IV Festival Internacional Da Canção Popular Rio – Ao Vivo (1969)

Olá amigos cultos e ocultos! Sei que quase ninguém tem lido o que eu escrevo aqui, mesmo assim eu continuo afirmando ser esta a minha primeira voz. Aqui aparecem todas as minhas decisões sobre o blog, o que farei e o que deixarei de fazer. Quem não lê, tem trabalho dobrado e um expectativa muitas vezes frustrada, pois muito do que procuram já não está mais ativo, em links no GTM. E como eu disse, não pretendo repor. Somente o que foi postados nos últimos seis meses é que estará disponível. Quem chega atrasado ou não é cativo, come mosca, fica a ver navios… E não adianta me culparem, pois a culpa pelo que falta é do provedor de links, que tem lá os seus critérios e prazos determinados para cada arquivo hospedado. Nesse sentido, não há muito o que se fazer. Mudar para outro nem sempre resolve, pois todos tem suas vantagens e desvantagens. Entre os atuais, para mim, o melhor e mais adequado ao Toque Musical é o Deposit Files – homeopaticamente bem dosado. Só peca pelo prazo e pela maneira chata para se fazer o download. No mais é só alegria 😉
Seguindo aqui, trago mais um disco de Festival, o “IV Festival Internacional Da Canção Popular Rio”. Como se pode ver pela capa e título na postagem, trata-se da parte internacional deste festival. Uma seleção musical que a princípio não nos traria interesse, não fosse o fato de ser um evento realizado no Brasil e principalmente por apresentar entre elas uma música brasileira e interpretada por brasileiros. Me refiro a belíssima (e já um clássico) “Cantiga por Luciana”, música de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, este último, recentemente falecido (mais uma boa razão para esta postagem). O álbum é apresentado como se tivesse sido gravado ao vivo, mas ao que parece nem todas assim são. Inclusive, “Cantiga por Luciana”, aqui  aparece em outra versão, interpretada pela cantora Reginha. Independente de qualquer coisa, acho que vale a pena conhecer, ou redescobrir este lp. Vamos ouvir?

evie – bill medley (estados unidos)
allors la lune m’appartiendra – lilian askaland (noruega)
new world in the morning – roger whittaker (quênia)
je t’aime et la terre est bleue – tereza (iugoslávia)
mon couer est comme la riviere – herbert leonard (luxemburgo)
joue guitare – rika zarai (israel)
bem bem – bella bellow (tongo)
tous les printemps du monde – romuald (andorra)
penelope – juan manuel serrat (espanha)
cantiga por luciana – regininha (brasil)
a wind sang in the trees – benny borg (suécia)
nel silenzio – amir (italia)
tzeinerlin – anne (mônaco)
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III Festival Internacional Da Canção Popular Vol. 2 (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco do III Festival Internacional da Canção Popular, o volume 2. Confesso que li pouco sobre os antigos festivais de música popular da década de 60. Aliás, sempre faço confusão, pois foram tantos e com nomes, as vezes, até parecidos. O interessante nessa época é que a indústria fonográfica investia pesado nesses projetos. Produziam não apenas o disco com as ’12 mais`, aquelas finalistas, mas também e na sequência, lançavam aquelas músicas que chegavam a classificação. Isso era muito legal, pois permitia que o público apreciasse as outras músicas (que em muitos casos eram tão boas ou melhores que as finalistas. Mas enfim, essa é uma questão polêmica, envolve o gosto do freguês e os planos das gravadoras.
Segue assim este que é o volume 2, trazendo novas canções, mas se repetido em alguns intérpretes. Músicas   de alto nível, principalmente pelos arranjos e batutas dos nossos grandes maestros. Vale uma conferida!

engano – morgana
visão – taiguara
mestre sala – elza soares
filho de iemanjá – mary lauria
américa, américa – luiza
praia só – maria creuza
maria é só você – maria creuza
o tempo terá tua paz – mariá
corpo e alma – clara nunes
mergulhador – luiza
despertar – doris monteiro
canto do amor armando – mary lauria
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Carmen Costa & Henricão – Seleção 78 RPM do Toque Musical – Vol. 75 (2013)

Em sua edição de número 75, o Grand Record Brazil apresenta a segunda parte da retrospectiva dedicada à grande cantora Cármen Costa (1920-2007). Agora, apresentamos aqui sete gravações que ela fez com o cantor e compositor Henricão, pessoa importantíssima em sua carreira, e cuja história de vida conheceremos agora. Henrique Felipe da Costa nasceu em Itapira, interior de São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1908, e, por conta da alta estatura (quase dois metros!), ganhou o apelido de Henricão. Em certa época, ganhava a vida como motorista de uma “socialite” que morava na Rua Augusta, e considerava sua a família da própria patroa, que muito o admirava. Cantou em circos, parques de diversões, rádios e festas populares do Nordeste, sozinho ou em dupla com algumas parceiras, a mais famosa, evidentemente, Cármen Costa, que obteve muito mais êxito de público e mídia do que ele, seu lançador. Além das adaptações de “Cielito lindo’ (“Está chegando a hora”) e “Caminito” (“Carmilito”), Henricão assina composições juntamente com Rubens Campos (o parceiro mais constante), Bucy Moreira, Caco Velho e Príncipe Pretinho, entre outros.  Entre suas várias parceiras de cantorias, antecessoras de Cármen Costa, destacam-se a paulistana Risoleta – que faria sucesso no teatro de revista, só e desacompanhada – e a carioca Sarita. Embora tenha composto inúmeras músicas de sucesso , tais como “Só vendo que beleza”, e sua sequência “Casinha da Marambaia” (até hoje muitos pensam que é esse o título da primeira música) e mesmo famoso, Henricão sempre enfrentou dificuldades financeiras, passando fome, mas era constantemente ajudado por amigos,  e levava a vida sempre com otimismo e esperança.  Trabalhou também como ator de cinema, em filmes como “Sinhá moça” (1953), “A estrada” (1956), “Uma certa Lucrécia” (1957), “Cidade ameaçada” (1960), “O puritano da Rua Augusta” (1965),  “Betão Ronca Ferro” (1970) e “Jeca e seu filho preto” (1978), os três últimos produzidos e estrelados pelo eterno jeca, Mazzaropi, com quem também contracenou em “O gato de madame” (1956). Na televisão, atuou na novela “Os imigrantes”  (1981), maior sucesso da Rede Bandeirantes no gênero, e na minissérie “O tronco do ipê” (1982), da TV Cultura de São Paulo, Já tinha feito também alguns episódios do “Vigilante rodoviário” (1961-62), primeiro seriado de TV produzido no Brasil. Seu último trabalho em disco foi o álbum “Recomeço”, lançado pela Eldorado em 1980, e no qual reencontrou a antiga parceira Cármen Costa. Em 1984, já no final de sua vida, foi eleito o primeiro Rei Momo negro da história do carnaval de São Paulo. Faleceu em 11 de junho do mesmo ano, também em São Paulo, de enfarte, aos 76 anos.
Neste volume do GRB,  apresentamos sete  gravações que Henricão fez em dueto com Cármen Costa. Abrindo a seleção, “Samba, meu nêgo”, de Bucy Moreira e Miguel Baúso, lançado pela Columbia em julho de 1941 com o n.o 55286-A, matriz 421. Depois tem “Onde está o dinheiro?”, samba de Henricão sem parceria, em gravação Odeon de 24 de maio de 1939, lançada em  agosto seguinte com o n.o 11749-A, matriz 6105. “Não quero conselho”, samba de Príncipe Pretinho e Constantino “Secundino” Silva, foi gravado na Columbia em 19 de julho de 1940 e lançado em agosto do mesmo ano com o n.o 55239-B, matriz 308. “Não posso viver sem você”, samba da parceria Henricão-Rubens Campos, é o lado B de “Samba, meu nêgo”, matriz 422. “Não dou motivo”, de Max Bulhões e Felisberto Martins, é outro  lado B, este  de “Onde está o dinheiro?”, matriz 6106. “Dance mais um bocado”, de Henricão e Príncipe Pretinho, é o  lado A de “Não quero conselho”, matriz 307. E, para encerrar, a marchinha “A festa é boa”, dos inseparáveis Henricão e Rubens Campos, gravação Victor de 19 de dezembro de 1942, lançada um mês antes do carnaval de 43, em janeiro, disco 80-0045-B, matriz S-052661. Esta é a homenagem do GRB a esses dois nomes importantíssimos na história de nossa música popular.  Até a próxima!
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

III Festival Internacional Da Canção Popular – Vol. 1 (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje a noite estou indo para o Rio buscar um tocadiscos que eu comprei. De quebra, claro, vou dar umas garimpadas nas lojas, sebos e feiras pela cidade. Se alguém aí tiver uma boa dica de compra, me avise. Tô ligado! Estou indo para a Cidade Maravilhosa, mas volto no domingo (tempo é curto!)
E como já dizia o Geraldo Vandré: prá não dizer que não falei de flores… quer dizer, que não postei nada nesta semana… aqui vai um disquinho bem legal. Uma seleção da Odeon da músicas classificadas no III Festival Internacional da Canção, de 68. Como vocês podem ver (e também ouvir, claro), temos uma seleção de ótimas músicas e excelentes intérpretes. Interessante notar que aqui também destacaram os maestros em cada música, um dado importante que deveria estar contido em todos os discos do gênero. Deixo aqui o volume 1, quando voltar postarei o volume 2, ok? No mais, aquele abraço! Pois o Rio, mesmo violento e manifestante, continua lindo! 😉

amada canta – luis claudio e grupo de ensaio
razão de cantar – doris monteiro
terra santa – maria creuza
passacalha – vocalistas modernos
capoeira – elza soares
rainha do sobrado – luiz claudio
sabiá – clara nunes
roda de samba – miltinho
salmo – luiza
a noite, a maré e o mar – mary lauria e grupo de ensaio
rua da aurora – clara nunes
herói de guerra – vocalistas modernos
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Carmem Costa – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 74 (2013)

Estamos de volta com o Grand Record Brazil, em sua edição de número 74. Desta vez, apresentamos a primeira de duas partes de uma retrospectiva dedicada a uma das maiores cantoras do Brasil, Cármen Costa. Carmelita Madriaga, seu nome na pia batismal, nasceu na pequena cidade de Trajano de Morais, Estado do Rio de Janeiro, no dia 5 de janeiro de 1920. Seus pais eram meeiros (agricultores que trabalham em terras que pertencem a outras pessoas) na Fazenda Agulha, onde a nossa Carmelita, ainda criança, começou a trabalhar como empregada doméstica, em casa de uma família de protestantes. Foi lá que aprendeu hinos religiosos, assim demonstrando seu talento de cantora. Em 1935, vem a inevitável mudança para o Rio de Janeiro, e, com apenas 15 anos, empregou-se como doméstica na residência de nada mais nada menos que Francisco Alves.  É ele quem incentivará Carmelita a seguir carreira artística, fazendo-a cantar numa festa para os convidados, entre eles outra Cármen famosa, a Miranda. Carmelita, em seguida, apresenta-se como caloura no programa do sempre rigoroso Ary Barroso, saindo-se vencedora, e em gravações começou participando de coros em gravações dos “medalhões” da MPB de então. Em 1937, Carmelita conhece o compositor Henricão (Henrique Filipe da Costa), que a batiza artisticamente como Cármen Costa e com quem inicia sua carreira profissional, apresentando-se em feiras de amostras como a do Arraial do Rancho Fundo (Juiz de Fora, MG). Em 1939 Cármen e Henricão se apresentam juntos numa feira de amostras da Praça Quinze, no Rio de Janeiro, ao lado dos maiores cartazes da época (Irmãs Pagas, Alvarenga e Ranchinho, Cármen e Aurora Miranda, etc.). Gravam discos em dupla, cujas músicas iremos apresentar em nosso próximo volume. No carnaval de 1942, consegue seu primeiro grande sucesso com “Está chegando a hora”, presente nesta seleção. Alguns de seus hits: “Só vendo que beleza”, “Carmilito” (também aqui presentes), “Chamego”, “Busto calado”, “Quase”, “Marcha do Cordão da Bola Preta (Segura a chupeta)”, “Tem nêgo bebo aí”, “Cachaça”,  “Jarro da saudade”, “Eu sou a outra”, “Obsessão”, etc. Em 1945, casa-se com o americano Hans Van Koehler, e vai viver com ele nos EUA, onde passa uma temporada em Los Angeles e até trabalha como prensadora de discos na RCA Victor! Ela também participou do histórico concerto de bossa nova no Carnegie Hall de Nova York, em 1962, marco da internacionalização do movimento.  Ao voltar para o Brasil, nos anos 1950, conhece o compositor Mirabeau Pinheiro, com quem viveu por cinco anos e teve sua única filha, Silésia, também conhecida como Lu. Entre 1959 e 1963, excursiona por diversos países e passa temporadas no Brasil, voltando aos EUA em 1964, e atua em vários shows ao laod do acordeonista Sivuca.  Cármen retorna definitivamente à nossa terra no início dos anos 1970, cantando em boates do Rio e de São Paulo. Também gravou muitos LPs, inclusive um de ladainhas e benditos.  Apareceu cantando em filmes, tais como “Pra lá de boa” (1949), “Carnaval em Marte” (1955), “Depois eu conto” (1956) e “Vou te contá” (1958). Em 2003, por iniciativa do Museu da República, é “tombada” como patrimônio cultural do Brasil, através de projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal do Rio. Sua última gravação foi com o cantor Elymar Santos, de quem era convidada especial em alguns shows. Cármen Costa faleceu em 25 de abril de 2007, no Rio de Janeiro, de insuficiência renal e  parada cardíaca. Mas será sempre lembrada como uma de nossas maiores intérpretes femininas. Nesta primeira parte do retrospecto que a ela dedicamos, apresentamos  onze de suas melhores gravações como solista, todas pela Victor.  E começamos muito bem, com o samba “Só vendo que beleza”, de Henricão e Rubens Campos, gravação de 19 de fevereiro de 1942, lançada em abril seguinte com o n,o 34892-B, matriz S-052483 (regravado inclusive por Elis Regina). É claro que iremos também ouvir, na faixa 5, o lado A, justamente o clássico “Está chegando a hora”, adaptação em ritmo de samba que, feita pelos mesmos Henricão e Rubens Campos, da canção rancheira mexicana “Cielito Lindo”, composta em 1882 por Quirino Mendoza e Cortés (c.1859-1957) e abriu as portas do estrelato para Cármen Costa. Como não conseguissem gravar a música, Henricão e Cármen  pagaram uma tiragem particular na Victor, distribuída somente às emissoras de rádio (gravação de 30 de dezembro de 1941, matriz R-236). Mesmo divulgada precariamente, “Está chegando a hora” obteve sucesso no carnaval de 1942, o que convenceu a Victor a contratar Cármen Costa e a relançar essa mesma matriz, agora em tiragem comercial. Até hoje a música é sucesso no carnaval e em qualquer ocasião em que se precise de uma canção de despedida. Henricão e Rubens assinam também “Siga seu destino”, samba gravado por Cármen em 15 de março de 1946 e lançado em  maio seguinte com o n.o 80-0403-A, matriz S-078443. “Não me abandone”, outro samba dessa dupla inseparável, aqui em companhia de José Alcides, foi gravado por Cármen em 24 de novembro de 1943, com lançamento um mês antes do carnaval de 44, janeiro, sob n.o 80-0153-B, matriz S-052889. Dos mesmos Henricão e Rubens é o samba “Já é de madrugada”, gravação de 10 de fevereiro de 1943 lançada em abril do mesmo ano, disco 80-0071-B, matriz S-052717. De Bucy Moreira (ilustre neto da lendária Tia Ciata), Carlos de Souza e Antônio Morais é o samba “Festa na roça”, gravação de 5 de agosto de 1942 lançada em outubro seguinte com o n.o 80-0004-B, matriz S-052591. “Chorei de dor” é outra adaptação de Henricão e Rubens Campos, em ritmo de samba,  de canção internacional, esta americana, de autoria de Kennedy e Carr, gravada por Cármen em 24 de novembro de 1943 e lançada em janeiro de 44 (para o carnaval, claro) com o n.o 80-0153-A, matriz S-052888. O samba “Casinha da Marambaia” vem a ser a continuação de “Só vendo que beleza”, dos mesmos Henricão e Rubens, e Cármen irá imortalizar esta sequência  no selo do cachorrinho Nipper em  15 de fevereiro de 1944, com lançamento em abril, sob n.o 80-0172-B, matriz S-052927. Em seguida, temos a adaptação sambística, feita por Henricão, para o tango argentino “Caminito”, de Juan de Diós Filiberto. Rebatizada “Carmilito”, é o lado A de “Festa na roça”, matriz S-052590. Depois, Henricão assina com Príncipe Pretinho o samba “Caramba”, destinado ao carnaval de 1943, gravação de 19 de novembro de 42 lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o n.o 80-0045-A, matriz S-052660. Completando o programa, o samba-exaltação “Bahia, terra santa”, dos inseparáveis Henricão e Rubens Campos, gravação de 15 de março de 1946, lançada em julho seguinte sob n.o 80-0412-A, matriz S-078445. E na próxima semana, apresentaremos as gravações feitas por Cármen Costa em dueto com Henricão. Encontro marcado! Até lá…
* Texto de Samuel Machado Filho

Vinícius De Moraes – Poesias (1959)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Como as nossas postagens não seguem mais aquele obsessivo ritmo diário, posso me desculpar por só estar celebrando os 100 anos de Vinícius agora, um dia depois. Acho que tudo bem, não é mesmo? Afinal, uma figura como Vinícius de Moraes e em seu centenário, merece comemoração por pelo menos uma semana! O Toque Musical não poderia deixar esse momento passar em branco. Como a obra do Poetinha já está prá de bem divulgada, fica difícíl achar alguma coisa diferente, rara, como cabe ao TM. Acabei optando por este álbum de poesias, lançado em 1959, pelo selo Festa, que muito se dedicou a promover a poesia brasileira. Neste pequeno lp de 10 polegadas vamos encontrar cinco de seus mais famosos poemas e, claro, recitado pelo próprio autor.
Parabéns, Vinícius! Que seja eterno por toda a vida 🙂

o mergulhador
soneto n. 2 de meditação
os acrobatas
a hora íntima
receita de mulher
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Ataulfo Alves – Tradição (1967)

Olá amigos cultos e ocultos! Depois de alguns dias ausente, aqui estou eu novamente, trazendo sempre um velho novo toque musical. E para compensar, nada melhor que um disco inédito ‘nas bocas’ (pelo menos as que eu conheço). Vamos trazendo mais uma vez o grande Ataulfo Alves, figura sempre em destaque aqui no nosso TM.
Temos assim,”Tradição”, um álbum lançado em 1967, pela Polydor. Creio eu que este foi o seu último disco de carreira. Os que vieram depois são gravações antigas, ou registros em apresentações ou coletâneas. Este álbum também não deixa de ter algumas regravações, inclusive na “Polêmica”, uma espécie de pot-pourri que ele fazia em par com a cantora Carmen Costa, em seu disco anterior, o “Eternamente Samba”, de 66. Neste álbum ele traz uma nova “Polêmica”, com outros sambas e ao lado da cantora Diana. “Miraí” e “Requebrado da mulata” foram sambas de muito sucesso e estão presentes na bolacha.. Ele grava também “Quando o samba acabou”, música de Noel Rosa e “Favela”, de Roberto Martins e Valdemar Silva. Bom disco, não deixem de conferir. 🙂

cabe na palma da mão
quando o samba  acabou
requebrado da mulata
miraí
favela
saudade da saudade
nem que chova canivete
polêmica:
infidelidade
o pavio da verdade
nunca mais
errei sim
atire a primeira pedra
fenix
o homem é o cão
gente bem também samba
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Ary Toledo – No Fino Da Bossa (1988)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Diante a sempre falta de atenção dos amigos em ler as informações sobre o funcionamento do blog e principalmente os textos, continuo batendo na mesma tecla: NÃO ESTAREI MAIS REPONDO LINKS NO GTM DE POSTAGENS ANTIGAS, SOLICITADAS A PARTIR DESTE MÊS DE OUTUBRO. QUEM TIVER INTERESSADO, PODE ATÉ PEDIR (VIA E-MAIL), MAS VOU COBRAR UMA DOAÇÃO, UMA AJUDA DE CUSTO.
Seguimos agora com este disco do Ary Toledo, uma gravação feita em 1966, ao vivo em apresentação no auditório da TV Record, durante o programa O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina. Nessa época o Ary era tido também como cantor. Aliás, ele era um cantor e compositor, mas logo nos primeiros discos e apresentações já demosntrou talento para o humor. Foi aconselhado por amigos a seguir a carreira de comediante. Colecinando piadas ele acabou por se tornar um dos mais importantes no gênero. Este disco é sem dúvida seu melhor trabalho musical. Aqui encontraremos aquelas músicas que tanto fizeram sucesso. Coisas como o seu primeiro sucesso: “Tiradentes”, composição sua em parceria com Chico de Assis. Ou, mais ainda, “Pau de Arara”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Essas duas músicas, por sinal, eu já postei aqui em um compacto lançado na mesma época. Mas temos outras, também muito boas e na mesma linha. Este disco foi lançado originalmente em 1966, parece ter tido uma reedição em 68 e outra (esta), lançada em 1988. Vamos dar uma conferida? 😉

descobrimento do brasil (chegança)
testamenteo do padre cícero
peba na pimenta
os ovos que a galinha pôs
pau de arara
tiradentes
as virgens rezadeiras
incelença
o anúncio
romance de dona juliana
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Odete Amaral (Parte 2) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 73 (2013)

Estamos de volta com o Grand Record Brazil, apresentando a segunda parte da retrospectiva que estamos dedicando à “voz tropical do Brasil”, Odete Amaral  (1917-1984). Desta feita, apresentamos  onze gravações desta intérprete notável, dona de bela voz.  E começamos muito bem, apresentando um samba do grande Geraldo Pereira, em parceria com Ari Monteiro, “Carta fatal”, gravação Odeon de 5 de abril de 1944, lançada em junho do mesmo ano, disco 12450-B, matriz 7537. A faixa seguinte, “Na chave do portão”, é de autoria de Djalma Mafra e Alberto Maia. Este samba foi gravado na Victor em 29 de novembro de 1945, e lançado bem em cima do carnaval de 46, em fevereiro, com o número 80-0382-B, matriz S-078404. O samba “Sorris de mim” é de Babaú da Mangueira (Waldemiro José da Rocha, 1914-1993) e João da Baiana, gravação Victor de 9 de julho de 1940, lançada em setembro seguinte com o número 34657-B, matriz 33463. Voltando à Odeon, apresentamos a marchinha “Salve o inventor da mulher”, gravação de 13 de outubro de 1944, lançada um mês antes do carnaval de 45, em janeiro, com o número 12535-B, matriz 7681. João da Baiana, agora sem parceiro, assina o samba “É melhor confessar do que mentir”, gravado na Victor em 14 de dezembro de 1937 e lançado bem em cima do carnaval de 38, em fevereiro, disco 34283-A, matriz 80626. Geraldo Pereira se faz de novo presente, agora em parceria com Arnô Provenzano, com o samba “Resignação” , lado A do Odeon 12330, gravado em 2 de junho de 1943 e lançado em julho do mesmo ano, matriz 7305. O mestre Ary Barroso também bate ponto aqui com um dos maiores hits da carreira de Odete, o samba “A batucada começou”, por ela gravado na “marca do templo” em 24 de abril de 1941 e lançado em junho seguinte com o número 11999-A, matriz 6627. “Só você” é um samba-canção de Hanibal Cruz (tio de Vinícius de Moraes e parceiro de Vicente Paiva no clássico “Diz que tem”,  hit de Cármen Miranda em 1940), gravado por Odete na Victor em 25 de maio de 1937 e lançado em julho do mesmo ano, disco 34183-B, matriz 80418. De José Alvarenga, o Alvarenguinha, e Marcílio Vieira, é o samba “Lágrimas sentidas”, gravado por Odete na marca do cachorrinho Nipper em 21 de julho de 1937 e lançado em dezembro seguinte, visando o carnaval de 38, sob número 34241-A, matriz 80550. Temos em seguida um retumbante sucesso da cantora nesse mesmo carnaval, a bem-humorada marchinha “Não pago o bonde”, dos mestres J. Cascata e Leonel Azevedo, que Odete imortalizou no dia seguinte, 22 de julho de 1937, e a Victor lançou também em dezembro, com o número 34256-A, matriz 80551. É uma crônica do tempo em que o bonde era o principal meio de transporte no Rio de Janeiro. Se habitualmente os passageiros já procuravam fugir ao pagamento da passagem, em tempo de carnaval era quase inútil atender ao apelo (“por favor”), do cobrador, geralmente português. Alguns se atreviam a desafiar o coitado, pedindo “mande a Light me cobrar”. Na época, a empresa, conhecida como “polvo canadense”, era concessionária do serviço de bondes na então Capital Federal.  Para encerrar, em clima de conto de fada, temos o samba “A bela adormecida”, samba de outra festejada dupla de autores, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr., gravação Victor de 26 de abril de 1938, lançado em junho do mesmo ano sob número 34324-B, matriz 80766, e evidentemente baseado na famosa história do escritor francês Charles Perrault. Em algumas gravações da Victor aqui incluídas, vale ressaltar, quem acompanha Odete Amaral é a orquestra Diabos do Céu, formada e dirigida pelo mestre Pixinguinha. E é com muita alegria que o GRB apresenta a segunda parte desta retrospectiva dedicada àquela que será para sempre “a voz tropical do Brasil”!
*Texto de SAMUEL MACHADO FILHO
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Côro Infantil Do Clube Do Guri Com Orquestra Sob Direção De Lyrio Panicali – Cantigas De Roda (1961)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Quando o Dia das Crianças cae no sábado, o domingo automaticamente passa a ser uma prorrogação. Afinal, todo domingo é dia da criança, quando os pais levam seus filhos para os parques, jardins, clubes… tudo em nome da diversão.
Assim sendo, aqui vai mais um disco relacionado ao universo infantil. Claro que estamos falando aqui do universo das crianças de 40, 50 ou 60 anos atrás, quando, por exemplo, dar com um pau num gato era coisa mais natural desse mundo. Tem gente, hoje em dia, que fica horroziado com essa letra. Mas os tempos eram outros e gato só servia mesmo para fazer tamborim.
Temos aqui um disco de cantigas de roda, lançado pelo selo Columbia, em 1961. Nele encontraremos doze temas clássicos interpretados pelo Côro Infantil do Clube do Guri, de Samuel Rosenberg, acompanhados de orquestra sob a orquestração e regência do maestro Lyrio Panicali. Taí, mais um disquinho para matar a saudade daquele tempo de criança. Aaah…

ciranda, cirandinha
carneirinho, carneirão
eu entrei na roda
de marré, marré, marré
passarás, não passarás
onde está a margarida
nesta rua tem um bosque
terezinha de jesus
atirei o pau no gato
passa, passa gavião
eu fui no tororó
o cravo brigou com a rosa
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José Vasconcelos Conta Histórias De Bichos (1962)

Bom dia criançada culta e oculta! Com tantas manifestações relacionadas ao ao universo infantil e principalmente por conta de ser hoje o Dia das Crianças, aqui vamos nós com uma homenagem a altura e bem ao gosto do Toque Musical. Apesar de reduzir o fluxo de postagens, o TM não pára e continua mandando vê… e ouvir, claro!
Olha aí, que legal! Trago para vocês este raro e interesantíssimo lp do saudoso comediante José Vasconcellos, figura que foi muito popular, principalmente nos anos 60. Este álbum tem um quê de especial porque não se resume apenas a mais um disco do humorista. Trata-se de um disco voltado para o público infantil. As músicas são criações do maestro Lindolfo Gaya, com letras de Pascoal Longo. Eu mesmo, quando criança, ouvi este disco até acabar e sabia até cantar as músicas de introdução. Taí outro e importante valor agregado, a cada história contada pelo Zé, vem de abertura um trecho musical cantado por algumas estrelas do ‘cast’ da Odeon na época. Daí, já deu para perceber… Celly Campello, Moreira da Silva, Anísio Silva, Stellinha Egg, Elza Soares, Noriel Vilela, Trio Irakitan, Norma Bengell e até o João Gilberto. Curiosamente, tem por aí alguns fãs do João que nunca ouviram essa faceta, vão gostar. Ë nessa hora que eu fico pensando e me perguntando, quando que a indústria fonográfica conseguiria repetir algo parecido, ou, do mesmo nível. Ah, que bobinho sou eu… isso tudo já é coisa do passado. (acho que é por isso que eu sou tão saudosista)

o presunto do jacaré – celly campello
a roupa do leão – joão gilberto
o elefante tarzan – noriel vilela
vicente, o peru diferente – norma bengell
o rato cangaceiro – trio irakitan
rosa, a macaca formosa – anísio silva
a barata serafina – elza soares
panchito, o galo tenor – trio esperança
a pirraça da tartaruga – stellinha egg
o gato raulino – moreira da silva
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Fellini – 3 Lugares Diferentes (1987)

Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Pelo visto, creio que muitos por aqui ainda não se tocaram com relação as mudanças que tenho feito. Eu até entendo, pois sei que a maioria que passa por aqui têm preguiça de ler. Preferem escrever solicitando algo ou perguntando aquilo que não leram. Bom, mais uma vez eu informo: NÃO ESTAREI MAIS REPONDO LINKS PEDIDOS A PARTIR DE OUTUBRO. APENAS AQUELES (MILHARES) QUE FORAM SOLICITADOS ANTES DISSO TERÃO REPOSIÇÃO NO GTM. NO MAIS, ESTARÃO APENAS OS LINKS DAS POSTAGENS RECENTE E (OBVIAMENTE) DE ACORDO COM O TEMPO LIMITADO PELO PROVEDOR DE ACESSO. FORA DESSE PADRÃO, SÓ NA BASE DE ‘SERVIÇO PRESTADO’. INTERESSADOS, FAÇAM CONTATO ATRAVÉS DE E-MAIL (toquelinkmusical@gmail.com).
Ok, vamos ao disco do dia. Hoje eu trago para vocês a banda paulista Fellini, forma nos anos 80 por Cadão Volpato, Thomas Pappon, Jair Marcos e Ricardo Salvagni. “3 Lugares Diferentes” foi o terceiro disco  do grupo, lançado em 1987 pelo selo independente Baratos Afins. De quarteto inicial, passaram a dupla no segundo disco (apenas Catão e Thomas Pappon) e a trio neste trabalho, com a volta de Salvagni.
É claro que também eles sempre contam com colaboradores, as participações de outros músicos. O Fellini viria ainda a gravar mais discos e também participar de coletâneas nacionais e internacionais. Para muitos fãs da banda, este é seu disco mais experimental e inovador. Gosto, em especial, de “Teu inglês”. Mas no geral, o disco é muito bom. Eu recomendo…

ambos mundos
rosas
la paz song
teu inglês
zum zum zum zum zazoeira
pai
valsa de la revolucion
massacres da coletivização
rio-bahia
lavorare stanca
onde o sol se esconde
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Odete Amaral (Parte 1) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 72 (2013)

Esta semana o Grand Record Brazil apresenta a primeira de duas partes de uma retrospectiva dedicada à cantora que ganhou o slogan de “a voz tropical do Brasil”: Odete Amaral.  Nossa biografada veio ao mundo na cidade de Niterói, litoral fluminense, no dia 28 abril de 1937, e era a filha caçula do casal de lavradores Alfredo Amaral e Albertina Ferreira do Amaral. Quando ela tinha um ano de vida, a família mudou-se para o Rio, então a Capital da República, onde seu pai se empregou como caminhoneiro.  Aos seis anos, ingressou no Colégio Uruguai, onde fez o curso primário completo. Em 1929, empregou-se como bordadeira na Américas Fabril, continuando seus estudos no período noturno. Dona de bela e primorosa voz, era sempre convidada a cantar no teatro da escola, e em festas de aniversário. Foi aí que sua irmã, que sempre a admirava, e muito, levou-a para a Rádio Guanabara, em 1935, para fazer um teste.  Acompanhada pelo pianista Felisberto Martins, interpretou o samba “Minha embaixada chegou”, de Assis Valente, hit de então na voz de Cármen Miranda. Aprovada pelo diretor da emissora, Alberto Manes, Odete é de pronto escalada para o ”Programa suburbano”,  onde também batiam ponto nomes como Sílvio Caldas, Maríla Batista, Noel Rosa, Linda e Dircinha Batista, e Almirante. Por iniciativa deste último, passa a se apresentar também na Rádio Clube do Brasil. Ainda em 1935, participa da inauguração do Cassino Atlântico e apresenta-se em rádios como Ipanema, Sociedade, Philips e Cruzeiro do Sul, além de atuar em uma revista no Teatro João Caetano interpretando a marchinha “Ganhou mas não leva”, de Mílton Amaral. É ele quem assina as músicas do primeiro disco de Odete, gravado na Odeon em 1936, apresentando os sambas “Palhaço” (parceria com Roberto Cunha) e “Dengoso”.  No mesmo ano, assina seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Mayrink Veiga, e participa do filme “Bonequinha de seda”, produção da Cinédia, onde, um ano depois, fará outra produção cinematográfica, “O samba da vida”. Ainda em 1936, participa da inauguração da PRE-8, Rádio Nacional, e é levada por Ary Barroso para a Victor, onde ela estreia com duas músicas do mestre de Ubá  para o carnaval de 1937, a marchinha “Colibri” e a batucada “Foi de madrugada”.  Em 1938, casou-se com o cantor Cyro Monteiro, da união, que durou onze anos, resultando um filho, Cyro Monteiro Júnior. Odete e Cyro fariam inúmeras apresentações juntos por todo o país. A cantora teve também uma curta passagem pela Columbia, voltando à Odeon em 1941. Gravou ainda nos selos Star, Todamérica, Polydor, Copacabana, RMS e Carper, entre outros. Entre seus hits destacam-se “Não pago o bonde”, “Murmurando” , “A batucada começou” e “Chicletes com banana”.  Em 1939, Odete Amaral muda-se para São Paulo, contratada pela Rádio Cultura, onde permanece um ano e meio, e em 1941 volta ao Rio de Janeiro natal e à Rádio Mayrink Veiga, onde permanece seis anos, indo depois para a Mundial e, em 1951, para a Tupi (“o cacique do ar”).  Gravou também LPs, e um dos mais interessantes foi “Do outro lado da vida – Os que perderam a liberdade contam sua história”, ao lado do filho Cyro Monteiro Júnior, em que ambos interpretam músicas compostas por presidiários do Rio e de São Paulo. Em 1968, gravou o álbum “Fala, Mangueira!”, a lado de Cartola, Carlos Cachaça, Nélson Cavaquinho e Clementina de Jesus. Em 1975, participou de uma série de 30 programas da Rádio MEC, “MPB 100 ao vivo”, na qual, ao lado de Paulo Marquês, interpretava hits dos anos 1930. Da série resultaram oito álbuns produzidos por Ricardo Cravo Albim. Em 1977, Odete e Paulo, mais o flautista Altamiro Carrilho, participam do show “Café Nice”, igualmente produzido por Cravo Albim. Falecida no dia 11 de outubro de 1984, aos 67 anos, Odete Amaral, embora não tenha atingido o estrelato de outras cantoras de sua época  (Cármen Miranda, Aracy de Almeida, irmãs Batista), é ainda hoje considerada uma das melhores intérpretes brasileiras dos anos 1930 e de todos os tempos. E isso começaremos a constatar nesta primeira parte da retrospectiva que o GRB lhe dedica, apresentando 12 gravações suas na Odeon e na Victor. Para começar, a divertida marchinha “Vitaminas”, de Amaro Silva, Djalma Mafra e Domício Augusto, gravação Odeon de 11 de novembro de 1942, lançada em janeiro de 43, para o carnaval, logicamente, com o número 12244-A, matriz 7137 (a vitamina T, de trabalho, ainda incomoda muita gente…). Temos também aqui, na faixa 5, o verso desse disco, matriz 7131: o samba “Você quis”, de Nicola Bruni e Alvaiade, gravado seis dias antes, ou seja, a 5 de novembro. A faixa 2 nos traz o sambatucada  “É mato”, também de Alvaiade, agora com Wilson Batista, gravação Odeon de 13 de outubro de 1941, lançada em dezembro seguinte para a folia de 42, disco 12071-B, matriz 6806. Geraldo Pereira e Djalma Mafra assinam o samba da faixa 3, “Jamais acontecerá”, gravado por Odete na “marca do templo” em 9 de novembro de 1943 e lançado em janeiro de 44, também para o carnaval, sob n.o 12398-B, matriz 7421. A faixa 4 é o samba “Vem, amor”, de Jorge de Castro, Isaías Ferreira e Enézio Silva, gravado igualmente na Odeon em 4 de novembro de 1953 e lançado para a folia momesca de 54, em janeiro, disco 13580-B, matriz 9963. Na faixa 6, temos uma marchinha de meio-de-ano, “Eta Rio”, de Nicola Bruni, Alvaiade A. F. Silva, gravada em 20 de agosto de 1943 e lançada pela Odeon em outubro seguinte com o n.o 12359-A, matriz 7365. O samba “Por causa de alguém” leva a respeitável assinatura de Ismael Silva, em gravação de 6 de abril de 1942, lançada pela “marca do templo” em junho seguinte com o n.o 12157-B, matriz 6932. Da fase de Odete Amaral na Victor é “Chinelo velho”, samba de Wilson Batista e Marino Pinto, gravação de 14 de outubro de 1940, lançada ainda em dezembro para o carnaval de 41, disco 34683-B, matriz 52023. O lírico samba-canção “História de criança”, também de Wilson Batista, agora em parceria com Germano Augusto, teve sua gravação em  10 de maio de 1940, com lançamento pela marca do cachorrinho Nipper em julho seguinte sob n.o 34683-B, matriz 33426. Em seguida temos o lado A, matriz 33425, outra composição do mestre Wilson Batista com Marino Pinto, o samba “Depois da discussão”.  Wilson Batista também assina, agora com outro mestre, Ataulfo Alves, o samba “Quando dei adeus”, gravação Victor de 18 de novembro de 1939, lançada em janeiro de 40 para o carnaval sob n.o 34558-B, matriz 33281. Para finalizar, e também em clima carnavalesco, a marchinha “O gato e o rato”, outra música de Wilson Batista, agora acompanhado por Arnô Canegal e Augusto Garcez, também para a folia de 1940, gravada igualmente na Victor em 24 de outubro de 39 e lançada um mês antes do carnaval, em janeiro, sob n.o 34542-A, matriz 33241. E semana que vem a gente se encontra com mais Odete Amaral. Até lá!
* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

Carlos Careqa – Os Homens São Todos Iguais (1993)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estou eu, sem mais aviso prévio e sem tarefas diárias. Sigo agora nas postagens de acordo com a minha vontade e meu tempo livre. Isso é muito bom, pois não fico mais ancioso ou preocupado, pensando em qual vai ser o disco do dia. Agora eu inverti, qual vai ser o dia do disco 😉
Para encerrar de vez esse domingo, vou deixando aqui postado este álbum independente do cantor e compositor catarinense, Carlos Careqa. “Os homens são todos iguais” foi um álbum lançado em 1993. Creio eu que foi este o primeiro álbum do Careqa. Nele há algumas músicas que marcaram época, pelo menos para mim. Começando por “Não dê pipocas aos turistas”, uma visão tão divertida de Curitiba que vale até um repeteco. “Acho” é outra música que eu também adoro, com uma letra bem criativa. Aliás, este é o grande mérito do Carlos Careqa, letras bem construídas, com tiradas inteligentes e poéticas. Há outras músicas também muito boas que fazem deste um de seus melhores oito discos 🙂 Há nele a participação especial de figuras como Arrigo Barnabé e o falecido Itamar Assumpção. Com mais esses aditivos, não há o que duvidar da qualidade deste trabalho. Muito bom e eu recomento 😉

não dê pipoca ao turista
acho
os homens são todos iguais
subway
a última quimera de s.a.p
o outro lado
não dê pipoca ao turista II
alles plastik
menudo’s theme
tá na cara que é
deus não pensa
cidade
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Beth Carvalho – Nos Botequins Da Vida (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Boa noite! Como já informei, a partir deste mês de outubro o Toque Musical deixa de ser obrigatoriamente diário. Infelizmente, não estou dando conta da tarefa, apesar de ter ainda uma infinidade de discos para apresentar a vocês. De agora em diante, as postagens acontecem dentro da minha disponibilidade. Também, como informei, não estarei mais repondo links para solicitações feitas apartir deste mês. Estarei sim, repondo links no GTM para quem já me pediu há meses atrás. Como sempre digo, tardo, mas não falho 😉
Para começarmos bem uma nova era, aqui vai um disco da Beth Carvalho. Este é um daqueles álbuns de boa safra que todo artista tem. Lançado em 1977, o lp nos traz doze faixas primorosas, com sambas de alguns dos nossos mais consagrados compositores do gênero. Temos aqui alguns dos grandes sucessos de Beth, como “Saco de feijão”; “Olho por olho”; “Lá vem ela chorando” e “O mundo é um moinho”. Vamos conferir os detalhes?

saco de feijão
olho por olho
la vem ela chorando
deus não castiga ninguém
vingança
as moças
se você me ouvisse
carro de boi
cuidado com a minha viola
desengano
sempre só
o mundo é um moinho
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