Trazemos hoje “Salerosa”, produção da gravadora Chantecler, com Miranda e seu conjunto. Um lp instrumental trazendo um repertório de clássicos da música latinoamericana. Antonio Miranda Netto foi um músico que dominava bem diferentes instrumentos de cordas. Iniciou nos anos 40 e tocou no conjunto de Poly. Aqui ele aparece neste que foi o primeiro disco e ao lado de um conjunto, tocando guitarra elétrica.
Entre os diversos discos que recebemos ultimamente, aqui temos este de cunho religioso católico. Trata-se de um lp comemorativo dos cem anos da congregação das Irmãs de Santa Dorotéia, no Brasil, então no ano de 1966. Essa congreção foi fundada na Italia em 1834. Está presente em diversas partes do mundo. O disco foi gravado pelo selo Mocambo.
Atendendo, como sempre, a gregos e troianos, temos desta vez o Conjunto Masculino Filadelfia, um grupo vocal, segundo consta, nascido em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Ao que tudo indica, este lp foi lançado em 1966, pelo pequeno selo cristão GBM (Gravadora Boa Música) direcionado a música religiosa. Este foi o primeiro lp deste conjunto vocal amador, formado conforme o texto por jovens profissionais diversos e estudantes da cidade. Consta que o grupo gravou um outro lp e já nos anos 70.
“Luar da serra” é um disco com um repertório, que se baseia em clássicos da música folclórico regional.
Aqui, outro disco bem raro da música clássica brasileira. Lp lançado nos anos 50 pelo selo inglês Cambridge, apresentando a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência do maestro Eleazar de Carvalho, apresentando três momentos de óperas de Carlos Gomes e ainda de outros compositores brasileiros importantes, Frutoso Viana, Lorenzo Fernandes, Francisco Braga e Alberto Nepomuceno. São, por certo, obras bem conhecidas, mas que vale a pena ouvir nesta versão que vocês não irão encontrar nem mesmo no Youtube.
protofonia da ópera o guarani
ouverture da ópera fosca
alvorada, da ópera o escravo
dança de negros (de frutoso viana)
batuque – variações sobre um tema brasileiro (de francisco braga)
E já que falamos de música erudita brasileira, que tal um Villa-Lobos? Aqui temos este lp, lançado na Alemanha, em 1974. Disco importado e por certo, pela data e origem, um álbum raro. Apresentando um delicioso momento de Heitor Villa-Lobos na interpretação de um dos grandes mestres do piano brasileiro, o internacional Nelson Freire. Trabalho impecável que não poderia ficar fora do nosso Toque Musical. Confiram…
E desta vez, entramos numa pegada mais erudita num contraponto com o popular. Temos aqui um disco bem bacana que certamente agrada ao nosso público musicista e também os apreciadores do violão. E ainda, por que não dizer, a todo aquele que apreciador do regional, do imortal, Catulo da Paixão Cearense. Este é um disco que vale a pena ouvir. Temos o violonista de formação clássica/erudita Carlos Barbosa Lima neste lp lançado pela Chantecler, em 1964. Como já podemos ver, ele interpreta de forma magistral quinze obras de Catulo, transcrita para o violão. Um trabalho sensível, que vale a pena ouvir. Felizmente, já temos na contracapa todas as devidas informações. O que nos poupa tempo. Cabe aos amigos apenas ler e ouvir…
Eis aqui um lp o qual podemos chamar de ‘bonito e gostoso’. Bonito já pela capa com uma ilustração que não há photoshop ou IA que faça igual. Coisa fina que só se fazia em outros tempos. Gostoso por conta do repertório alegre e dançante. No caso, como se pode ver trata-se de uma seleção de clássicos revestidas num clima de maxixe, um gênero dançante surgido no Rio de Janeiro um pouco antes do samba. Também conhecido como ‘tango brasileiro’ por conta da variação sincopada de outro gênero, o cubano, chamado de ‘tango habanera’. Aqui, a única coisa que destoa é a última faixa, ‘The dreamer’s bounce”, que não sei porque cargas dágua está incluída. Maxixe foi um gênero dançante bem popular. Mas aqui ele retoma numa nova roupagem através do orgão de André Penazzi, músico o qual já tivemos o prazer de apresentar no Toque Musical outras vezes. Mesmo assim, para os que não conhecem, a contracapa deste lp já dá a ficha do homem. Confiram tudo, pois no TM procuramos sempre ser completos.
Entre as muitas contribuições de discos que temos recebido, temos agora este, talvez, único lp do italiano e antigo ‘spala’ da Orquestra Sinfônica Brasileira, Ciccillo, acompanhado de um conjunto onde nos apresenta um repertório praticamente de músicas italianas e que faziam muito sucesso nos anos 50.
O texto de contracapa nos dá um panorama e talvez único do artista e deste disco, lançado pela Polydor, possivelmente, no final daqueles anos 50. Vamos arriscar aqui 59.
E no embalo do bolerão, aqui temos outro ótimo lp, Trio Irakitan e seu “Sempre o Bolero, lp lançado pela Odeon, em 1970. E, claro, trazendo um repertório fino, cheio de clássicos que fizeram o prazer de muita gente que viveu (e ainda vive) essa época. Trio Irakitan é um grupo que dispensa maiores apresentações. Já tivemos por aqui vários outros discos do trio que ao longo de sua existência passou por reformulações com mudanças de seus membros, mas nunca perderam o encanto. Confiram aí mais um memorável lp…
Para os amantes de bolero, eis aqui um dos seus grandes representantes, o lalgoano, Luis Saraiva dos Santos, saxofonista e compositor. Atuou nos anos 50 e 60 como músico de boate. Também gravou dezenas de discos e não apenas de bolero (por certo), mas também choros, sambas e outros gêneros. Gravou por vários selos, tanto os grandes como pequenos e obscuros. Sua carreira musical seguiu até início dos anos 80. Foi autor também de dezenas de músicas, sendo considerado o ‘rei do sax-soprano’.
Aqui temos ele neste lp onde o lado A é todo autoral e o lado B, uma seleção também romântica, como cabe ao gênero do bolero, de outros autores, alguns bem conhecidos do público.
E para hoje vamos com este raro e quase obscuro lp de dois artistas também pouco conhecidos, mas que fazem parte da história fonográfica brasileira, Erwin Wiener e Jan Fiala. Erwin Wiener, foi um pianista e compositor tcheco que chegou ao Brasil nos anos 30. Segundo consta, ele deixou gravado uma centena de músicas, tanto brasileiras quanto estrangeiras, muitas dessas lançadas através da Odeon, em 78 rpm e em pequenos selos. O outro, Jan Fiala, foi um acordeonista que o acompanhava em seu conjunto, onde tocavam em casas noturnas. Este lp lançado pelo selo Beverly, supostamente é do final dos anos 50 e possivelmente, boa parte desses fonogramas foram extraidos de bolachas de 78 da Odeon.
perfidia – amapola – frenesi – south of the border
non dimenticar – souvenir d’italie – core ‘ngrato – mattinata
una mujer – contigo – caminhar – la ultima noche
wenn die elisabeth – machst du mit dem knie lieber hans – was macht der meier am himmalaya
ich bin ja heute so glucklich
deixe que eu possa esquecer – graças a deus – tudo ou nada – mente
cheek to cheek – i can’t give you anything but love – dinah – the sheik of araby
smoke gets in your eyes – invitation – over the rainbow – my funny valetine
ma petite tonkinoise – boum – le piano du pauvre – menilmontant
Mais uma vez, temos por aqui o cantor Osny Silva, radialista, cantor e compositor. Iniciou profissionalmente como cantor nos anos 40 e como compositor na década seguinte. Gravou dezenas de disco por diversas gravadoras. Era conhecido como o cantor da mais bela voz do rádio paulista. Atuou como cantor até os anos 60. “Pisando Corações” é um lp que ele gravou pela Odeon, em 1961. Neste, temos um repertório clássico de serestas que por certo, todos já conhecem, mas que vale a pena ouvir na voz deste cantor.
Curiosamente percebemos que até então, nunca chegamos a postar os discos da Turma da Pilantragem, grupo que surgiu nos final dos anos 60, formado por Nonato Buzar. Tinha na formação original e do primeiro disco Pedrinho Rodrigues, Cassiano, Edinho Trindade, Camarão, Alda Regina, Nelsinho da Mangueira, Rui Felipe e Regininha. Na segunda formação, a partir de 1969, veio as mundanças, alguns componentes sairam, mas o time cresceu, incluindo os músicos José Roberto Bertrami, Alex Malheiros, Vitor Manga, Fredera, Márcio Montarroyos, Ion, Raul de Souza e outros… Neste lp, o número 2, o grupo vocal era basicamente formando por Dorinha Tapajós, Edinho Trindade, Malú Ballona, Regininha, Fernando e Altair. Na contra capa podemos ver que o time, além dos vocais trazia um seleto grupo de músicos que participaram dessas gravações. Também, temos um repertório formado diversas músicas em um quase pot-pourri. A Turma da Pilantragem gravou apenas três discos, entre 68 e 70, quando estão se desfez. Vamos postando aqui o volume dois, mas logo a gente traz o primeiro e o internacional. Por certo, são discos já bem ‘manjados’, mas se encaixam bem em nosso Toque Musical.
saveiros – saudades da bahia – joão valentão – a morte de um deus de sal
pra machucar meu coração – carinhoso – fuga
nega maluca – mamãe passou açucar em mim – se eu errei
modinha – manias – é proibido proibir
até segunda feira – rosa morena – ai que saudades da amélia
o meu boi morreu – peguei um ita no norte – aurora
E aqui temos o grande clarinetista Abel Ferreira em disco lançado pelo selo Todamérica, em 1958. Neste lp ele vem acompanhado de seu conjunto e conta também com a participação de sua filha, Vânia Ferreira, cantora e compositora que no disco participa de algumas músicas, tanto cantando, como também como compositora. O repertório contempla ainda outros temas, inclusive internacionais, entre choros, Beguine. fox, samba e até um fado, “Velho Portugal menino”, composição em parceiria com a filha, Vania. Este lp voltou a ser relançado vinte anos depois pela mesma Todamérica já com outra capa..
Aproveitando que já estava à mão, vamos nós com Orlando Silveira, o compositor, regente, arranjador e instrumentista (acordeon) acompanhado de orquestra em disco onde predominam as valsas e também outros sucessos que por certo todos conhecemos. Lançado em 1962, faz parte de um série de álbum que tem em comum as capas personalizadas e exclusivas do selo Som Hi-Fi nas quais traziam as estampas em linho colado sobre o papel com impressão feita em serigrafia, o que diferenciava de qualquer outra produção da época. Hoje, são verdadeiras raridades, as quais muitos colecionadores correm atrás.
Atendendo sempre à gregos e troianos, hoje temos o grande e internacional instrumentista Nestor Campos. Já tivemos o prazer de postar aqui um outro disco dele, aliás, o primeiro pela Musidisc. Conforme já havia escrito, nosso saudoso Samuca, um dos maiores guitarristas que o Brasil já teve. Nestor Pereira Campos nasceu em São Luiz do Paraitinga, no bairro dos Caetanos, em 6 de março de 1920. Em 1934, aos catorze anos de idade, mudou-se com a família para São Paulo, em busca de melhores oportunidades, e foi líder de um conjunto que fazia constantes apresentações em emissoras de rádio paulistas. Em 1943 foi para o Rio de Janeiro, então capital da República, onde profissionalizou-se como músico, sendo contratado pela lendária PRE-8, Rádio Nacional. Nos anos 1960, atuou como músico e arranjador de orquestras em Paris, capital da França. Gravou vários discos na Europa e compôs diversas músicas para o cinema francês. Em meados da década de 1970, mudou-se para Portugal, dando continuidade à carreira de músico. Casou-se e deixou três filhas, vindo a falecer no dia 22 de fevereiro de 1993, em Lisboa.
Aqui, temos dele um dos primeiros lps de 12 polegadas da Musidisc, lançado em 1957 e no qual ele nos apresenta 10 clássicos latinos, sucessos que embalaram muitos casais, entre mambos e boleros, que certamente os amigos cultos e ocultos irão lembrar…
Mais uma vez, marcando presença em nosso Toque Musical, temos Nelsinho do Trombone, Nelsinho e sua orquestra em um de seus melhores momentos, em disco lançado em 1968. Aqui temos o instrumentista e maestro numa seleção de doze clássicos da nossa mpb, até então, muitos desses, modernos para a época. Época onde ainda se dançava, repertório legal para qualquer boa gafieira. E porque não dizer, para quando a música brasileira era boa para dançar. (a propósito, será que o povo hoje em dia ainda dança assim?). Discão bem bacana, não deixem de ouvir…
Depois que passamos por diversos atropelos, de invasão à mudanças de hospedagem, perdemos um pouco o controle de nossas postagens e em especial o index, que dificulta encontrar os discos já publicados. Este da Fátima Guedes é um dos que achávamos já ter sido postado. Mas, fazendo um ‘pente fino’, percebemos que não. Aliás, dela, só entrou uma canção em uma coletânea. Então, aqui vai primeiro lpd dessa grande artista, cantora e compositora brasileira. Lançado em 1979, pelo EMI. Um dos seus melhores discos, com certeza. Lp bem produzido, com arranjos e regências de Gilson Peranzzetta e Oscar Castro Neves e um time de músicos de primeira linha. Vale a pena conhecer ou ouvir novamente…
De volta aos lps, retomamos trazendo a banda 4ª Dimensão, grupo mineiro formado nos anos 80 na cidade de Caeté. Atuaram por mais de 15 anos fazendo shows por várias cidades brasileiras e principalmente em Minas. Um trio realmente muito bom, com músicas próprias e um domínio musical acima de muitas bandas badaladas da época. Curiosamente, não tiveram tanto destaque, isso talvez pelo fato de não terem descido para São Paulo ou Rio de Janeiro, onde poderiam ter tido uma maior projeção. Gravaram, oficialmente, trê lps e ainda um quarto que não chegou a ser lançado no mercado. “O poço pelo qual se chega à mina” foi o terceiro disco e com certeza o mais maduro. Um trabalho que alguns colecionadores e ‘crititicos’ músicais, talvez ainda não tenham passado os ‘zouvidos’. Talvez, a partir daqui a coisa chegue ao Youtube e os poucos que vemos à venda no Mercado Livre/Discogs dobre de preço, para a alegria de seus vendedores/especuladores…