Carnaval de 57 (1957)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Ao que tudo indica, nos próximos dias, só teremos no GTM links pelo Depositfiles, pois, pelo Mediafire nossa conta já esgotou. Sei que muitos preferem o Mediafire, mas infelizmente teremos que nos contentar com o outro, temporariamente, ok?
Hoje eu vou trazer mais um disco de carnaval, bem parecido o do “Ritmos da Panair”, pois aqui também é só sucessos, nas vozes de Emilinha Borba, Jorge Goulart, Vera Lúcia, Ruy Rey,  Vagalumes do Luar, Duo Guarujá, Bill Farr, Nora Ney, Jamelão, Gilberto Milfont e Risadinha. Uma seleção, hoje clássica, da Continental para o Carnaval de 1957. Neste lp de 10 polegadas as músicas fazem parte deu um imenso pot pourri carnavalesco, sem pausa. Não deixem de conferir no GTM…
 
vai com jeito – emilinha borba
inflação de mulheres – jorge goulart
olha o jacaré – vera lúcia
seu romeu – ruy rey
os olhos da morena – vagalumes do luar
marcha do garrafão – duo guarujá
vamos beber – bill farr
não vou chorar – nora ney
não quero mais amar ninguém – jamelão
vou pensar – gilberto milfont
teu falso amor – risadinha
 
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Carnaval A – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 91 (2014)

Ó abre alas que o Grand Record Brazil quer passar! E apresenta para os amigos, cultos e associados do Toque Musical a primeira de duas partes de uma seleção dedicada ao carnaval. Vocês por certo irão se deliciar, e muito, com as músicas que o Augusto escolheu para esta seleção, muitas delas verdadeiros clássicos da folia de Momo, cantadas nos bailes até hoje, nas vozes de intérpretes renomados. Nesta primeira parte, oferecemos catorze gravações, todas elas marchas ou marchinhas. Abrindo esta seleção, temos Blecaute (Otávio Henrique de Oliveira, Espírito Santo do Pinhal, SP, 1919-Rio de Janeiro, 1983), cantor que recebeu esse apelido do Capitão Furtado, apresentador de programas sertanejos do rádio paulistano, por causa dos apagões que havia na época da Segunda Guerra Mundial, a fim de evitar ataques inimigos, nos quais a orla marítima do Brasil ficava às escuras. Com inúmeros hits carnavalescos no currículo, Blecaute,  de início, nos oferece a deliciosa “Maria Escandalosa”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, sucesso absoluto no carnaval de 1955, lançado pela Copacabana em janeiro desse ano sob n.o 5354-B, matriz M-999, e também abrindo o LP coletivo da gravadora com músicas para essa folia, em 10 polegadas. Em 1992, esta marchinha foi revivida na novela “Deus nos acuda”, da TV Globo, na voz de Ney Matogrosso, como tema de uma personagem também chamada Maria Escandalosa, interpretada por Cláudia Raia. Em seguida, o eterno “general da banda” recorda, dos mesmos autores, a “Marcha do gago”, lançada originalmente em 1950 por Oscarito, astro da lendária Atlântida Cinematográfica, que também a interpretou no filme “Carnaval no fogo”. O registro de Blecaute é do LP de 10 polegadas “Carnaval do Rio”, também da Copacabana, lançado em 1955. Bill Farr (Antônio Medeiros Francisco, Sapucaia, RJ, 1925-Rio de Janeiro, 2010), outro intérprete da época áurea do rádio, nos oferece “Maricota Cervejota”, de autoria de João de Barro, o Braguinha, verdadeiro campeão de carnavais. Feita para o carnaval de 1956, a marchinha foi gravada na Continental em 21 de setembro de 55,e lançada ainda em novembro-dezembro sob n.o 17208-A, matriz C-3701, e no LP coletivo de 10 polegadas “Carnaval de 56”. Encontraremos em seguida, na interpretação de Orlando Silva (Rio de Janeiro, 1915-idem, 1978), o eterno “cantor das multidões”, um inesquecível clássico carnavalesco: “A jardineira”, de Benedito Lacerda e Humberto Porto, calcada em motivo popular do final do século XIX, e que dominou a folia de 1939.  Teve quatro gravações por Orlando  (que também a interpretou no filme “Banana da terra”, da Cinédia) na Victor: as duas primeiras em 21 de outubro de 1938 (matrizes 80917-1 e 80917-2), a terceira dez dias depois (matriz 80925-R) e finalmente a quarta e definitiva, que ouvimos nesta seleção, em 6 de dezembro de 38, matriz 80917-3, sendo o disco lançado pouco depois com o número 34386-B (dos quatro registros, o primeiro não teria sido lançado). Ainda hoje está presente nos bailes, e é um sucesso permanente de nosso cancioneiro carnavalesco. Outro campeão de carnavais, Lamartine Babo (Rio de Janeiro, 1904-idem, 1963) aqui nos oferece uma de suas marchinhas clássicas, feita em parceria com Paulo Valença: “Aí, hein?”, um dos hits do carnaval de 1933, por ele interpretado em dueto com Mário Reis. Gravação Victor de 25 de novembro de 32, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 33603-A, matriz 65601. Lalá também está na faixa 13, “Grau dez”, de sua parceria com Ary Barroso, em dueto com Francisco Alves, sucesso do carnaval de 1935, gravado na Victor em 16 de outubro de 34, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, disco 33880-B, matriz 79737. Na faixa 6, Carlos Galhardo (1913-1985) nos oferece outro clássico inesquecível e muito cantado nos bailes até hoje: “Alá-lá-ô”, de autoria de outros dois colecionadores de hits carnavalescos, Haroldo Lobo e Nássara. Sucesso absoluto do carnaval de 1941, também interpretado por Galhardo no filme “Vamos cantar”, da Pan-América Filmes, foi por ele imortalizada na Victor em 21 de novembro de 40, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 34697-A, matriz 52055, e ganhou súbita atualidade neste verão de 2014, no qual têm se registrado altíssimas temperaturas, com os desconfortos de praxe. Destaque também  para a introdução instrumental, obra de gênio do mestre Pixinguinha. Outro clássico momesco vem em seguida: “Pierrô apaixonado”, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, do carnaval  de 1936. Gravação Victor de Joel de Almeida (“o magrinho elétrico”) em dupla com Gaúcho, datada de 26 de dezembro de 35 e lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 34012-A, matriz 80060. Logo depois, outra divertida e clássica marchinha do mestre Lamartine Babo, “História do Brasil”, do carnaval de 1934. Foi imortalizada na Victor por Almirante (“a maior patente do rádio”) em 15 de dezembro de 1933, com lançamento um mês antes do tríduo momesco de 34, em janeiro, sob n.o 33740-B, matriz 65917. Talento precoce revelado pela Rádio Record de São Paulo, Mário Ramos de Oliveira, o Vassourinha, teve morte prematura, em 1942, aos 19 anos, de doença óssea, deixando gravados seis discos com doze músicas, todos pela Columbia. De seu terceiro disco, n.o 55308-A, lançado em dezembro de 1941 com vistas ao carnaval de 42, matriz 474, é esta marchinha de Antônio Almeida, “Chic chic bum”, interessante crônica do tempo em que o bonde era o principal meio de transporte no Rio de Janeiro. De Herivelto Martins em parceria com o pistonista Bonfiglio de Oliveira é “Mais uma estrela”, do carnaval de 1935, gravada na Victor por Mário Reis em 5 de outubro de 34, com lançamento ainda em novembro sob n.o 33850-A, matriz 79712. O problema da falta de moradia, já crônico naqueles tempos, é glosado por Peterpan (José Fernandes de Almeida) e Afonso Teixeira na “Marcha do caracol”, sucesso do carnaval de 1951, gravado na RCA Victor pelos Quatro Ases e um Coringa em 4 de outubro de 50 e lançado ainda em dezembro, disco 80-0728-A, matriz S-092771. Traduzindo as dificuldades causadas pela Segunda Guerra Mundial, com escassez generalizada de combustíveis e alimentos, vem a marchinha “Eu brinco”, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, do carnaval de 1944, imortalizada pelo eterno Rei da Voz Francisco Alves na Odeon em primeiro de dezembro de 43 e lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 12404-A, matriz 7431. A marchinha mostra a disposição de se brincar o carnaval ainda que em tempo de vacas magras, sem pandeiro ou dinheiro…  Para encerrar esta edição carnavalesca do GRB, Sílvio Caldas (1906?-1998), o eterno “caboclinho querido”, apresenta outro sucesso inesquecível  de João “Braguinha” de Barro, “Linda lourinha”. Foi uma das músicas mais cantadas no carnaval de 1934,  gravada por Sílvio na Victor em 15 de novembro de 33, com lançamento um mês antes do tríduo momesco, em janeiro, sob n.o 33735-A, matriz 65889. E, na próxima segunda-feira, tem mais carnaval pra vocês aqui no GRB. Aguardem

* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO