Caco Velho E Seu Conjunto – Vida Noturna N. 1 (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Este nem parece o mês de aniversário do Toque Musical. Em outros tempos, eu numa hora dessas já estaria aqui enchendo vocês de pérolas e raridades. Mas, infelizmente, este tempo passou. Com dizem por aí, a cada hora piora. Realmente, parece que tudo está piorando nessa nossa vida e consequentemente isso afeta também ao autor aqui das produções. Por favor não me culpem. O Judas da vez é a Dilma. Tudo culpa da Dilma. (quando a gente não encontra um responsável pela merda, o negócio é passar a bola pra Dilma, agora é moda). Porém, antes que culpem a mim, também, vou logo dar um jeito aqui e retomar as postagens…
Em nova postagem, trago para hoje o Caco Velho e seu Conjunto, no seu primeiro lp de 12 polegadas, lançado pela gravadora Copacabana, em 1958. Desta vez, temos o lp integralmente, com capa e selo, conforme manda o figurino do Toque Musical. Este disco, conforme se pode ler no texto da contracapa nos traz dois momentos. O lado A temos o Caco Velho e seu conjunto em gravação de estúdio. O lado B é uma gravação ‘ao vivo’, um registro do artista (com Hervé Cordovil ao piano) em apresentação na boate Delval Bar, uma das famosas casas noturnas de São Paulo nos anos 50. Eis aí um disco raro que vale a pena ver e ouvir de novo.

botinha estranha
não consigo entender
adoro a dora
silêncio
minueto
teu olhar
caco velho
nêga
minha candidatura
mulher infernal
se acaso você chegasse
vegeto sem mulher
.

Caco Velho – Soirée A La Macumba (1956)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Há algum tempo atrás, quando eu postei aqui uma coletânea especial do Caco Velho, logo em seguida, alguém (que não me lembro) enviou para o blog uma série de músicas gravadas pelo artista na França. Vim a saber que se tratava de um disco raro, lançado na França em 1956. Procurei mais informações sobre o disco e fui acabar parando num blog muito interessante, chamado Yoyo Salva Musical, do jeito que eu gosto, cheio de discos antigos e dos mais variados gêneros. Foi dessa fonte que saiu o meu arquivo, mas eu ainda não tinha a capa. Deixei lá uma mensagem, pedindo ao dono do blog as capinhas, caso tivesse. O tempo passou e como não veio resposta, eu acabei até me esquecendo. Há poucos dias atrás, para a minha surpresa, o autor do blog me fez a gentileza de enviar a capa, com direito também aos selos. Matou a pau! Agora completo, eu trago o disco para o Toque Musical. Tenho certeza que muitos aqui ainda não tiveram a oportunidade de ouvir essa jóia rara.
“Soirée a la Macumba” foi um disco gravado em 1956 por Caco Velho e os músicos que o acompanhavam na casa de shows francesa, chamada “La Macumba”. O sambista fez por lá uma longa temporada. Ele se apresentava também ao lado da cantora Marita Luizi, artista brasileira que era bem conhecida naquela época. Participou de um filme, “Quai des Illusion”, interpretando um baião “Chico Sanfona”, de J. Nubel e a toada “Ai Sinhá”, de sua autoria. Isso lhe rendeu outro convite, desta vez para gravar pela gravadora local, Ducretet Thompson um disco com as músicas “Falsa Baiana”, “Nega Mentirosa”, “Prenda Minha” e “Uma só vez”. Como sucesso do disco compacto, logo de imediato veio então a gravação de “Soirée A La Macumba”, um lp gravado ao vivo nesta boate, pela mesma gravadora e com o selo Telefunken. O álbum foi lançado no mesmo ano em que Caco Velho retorna ao Brasil. Nele encontramos doze faixas entre composições autorais e outras bem conhecidas do público brasileiro. Ele vem acompanhado, não por uma orquestra, mas sim por um conjunto e a cantora Marita Luizi. Não há como não gostar. O disquinho é mesmo muito legal.
Aproveito para agradecer ao Salvador, autor do blog YSM, pela gentileza de nos proporcionar o contato com um disco que dificilmente teria chegado até nós. Valeu demais! 🙂

chico sanfona
aí sinhá
pourquoi
sereno
vida dura
saudade de itapoã
voalá
prenda minha
mademoiselle denise
risque
balaio grande
uma só vez

Caco Velho – Coletânea Toque Musical – 78 RPM (2009)

Como e havia prometido e também no sentido de completar o que seria somente a postagem de ontem, aqui estamos novamente com o fabuloso Caco Velho. Os arquivos deste “disco” que eu montei, com direito a capinha (gostaram?), me foram enviados pelo amigo culto (e as vezes oculto) Tales. Pelo que ele me informou e também pelas minhas consultas às fontes históricas musicais, estes arquivos nos trazem alguns dos primeiros registros de Caco Velho em discos de 78 rpm. Há também gravações com outros artistas interpretando composições do “sambista infernal”.

Nesta semana nós não tivemos o dia do artista independente, devido a uma falha minha de não preparar antecipadamente alguma coisa relacionada ao tema do samba. Cheguei até a fazer contato de última hora com uns artistas independentes, mas eles não me responderam. Suponho que já estejam bem divulgados em outro blog. Além do mais, nesta troca de figurinhas, o Toque Musical tem ficado só com as repetidas. Espero que para os próximos haja uma contrapartida, uma pequena divulgação do blog nos sites do independentes. É justo, não? Contudo, para a próxima semana, ainda no ritmo do samba, vou trazer quem realmente precisa de uma força. Aqui é assim, uns sambam e outros dançam… 🙂
carreteiro – trio de ouro
a vida é uma mentira – aracy de almeida
samba russo – caco velho
mania da rita – caco velho
é mania – caco velho
preto alinhado – caco velho
porto rico – caco velho
barriga vazia – caco velho
por um beijo teu – caco velho
nêga mentirosa – caco velho
nêga – caco velho
minha candidatura – caco velho
viva o rio – caco velho

Caco Velho – Coletânea Toque Musical (2009)

Aqui estou eu neste sábado maravilhoso, trazendo para vocês um presente muito especial. Uma coletânea do sambista Caco Velho. Um nome pouco lembrado hoje em dia, mas sem dúvida, um artista genial. Gaúcho de Porto Alegre, começou a carreira nos anos 30, na Rádio Gaúcha como ‘crooner’ e pandeirista do Regional de Piratini. Também tocava piano, bateria e contrabaixo. Seu nome era Mateus Nunes. O apelido ou nome artístico Caco Velho vem da canção de Ary Barroso, esta era a música que ele mais gostava de cantar. Daí veio o epíteto nominal. Ele também trabalhou no cinema, em musicais de carnaval da Atlantida. Esteve por um tempo na Europa excursionando como cantor da Orquestra de Georges Henri. De volta ao Brasil, abriu uma casa de shows, a “Derval Bar” e depois outra, a “Brazilian’s Bar onde se apresentava com seu conjunto. Seguiu depois para os ‘States’ onde também fez apresentações. Depois foi para Portugal onde foi atração musical em rádio e televisão. A cantora portuguesa Amália Rodrigues chegou a gravar duas de suas músicas (esqueci de comentar que ele também era compositor hehe…)

A coletânea que tenho para vocês, na verdade trata-se de uma discografia incompleta, mas essencialmente básica. Tenho aqui um 3 em 1. Quer dizer, três álbuns importantes da carreira desse artista, reunidos por mim e graças à colaboração de alguns amigos cultos. São eles os seguintes discos: O compacto duplo lançado pela Copacabana em 1956, “A Voz do Sangue”, “Vida Noturna Nº1” de 1957 e aquele que deveria ser um dos 300, o delicioso “Comendador da Bossa Nova”, lançado em 1963. Tenho certeza que vocês irão gostar. E já prometendo para amanhã, tenho mais uma dose de Caco Velho. Aguardem… 😉
*A Voz do Sangue
a voz do sangue
chaufeur de lotação
raça
tem que ter mulata
*Vida Noturna Nº 1
botina estranha
não consigo entender
adoro a dora
silêncio
minueto
me diga teu nome
caco velho
nêga
minha candidatura
mulher infernal
se acaso você chegasse
vegeto sem mulher
*O Comendador da Bossa Nova
onde está
a cuíca está roncando
meu fraco é mulher
não faça hora comigo
maria cândida
parei na jogada
o pato
não quero intruso no meu samba
uma crioula
samba do meu tio
tonalidade original
samba de uma nota só