Sonia Rosa – Golden Bossa Nova (1969)

A semana tem sido gratificante, em termos de música, aqui para nós. Hoje eu estou trazendo para vocês mais um disco garimpado, que não podia faltar no Toque Musical. Depois da dica de um de nossos visitantes sobre onde encontrar outros discos da série Reader’s Digest, fui parar no blog do “Mr. Snookles”, o Third Island. Caramba, super legal! Me lembrou a discoteca do tio de um amigo meu, lá por volta dos anos 70, cheio discos internacionais de orquestras e coisas de um gênero que só depois dos 40 fui dar valor (ups!). A gente paga língua, essa é uma grande verdade. Verdade também, que a medida em que vamos ‘crescendo’, vamos ficando mais seletivos e apurados. O foda é quando começamos a radicalizar, daí é melhor ‘pendurar as botas’ e vestir o pijama. Mas, longe disso e sem comparações, na terceira ilha há uma ‘fauna variada’, curiosa e das mais interessantes. De provedor, as vezes, também sou ‘provador’ e consumidor voraz de coisas curiosas e interessantes. Sonia Rosa é bem mais que isso e por alguns momentos nem me atinei quem seria essa cantora de voz (maravilhosamente) suave. Foi preciso ouvir o disco para a memória voltar. Me lembro que a primeira vez que ouvi Sonia Rosa foi através do Zeca e seu Loronix, no disco “A Bossa Rosa de Sonia“. Eu já conhecia o disco pela capa, mas até então nunca o tinha ouvido. Que beleza! Que voz gostosa de se ouvir. Voz de Bossa Nova.
Sonia Rosa, pelo que eu pesquisei, gravou seu primeiro disco em 1968 e logo em seguida mudou-se para o Japão. Em 69 ela gravou em um moderníssimo estúdio em Tokyo, da EMI, este disco ainda mais bacana. O fato curioso é que “Golden Bossa Nova” é um disco com capas diferentes, assim como o seu lançamento. O álbum que eu baixei no Third Island, me parece, foi uma edição original de 1969, lançado (ou apenas prensado e encapado) na Austrália. Em 1970 o álbum aparece com outra capa, através do selo japonês Express, também postado no Loronix (e eu nem vi…).
“Golden Bossa Nova” é um trabalho onde Sonia contou com a colaboração de renomados músicos de jazz japoneses, como o saxofonista Sadao Watanabe e seu quarteto, Shunichi Makaino, Kunihiko Suzuki, Koichi Uzaki e Akio Miyazawa. O repertório, sem dúvida, é cavado na Bossa Nova e talvez pela suavidade da voz de Sonia e algumas semelhanças ritmicas, melódicas e harmonicas, foram incluídos também alguns temas internacionais como sucessos de Burt Bacharach, que a cantora Dionne Warwick jurava ser o criador da Bossa Nova.
Apenas para finalizar, Sonia Rosa, embora longe do Brasil, continua ligadíssima no que rola por aqui. Ela gravou a pouco tempo atrás, “Depois de nosso tempo”, um disco com músicas de autores da nova safra brasileira, como Wilson Simoninha e Jair de Oliveira. Taí uma cantora que eu recomendo com todos os toques. 🙂 Não deixem de conferir…

the girl from ipanema
fly me to the moon
desafinado
the look of love
meditation
corcovado (quiet nights of quiet stars)
i’ll never fall in love again
the shadow of your smile
la chanson d’orphee
alfie
secret love
tristeza