música rural…
solidão – lucas e espanhol
sonho maldito – juliano e jardel
passaporte para o asilo – leo canho e robertinho
menina tentação – reberto e meirinho
eu sigo o caminho dela – zé do rancho e zé do pinho
O disco de hoje é, “Certinha para dançar”, um interessante lp lançado pela RCA Camden, em 1961, trazendo “Paulinho e Seus Night-Boys”. Paulo Nunes, violonista/guitarrista, atuou em diversas casas noturnas, boates famosas do Rio de Janeiro. fez parte do conjunto de Waldir Calmon A pattir dos anos 1960 criou seu próprio grupo, um conjunto instrumental, no caso, os Night Boys. Gravaram quatro discos, sendo este o primeiro lp e como o próprio nome já diz, um disco para dançar. Um trabalho que contempla músicas internacionais e nacionais, nas quais inclui composições próprias, com destaque para o samba “Badenbop”, dele em parceria com Baden Powell. Paulinho é considerado como um dos precursores do chamado “sambalanço”. Disco, realmente, muito bom. Confiram….
Trazemos hoje “Salerosa”, produção da gravadora Chantecler, com Miranda e seu conjunto. Um lp instrumental trazendo um repertório de clássicos da música latinoamericana. Antonio Miranda Netto foi um músico que dominava bem diferentes instrumentos de cordas. Iniciou nos anos 40 e tocou no conjunto de Poly. Aqui ele aparece neste que foi o primeiro disco e ao lado de um conjunto, tocando guitarra elétrica.
Entre os diversos discos que recebemos ultimamente, aqui temos este de cunho religioso católico. Trata-se de um lp comemorativo dos cem anos da congregação das Irmãs de Santa Dorotéia, no Brasil, então no ano de 1966. Essa congreção foi fundada na Italia em 1834. Está presente em diversas partes do mundo. O disco foi gravado pelo selo Mocambo.
Atendendo, como sempre, a gregos e troianos, temos desta vez o Conjunto Masculino Filadelfia, um grupo vocal, segundo consta, nascido em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Ao que tudo indica, este lp foi lançado em 1966, pelo pequeno selo cristão GBM (Gravadora Boa Música) direcionado a música religiosa. Este foi o primeiro lp deste conjunto vocal amador, formado conforme o texto por jovens profissionais diversos e estudantes da cidade. Consta que o grupo gravou um outro lp e já nos anos 70.
“Luar da serra” é um disco com um repertório, que se baseia em clássicos da música folclórico regional.
Aqui, outro disco bem raro da música clássica brasileira. Lp lançado nos anos 50 pelo selo inglês Cambridge, apresentando a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência do maestro Eleazar de Carvalho, apresentando três momentos de óperas de Carlos Gomes e ainda de outros compositores brasileiros importantes, Frutoso Viana, Lorenzo Fernandes, Francisco Braga e Alberto Nepomuceno. São, por certo, obras bem conhecidas, mas que vale a pena ouvir nesta versão que vocês não irão encontrar nem mesmo no Youtube.
protofonia da ópera o guarani
ouverture da ópera fosca
alvorada, da ópera o escravo
dança de negros (de frutoso viana)
batuque – variações sobre um tema brasileiro (de francisco braga)
E já que falamos de música erudita brasileira, que tal um Villa-Lobos? Aqui temos este lp, lançado na Alemanha, em 1974. Disco importado e por certo, pela data e origem, um álbum raro. Apresentando um delicioso momento de Heitor Villa-Lobos na interpretação de um dos grandes mestres do piano brasileiro, o internacional Nelson Freire. Trabalho impecável que não poderia ficar fora do nosso Toque Musical. Confiram…
E desta vez, entramos numa pegada mais erudita num contraponto com o popular. Temos aqui um disco bem bacana que certamente agrada ao nosso público musicista e também os apreciadores do violão. E ainda, por que não dizer, a todo aquele que apreciador do regional, do imortal, Catulo da Paixão Cearense. Este é um disco que vale a pena ouvir. Temos o violonista de formação clássica/erudita Carlos Barbosa Lima neste lp lançado pela Chantecler, em 1964. Como já podemos ver, ele interpreta de forma magistral quinze obras de Catulo, transcrita para o violão. Um trabalho sensível, que vale a pena ouvir. Felizmente, já temos na contracapa todas as devidas informações. O que nos poupa tempo. Cabe aos amigos apenas ler e ouvir…
Eis aqui um lp o qual podemos chamar de ‘bonito e gostoso’. Bonito já pela capa com uma ilustração que não há photoshop ou IA que faça igual. Coisa fina que só se fazia em outros tempos. Gostoso por conta do repertório alegre e dançante. No caso, como se pode ver trata-se de uma seleção de clássicos revestidas num clima de maxixe, um gênero dançante surgido no Rio de Janeiro um pouco antes do samba. Também conhecido como ‘tango brasileiro’ por conta da variação sincopada de outro gênero, o cubano, chamado de ‘tango habanera’. Aqui, a única coisa que destoa é a última faixa, ‘The dreamer’s bounce”, que não sei porque cargas dágua está incluída. Maxixe foi um gênero dançante bem popular. Mas aqui ele retoma numa nova roupagem através do orgão de André Penazzi, músico o qual já tivemos o prazer de apresentar no Toque Musical outras vezes. Mesmo assim, para os que não conhecem, a contracapa deste lp já dá a ficha do homem. Confiram tudo, pois no TM procuramos sempre ser completos.
Entre as muitas contribuições de discos que temos recebido, temos agora este, talvez, único lp do italiano e antigo ‘spala’ da Orquestra Sinfônica Brasileira, Ciccillo, acompanhado de um conjunto onde nos apresenta um repertório praticamente de músicas italianas e que faziam muito sucesso nos anos 50.
O texto de contracapa nos dá um panorama e talvez único do artista e deste disco, lançado pela Polydor, possivelmente, no final daqueles anos 50. Vamos arriscar aqui 59.
E no embalo do bolerão, aqui temos outro ótimo lp, Trio Irakitan e seu “Sempre o Bolero, lp lançado pela Odeon, em 1970. E, claro, trazendo um repertório fino, cheio de clássicos que fizeram o prazer de muita gente que viveu (e ainda vive) essa época. Trio Irakitan é um grupo que dispensa maiores apresentações. Já tivemos por aqui vários outros discos do trio que ao longo de sua existência passou por reformulações com mudanças de seus membros, mas nunca perderam o encanto. Confiram aí mais um memorável lp…
Para os amantes de bolero, eis aqui um dos seus grandes representantes, o lalgoano, Luis Saraiva dos Santos, saxofonista e compositor. Atuou nos anos 50 e 60 como músico de boate. Também gravou dezenas de discos e não apenas de bolero (por certo), mas também choros, sambas e outros gêneros. Gravou por vários selos, tanto os grandes como pequenos e obscuros. Sua carreira musical seguiu até início dos anos 80. Foi autor também de dezenas de músicas, sendo considerado o ‘rei do sax-soprano’.
Aqui temos ele neste lp onde o lado A é todo autoral e o lado B, uma seleção também romântica, como cabe ao gênero do bolero, de outros autores, alguns bem conhecidos do público.
E para hoje vamos com este raro e quase obscuro lp de dois artistas também pouco conhecidos, mas que fazem parte da história fonográfica brasileira, Erwin Wiener e Jan Fiala. Erwin Wiener, foi um pianista e compositor tcheco que chegou ao Brasil nos anos 30. Segundo consta, ele deixou gravado uma centena de músicas, tanto brasileiras quanto estrangeiras, muitas dessas lançadas através da Odeon, em 78 rpm e em pequenos selos. O outro, Jan Fiala, foi um acordeonista que o acompanhava em seu conjunto, onde tocavam em casas noturnas. Este lp lançado pelo selo Beverly, supostamente é do final dos anos 50 e possivelmente, boa parte desses fonogramas foram extraidos de bolachas de 78 da Odeon.
perfidia – amapola – frenesi – south of the border
non dimenticar – souvenir d’italie – core ‘ngrato – mattinata
una mujer – contigo – caminhar – la ultima noche
wenn die elisabeth – machst du mit dem knie lieber hans – was macht der meier am himmalaya
ich bin ja heute so glucklich
deixe que eu possa esquecer – graças a deus – tudo ou nada – mente
cheek to cheek – i can’t give you anything but love – dinah – the sheik of araby
smoke gets in your eyes – invitation – over the rainbow – my funny valetine
ma petite tonkinoise – boum – le piano du pauvre – menilmontant
Mais uma vez, temos por aqui o cantor Osny Silva, radialista, cantor e compositor. Iniciou profissionalmente como cantor nos anos 40 e como compositor na década seguinte. Gravou dezenas de disco por diversas gravadoras. Era conhecido como o cantor da mais bela voz do rádio paulista. Atuou como cantor até os anos 60. “Pisando Corações” é um lp que ele gravou pela Odeon, em 1961. Neste, temos um repertório clássico de serestas que por certo, todos já conhecem, mas que vale a pena ouvir na voz deste cantor.
Curiosamente percebemos que até então, nunca chegamos a postar os discos da Turma da Pilantragem, grupo que surgiu nos final dos anos 60, formado por Nonato Buzar. Tinha na formação original e do primeiro disco Pedrinho Rodrigues, Cassiano, Edinho Trindade, Camarão, Alda Regina, Nelsinho da Mangueira, Rui Felipe e Regininha. Na segunda formação, a partir de 1969, veio as mundanças, alguns componentes sairam, mas o time cresceu, incluindo os músicos José Roberto Bertrami, Alex Malheiros, Vitor Manga, Fredera, Márcio Montarroyos, Ion, Raul de Souza e outros… Neste lp, o número 2, o grupo vocal era basicamente formando por Dorinha Tapajós, Edinho Trindade, Malú Ballona, Regininha, Fernando e Altair. Na contra capa podemos ver que o time, além dos vocais trazia um seleto grupo de músicos que participaram dessas gravações. Também, temos um repertório formado diversas músicas em um quase pot-pourri. A Turma da Pilantragem gravou apenas três discos, entre 68 e 70, quando estão se desfez. Vamos postando aqui o volume dois, mas logo a gente traz o primeiro e o internacional. Por certo, são discos já bem ‘manjados’, mas se encaixam bem em nosso Toque Musical.
saveiros – saudades da bahia – joão valentão – a morte de um deus de sal
pra machucar meu coração – carinhoso – fuga
nega maluca – mamãe passou açucar em mim – se eu errei
modinha – manias – é proibido proibir
até segunda feira – rosa morena – ai que saudades da amélia
o meu boi morreu – peguei um ita no norte – aurora
E aqui temos o grande clarinetista Abel Ferreira em disco lançado pelo selo Todamérica, em 1958. Neste lp ele vem acompanhado de seu conjunto e conta também com a participação de sua filha, Vânia Ferreira, cantora e compositora que no disco participa de algumas músicas, tanto cantando, como também como compositora. O repertório contempla ainda outros temas, inclusive internacionais, entre choros, Beguine. fox, samba e até um fado, “Velho Portugal menino”, composição em parceiria com a filha, Vania. Este lp voltou a ser relançado vinte anos depois pela mesma Todamérica já com outra capa..
Aproveitando que já estava à mão, vamos nós com Orlando Silveira, o compositor, regente, arranjador e instrumentista (acordeon) acompanhado de orquestra em disco onde predominam as valsas e também outros sucessos que por certo todos conhecemos. Lançado em 1962, faz parte de um série de álbum que tem em comum as capas personalizadas e exclusivas do selo Som Hi-Fi nas quais traziam as estampas em linho colado sobre o papel com impressão feita em serigrafia, o que diferenciava de qualquer outra produção da época. Hoje, são verdadeiras raridades, as quais muitos colecionadores correm atrás.
Atendendo sempre à gregos e troianos, hoje temos o grande e internacional instrumentista Nestor Campos. Já tivemos o prazer de postar aqui um outro disco dele, aliás, o primeiro pela Musidisc. Conforme já havia escrito, nosso saudoso Samuca, um dos maiores guitarristas que o Brasil já teve. Nestor Pereira Campos nasceu em São Luiz do Paraitinga, no bairro dos Caetanos, em 6 de março de 1920. Em 1934, aos catorze anos de idade, mudou-se com a família para São Paulo, em busca de melhores oportunidades, e foi líder de um conjunto que fazia constantes apresentações em emissoras de rádio paulistas. Em 1943 foi para o Rio de Janeiro, então capital da República, onde profissionalizou-se como músico, sendo contratado pela lendária PRE-8, Rádio Nacional. Nos anos 1960, atuou como músico e arranjador de orquestras em Paris, capital da França. Gravou vários discos na Europa e compôs diversas músicas para o cinema francês. Em meados da década de 1970, mudou-se para Portugal, dando continuidade à carreira de músico. Casou-se e deixou três filhas, vindo a falecer no dia 22 de fevereiro de 1993, em Lisboa.
Aqui, temos dele um dos primeiros lps de 12 polegadas da Musidisc, lançado em 1957 e no qual ele nos apresenta 10 clássicos latinos, sucessos que embalaram muitos casais, entre mambos e boleros, que certamente os amigos cultos e ocultos irão lembrar…
Mais uma vez, marcando presença em nosso Toque Musical, temos Nelsinho do Trombone, Nelsinho e sua orquestra em um de seus melhores momentos, em disco lançado em 1968. Aqui temos o instrumentista e maestro numa seleção de doze clássicos da nossa mpb, até então, muitos desses, modernos para a época. Época onde ainda se dançava, repertório legal para qualquer boa gafieira. E porque não dizer, para quando a música brasileira era boa para dançar. (a propósito, será que o povo hoje em dia ainda dança assim?). Discão bem bacana, não deixem de ouvir…
Depois que passamos por diversos atropelos, de invasão à mudanças de hospedagem, perdemos um pouco o controle de nossas postagens e em especial o index, que dificulta encontrar os discos já publicados. Este da Fátima Guedes é um dos que achávamos já ter sido postado. Mas, fazendo um ‘pente fino’, percebemos que não. Aliás, dela, só entrou uma canção em uma coletânea. Então, aqui vai primeiro lpd dessa grande artista, cantora e compositora brasileira. Lançado em 1979, pelo EMI. Um dos seus melhores discos, com certeza. Lp bem produzido, com arranjos e regências de Gilson Peranzzetta e Oscar Castro Neves e um time de músicos de primeira linha. Vale a pena conhecer ou ouvir novamente…
De volta aos lps, retomamos trazendo a banda 4ª Dimensão, grupo mineiro formado nos anos 80 na cidade de Caeté. Atuaram por mais de 15 anos fazendo shows por várias cidades brasileiras e principalmente em Minas. Um trio realmente muito bom, com músicas próprias e um domínio musical acima de muitas bandas badaladas da época. Curiosamente, não tiveram tanto destaque, isso talvez pelo fato de não terem descido para São Paulo ou Rio de Janeiro, onde poderiam ter tido uma maior projeção. Gravaram, oficialmente, trê lps e ainda um quarto que não chegou a ser lançado no mercado. “O poço pelo qual se chega à mina” foi o terceiro disco e com certeza o mais maduro. Um trabalho que alguns colecionadores e ‘crititicos’ músicais, talvez ainda não tenham passado os ‘zouvidos’. Talvez, a partir daqui a coisa chegue ao Youtube e os poucos que vemos à venda no Mercado Livre/Discogs dobre de preço, para a alegria de seus vendedores/especuladores…
Fechando nosso mês de setembro de discos compactos (o que não quer dizer que não venham mais por aí) temos aqui um disquinho independente, lançado no início dos anos 80 pelo músico Luiz Santos Lima, também conhecido por Lóla. Veio de Natal, no Rio Grande do Norte. Autodidata, mas que ainda jovem, acabou vindo morar em São Paulo e por lá gravou este seu primeiro disco, um compacto duplo com quatro músicas. Um trabalho autoral, bem produzido, inspirado em influências de rock progressivo, algo bem interessante e que nos soa bem mesmo em dias atuais. Ao que consta, Lóla gravou outro compacto, também de forma independente e seguindo a mesma linha chamado Solar nos anos 80. Continuou investido no estudo da música e logo depois se mudou para a Itália onde se aprimorou como instrumentista e chegou a dar aulas. Ficou por lá uma boa temporada, retornando ao Brasil, seguindo uma carreira acadêmica e artística. Ao que parece, gravou outros trabalhos independentes…
Mais uma bobagem dos anos 80… O que os compositores não faziam para conseguir um dinheirinho. Aqui tempos a dupla Sullivan e Massadas, autores de tantos sucessos encarando um besteirol para agradar o patrão e o (des)gosto popular. Aproveitando a popularidade do apresentador Faustão, nessa época, tremendo sucesso na tv, ainda na Band, com seus bordões. Criaram esse compacto chamado “Rock do Fautão” (de onde será que tiraram isso???) Mas o certo é que parece mesmo a abertura de programa do apresentador. E certamente este disquinho deve ter feito algum sucesso com esse ‘rock’ que aparece no compacto em duas versões. Segue aí…
E lembrando que o Toque Musical é um espaço também para curiosidades, para quem escuta música com outros olhos, aqui vai um besteirol que nos dias atuais certamente seria cancelado. Olhemos então, apenas no intúito de entender o que rolava nos anos 80 (e que por certo, não é diferente dos anos 70, 60, 50…) Como vemos, temos o apresentador, dublê do Silvio Santos, Gugu Liberato fazendo das suas nessa produção de João Roberto Kelly, expert em marchinhas carnavalesca e marchinhas para qualquer fim. Por certo, este compacto foi lançado nas vésperas do carnaval de 87, jogada comercial apelativa da RGE, usando a popularidade do apresentador que de cantor só entra no coro e ao que parece também é autor, ao lado do João Roberto Kelly. Nessa hora a gente só fica pensando… e o que foi feito da Marietti? :)))