Pery Ribeiro E Luiz Eça – Prá Tanto Viver (1985)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Temos para hoje um disco bem intimista gravado em 1985 por Pery Ribeiro e Luiz Eça. Um trabalho de releitura de alguns clássicos do período Bossa Nova e também outras músicas desse mesmo universo. Certamente o mesmo tipo de repertório que os dois apresentavam em casas noturnas, tipo o Horse’s Neck Bar, do Rio Palace Hotel naqueles anos 80, com piano e voz. Aqui eles seguem essa mesma linha, no entanto em algumas faixas também contem com o contrabaixo de Luiz Alves, a bateria de Wilson das Neves, Carlos Bala e Robertinho Silva, o violão de José Carlos e Rafael Rabello. A faixa que dá nome ao disco, “Pra tanto Viver”, é uma música de autoria de Pery Ribeiro. Disco bacana, que merece o nosso toque musical. Confiram no GTM…

por causa de você
chega de saudade
indecisão
curare
nossas vidas
valsinha
pare de me arranhar
amargura
pra tanto viver
de onde vens
oferenda
canção que morre no ar

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Roberto Menescal – Ditos E Feitos (1992)

Boa noite, amiguíssimos cultos e ocultos! Aqui temos para hoje um ícone da Bossa Nova, o grande Roberto Menescal em um dos seus discos dos anos 90. Disco gravado em 1991 e lançado no ano seguinte, traz, entre outras, uma série de releituras de algumas de suas célebres composições. Neste lp ele conta com a participação vocal de Cristiane Britto, que logo passaria a ser chamada artisticamente de Cris Delano, companheira de muitos outros projetos de Menescal. É um trabalho bacana, produzido pelo próprio artista e com ares de exportação. Disco para gringo, com certeza. Confiram no GTM..

bye bye brasil
tetê
ciúme
vagamente
barquinho – você
anohi ni kaeritai
ditos e feitos
anos dourados
telefone
a morte de um deus de sal
brekelé

 

Conjunto Bembossa – Bembossa Samba (1964)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós com mais uma bela curiosidade musical. Hoje temos para vocês este lp, provavelmente de 1964, do provavelmente Conjunto Bembossa. Ironia a parte, este é mais um daqueles discos feitos para vender. Tipo de disco muito comum nos anos 60 e até antes, quando se montava um lp, as vezes, usando fonogramas de outros discos. Pequenos e obscuros selos/editoras criavam seus discos a partir de fonogramas, possivelmente comprados de gravadoras. Parece ser uma prática comum, pois a esses, pouco importava autores e intérpretes, o que contava mesmo era um produto, fazer um disco de um determinado gênero e tudo isso pensando exclusivamente em questões comerciais. Aqui temos um bom exemplo disso. O tal Conjunto Bembossa, cujas as informações na contracapa são irrisórias, apenas para ‘encher linguiça’, foi lançado também (com a mesma capa) pelo selo Diamond, talvez alguns anos depois, ou antes, quem sabe… Em nenhuma das edições consta a data do lançamento, oque nos deixa na dúvida, quem veio primeiro? Mas o que nos chama mais atenção é que alguns desses fonogramas são os mesmo do lp “Céu e Mar”, lançado pela Paladium para um fictício conjunto, o “Raul Ferreira e Seus Ritmistas” (já postado aqui), que na verdade nada mais é que “Rubens Bassini e Os 11 Magníficos”, no álbum “Ritmo Fantástico”, lançado originalmente em 1961 pelo selo Pawal (também já postado aqui). Então, resumindo, temos aqui, “Bembossa/Samba”, um disco onde boa parte do repertório e gravações são originalmente do conjunto do ritmista carioca Rubens Bassini. E certamente, outras gravações que constam neste disco são também dele. Coisas da nossa indústria fonográfica…

influência do jazz
o barquinho
mensagem
nós e o mar
maria conga
quem quiser encontrar o amor
só danço samba
canoinha
céu e mar
você é eu



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Tamba Trio – Compacto (1965)

Boa noite, amiguinhos cultos e ocultos! Hoje eu fiquei mesmo sem tempo para preparar um disco aqui para nossa postagem. No final, achei melhor buscar ajuda na gaveta, nos ‘discos de gaveta’. E daí, escolhi este compacto do Tamba Trio, de 1965. Compactos, em geral são coisas raras, este então nem se fala. Compacto duplo trazendo músicas que não foram lançadas em lp, o que podemos então chamar de EP/compacto de carreira. Essas músicas só aparecem em algumas coletâneas do grupo. Disquinho, por certo, bem manjado no mundo dos blogs e agora está aqui para o deleite de nosso público. Confiram, pois aqui a gente tenta sempre fazer um serviço completo 😉

samba de verão
só tinha de ser com você
reza
samblues
 

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Tania Maria E Seu conjunto – Para Dançar Vol. 2 (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Ainda no embalo da dança, ou melhor dizendo, no embalo de discos feitos para dançar, coisa muito comum nos anos 40. 50 e 60, tenho hoje para vocês a pianista Tania Maria, artista já apresentada aqui através de outros três de seus discos. Desta vez temos o lp Tania Maria Para Dançar – Volume 2, disco gravado por ela em 1963. Curioso notar que este seja o volume 2, o que nos leva a entender que ela tenha gravado antes o volume 1, por certo. Mas lendo o texto de contracapa, é dito que este foi seu disco de estréia. Busquei, numa pesquisa rápida informações sobre o primeiro volume. Qual nada… Estou certo de que esse disco não existe e assim entendo que houve aí algum erro da gravadora. “Para Dançar” foi gravado quando Tania Maria tinha apenas 15 anos de idade. Ela, na verdade, começou a estudar piano com 3 anos de idade, aos 14 já tinha seu próprio conjunto, era uma ‘band leader’. Daí, a gente entende porque ela é hoje um dos nomes mais respeitados do jazz internacional. Neste disco ela já demonstra seu talento, nos trazendo um repertório que passeia pelo samba e também pelo jazz, em arranjos feitos para dançar. Não deixem de conferir no GTM, o tempo é limitado!

é luxo só
chor sim
come september
cha cha cha da moça
marise
stella by starlight
quem é
el reloj
stranger in paradise
rosário
nunca mais
meu nome é ninguém



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Luiz Bonfá – Ritmos Continentais (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Nosso encontro hoje é com Luiz Bonfá, um dos grandes violonistas brasileiro, também cantor, compositor e arranjador. Um dos mais importantes autores brasileiros. Sua música é conhecida internacionalmente. Como instrumentista promoveu várias inovações técnicas no violão. Gravou uma centena de discos, muitos, inclusive fora do Brasil.
Neste lp, lançado em 1958 pela Odeon, temos o artista interpretando uma série de músicas, nacionais e internacionais, num modelo muito comum da época, discos feitos para dançar. Assim, já de saída temos um desfile com um variado leque musical, interligados como um ‘pot-pourri’ que toma todo o lado A. Uma dezena de músicas dos mais variados ritmos, aqui costuradas com maestria para se dançar. No lado B há outras seis músicas, incluindo duas composições próprias, “Melodiando” e “Swingin em Madrid”. Este disco teve uma segunda edição, com outro nome, “Luiz Bonfá Toca Melodias das Américas”. Na verdade, uma edição que consta boa parte dessas gravações. Confiram os “Ritmos Continentais” no GTM.

you were meant for me 
mister sandman
whisperin
my melancholic baby
cheek to cheek
sweet sue just you
frenesi
quiereme mucho
quizas quizas quizas
speak low
aurora
cai cai
mulher rendeira
não tenho lágrimas
morena boca de outro
vereda tropical
melodiando
eclipse
na baixa do sapateiro
swingin em madrid

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Lee Konitz – In Rio (1990)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para esta nossa sexta-feira de clausura, estou trazendo um artista internacional, o lendário saxofonista americano Lee Konitz e que, infelizmente, faleceu dias atrás, segundo informam, por conta de infecção pelo Covid-19. Konitz foi um compositor e saxofonista dos mais importantes no estilo ‘cool jazz’ e ‘post-bop’, mestre do improviso. Tocou com meio mundo de artistas, grandes nomes do jazz, tanto americano quanto o internacional. E como todo bom músico de jazz, também gostava da música brasileira, tendo passado por aqui algumas vezes. No final dos anos 80 ele encarou um projeto criado pelos produtores Allan Botschinsky e Marion Kaempfert, vindo a gravar aqui no Brasil este disco, “Lee in Rio”, acompanhado por um time de instrumentistas brasileiros: Luiz Avellar, Victor Biglione, Nico Assumpção, Carlos Bala e Marçal. As músicas e os arranjos são todos do produtor Allan Botschinsky. O disco foi lançado por aqui em 1990. Um trabalho bacana com sabor tropical, que merece ser ouvido. Confiram no GTM…

ocean song
easy dancing
rainy afternoon
saba zezita
o carinho
waltz for lee
googdbye ipanema



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Lauro Paiva – Gafieira Em Bossa Nova (1960)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Considerando o fato de que aqui postamos essencialmente discos e músicas com mais de 20 anos, por certo acredito que nosso público são de pessoas maduras e nos dias atuais, grupo de risco nessa pandemia. Daí, volto mais uma vez a lembrá-los: FIQUEM EM CASA! Aproveitem para degustar nosso cardápio, que até então está sendo diário, como nos bons tempos 🙂
Hoje, tenho para vocês o pianista e organista Lauro Paiva em um álbum de 1960, lançado pelo selo Copacabana. Lauro Paiva, embora hoje em dia seja quase um desconhecido, foi nos anos 50 e 60 um músico e compositor bem popular, principalmente em São Paulo, onde ele fez seu nome. Nascido na Bahia, trabalhou no início dos anos 50 na Radio Excelsior baiana. Mudou-se para o Rio de Janeiro logo em seguida e a partir de então vieram as gravações. Pelo que eu pesquisei ele gravou por volta de uns nove ou dez discos ao longo de sua carreira. Estabeleceu-se em São Paulo onde também tocava na noite. Aqui temos ‘Gafieira em Bossa Nova”. Como nessa época a Bossa Nova estava nascendo, começando a brilhar, muita coisa também passou a adotar o termo e não só no campo da música. Neste lp cujo repertório é pautado no samba e no choro e se complementa com uma roupagem a la bossa nova e acaba se transformando numa gafieira em bossa. Lauro Paiva mostra o quanto domina o orgão, dando um verdadeiro show de talento. Disco muito bacana que merece o nosso toque musical. Confiram no GTM…

gavião cascudo
na pavuna
dorinha meu amor
fita amarela
jura
olhos verdes
rosa morena
se você jurar
lá vem a baiana
andré de sapato novo
gosto que me enrosco
se você soubesse



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Conjunto De Percussão Dora Pinto (1960)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Hoje eu tenho para vocês mais um daqueles discos que é bem a cara do nosso Toque Musical. Embora já tenha sido bem divulgado em outras praças, não poderia faltar por aqui. Estamos falando deste interessantíssimo lp, lançado pela Chantecler, segundo consta, em 1960. Conjunto de Percussão Dora Pinto. Este é um daqueles discos que entrou para a listas das raridades e absurdamente muito caros (coisa de maluco no Mercado Livre). É, realmente um disco que merece atenção. Embora seja um trabalho excepcional, hoje em dia nada encontramos, além de anúncios, em pesquisa pelo Google. Daí, a única fonte de informação acaba sendo o próprio álbum. E por sorte há uma boa ficha técnica. O Conjunto de Percussão surgiu nos anos 40, por obra e inciativa da professora e pianista Dora Pinto. Um grupo musical formado exclusivamente por mulheres e conforme nos fala o texto de contracapa, inicialmente criado para acompanhar danças através da percussão. Dentro dessa linha de atuação, Dora e seu grupo pesquisaram os diferentes ritmos e percussões dentro do universo folclórico, trazendo a tona não apenas a música, mas também os instrumentos. Este lp não poderia deixar de ser uma síntese do que foi esse conjunto percussivo e até então unica fonte de referência sobre esse interessantíssimo trabalho, o qual não poderia ser esquecido.
O conteúdo musical é variado e mesmo tendo sido criado há quase 60 anos pode nos soar bem atual. Vamos encontrar obras de Dorival Caymmi, Babi de Oliveira, Waldemar Henrique, Lorenzo Fernandez, Arnaldo Rebello, Abigail Moura além dos estrangeiros Saint-Saens e Ernesto Lecuona. Muito interessante, vale conferir…

noite de temporal
hei de seguir teus passos
malagueña
obaluaiê
jongo
lundu amazonense
chorinho elegante
danse macabre
pássaro desconhecido
sessão de macumba
porque
domingo
 
 
 
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Hélio Mendes E Seu Conjunto – Weekend No Rio (1961)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Lançando mão das reservas, discos de gaveta e outros tantos que ficaram esperando sua hora chegar, hoje finalmente vem a público aqui o pianista Hélio Mendes e seu conjunto. Hélio Mendes era capixaba e entre tantos, foi um dos mais importantes nome da música vinda do Espírito Santo. Seu conjunto fez muito sucesso por lá, a tal ponto que ecoou nos grandes centros de produção musical, como Rio e São Paulo. O disco que temos aqui, “Week-end no Rio” foi seu disco de estréia no pequeno selo Musiplay, onde também viria a gravar outros discos. Acompanhado por um conjunto muito bom, Hélio Mendes nos apresenta um repertório misto, com músicas nacionais e internacionais. Uma seleção de sucessos e músicas modernas da época. Este lp, embora seja indicado como sido lançado no ano de 1963 foi, por certo, gravado em 61. Em 63, Hélio Mendes e seu conjunto era tido como o melhor grupo daquele ano e já havia lançado outros discos. Curiosamente este lp foi também relançado por outro pequeno selo, o Itamaraty, tendo a ordem das músicas trocadas. Essa versão apareceu no saudoso blog do Mauro, o Loronix, mas faltando duas faixas e nesta postagem como sendo um disco de 63. Possivelmente essa segunda edição seja mesmo de 1963 e tenha sido relançada por conta do sucesso do ‘band leader’. Neste disco que postamos hoje há outra curiosidade, ele é apresentado como um disco estéreo, coisa até então ainda novidade, visto que o o primeiro disco estéreo, no Brasil, foi lançado em 1958. A segunda versão era mono. Mas isso são apenas detalhes. O certo é que aqui temos o pacote completo, com todas as músicas, capa, contracapa e selos. Tudo bonitinho como manda o nosso figurino 😉 Confiram…

na candência do samba
samba em prelúdio
nancy
cuando calienta el sol
corcovado
speak low
stella by starlight
dans mon ile
et maintenant
faceira
volta por cima
o samba brasileiro n. 2

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O Samba No Carnaval 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 156 (2020)

E aqui estamos com mais uma edição do Grand Record Brazil, a de número 156, apresentando mais sambas que fizeram sucesso nos carnavais. Abrindo esta seleção, temos o Trio de Ouro, em sua formação original (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas), interpretando “Lá em Mangueira”, do carnaval de 1943 (que caiu em março), assinado pelo próprio Herivelto em parceria com Heitor dos Prazeres. Gravação Odeon de 15 de outubro de 42, uma quinta-feira, lançada dois meses antes da folia, em janeiro, sob número de disco 12242-A, matriz 7095. Na faixa 2, temos Linda Batista cantando “Enlouqueci”, um dos campeões do carnaval de 1948, de autoria de Luiz Soberano, Waldomiro Pereira e João Salle. Gravação RCA Victor de 16 de outubro de 47, outra quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 80-0559-A, matriz S-078798. Na faixa 3, Luiz Barbosa, acompanhado pelos Reis do Ritmo, interpreta “Bebida, mulher e orgia”, do carnaval de 1937, assinado por Luiz Pimentel, Aniz Murad e Manoel Rabaça. Gravação Victor de 20 de novembro de 36, uma sexta-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34128-B, matriz 80264. Por sinal, um dos derradeiros registros de Luiz Barbosa, que faleceria prematuramente, em 1938, aos 28 anos de idade, consumido pela boemia e pela decorrente tuberculose. Na faixa 4, Carlos Galhardo, acompanhado pelos Diabos do Céu (que não eram mais os integrantes da orquestra formada por Pixinguinha), interpreta “Largo da Lapa”, do carnaval de 1943, assinado por Wilson Batista e Marino Pinto. Gravação Victor de 12 de agosto de 42, uma quarta-feira, lançada ainda em outubro sob número 80-0007-A, matriz S-052596. Na faixa 5, a dupla Joel (de Almeida) e Gaúcho, “os irmãos gêmeos da voz”, nos oferece “Primeira escola”, também do carnaval de 1943, assinado pelo próprio Joel em parceria com Pereira Mattos. Gravação Odeon de 26 de outubro de 42, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro sob número 12234-B, matriz 7118. Na faixa 6, Aracy de Almeida, a dama da Central e do Encantado, interpreta “Meu amor foi-se embora”, de Germano Augusto e Francisco Augusto. Gravação Victor de 14 de dezembro de 1938, uma quarta-feira, ao que parece destinada ao carnaval do ano seguinte, mas que só sairia em junho de 39 com o número 34445-B, matriz 80967. Na faixa 7, Alcides Gerardi canta “Rei dos reis”, do carnaval de 1950, assinado por Bibi e Fernando Martins. Gravação Odeon de 24 de outubro de 49, uma segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 12972-A, matriz 8569. Na faixa 8, Jayme Brito canta “O primeiro beijo”, do carnaval de 1940, assinado pela dupla Haroldo Lobo-Mílton de Oliveira. Gravação Odeon de 25 de setembro de 39, outra segunda-feira, lançada ainda em dezembro sob número 11794-B, matriz 6203. Na faixa 9 temos o maior sucesso do cantor Roberto Paiva, o clássico “O trem atrasou”, de Paquito, Estanislau Silva e Artur Vilarinho, um dos campeões do carnaval de 1941. O memorando da Central de que fala a letra era um papel que atestava o atraso do trem, fornecido pela ferrovia aos trabalhadores para que pudessem se justificar perante o patrão. Gravação Victor de 26 de novembro de 40, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34704-B, matriz 52061. Na faixa 10, volta Luiz Barbosa, desta vez interpretando “Cadê o toucinho?”, do carnaval de 1937, assinado por Nássara e Antônio Almeida. Gravação Victor de 24 de novembro de 36, outra terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34137-A, matriz 80267. Na faixa 11, Patrício Teixeira canta “Vou ali mas volto já”, do carnaval de 1940, assinado por Haroldo Lobo e Alcebíades “Bide” Barcellos. Gravação Victor de 14 de novembro de 39, outra terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34556-B, matriz 33273. Para finalizar, Sílvio Caldas, o “caboclinho querido”, interpreta “Teu riso tem”, do carnaval de 1938 (que caiu em março), assinado por Roberto Martins e Wilson Batista. Gravação Odeon de 8 de junho de 37, mais uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em fevereiro, com o número 11574-B, matriz 5596. Enfim, este é mais um volume do GRB dedicado ao carnaval. Até a próxima!

lá vem mangueira – trio de ouro
enlouqueci – linda batista
bebida mulher e orgia – luiz barbosa
largo da lapa – carlos galhardo
primeira escola – joel e gaúcho
meu amor foi-se embora – aracy de almeida
rei dos reis – alcides gerardi
o primeiro beijo – jayme brito
o trem atrasou – roberto paiva
cadê o toucinho – luiz barbosa
vou ali mas volto já – patrício teixeira
teu sorriso tem – silvio caldas




*Texto de Samuel Machado Filho 

Violeta Cavalcanti – Exaltação A Bahia (1956)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nosso toque fonomusical, temos para hoje a cantora Violeta Cavalcante, figura que sempre esteve presente em nossas postagens, porém essa é a primeira vez que publicamos um disco inteiramente dela. E para tanto, estamos trazendo esse belíssimo lp de 10 polegadas, lançado pela Odeon, em 1956. Como se pode ver logo de cara, pela capa, trata-se de um disco voltado para a Bahia, ou seja, um repertório com músicas que falam da Bahia e aqui muito bem interpretadas por essa grande cantora. São músicas bem conhecidas do público em geral, sambas, canções de diferentes autores, não apenas baianos. Uma seleção musical que realmente exalta um estado tão rico de tradições, histórias e encantos. A Bahia do Senhor do Bonfim. Disco bacana, que não poderia faltar por aqui. Confiram no GTM.

na baixa do sapateiro
faixa de cetim
você já foi a bahia
vatapá
exaltação a bahia
a preta do acarajé
o que que a baiana tem
eu não sou baiano

 

Vanja Orico – Encontro Com Vanja Orico (1958)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês e mais uma vez aqui no nosso Toque Musical a cantora e atriz Vanja Orico, artista brasileira, mas de reconhecimento internacional. Muito atuante nas décadas de 50, 60 e 70, tanto como atriz, onde participou de dezenas de filmes, nacionais e internacionais, como cantora, se apresentando e gravando diversos discos, no Brasil e na Europa. Uma artista que se destacou tanto na música quanto no cinema. Mulher bela e talentosa, faleceu em 2015, aos 85 anos.
Neste lp, “Encontro com Vanja Orico”, lançado pela Sinter, em 1958, temos a cantora interpretando um leque diferenciado de canções, com direção musical e acompanhamento do maestro Leal Brito, arranjos do próprio e também de Antonio Carlos Jobim, que no disco comparece com duas célebres composições, “Sucedeu assim” e “Eu não existo sem você”. Além dessas, ela também interpreta canções de Dorival Caymmi, Tito Madi, Paulo Ruschel, Gilvan Chaves, além de composição dela própria, o samba-canção “Confissão”, aqui com arranjos de Jobim. Um disco, realmente, dos mais interessantes e importante na discografia nacional. A sonoridade, inevitavelmente, está associada ao cinema, aos filmes de sua época. Não deixem de conferir no GTM 😉

sucedeu assim
o vento
marmelo é fruta gostosa
roda carreta
sou baiano
mocambo de palha
lá vai a garça voando
eu não existo sem você
capina menino
confissão
rio grande do sul
rio triste

Zimbo Trio – Opus Pop Nº 2 (1973)

Olá, amigos cultos e ocultos! Mais uma triste perda na música popular brasileira. Desta vez foi o Rubens Barsotti, o maravilhoso baterista do maravilhoso Zimbo Trio. Infelizmente, essa geração de incríveis artistas vai aos poucos nos deixando. O Rubinho, já há tempos, estava afastado disso tudo, a idade pesou e ele praticamente já havia se aposentado. Mas não deixa de ser mais um que agora se vai, para tocar, quem sabe, no outro plano. Enfim, na atual situação em que ele já estava, melhor mesmo foi descansar. Mas continuará sempre presente em nossa história e nos inúmeros discos que gravou, em especial com seu grupo, o Zimbo Trio.
Bom, falar desse trio é chover no molhado, até porque, aqui no Toque Musical já postamos boa parte de sua discografia. Entre os que ainda não foram publicados tem esse, o Opus Pop N. 2, de 1973, que agora, em homenagem ao Rubens Barsotti fazemos questão de apresentar. Este, assim como o número 2, já foram bem divulgados em outros tantos blogs. Mas aqui chega como inédito para a alegria daqueles que ainda não o ouviram, ou baixaram… Lindo trabalho e bem diferenciado de outros tantos que o Zimbo gravou. Uma fusão do clássico com o popular, um ‘neo-barroco’ com sotaque de bossa e samba. Destaque também para o vocal de Clelia Simone, presente em todas as faixas. Disco imperdível para quem gosta de boa música. Não deixem de conferir no GTM.

sevilla
festa no sertão
wachet auf ruff uns die stimme
prelúdio
la danse d’anitra
playera
sicilienne
largo
narcisos



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Waldemar Moura E Barreto – Um Pistão Um Trombone E… (1963)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Como sempre tenho dito nesses últimos tempos, FIQUE EM CASA!, aproveitem o momento para fazerem aquilo que não coube num fim de semana, dentro de casa, obviamente… Ler um livro, ouvir um disco, trocar o papel de parede do quarto e até mesmo (porque não?) pesquisar aqui no Toque Musical discos que já não se ouvem mais.
Hoje temos a Orquestra do maestro Alexandre Gnattali, irmão de outro grande, o inesquecível Radamés, acompanhada pelos solistas de metais, o pistonista Barreto e o trombonista Waldemar Moura, irmão do saxofonista Paulo Moura. Este disco, da CBS, segundo informações, foi lançado em 1963, mas eu cá tenho as minhas dúvidas e diria que talvez fosse um pouco depois, em 65. Mas vamos deixar a bolacha rodar e ouvir aqui alguns dos grandes ‘standards’ da música internacional. Confiram no GTM…

ebb tide
when i fall in love
night and day
joie de vivre
over the rainbow
trree coins in the foutain
danke schoen
an affair to remember
all the way
warm
too young
stella by starlight



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M. Renato And His Orchestra – O Balanço É A Bossa (196…)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Temos hoje uma curiosidade, coisa que cai muito bem por aqui. Um desses discos cuja obscuridade sempre nos atrai. Como podemos ver logo pelas fotos, temos dois discos com capas semelhantes e também com o mesmo título, “O Balanço é a Bossa”. O que os difere, por certo, é o repertório e também os artistas. O lp que estamos postando já foi publicado em outros blogs e também trouxe as mesmas dúvidas e gerou polêmica. Trata-se de um disco de samba e bossa nova instrumental, cujo o repertório é cheio de clássicos do gênero. Tem como artista executor um tal de M. Renato And His Orchestra. Bem sugestivo, fosse essa uma produção voltada para um público internacional. Mas eu cá, tenho as minhas dúvidas. Para mim não passa de firulas típicas de um tempo em que fonogramas eram negociados de baixo do pano, editados sem muitos critérios e por conseguinte até mesmo as artes das capas. Pesquisando rapidamente, não achei e ninguém também conseguiu resolver o mistério: quem seria M. Renato And His Orchestra? Para mim, poderia ser, talvez, o Maestro Renato de Oliveira, regente que atuou nessa época em diversos discos e gravadoras. O selo, Egal, também é outra incógnita, não me lembro de qualquer outro disco com este selo. Realmente um mistério… Porém, no meu entendimento e suposição, acho que este lp foi uma espécie de reciclagem, um aproveitamento de coisas, capa, principalmente e talvez até gravações engavetadas que até então não haviam sido publicadas. Em 1962 (ou 63), o selo Masterplay lançava o mono “O Balanço é a Bossa”, cujo conjunto, com o mesmo nome da gravadora, era formado por Maciel no trombone, Mozart no piston, Juarez no saxofone, Astor no trombone, Sandoval no piano e tendo o maestro Nelsinho como responsável pelos arranjos. Penso eu que essa turma tenha gravado além das músicas presentes no lp, outras tantas que viriam a ser mais tarde usadas na edição do segundo disco, no caso, este que aqui trazemos. Há muita semelhança no estilo de interpretação, o que me leva a acreditar nessa hipótese. Logo que possível, procurarei postar aqui o disco com o Conjunto Masterplay. Vou ver se consigo localizar ela aqui nas minhas fontes. Enquanto isso, saboreiem M. Renato And His Orchestra neste falso estéreo que provavelmente deve ter sido lançado na segunda metade dos anos 60.

tico tico no fubá
samba fantástico
aquarela do brasil
na baixa do sapateiro
não tenho lágrimas
copacabana
o barquinho
corcovado
recado
você e eu
samba da minha terra
oba-la-la

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Moraes Moreira (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos. Que triste dia o de hoje, heim? Pois é, perdemos o ‘novo baiano’ Moraes Moreira. Já era uma estrela e agora foi de vez morar no céu. Toda perda, toda partida, sempre é de se lamentar, mais ainda quanto acontece num infeliz acaso, sem a gente estar esperando. Como dizem, cada vez mais o andar de cima está ficando melhor que este. Nossos grandes artistas, as pessoas que admiramos vão aos poucos nos deixando. Qualquer hora também chega a nossa vez e isso é inevitável. Então, sigamos em frente. A vida é mesmo uma baforada…
Em homenagem ao Moraes Moreira eu publico aqui este lp de 1975, lançado pelo selo Som Livre, seu primeiro disco solo. Para mim, este foi, sem dúvida, seu melhor trabalho. Aqui ainda ecoa o espírito dos Novos Baianos, quase a mesma sonoridade. De um tempo em que a música brasileira era ainda mais brasileira. E como disse anteriormente, em outro post, a década de 70, principalmente em sua primeira metade, foi o período onde ela mais se frutificou. A melhor safra fonomusical se deu nessa época (claro, sem esquecer que a base de tudo veio dos anos 50 e 60). Neste lp Moraes Moreira vem acompanhado do trio Armandinho, Dadi e Gustavo Schroeter, que já eram o princípio da banda A Cor do Som e logo viriam também a partir para um vôo solo, ou melhor, em grupo. Discão bacana que agora passa a ser ainda mais procurado e por conta disso se torna ainda mais caro. Confiram no GTM.

desabafo e desafio
guitarra baiana
sempre cantando
chinelo do meu avô
chuva no brejo
nesse mar nessa ilha
do som
ps
loucura pouca é bobagem
anda nega
se você pensa
violão vagabundo



Erlon Chaves – Banda Veneno – Vol. 1 (1971)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu passei a tarde ouvindo este disco do Erlon Chaves. E com a devida atenção pude perceber o quanto esse cara era fodão, um grande artista, músico de qualidades internacionais. Pianista, maestro, cantor e compositor. Um verdadeiro astro negro, polêmico e ousado. Vítima de um racismo, de uma sociedade que não suportava ver um homem negro talentoso, charmoso e rodeado por belas mulheres. Sua ousadia em beijar mulheres em público, em programas de televisão, geralmente loiras, custou-lhe caro. Chegou a ser preso e humilhado. Puta inveja daqueles que não podiam ter nos braços uma Vera Fischer, por exemplo, que foi sua namorada. Erlon Chaves era mesmo um talento. Ainda nos anos 50, com apenas 23 anos, era o regente da Orquestra da TV Tupi. Se tornou um dos maiores arranjadores nos anos 60. Com sua Banda Veneno influenciou a música brasileira com muito suingue. Participou ativamente da fase áurea dos festivais, fez também muitas trilhas sonoras. Infelizmente, morreu muito cedo, com apenas 41 anos de idade. Em 2018 foi lançado um filme documentário, “Erlon Chaves, O Maestro do Veneno”, que busca resgatar a trajetória desse grande personagem da nossa música popular. Vale a pena assistir e conhecer um pouco mais dessa figura.
Aqui temos uma reedição de 1978, de seu disco com a Banda Veneno, lançado originalmente em 1971. Neste lp, coisa fina, temos um repertório com muitas músicas conhecidas que nele aparece com uma roupagem marcada por muito suingue e pilantragem. Mas, para mim, há duas músicas autorais, “Drive-In” e “Fim de Baile”, essa última parceria com Arnoldo Medeiros, que já vale o disco. Tem que ouvir…

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menina da ladeira
você abusou
fim de baile
 

Schangay – Acontecivento (1976)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Fim de Semana Santa está aí… Páscoa e tudo mais… Felicidades a todos! Hoje eu nem queria postar nada, o desânimo é total, mas para não dizer que não falei de flores, deixa eu pegar mais um ‘disco de gaveta’. Mas não pode ser qualquer um. Vamos com alguma coisa bacana e que não se encontra dando sopa por aí…
Tenho para hoje o cantor, compositor e violeiro, Eugênio Avelino, ou, como é popularmente conhecido, Xangai. E aqui, em seu primeiro disco, lançado em 1976, pelo selo Epic, ele então tinha um outro nome artístico, ‘Schangay.’ Vejam vocês a criatividade dessa gente… Felizmente o tropeço foi só neste sentido, pois Xangai despontava como um grande artista cuja a obra é toda pautada no regionalismo, na música brasileira de raiz e isso foi ficando mais evidente a cada novo trabalho, a cada novo projeto. Sem dúvida, um grande artista da nossa música brasileira, reconhecido internacionalmente, sempre rodeado de bons parceiros. “Acontecivento” é um daqueles discos que só poderia ser mesmo daqueles anos 70, quando tudo era feito com muita qualidade e que um dia viraria um clássico ou disco para se rever os conceitos. E ele tem um pouco dos dois e mais, hoje em dia é um disco super raro. Traz um repertório com fortes influências nordestinas. Uma produção bacana e um time de músicos que dá a “Acontecivento” um brilho todo especial. Confiram no GTM..

acontecivento
asa branca
forró de surubin
boia fria
pronde tu vai luiz – verde caninha – esta noite serenou
jogo (peço e ela me dá)
cantiga de cego
tanto queima como atrasa
posso falar e cantar
na volta da pá
me diga se tá certo
marcha rancho
 

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Flor De Cactus (1980)

Olá, amigos cultos e ocultos! Nosso encontro hoje é com o grupo potiguar Flor de Cactus. Para quem acompanha nosso blog há de lembrar que em 2018 eu postei aqui o álbum “Pepitas de Fogo”, disco lançado por eles em 1981. Novamente, trago eles neste lp, que veio antes, em 1980. Este, pelo que sei foi o segundo disco gravado pela trupe, lançado pela RCA, com produção de Gileno, o Leno da dupla da Jovem Guarda, Lilian & Leno. Alias, se não me engano, todos os discos lançados pelo Flor de Cactus foram produzidos por ele, que também é do Rio Grande do Norte. Este disco homônimo foi um dos que fez mais sucesso na época, com várias músicas que chegaram a ser bem executada nas rádios, principalmente no eixo Rio-SãoPaulo. Nele temos, por exemplo “Kamikaze”, de Zé Ramalho; “Ribeirão”, de Guarabyra; “Espiral do Tempo”, de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando; “Norte ou Sul”, do próprio Leno e muitas outras, também autorais. O grupo Flor de Cactus, como disse, gravou alguns discos ao longo da primeira metade dos anos 80 e nesse período também teve mudanças em sua formação, mas sempre primaram pela qualidade de seus trabalhos. Quem sabe, em próximas oportunidades, a gente posta aqui seus dois outros lps. Enquanto isso, não deixem de conferir e relembrar. Quer baixar? Entra lá no GTM rapidinho, pois o prazo é curto e não tem reposição, ok?

in technicolor
aridez
saudade
para marley
aari (canto para o índio potiguar
choramingando
kamikaze
ribeirão
espiral do tempo
plantando bananeira
norte ou sul

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Rosa Maria – Cristal (1984)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos. E não é que com essa reclusão o índice de audiência por aqui tem aumentado? Que bom! Só espero dar conta do recado, pois embora eu também esteja confinado, muito dos discos que eu gostaria de postar, no momento estão um tanto inacessíveis, pois meu Sound Forge eu tive que desinstalar e agora não estou conseguindo instalá-lo novamente. Daí, até que meu socorro chegue, vamos com os famosos ‘discos de gaveta’, aqueles que já estavam prontos aguardando ocasiões como essa.
E vamos de Rosa Maria, para o dia nascer feliz. No início do ano eu já havia postado dela um outro disco e agora ela volta neste lp de 84, lançado pelo selo Pointer. Como sempre, a moça brilha como um cristal, mas sua luz é de diamante. Grande cantora, dona de uma voz singular. Neste lp ela nos apresenta um repertório bem diversificado, com muita música boa que já conhecemos, mas que, sem dúvida ficam ainda mais bonita com sua interpretação. Não bastasse, ela ainda vem assessorada por grandes arranjadores (Eduardo Assad, Eduardo Souto Neto, Reinaldo Arias, Luiz Avellar e Antônio Adolfo) e traz também um time de músicos instrumentistas de primeiríssima linha. Conta também com a participação especial da cantora e atriz Lucinha Lins. São doze canções para se ouvir com atenção. Um disco que merece o nosso toque musical. Confiram no GTM.

bicho papão
ilusão
negritude cristal
bastante
águas
going out of my head
coisas pequenas
viagem
mascavo
tenho mais é que viver
iso é para a dor
the island



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EMB – Enciclopedia Da Música Brasileira – Erudita Folclórica Popular (1978)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Espero que estejam todos seguindo a linha do bom senso, FIQUE EM CASA! Aproveitem o tempo para ler, ouvir música, colocar em dia aquilo que tem sempre sido adiado. Certamente não há de falta coisas boas para se fazer.
E falando em coisas boas, uma boa dica pode ser a EMB – Enciclopédia da Música Brasileira – Erudita, Folclórica, Popular. Como leitura vocês poderão encontrar para comprar o livro do pesquisador Marco Antônio Marcondes, lançado em 1977. É dele este importante trabalho que nos serve de guia, assim como outros, quando buscamos informações precisas sobre um determinado item histórico sobre a música brasileira. E como parte dessa sua produção tem também este box com dois lps, lançados em 1978, que já é mais difícil de achar e por isso mesmo está aqui, no Toque Musical. Nele temos dois lps nos quais são apresentados, no primeiro, de 77, um pouco da nossa música folclórica, de raízes regionais/sertaneja e no segundo disco, de 78, temos o grande violonista Toquinho (com violão de emprestado por Tom Jobim, segundo nota na ficha técnica) interpretando obras de Villa Lobos e também chorinhos diversos, que representaria aqui o popular. Sem dúvida um trabalho fonográfico interessantíssimo e raro de se ter e ouvir. Creio que talvez poucos o conheçam. Eis aqui a oportunidade. Não deixem de conferir no nosso GTM.

astúcia de negro velho – cornélio pires
jorginho do sertão – cornélio pires
no mourão da porteira – raul torres e florêncio
horóscopo – alvarenga e ranchinho
canoeiro – tonico e tinoco
guarânia da lua nova – cascatinha e inhana
ciriema – irmãs castro
cochilou cachimbo cai – tião carreiro e pardinho
cavalo preto – palmeira e luizinho
sarita – pedro bento e zé da estrada
chitãozinho e xororó – nonô e naná
nova flor – bia e dino franco
caminho do céu – caçula e marinheiro
suite popular brasileira, de villa lobos – toquinho:
mazurca
schottich
valsa
gavotta
chorinho
gracioso, de garoto
interrogando, de joão pernambuco
brasilliance, de laurindo de almeida
choro da saudade, de agustin barrios

 

Tamba Trio, Nara & Edu Lobo – 5 Na Bossa (1965)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Vasculhando meus arquivos de gaveta percebi que até hoje não havia postado este celebrado encontro de Nara Leão, Edu Lobo e o Tamba Trio (Luiz Eça, Bebeto e Ohana. Por certo foi que em outros tempos este disco esteve presente em diversos outros blogs. Desses, inclusive, eu aproveitei os aquivos da capa, pois estou sem programa para tratamento de imagens. Mas eis que aí estão os “5 na Bossa”, um disco gravado ao vivo, em 1965, no antigo Teatro Paramount, São Paulo. Sem dúvida, um disco clássico da música popular brasileira. Para mim, um dos melhores lps gravados ao vivo no Brasil. Perfeito em todos os sentidos. Talvez peque por não ser um álbum duplo. Mas as dez faixas deste disco sempre nos pede para repetir. Maravilhoso 🙂

carcará
reza
o trem atrasou
zambi
consolação
aleluia
cicatriz
estatuinha
minha história
o morro não tem vez
 


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Paul Mauriat – Erlon Chaves – As 10 Canções Medalha De Ouro (1982)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Antes de tudo, só uma coisinha: FIQUE EM CASA! Pelo amor de Deus, sejam responsáveis. Vamos baixar a curva dessa pandemia, pois só quem pode nos ajudar somos nós mesmos. Se formos depender desse (des)Governo Federal e do ‘imbecil maior’ que colocaram de fantoche de Presidente, nós estamos é no sal! Nunca pensei que chegaríamos a esse ponto, a regredirmos tanto como nação, sendo tomados por essa onda de ignorância. Lamentável… Desculpem o desabafo, mas caberia ainda muito mais, porém, vou parar por aqui…
Vamos falar de coisas boas, de música, tão importante para a sensibilidade humana. E a isso eu me refiro ao sentido maior da música que é o de transformar, melhorar o ser humano. Infelizmente, a música hoje parece ter apenas a função de distrair e para tanto ela tem que ser fácil, pasteurizada, deficiente em todo sentido cultural, música pra burros (e eles gostam). Mas, claro, a resistência sempre existirá e quem gosta de música de verdade sabe diferenciar o joio do trigo. Aqui a gente escuta de tudo, mas sempre com outros olhos. E para manter o padrão, vamos dar valor ao que tem valor.
Tenho para hoje este lp, com “As 10 Canções Medalha de Ouro”. Um disco originalmente lançado em 1972, saudando exatamente o que de melhor havia na música brasileira, na canção brasileira daquele ano. Bom, na verdade, houve nesse ano e nesse período uma riqueza musical que é difícil superar. Penso que as décadas de 60 e 70 a música popular brasileira esteve em seu melhor momento e isso se reflete até hoje, pois quando pensamos em uma seleção de dezena de músicas é inevitável que boa parte seja dessa época. E lá por 72 os críticos e entendidos do assunto também sabiam escolher o melhor. Embora o Flávio Cavalcanti, em seus programas de tv tenha quebrado muitos discos (e também  a cara), protagonizou aqui, juntamente como outros entendidos, como os produtores Mazola e Roberto Menescal, uma seleção das dez melhores canções no ano de 1972 para serem regidas e arranjadas em forma orquestral por dois grandes mestres, Erlon Chaves e o francês Paul Mauriat. O disco foi gravado aqui no Brasil e na França e tem dez músicas que realmente merecem medalha de ouro. Um trabalho bacana, orquestral e duplamente bem arranjado. Coisa que hoje dificilmente veríamos produzido. Vale a pena conferir…

casa no campo
amada amante
presepada
naquela mesa
viagem
dona chica
águas de março
como dois e dois
construção
testamento

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Acidente – Fim do Mundo (1983)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Por certo os amigos não irão estranhar a diversidade fonomusical. Um dia tem samba, outro tem tango, outro erudito, outro rock… Um verdadeiro drops sortido, onde a cada bala é um sabor. Nosso Toque Musical é assim mesmo, cheio de surpresas.
Hoje tenho para vocês um disco independente da banda carioca, Acidente, lançado em 1983. Há quatro anos atrás eu havia postado aqui um outro disco da banda, o “Guerra Civil”, de 81. Agora eu trago eles de volta neste álbum, “Fim do Mundo”. Um título bem sugestivo para o momento atual pelo qual estamos passando. Aliás, neste lp, muitas das músicas cabem bem nos dias de hoje, títulos e letras que falam de situações trágicas, temas que refletem e serviriam de trilhas para o que estamos vivendo. Contudo, não é algo baixo astral, até porque a banda tem uma pegada divertida e bem rock’n’roll. Na postagem que fiz do outro disco, creio que fui meio injusto com a turma, prá não dizer leviano. Me faltou mais atenção para ouvir o Paulo Malária e sua trupe. Devo admitir, o Acidente é uma banda bem legal. E quando digo isso no presente é porque ainda hoje eles continuam na ativa. Embora não tenham conseguido o reconhecimento que merecem, estão por aí se divertido, tocando e produzindo outros trabalhos. Vale a pena conhecer, ou relembrar…

a lua
melô de miguel pereira
triste sina
sociedade do mal
corpos e pratos
clube 34 blues
a sua mãe morreu
conferência em havana
dança
3. charrão
guerra civil
perdido num mundo de sonhos
baile black
eu vou vazar
diga o nome do senhor
 
 
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Premier Mundial 2001 Vol. 1 (1974)

Bom dia, meus confinados amigos cultos e ocultos! Para não deixar de variar e lembrar a todos que aqui se escuta música com outros olhos, eu hoje resolvi trazer para vocês uma coletânea internacional. Não teria graça ou interesse de nossa parte se não fosse essa uma coletânea de ‘covers’ feita aqui mesmo no Brasil. Ou seja, artistas/músicos brasileiros se passando por gringo. Como todos sabem, no início da década de 70 era muito comum produtores lançarem mão de sucessos internacionais tendo a interpretação a cargo de músicos e cantores brasileiros. Já falamos disso aqui em outras postagens e já apresentamos alguns desses discos. Deviam sair mais em conta produzir esses ‘covers’ do que buscar permissão para uso do fonograma original. As novelas de televisão eram cheias desse tipo de música. E graças a excelência e talento de nossos artistas brazucas, chegaram a um nível ainda mais elevado, ou seja começaram a criar músicas cantadas em inglês e seus artistas tinham nomes também de gringos. E foram muitos, podem acreditar…
Neste lp lançado pela CID e com selo internacional  Square temos dez grandes sucessos que fizeram a cabeça de muita gente. Aqui, temos o volume 2, que chegou nas lojas em 1974. Essa série Premier Mundial 2001, creio eu, chegou até o volume 4, um a cada ano. E assim como essa, outras também fizeram sucesso. Porém, por diversas razões, nos álbuns não há fichas técnicas, ou mesmo referências aos músicos/cantores. A ideia era mesmo a de apenas nutrir a cultura pop da época e vender discos. Neste, em especial temos covers de Elton John, Power of Tower, The Stylistic, Dennis Yost e outros. Coube também até uma versão pop do clássico de Carlos Gomes, O Guarany, influencia direta de Eumir Deodato, com certeza! Disquinho curioso que vale a pena ouvir. Cola lá no GTM…

love me or leave me alone
you mae me feel brand new
je t’aime
goodbye yellow brick road
time
me and you
so very hard to go
o guarany
day by day
la la song

Altamiro Carrilho – Chorinhos Didáticos Para Flauta (1996)

Olá, meus confinados amigos cultos e ocultos! Espero que estejam todos bem, quietinhos em casa, esperando ‘a bruxa’ ir embora. Enquanto isso, vamos nos distrair. Ler um livro, ouvir uma música, navegar pela internet e visitar aqui o nosso Toque Musical.
Hoje eu tenho para vocês, ao invés de um lp, vinil, um cd, pois afinal há tempos que eu não posto produções oriundas do digital. Desta vez eu trago um cd dos mais interessantes, um disco gravado pelo grande flautista Altamiro Carrilho e lançado originalmente em 1996. Como todos podem ver, este é um trabalho de cunho didático, quer dizer, temos aqui doze chorinhos de Altamiro feitos exclusivamente para quem está ensinando ou aprendendo tocar flauta. Só mesmo em um cd poderia caber esse interessante trabalho, pois aqui, Altamiro Carrilho executa seus 12 chorinhos, chamados então de “Chorinho Didático” e na sequencia, apresenta os ‘playbacks’ das mesmas. Ou seja, as mesmas doze músicas sem a flauta, para que qualquer pretenso flautista possa acompanhar. Algo bem parecido com o karaokê e que por certo irá agradar a vocês. Quem sabe, a partir daqui alguns de vocês resolvam aprender a tocar flauta? Nesse isolamento  necessário, nada melhor que levar os dias na flauta, não é mesmo? Então, não deixem de conferir no GTM.

chorinhos didáticos (de 1 a 12)
+
playbacks


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Elis Regina – Ao Vivo E Internacional (2020)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aproveitando para ocupar o tempo (nunca pensei que diria isso), eu hoje resolvi produzir um disco virtual, seguindo os moldes de tantos outros que criei, com exclusividade para o nosso Toque Musical. Já faz tempo que eu não apresentava algo assim, além da coleção Grand Record Brazil, de 78 rpm, que este ano voltou para a alegria de seus apreciadores. Estou trazendo para vocês o áudio editado e devidamente separado de duas distintas apresentações ao vivo da nossa querida e saudosa Elis Regina. Trata-se da apresentação da cantora em Portugal, em 1978, em show realizado no Teatro Villaret, de Lisboa e de quebra, outra apresentação dela, mais antiga, na televisão francesa, em 1968. Esses áudios hoje em dia já devem ser do conhecimento de todos, pois além de já ter sido publicado em outros blogs e sites, também pode ser ouvido no YouTube. Mas eis que eu achei de transformar tudo isso numa pseuda produção fonográfica, pois sei que muitos gostam dessa brincadeira e tem gente que até imprime as capinhas e monta tudo num cd. E aqui, a gente procura fazer tudo no capricho. No arquivo que vocês podem buscar no GTM, irão encontrar o pacote completo, com todos os encartes e capa que permitem a impressão em papel com qualidade. Então, temos aqui esta apresentação de Elis Regina no tradicional teatro lisboeta Villaret, em 1978. Um show memorável onde poderemos ouvir músicas que marcaram os anos 70 e hoje são verdadeiros clássicos da nossa MPB. Na sequência, temos um registro de Elis em apresentação na televisão francesa, Paris, 1968, outro memorável momento. Neste último áudio eu preferi não fazer cortes, mantendo a sequencia (quase) linear do programa. A qualidade dos registros não é lá grande coisa, mas aqui também, procurei dar uma melhorada no áudio e assim chegando no resultado que vocês poderão conferir no GTM. Espero que esteja no agrado.

fascinação
aqui é o país do futebol
sinal fechado
transversal do tempo
deus lhe pague
qualquer dia
caxangá
ensaio geral
o mestre sala do mares
romaria
maravilha
nada será como antes
deixa
corrida de jangadas
la nuit de mon amour
sá marina
samba da benção
upa neguinho

Ella Fitzgerald – Ella Abraça Jobim (1981)

Olá, amigos cultos e ocultos! Revirando os arquivos e também os “discos de gaveta”, eis que me deparo com este lp duplo da cantora americana Ella Fitzgerald, gravado em 1980 e lançado por aqui em 81. Este, em específico, lançado pela Polygram e traz uma capa diferente da que eu me lembrava. Aliás, eu não me lembrava de que já havia postado este álbum aqui, no caso, com outra capa, o que me fez acreditar que ainda não o havia postado. É.. este disco tem edições com capas diferentes, pelo menos quatro, eu estou vendo aqui. E nesta edição nacional a ordem das música é outra, mas estão todas aqui. Para quem não conhece, este lp vale muito ser ouvido, pois além da bela voz e interpretação de Ella Fitzgerald tem também a música do nosso grande Tom Jobim e a presença de um time de músicos, brasileiros e estrangeiros, de primeiríssima linha. O repertório é aquele internacional do Tom, que todo gringo e o mundo inteiro conhece. Álbum bacana que merece ser postado de novo, com essa outra capa. Confiram no GTM…

somewhere in the hills
the girl from ipanema
dindi
off key
water to drink
dreamer
quiet night quiet stars
bonita
one note samba
don’t ever go away
triste
how insensitive
he’s a carioca
this love taht i’ve found
a felicidade
wave
song of the jet
photograph
useless landscape

 

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