Angela Maria – Quando Os Maestros Se Encontram Com Angela Maria (1957)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Bom dia e boa Páscoa, é claro! O dia não está lá uma beleza, o céu está fechado e São Pedro logo vai mandar aquela ducha para melar de vez o domingo. Mas quem tem em casa um bom chocolate, pode ficar na boa, comendo ovos de Páscoa… naquele laricão… Melhor ainda quando se pode também ouvir uma boa música. Eu como sempre, bem acompanhado, posso me dar ao luxo de escolher a vontade 🙂 Escolher para mim, e para vocês também. Hoje eu vou ficar aqui ouvindo só Jards Macalé e Paulo Vanzolini. Pensei até em postar algum disco de um desses artistas, mas como ainda estou no embalo e promessa de trazer cantoras, vamos dar sequência…
Separei para hoje este raro álbum da cantora Angela Maria, um disco que podemos considerar histórico dentro do mundo fonográfico. Foi um dos primeiros discos de 12 polegas lançado pela gravadora Copacabana. Foi uma superprodução, um dos discos mais caros a ser realizados naquela época. Isso por conta da ousadia de seus produtores em fazer um disco onde foram escalados oito grandes maestros e suas orquestras para acompanharem Angela Maria. O disco se divide em oito faixas, trazendo um repertório fino, que agrada em cheio e para um público além de tietes da cantora. É interessante notar como cada música se torna especial, com características próprias, sob os arranjos e regências dos mestres Gabriel Migliori; Guaraná; Léo Peracchi; Gaya; Lyrio Panicalli; Renato de Oliveria; Severino Araújo e Sylvio Mazzucca. Não deixem de conferir. Comentários também são bem vindos 😉

dora – com severino araújo
aos pés da cruz – com lindolph gaya
adeus – com renato de oliveira
saia do caminho – com léo peracchi
carinhoso – com lyrio panicalli
promessa – com gabriel migliori
caminhemos – com gustavo de carvalho (guaraná)
canta brasil – com sylvio mazzucca

Orquestra Do Sindicato Dos Musicos Profissionais Do Rio De Janeiro – Pérolas da Música Brasileira (1955)

Olá amigos cultos e ocultos! No ritmo das orquestras, temos para hoje (e rapidinho) um encontro de músicos que atuavam em diversas orquestras do Rio de Janeiro na década de 50. São instrumentistas das rádios Nacional, Mayrink Veiga e Tupi. Componentes das orquestras de Severino Araújo, Peruzzi, Carioca e outras. A ideia de reunir os instrumentistas associados ao Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro partiu do Maestro Gustavo de Carvalho, mais conhecido como Maestro Guaraná. Ele também é o responsável pela direção da orquestra e todos os arranjos. O disco, um lp de dez polegadas, tem uma seleção musical muito boa, como se pode ver logo a baixo. Os arranjos do Maestro Guaraná são arrojados, primando pela qualidade, bom gosto e uma singularidade que se destaca de outras versões orquestrais para as mesmas músicas. Posso parecer meio ingênuo, mas esses arranjos me lembram coisas de Villa Lobos e Antonio Carlos Jobim. O que não deixa de ser uma feliz comparação. Vale mesmo a pena ouvir este raro disquinho. Confiram já este toque….

despertar da montanha
carinhoso
linda flor
feitiço da vila
do sorriso da mulher nasceram as flores
bentevi atrevido
na baixa do sapateiro
tico tico no fubá

Guaraná & Sua Orquestra – Recordando… (1956)

Iniciando a semana, aqui vou eu com mais um raro exemplar da nossa esquecida e mal cuidada discografia nacional. É uma pena ver tanto desinteresse por parte de quem deveria zelar pelo que produziu. É algo parecido com pais que abandonam seus filhos. Cabe então a sociedade acolher, oferecendo abrigo e proteção. No caso dos discos, a sociedade tem ainda mais obrigação e direito, pois somos nós quem preservamos e fazemos a história acontecer. Somos nós consumidores os verdadeiros defensores da nossa cultura musical. Somos nós, fracionados, quem guardamos em nossas casas, em nossa memória, a história e os objetos que dela fizeram parte. Um dia tudo isso precisa voltar a tona, ser lembrado e ensinado.
Antes que eu acabe me enveredando para outros lados, vamos ao disco do dia. Alguém aqui sabe quem foi Guaraná? Ganha um refrigerante da Antártica quem me falar. Está valendo também para os universitários e catedráticos de plantão. Este vinil foi mais um que eu desenterrei e ainda não consegui descobrir muita coisa sobre o maestro Guaraná. Com sua orquestra ele acompanhou muitos artistas nos anos 40 e 50, foi só o que eu achei sobre o músico. Neste disco lançado pela Polydor em 1956, temos Guaraná e sua orquestra executando obras de Zequinha de Abreu, Eduardo Souto e Ernesto Nazareth. No texto da contracapa, de autoria de Bricio de Abreu, todo dedicado aos compositores, traz apenas uma pequena nota sobre o maestro e forma de sua execução. Outro detalhe curioso são os três retratos que ilustram o texto. Deveria ser Eduardo Souto, Ernesto Nazareth e Zequinha de Abreu. Por alguma razão acabaram incluindo o Guaraná e deixaram de fora o Ernesto Nazareth. Vai entender…
branca (valsa) – zequinha de abreu
despertar da montanha (tango) – eduardo souto
eponina (valsa) – ernesto nazareth
turbilhão de beijos – (valsa) – ernesto nazareth
pintinho no terreiro – (chôro) – zequinha de abreu
do sorriso da nasceram as flôres (valsa) – eduardo souto
tarde em lindoya (valsa) – zequinha de abreu e plinio martins
brejeiro – (chôro) ernesto nazareth