Radamés Gnattali E Rafael Rabello – Tributo A Garoto (1982)

O TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um disco que reúne dois grandes instrumentistas: o pianista e também maestro e compositor Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 27/1/1906-Rio de Janeiro, 3/2/1988), e o violonista Rafael Rabello (Petrópolis, RJ, 31/10/1962-Rio de Janeiro, 27/4/1995). O álbum é um tributo-homenagem a outro grande instrumentista e compositor brasileiro, verdadeiro mago das cordas: Aníbal Augusto Sardinha, ou como ficou para a posteridade, Garoto (São Paulo, 28/6/1915-Rio de Janeiro, 3/5/1955). Produzido pela Funarte e gravado nos estúdios da Sonoviso, em 1982, o disco faz parte do Projeto Almirante, uma das inúmeras iniciativas da entidade, hoje vinculada ao Ministério da Cultura, objetivando divulgar e preservar nossa melhor música popular. Este trabalho teve a produção artística de um verdadeiro “craque” na matéria, Hermínio Bello de Carvalho, ficando a produção executiva a cargo de Cláudio Guimarães, e as transcrições das obras incluídas neste disco pelo mestre Radamés. Este trabalho, como vocês verão, é primoroso e muitíssimo bem cuidado, tanto técnica quanto artisticamente. Cuidado esse que também se verificou na parte gráfica, que inclui um encarte repleto de informações sobre o homenageado, os músicos-intérpretes, as músicas incluídas e até mesmo um bate-papo informal entre Radamés, Rafael e o mestre Tom Jobim. São seis faixas, cinco delas compostas por Garoto, incluindo dois clássicos, “Duas contas” e “Gente humilde” (esta só revelada ao público na década de 1970, ao receber letra de Vinícius de Moraes e Chico Buarque). Na sexta e última faixa, temos o “Concertino para violão e piano” (1953), de autoria do mestre Radamés, versão reduzida do “Concertino n.o 2 para piano e orquestra”, composto em 1948 especialmente para Garoto, que o apresentou cinco anos mais tarde no Teatro Municipal do Rio, ficando a regência da orquestra por conta do maestro Eleazar de Carvalho. Como bem afirma Cláudio Guimarães no encarte, “Garoto e Jacob do Bandolim, que tanto prestigiaram Radamés Gnattali, se orgulhariam ao conhecer o jovem Rafael Rabello”. Por uma triste coincidência, tanto Rafael quanto Garoto faleceram prematuramente. Mas este “Tributo a Garoto” ficou para a posteridade como um dos mais expressivos trabalhos discográficos de Rafael Rabello, notável violonista, contando com a honrosa companhia, ao piano, de outro grande mestre, Radamés Gnattali. É o que os amigos cultos, ocultos e associados do TM poderão constatar.

desvairada
gente humilde
enigmático
nosso choro1919
duas contas
concertinho para violão e piano

*Texto de Samuel Machado Filho

Cartola 70 – Fala Mangueira! (1978)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! No batido do samba aqui vamos nós com mais um disco bacana. Eu, na verdade estou fazendo uma reprise. Há alguns anos atrás eu postei aqui o álbum, “Fala Mangueira!”, originalmente lançado em 1968, pela Odeon. Um verdadeiro clássico do samba. Disco que não pode faltar em nenhuma boa coleção. Estamos falando aqui do feliz encontro de Cartola, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho e Odete Amaral, num disco dedicado à Mangueira. Conforme relata o texto de contra capa desta edição, foi uma ideia de Vianinha (Oduvaldo Vianna Filho) sugerida ao Herminio Bello de Carvalho para um musical falando sobre a Mangueira. Espetáculo este que nunca chegou a acontecer, infelizmente. Mas pelo menos esse encontro se eternizou em disco, neste lp que aqui retorna após 10 anos numa edição comemorativa em homenagem aos 70 anos do Cartola. Por essa razão o disco mudou de nome, mas o material, a gravação é a mesma. Fica aqui esta segunda chance, para manter o pique do samba 😉

enquanto houver mangueira – odete amaral
lá vem mangueira – clementina de jesus
mundo de zinco – zezinho
tempos idos – odete amaral e cartola
ao amanhecer – cartola
alvorada no morro – odete amaral
quem me vê sorrindo – odete amaral
alegria – clementina de jesus
lacrimário – carlos cachaça
saudosa mangueira – clemetnina de jesus
sei lá mangueira – odete amaral
rei vagabundo – a magueira me chama, sempre mangueira, folhas caídas, eu e as flores
nelson cavaquinho e odete amaral
sabiá da mengueira – clementina de jesus
exaltação a mangueira – Zezinho
despedida de mangueira – odete amaral

Documentário Sonoro Do Folclore Brasileiro – N. 25, 28 e 35 (1978/81)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Com o corpo e a alma lavada (afinal o Galo é se consagra Bicampeão Mineiro), aqui estou eu pronto para a nossa postagem de domingo.
Como estivemos nos últimos dias focados na música regional sulista, achei por bem postar hoje aqui e de uma só vez, três compactos da série “Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro”. Este coleção, toda em formato 7 polegadas, foi lançada durante os anos 70 e 80. Um trabalho idealizado pelo professor, antropólogo e escritor Vicente Salles, junto à Funarte. Ao que consta, nesse meio tempo, a Campanha de Defesa do Foclore Brasileiro lançou muitos disquinhos, apresentando um registro fiel das mais diversas manifestações folcoloricas musicais no Brasil. Tenho aqui apenas estes três volumes e vou dizer, conheço poucos dando sopa por aí. Eu gostaria de ter essa coleção 🙂 Seguem então os “Congos de Saiote”, que vem lá do Rio Grande do Norte; “Dança do Lelê, do Maranão e por fim, o Fandango, dos paulistas.
Bom, não vou ficar aqui chovendo no molhado. Depois de um banho quente o que estava me faltando era uma cama. Vou nessa… e amanhã tem mais 😉

..

Alberto Nepomuceno – Quarteto De Cordas Da Rádio MEC – Ducumentos Da Música Brasileira Vol. 7 (1979)

Olá! Hoje, terça feira, é dia de música erudita. Felizmente, ontem, eu tive um tempinho e consegui preparar algumas coisas para hoje e para a semana.
Seguindo ao que foi proposto, estou trazendo para a postagem do dia este exemplar da série “Documentos da Música Brasileira – Música de Câmara do Brasil”, mais especificamente o Volume 7, dedicado à obra do compositor Alberto Nepomuceno (1864-1920). Como se pode ver pela capa, temos aqui suas obras, “Quarteto nº 1, em si menor” e Quarteto nº 3, em ré menor”, executado pelo Quarteto de Cordas da Rádio MEC.
Embora esta série tenha sido lançada nos anos 70, as gravações foram feitas originalmente entre os anos de 1958 e 1972. São, de uma certa forma, registros raros, assim como os próprios discos desta coleção. Provavelmente, discos como este só poderão ser encontrados em discotecas especializadas de Escolas, Universidades e verdadeiros amantes da música erudita.
Pessoalmente, a música clássica ou erudita não é o meu forte. Confesso que tenho pouco, ou quase nenhum conhecimento sobre ela. Acredito que isso se deva ao fato do tamanho da riqueza musical popular brasileira, que por si só já me sacia. Mas, inegavelmente, não há como não se apaixonar por uma música criativa, original e de qualidade, seja ela erudita ou popular. Como sempre digo e já virou refrão no Toque Musical, ‘música para se ouvir com outros olhos’.
Para a minha facilidade e funcionalidade, no álbum temos todas as informações complementares incluidas, no encarte e contracapa. Assim sendo, os amigos cultos e ocultos podem ficar tranquilos ao baixarem. E eu posso chegar mais cedo no trabalho, hehehe…

Quarteto Nº 1, em si menor:
alegro agitado
andante
scherzo
allegro spirituoso
Quarteto Nº 3, em ré menor (Brasileiro):
allegro moderato
andante
intermezzo
allegretto