Paula – Luzes Do Morro (1985)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos de samba! Foi assim que pensei, logo que escolhi este disco para postar. Porém, não fazia ideia da dificuldade para achar informações ao seu respeito, considerando se tratar de um lp dos anos 80 e lançado pela Som Livre. Procurar informações sobre uma cantora chamada apenas de ‘Paula’ num universo musical onde há tantas outras Paulas, chega quase a ser uma missão impossível, principalmente quando na internet as informações só nos leva ao disco para venda. Só mesmo quem é do ‘métier do samba carioca’ poderia nos ajudar. Como até o momento não apareceu ninguém, me limito ao que o disco nos tem a oferecer. Temos aqui um autêntico disco de samba e uma cantora de voz pequena, mas personalíssima, se encaixando bem num repertório de sambas de raiz. Agrada em cheio. Tem uma boa produção, a cargo de Rildo Hora que também é responsável pelos arranjos e regência. Disco de qualidade que merece nosso toque musical. Confiram…
 
luzes do morro
fogo no tacho
samba do trabalhador
samba de roda da cachoeira
coração apaixonado
vida roceira
amor oculto
pião na unha
coração
sonho de criança
se deus quiser
boa noite cidade maravilhosa
 
 

Astor Piazzolla Y Su Orquesta – Pulsacion (1972)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Continuo seguindo o que disse há algumas postagens atrás, vez por outra estarei postando também algum artista/disco internacional que eu ache pertinente, seja pela relação com a música brasileira, ou comigo mesmo, ou seja, com meu gosto pessoal, hehehe…
E falando em gosto pessoal, eis aqui um disco dos que eu gosto muito e que por certo muita gente também gosta, o argentino Astor Piazzolla e sua orquestra, em um lp marcante, “Pulsacion”, que mereceu uma edição brasileira através do selo Som Livre, lançado em 1972. Por certo, foi um disco que ajudou muito a divulgação do genial ‘bandonionista’ aqui no Brasil, pois o selo Som Livre, nesta época, fazia chamada de lançamento pela televisão, no caso a Rede Globo, que era a dona do selo. E sem dúvida, ter a vitrine da Globo naquela época era sucesso garantido. Entre os muitos lançamentos da Som Livre, este foi um dos internacionais que me fez descobrir a música deste argentino. “Pulsacion” é um trabalho genial, marcado pela modernidade criativa deste grande artista. “Pulsación” é também a trilha musical para um filme de mesmo nome do diretor  Carlos Páez Vilaró. Vamos conferir? 🙂
 
pulsación nº1
pulsación nº2
pulsación nº3
pulsación nº4
fuga y misterio
contramilonga a la funerala
allegreto tangabile
tocata rea
tangata del alba
 
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Senhora – Trilha Sonora Da Novela (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! Em meio aos discos compactos temos também as trilhas de novelas. Aqui, uma de 1975, da novela “Senhora”, exibida pela Rede Globo. Temos neste, um compacto duplo trazendo Francisco Petrônio e Dilermando Reis, Paulo Tapajós, Waltel Branco e a Orquestra Romanza. Disquinho bacana e músicas que só se encontram nesta edição. Confiram, no GTM…
 
quem sabe – francisco petronio e dilermando reis
ontem ao luar – paulo tapajós
aurelia – orquestra waltel branco
reocordando – orquestra romanza
 
 
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Francis Hime – Passaredo (1977)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje, neste segundo dia do ano, vamos nos surpreender com o “Passaredo”, de Francis Hime, disco gravado por ele em 1977, pelo selo Som Livre. Por certo, um clássico da nossa MPB, disco fundamental em qualquer discoteca e certamente, já bem rodado em todas as praças. Mas é aqui que ele vem marcar o ponto. Que seja eterno aqui enquanto dure.
Em ‘Passaredo’ vamos encontrar Francis assinando as treze faixas do disco, todas em parceria com outros grandes compositores, em especial Ruy Guerra e Chico Buarque, que também participa do disco. Belíssimo trabalho que agora vocês podem conferir aqui e no GTM…
 
passaredo
máscara
trocando em miúdos
meu homem
lindalva
último retrato
pouco me importa
carta
maravilha
ave-maria
anoiteceu
meu melhor amigo
luisa
 
 
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Um Novo Tempo – Rede Globo – Compacto (1973)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Desejo a todos um ótimo Natal, mesmo diante a um momento tão difícil pelo qual passamos e em especial aqui no Brasil, onde além da pandemia também passamos pela praga de um (des)governo genocida, corrupto e miliciano. Por certo não irei citar os nomes dos canalhas, pois aqui neste espaço não caberia tamanha infâmia. 2020 foi, neste sentido, o pior ano de nossas vidas, perdemos amigos, parentes e muitos dos nossos ídolos da música que aqui tanto prezamos. Que tamanha infelicidade abateu sobre nós, Ou ainda, por outra, como haviam fascistas no armário! A estupidez e a ignorância amplificadas através de redes sociais e em especial o WhatsApp, onde não há nenhum controle. Tamanha infelicidade descobrir que até mesmo aquele tio velho, aquele primo ou irmão passaram a comungar dessa praga chamada ‘fakenews’. Meu Deus, como o nosso povo é ignorante, preconceituoso, racista e mal caráter. Sim, um povinho mal educado que age como gado e não sabe o quanto está sendo manipulado. O Brasil, hoje, voltou a ser uma republiqueta, um país rico mas cheio de miseráveis, estamos a cada dia regredindo, Terra plana, kit gay, vacinas que transformam as pessoas em jacarés, Jesus na goiabeira… Pqp! Como deixamos essa gente subir ao pode? 
Pois bem, estamos na lona, hoje já temos mais de 200 mil pessoas mortas de Covid, por conta da incompetência e crueldade desse governo. E ainda temos de aturar uma legião de idiotas que não quer se vacinar (que morram, então). É de lamentar a nossa situação.
É por essas e por outras que desejo ao Papai Noel dois presentes, a vacina e o fim dessa política nefasta. Que tenhamos mais consciência de classe, que sejamos mais tolerantes e mais fraternos. Precisamos reconstruir o Brasil. Chega de patifaria! Este é o presente que quero para todos nós. 
Aqui, hoje, para não dizer que não falei de discos, tenho para vocês este compacto lançado pela Som Livre em 1973. Safra muito boa, mesmo em plena ditadura. “Um novo tempo” foi uma música composta pelos irmãos Marcos e Paulo Cesar Valle e em parceria com Nelson Motta. Um tema que ficou famoso na televisão e até hoje é lembrado. Críticas a parte, neste sentido, devemos muito a Rede Globo, pois principalmente nesta época a emissora veiculou muitos programas importantes e na música então nem se fala. Mas isso é assunto para um outro dia, talvez. Enfim, temos este compacto que também traz os Salmos de Davi recitados por Cid Moreira e boa parte do elenco da Globo, naqueles bons tempos musicais. Tudo a ver com o momento presente. Esperamos todos por um novo tempo. Deus é pai!
 
um novo tempo
os salmos de davi
 
 
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Casa Das Máquinas (1974)

Boa noite caros amigos cultos e ocutlos! Temos aqui o Casa das Máquinas, grupo de rock paulista em seu primeiro disco, lançado em 1974, pela Som Livre. O Casa das Máquinas foi formado em 1973 pelo baterista dos Incríveis, o Netinho. Inicialmente a mudança foi para Os Novos Incríveis, mas quando surgiu a oportunidade de gravar, mudaram o nome para Casa das Máquinas. O grupo, ao longo do tempo passou por diferentes formações e continua ainda hoje atuando, mantendo aceso o nome desta que foi uma das melhores bandas de rock dos anos 70. Neste primeiro lp eles ainda mantem uma sonoridade e estilo próximo que estava sendo feito pelos Incríveis em fase final. 
“O disco conta com a maior parte de suas canções compostas por Aroldo e Carlos Geraldo, com participações pontuais de Netinho e Piska. O texto da contracapa do disco mostra que, apesar de Netinho ser o líder da banda, Aroldo era a cabeça pensante e quem trazia os temas de religiosidade e contracultura para as letras do álbum. Para promover o disco, a gravadora lançou a canção “Tudo Porque Eu te Amo”, em um compacto duplo – 2 + 2 – dividido com artistas internacionais e com o Azymuth. Após o lançamento do disco, o quinteto roda o Brasil já que a banda dispunha de uma das aparelhagens mais modernas do mercado de shows no Brasil, além de famoso ônibus para excursões e um escritório que cuidava da promoção e agendamento de apresentações, tudo herdado por Netinho de Os Incríveis. Este acabaria sendo o único álbum lançado com a formação original, já que Pique saiu da banda antes da gravação do próximo disco.”*
Este lp é hoje uma raridade, até porque só chegou a ser relançado, timidamente, em uma versão cd. Confiram, no GTM… 
 
a natureza
tudo porque eu te amo
mundo de paz
quero que você me diga
canto livre
trem da verdade
preciso lhe ouvir
cantem esse som com a gente
domingo a tarde
sanduiche de queijo
 
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Moraes Moreira (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos. Que triste dia o de hoje, heim? Pois é, perdemos o ‘novo baiano’ Moraes Moreira. Já era uma estrela e agora foi de vez morar no céu. Toda perda, toda partida, sempre é de se lamentar, mais ainda quanto acontece num infeliz acaso, sem a gente estar esperando. Como dizem, cada vez mais o andar de cima está ficando melhor que este. Nossos grandes artistas, as pessoas que admiramos vão aos poucos nos deixando. Qualquer hora também chega a nossa vez e isso é inevitável. Então, sigamos em frente. A vida é mesmo uma baforada…
Em homenagem ao Moraes Moreira eu publico aqui este lp de 1975, lançado pelo selo Som Livre, seu primeiro disco solo. Para mim, este foi, sem dúvida, seu melhor trabalho. Aqui ainda ecoa o espírito dos Novos Baianos, quase a mesma sonoridade. De um tempo em que a música brasileira era ainda mais brasileira. E como disse anteriormente, em outro post, a década de 70, principalmente em sua primeira metade, foi o período onde ela mais se frutificou. A melhor safra fonomusical se deu nessa época (claro, sem esquecer que a base de tudo veio dos anos 50 e 60). Neste lp Moraes Moreira vem acompanhado do trio Armandinho, Dadi e Gustavo Schroeter, que já eram o princípio da banda A Cor do Som e logo viriam também a partir para um vôo solo, ou melhor, em grupo. Discão bacana que agora passa a ser ainda mais procurado e por conta disso se torna ainda mais caro. Confiram no GTM.

desabafo e desafio
guitarra baiana
sempre cantando
chinelo do meu avô
chuva no brejo
nesse mar nessa ilha
do som
ps
loucura pouca é bobagem
anda nega
se você pensa
violão vagabundo



Vanusa – Vanusa 30 Anos (1977)

Bom dia, amiguíssimos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nossas postagens temos aqui a cantora Vanusa, desta vez em seu álbum de 1977, o “Vanusa 30 Anos”. Quem não sabe, ou não leu ainda a contracapa, há de pensar que os 30 anos são de carreira, mas não, nessa data ela estava fazendo seus 30 de idade. Lançado pela Som Livre, creio que este tenha sido um de seus melhores trabalhos na década de 70. Tem um repertório bacana, com músicas de Caetano Veloso, Belchior, Zé Ramalho, Arnaud Rodrigues, Assis Valente e outros… Os arranjos são de Lincoln Olivetti, com produção de Augusto Cesar Vanucci. Vale a pena relembrar… 😉

estado de fotografia
brincando com a vida
desencontro
a aranha
avôhai
duas manhãs
lá no pé da serra
boas festas
só nós dois
problemas
prece de caritas
maria madalena



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Rock Horror Show (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical oferece hoje o álbum com a trilha sonora do musical “Rock Horror Show”, com o elenco da montagem levada no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro, em 1975, sob a produção de Guilherme Araújo. É um espetáculo de origem britânica, com canções e enredo de Richard O’Brien, homenagem bem-humorada aos filmes B de ficção-científica e de terror do final da década de 1940 até o início dos anos 1970. Na história, um casal recém-noivado pego em uma tempestade busca refúgio na casa de um cientista maluco travesti no dia da inauguração de sua nova criação: uma espécie de Frankenstein na forma de um homem musculoso artificialmente fabricado, totalmente crescido, fisicamente perfeito, chamado Rock Horror, “com cabelo loiro e bronzeado”. O elenco brasileiro do espetáculo contou com nomes do porte de Zé Rodrix, Kao Rossman (também responsáveis por sua tradução, ao lado de Jorge Mautner e Antônio Bivar), Wolf Maia e Lucélia Santos, esta última em início de carreira, antes de se consagrar como a escrava Isaura na TV. Zé Rodrix e Guilherme Araújo também assinam a produção deste disco, que certamente é mais uma relíquia que o TM coloca à nossa disposição. 

science fiction – lucélia  santos
o anel de noivado – wolf maia e diana strella
luz na casa de frankstein – diana strella, wolf maia e kao rossman
a espada da morte – acácio gonçalves e nildo parente
eu te faço ser homem – eduardo conde
nostalgia rock’n’roll – zé rodrix
me toque, me toque, toque, toque – diana strella
é só me chamar, tudo bem – wolf maia e diana strella
eu vou partir – eduardo conde
só o amor interessa – wolf maia, diana strella e nildo parente

*Texto de Samuel Machado Filho

Pixinguinha – Vida E Obra (1978)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Estou novamente respostando este disco, pois só agora me dei conta de que havia postando ele parcialmente. Prometi o segundo disco, mas acho que acabei me esquecendo. Não fosse o amigo Denys, este disco teria ficado mesmo pela metade. Por outro lado, por duas vezes eu repus aqui o link para o álbum e completo, só não havia me atinado para isso. Inclusive, os arquivos que circulam pelos ‘torrents’, vieram desta lavra aqui. Então, mais uma vez, temos o álbum Pixinguinha – Vida e Obra, lançado pelo selo Som Livre, em 1978. Este álbum, como foi dito, foi lançado pela gravadora como brinde de fim de ano da Rede Globo de Televisão. Trata-se, portanto de uma edição exclusiva e limitada, que até onde eu sei nunca chegou a ser lançada comercialmente. Uma seleção com vários artistas e também com fonogramas pouco conhecidos. Daí o preciosismo e raridade deste disco que hoje poucos o tem. O álbum duplo ainda traz um encarte/livreto com muitas informações importantes sobre Pixinguinha (vida e obra) em texto do jornalista Sérgio Cabral, este por sinal, também responsável pela produção e seleção musical.
Desta vez, segue completo para a alegria de todos. Confiram no GTM!

carinhoso – pixinguinha
urubu – os oito batutas
os cinco companheiros – paulinho da viola
rosa – orlando silva
patrão prenda seu gado – almirante
1×0 – pixinguinha e benedito lacerda
vou vivendo – dilermando reis
os oito batutas – conjunto época de ouro
benguelê – conjunto época de ouro
ingênuo – jacob do bandolim
lamento – jacob do bandolim
o gato e o canário – pixinguinha e benedito lacerda
já te digo – pixinguinha
yaô – joão da baiana, clementina e pixinguinha
sofre porque queres – conjunto época de ouro
carinhoso – orlando silva
estou voltando – conjunto galo preto
que perigo – pixinguinha e velha guarda
naquele tempo – dilermando reis
a vida é um buraco – pixinguinha
marreco quer agua – pixinguinha

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Evita – Trilha Sonora Original Nacional (1983)

Hoje, o Toque Musical oferece a seus amigos cultos e ocultos o álbum com a trilha sonora do musical “Evita”, com o elenco brasileiro do espetáculo, lançado pela Som Livre em 1983. O musical foi escrito pelos britânicos Andrew Lloyd Weber (música) e Tim Rice (texto), e foi inspirado na vida e morte de Maria Eva Duarte de Perón, a Evita (1919-1952) e sua influência na história argentina a partir da ascensão ao poder de seu marido Juan Perón, como presidente do país. “Evita” surgiu em 1976, como álbum conceitual de ópera-rock, e seu sucesso levou a produções em Londres, em 1978, ganhando o Prêmio Lawrence de melhor musical, e na Broadway, um ano mais tarde. Foi, inclusive, o primeiro musical britânico a receber o Prêmio Tony de melhor. Em 1998, “Evita” foi adaptado para o cinema, tendo a cantora norte-americana Madonna no papel-título, e a canção “You must love me” faturou o Oscar da categoria. Em 12 de janeiro de 1983, no Teatro João Caetano do Rio, estreou a primeira produção brasileira de “Evita”, sob a direção de Maurício Sherman, tendo no papel-título a cantora Cláudya, Mauro Mendonça como Perón, Carlos Augusto Strazzer como Che, Sílvia Massari como amante de Perón e Hildon Prado como Magaldi (considerado pela história como amante de Evita). O musical fez sucesso, aliás foi o grande momento da carreira de Cláudya, a ponto de ela ser considerada a melhor intérprete do mito político argentino entre todas as versões internacionais do espetáculo. Em 1986, “Evita” foi apresentado no Palace, em São Paulo. E com o mesmo elenco que fez sucesso no Rio de Janeiro, e que gravou o presente álbum com sua trilha sonora. É uma grande produção, caprichada, sob a direção musical de Edson Frederico, em que Cláudya está de fato em sua melhor forma como Evita. E seguramente é mais um produto de nível que o TM hoje nos oferece, com a satisfação e o orgulho de sempre. É ouvir e conferir.

réquiem

esta noite

buenos aires

boa noite e obrigado

ponho o mundo aos teus pés

outra maleta outro portão

nova argentina

o último amor de peron

balcão da casa rosada

já estão aos teus pés

talismã

a valsa

lamento



*Texto de Samuel Machado Filho

Chacrinha & Chacretes – Cantam Para Todas As Festas (1985)

É incontestável a importância de José Abelardo Barbosa de Medeiros, ou mais simplesmente Chacrinha (Surubim, PE, 30/9/1917-Rio de Janeiro, 30/6/1988), para a comunicação de massa no Brasil. No rádio e principalmente na televisão, usando roupas exóticas e espalhafatosas, ele foi enorme sucesso de audiência, apresentando programas de calouros (a “Buzina”, com a qual reprovava os calouros que desafinavam) e de cantores consagrados (a “Discoteca”). Muitos cantores que debutaram como calouros de Chacrinha despontariam mais tarde para o estrelato, entre elesRoberto Carlos, Perla, Paulo Sérgio e Raul Seixas. O “velho guerreiro”, como foi carinhosamente chamado por Gilberto Gil no samba “Aquele abraço”, também criou frases e bordões famosos, tais como “Terezinha!” (originário da propaganda da água sanitária Clarinha, que fazia no rádio), “Vocês querem bacalhau?”, “Na TV nada se cria, tudo se copia” (é verdade…), “Quem não se comunica se trumbica”, “Eu vim para confundir e não para explicar”, “Roda, roda, roda e avisa” (anunciando o intervalo comercial), “Como vai, vai bem? Veio a pé ou veio de trem?” “Vai para o trono ou não vai?”, etc. Além disso, anualmente lançava marchinhas de carnaval que caíam na boca do povo. Quem não se lembra, por exemplo, de “Você gosta da lourinha?”, “Maria Sapatão”, “Leva eu, painho”, “Marcha da camisinha” e tantas outras? Além dos jurados que avaliavam os calouros, tais como Elke Maravilha, Pedro de Lara, Edson Santana, Aracy de Almeida, Carlos Imperial e o travesti Rogéria, outro elemento que contribuía para o sucesso de Chacrinha na televisão eram as “chacretes”, dançarinas profissionais de palco que faziam coreografias para acompanhar as músicas e animar a atração. No início, eram conhecidas como “vitaminas do Chacrinha”, e em 1970 passaram a ser denominadas chacretes. Algumas das mais famosas foram Rita Cadillac, Fernanda Terremoto, Suely Pingo de Ouro, Índia Amazonense e Fátima Boa Viagem. E é justamente com o inesquecível “velho guerreiro” e suas endiabradas chacretes o álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos.  É “Chacrinha &chacretes cantam para todas as festas”, lançado pela Som Livre em 1985, época em que ele apresentava o “Cassino do Chacrinha”, na Globo. Com direção de produção de Pedrinho da Luz, que também participa como arranjador, regente e técnico de mixagem, é um álbum cheio de alegria e alto astral, feito para animar as mais diversas festividades. Para as festas juninas, por exemplo, há uma quadrilha marcada (a contracapa do disco reproduz seu roteiro). Há também um pot-pourri carnavalesco (do qual a “Maria Sapatão” faz parte), músicas para o Natal (o clássico “Jingle bells’), e aniversários, inclusive para o público infantil. Em suma, um disco bem animado, “pra cima”, que o TM hoje nos oferece, como recordação e justa homenagem a este grande comunicador que foi Abelardo “Chacrinha” Barbosa!

o bate-bola
nosso herói
miau miau
tá com medo tabaréu
mamãe um sonho no sítio
brincando de roda
tem sanfona no salão
o som do chacrinha abelardo barbosa
jingle bell
rock do ratinho

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*Texto de Samuel Machado Filho

Missa Leiga (1972)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mantendo o nosso leque de variedades e surpresas, tenho para hoje um disco de teatro, ou melhor dizendo, a trilha musical da polêmica peça de Ademar Guerra, ‘Missa Leiga’, escrita pelo dramaturgo paulista Francisco de Assis Pereira, ou como era mais conhecido, Chico de Assis. Missa Negra foi uma peça de grande sucesso, com produção de Ruth Escobar. Estreou em 1972, sendo montada em uma velha fábrica abandonada depois de ter sido proibida a sua apresentação na Igreja da Consolação, local antes idealizado para o espetáculo. A peça foi uma super produção com música de Cláudio Petraglia, cenários e figurinos de Joel de Carvalho e um elenco com dezenas de atores, entres os quais estavam Armando Bógus e Buzza Ferraz. Segundo o ator Sérgio Britto, que participou da segunda montagem da peça, já no Rio de Janeiro, “Missa Leiga foi uma das mais importantes tentativas de furar a censura e falar o que acontecia no país naqueles malditos tempos.” A peça fez tamanho sucesso que chegou a ser apresentada também fora do país, em Portugal e também na África.
Este disco é um registro dos mais importantes, pois é a gravação ao vivo dessa primeira montagem, lançado no mesmo ano pela Sigla/Som Livre. Aqui, eu procurei não editar, ou seja, separar por faixas, pois entre as partes não há pausas. Daí, temos separação apenas dos lados, ok? 😉

procissão de entrada
a destruição do templo e despojamento
salmo da paz
kyrie
glória
aleluia
canto de joão batista
ofertório e canto da entrega
sanctus
agnus dei
última oração

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A Patota – Trilha Sonora Original Da Novela (1972)

Prosseguindo seu ciclo dedicado às trilhas sonoras de telenovelas, o TM hoje oferece a seus amigos cultos e ocultos uma verdadeira raridade. O folhetim em questão é “A patota”, da TV Globo, única novela escrita pela dramaturga Maria Clara Machado (Belo Horizonte, MG, 3/4/1921-Rio de Janeiro, 30/4/2001), fundadora do Tablado, uma das maiores escolas de teatro do Brasil, e consagrada autora de peças teatrais para crianças, entre elas “O rapto das cebolinhas” (1954), “Pluft, o fantasminha” (1955, aliás verdadeira obra-prima no gênero), “A bruxinha que era boa” (1958), “O cavalinho azul’ (1960), “Maroquinhas Fru Fru” (1961) e “Tribobó City” (1971), só para citar algumas. Produzida em preto e branco, sob a direção de Reynaldo Boury, “A patota” foi exibida pela Globo entre 27 de novembro de 1972 e 29 de março de 1973, perfazendo um total de 101 capítulos, na faixa das 18 horas, tendo sido a terceira “novela das seis” da emissora  (as anteriores foram “Meu pedacinho de chão” e “Bicho do mato”, que ganharam remakes muitos anos depois). Na trama, um grupo de crianças, do qual fazia parte a então estrelinha Rosana Garcia, de futuro bastante promissor, tem um grande sonho:  viajar para a África (eles tinham visto um documentário sobre a vida dos animais selvagens no continente, e queriam ver os bichos de perto). Para ajudar na realização desse sonho, unem-se a professora de ciências Neli (Débora Duarte), seu namorado Jorge (Mário Gomes), e o dublê de professor e caçador de borboletas Adolfo Simões (Marco Nanini). No elenco ainda estavam, entre outros:  Renata Fronzi (dona Cármen), Reynaldo Gonzaga (Mílton), que na novela tinha um romance com Regina (Lúcia Alves), Antônio Carlos Pires (no papel do maltrapilho Manoel Vira-Latas), Flora Geny (Dona Aurélia), e até mesmo Zezé Motta, no papel de Maria José, a Zezinha. Apesar de ter conquistado boa repercussão, “A patota” não teve novela substituta no horário, que passou a ser ocupado pelo seriado “Shazan, Xerife & Cia.”, protagonizado por Paulo José e Flávio Migliaccio (os personagens tinham vindo de outra novela global de sucesso, “O primeiro amor”), com histórias que duravam um mês, em média. Com o término do seriado, em  1974, a Globo passou a exibir enlatados estrangeiros na faixa das 18 horas, e as “novelas das seis” só voltariam à grade da emissora um ano mais tarde, para dela nunca mais saírem, alternando tramas de época e contemporâneas.

A trilha sonora de “A patota” foi também a primeira de uma ”novela das seis” global a ser lançada em LP, obviamente pela Som Livre, com produção musical de Eustáquio Sena e coordenação geral de João Araújo, sócio-fundador da gravadora . Em sua maior parte, as faixas do disco são executadas por uma competentíssima banda de estúdio, The Clowns, ao que parece formada apenas para a gravação desse álbum. Eles apresentam, além dos temas especialmente compostos para a novela (“Professor borboleta”, “A garotada”, “Valsa dos anjos”, “Anjo da manhã”, “Nick e o vita-lata” e a faixa-títuio e de abertura do folhetim, “A patota”), alguns hits internacionais da época: “The pushbike song”, “Ooh-wakka doo, wakka day”, “Meet me on the corner”, o clássico romântico “You are everything” e “Beautiful sunday” (aquela que virou “Domingo feliz”, com Ângelo Máximo, lembram?). E, como atrativo todo especial, três outros sucessos internacionais com os intérpretes que os consagraram: “Echo valley 2-6809” (Wayne Newton), “Silly wasn’t I” (Valerie Simpson) e um verdadeiro clássico dos Temptations, “Papa was a rollin’ stone”. Tudo isso fazendo da trilha sonora de “A patota” uma autêntica viagem no tempo, particularmente ao início dos anos 1970. É só ir para o GTM, fazer o download e pronto… 

pushbike song – the clowns

a garotada – the clowns

echo valley – wayne newton

professor borboleta – the clowns

silly wasn’t i – valerie simpson

papa was a rollin stone – temptations

a patota – the clowns

anjo da manhã – the clowns

nick e o viralata – the clowns

ooh wakka doo wakka day – the clowns

valsa dos anjos – the clowns

beautful sunday – the clowns

you are everything – the clowns

meet me on the corner – the clowns



*Texto de Samuel Machado Filho

O Espigão – Trilha Sonora Original (1974)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu havia prometido postar aqui alguns temas de novelas da TV Tupi, mas verifiquei que alguns discos estavam bem ruins para uma digitalização. Assim, enquanto não aparecem discos mais conservados, vamos com outros temas e outras novelas…
Segue aqui uma trilha da melhor qualidade produzida para uma das boas novelas da Rede Globo, O Espigão, que foi ao ar em 1974. São treze faixas totalmente com músicas nacionais, trazendo um variado cast da gravadora Som Livre.

malandragem dela – tom e dito
botaram tanta fumaça – tom zé
subinod o espigão – betinho
alfazema – walker
você vai ter que me aturar – sonia santos
o espigão – zé rodrix
pela cidade – bertrami e conjunto azimute
retrato 3×4 – alceu valença
na sombra da amendoieira – os lobos
ciladas – pery ribeiro
nonô rei das gringas – djalma dias
berceuse – tuca
último andar

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O Homem Que Deve Morrer – Trilha Sonora Da Novela (1971)

Olha amiguíssimos cultos e ocultos. Ainda não achei um tempo para começarmos a incrementar nosso canal no Youtube. O tempo é sempre o meu grande vilão, a desculpa inevitável. Mas a gente ainda chega lá 🙂
Hoje eu vou mandando um disco de trilha que é impecável. Uma boa safra daquele início dos anos 70, quando as emissoras investiam fundo numa produção musical para seus programas. Indiscutivelmente, a Rede Globo foi a grande investidora, trazendo muitas vezes trilhas originais, ou seja, feitas com exclusividade para um determinado programa, ou no caso aqui, novela.
O Homem Que Deve Morrer foi uma novela exibida entre os anos de 1971 a 72, trazendo como protagonistas o casal Tarcísio Meira e Gloria Menezes. Foi uma novela de grande sucesso e se estendeu por quase um ano. Taí um disco de novela exemplar, que merece uma audição. Confira no GTM 😉

menina do mar – marcos samy
por do sol – vanda e guto
solto no ar – sociedade anônima
um de nós – maria creusa
zambi rei – odylon
navegador – marcos samy
o homem que deve morrer – nonato buzar
wanda vital – o som livre
come to me together- otavio bonfá
um certo dia – ilka soares e o som livre
a lei da terra – luis carlos s
what greater gift could there be – guilherme lamounier
guerreiro jorge  nery
o mesmo sol – tarcísio meira e gloria menezes

Bravo – Trilha Sonora Original (1975)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Ao longo de todo este mês, sempre que possível, estarei aqui lembrando que estamos completando 10 anos de atividades. Acredito que o Toque Musical seja talvez o blog musical mais antigo ainda em atividade. e histórias são o que não faltam… muita água rolou e continua rolando. Não teremos nenhuma festa, nem faremos atividades extras comemorativas, mas dentro do possível vamos presenteando os amigos. Nos próximos dias estaremos apresentando aqui alguns discos que não são de brasileiros, mas sim, como já fizemos antes, uma semana dedicada à música latino-americana. Tenho aqui uma série de discos, presentes que ganhei do meu amigo Fáres e penso que o momento é esse… Deixo as resenhas para o amigo Samuca, que sempre nos brilha com muita informação.
Hoje, vamos com a trilha sonora da novela Bravo, realizada em 1975. Tempo bom para a música brasileira, tempo bom para as trilhas da Globo. Nessa época, música e artistas eram coisas de primeira, bem se vê pela seleção escalada para musicar a novela. Só artistas de primeira. Música boa para um tempo bom. Não deixem de conferir

esse tal de roque enrow – rita lee
sempre cantando – moraes moreira
o amor contra o tempo – denise emmer
balada – luigi paolo
um resto de sol – gerson conrad e zezé motta
bravo (abertura) – orquestra som livre
inteira – luli e lucinha
agora só falta você – rita lee
nosotros – joyce
montanhês – denise emmer
dentro de mim mora um anjo – sueli costa
valsa branca – orquestra som livre
piccadilly rock  – duardo dusek

Osmar Milito – E Deixa O Relógio Andar (1971)

Cantor, compositor e pianista de renome, Osmar Milito já é um nome com quem os amigos cultos, ocultos e associados de nosso TM já se familiarizaram, pois já temos dois de seus álbuns postados, “Nem paletó nem gravata” (1973) e “Lígia” (1978), além de LPs mistos que contaram com sua participação. Irmão do também músico Hélcio Milito, percussionista e baterista que integrou o Tamba Trio, Osmar nasceu em São Paulo, no dia 27 de maio de 1941. Iniciou seus estudos de piano aos sete anos de idade. Foi aluno de Armando Lacerda, professor do Conservatório de Música de São Paulo, e, no Rio de Janeiro, de Wilma Graça e Glória Maria Fonseca. Considerado um dos maiores pianistas de jazz e bossa nova de todos os tempos, tendo alcançado renome internacional, começou sua carreira artística em 1964, acompanhando inúmeros “cobras” da MPB, tais como Sylvia Telles, Nara Leão, Leny Andrade, Maria Bethânia, Elis Regina, Pery Ribeiro, Gilberto Gil, o Poetinha Vinícius de Moraes,  e Jorge (então) Ben. Em seguida, foi convidado a se apresentar nos México e nos EUA, onde residiu por dois anos e atuou com Sérgio Mendes realizando shows em Las Vegas e em diversas universidades norte-americanas. No início dos anos 1970, Osmar Milito retornou ao Brasil, participando de apresentações de Chico Buarque, Ivan Lins, Nana Caymmi  e Marcos Valle, entre outros. Acompanhou ainda inúmeros artistas de renome internacional, tipo Liza Minelli, Sarah Vaughan, Tony Bennett, Sammy Davis, Pat Metheny, Shelly Mane, Randy Brecker e Spanky Wilson. Inaugurou e atuou como pianista em diversas casas noturnas de sucesso no Rio de Janeiro, inclusive o extinto Mistura Fina, montando grupos que contaram com a participação de Márcio Montarroyos, Pascoal Meirelles, Djavan, Mauro Senise e a já citada Leny Andrade, entre outros. Seu respeitável currículo inclui ainda trilhas sonoras para novelas da TV Globo (“O primeiro amor”, “O bofe”, “Uma rosa com amor”, “Carinhoso” etc.) e filmes do cinema brasileiro. A discografia individual de Osmar Milito abrange oito LPs e quatro CDs. E o TM apresenta justamente seu primeiríssimo álbum, “E deixa o relógio andar”, lançado em 1971 pela Som Livre, gravadora do Grupo Globo até hoje em atividade, da qual Osmar foi um dos pioneiros, contando ainda com a participação do Quarteto Forma. Produzido por outro músico de renome, Nonato Buzar (que assina a faixa-título, “E deixa o relógio andar”),  o disco apresenta um repertório formado por hits nacionais e internacionais da ocasião, como “Garra”, “To Rio for love”  e “Que bandeira” (dos irmãos Valle), “Tá falado” (de Ivan Lins), “Mudei de ideia” (da então festejada dupla Antônio Carlos e Jocafi), a irreverente “Rita Jeep” (de Jorge Ben Jor, então Jorge Ben), “What are you doing the rest of your life?”, “Cantaloupe island”, “Mercy, mercy, mercy”, e a autoral “João Belo”, que encerra o álbum. Merece destaque também, é claro, “Chovendo na roseira”, uma das mais belas páginas do repertório do mestre Tom Jobim. Tudo isso formando um conjunto admirável, e documentando o promissor início da carreira discográfica de Osmar Milito, para o deleite e a apreciação de todos aqueles que apreciam música de qualidade. Como, aliás, é raro a gente encontrar nos tempos atuais…

e deixa o relógio andar

a famous mith

que bandeira

canteloupe island

garra

chovendo na roseira

rita jeep

what are you doing for the rest of your life

to rio for love

mercy mercy mercy

mudei de ideia

tá falado

joão bello

 

*Texto de Samuel Machado Filho

Carnaval 76 – Convocação Geral Vol. 2 (1975)

Na sequencia carnavalesca temos então o segundo volume do projeto Carnaval 76 – Convocação Geral. Aqui também encontramos muita coisa boa, com destaque para Sérgio Sampaio, com a música “Cantor de rádio”, que viria no ano seguinte a fazer parte do seu lp “Sinceramente”. Tem Maria Alcina com “Paixão malagueta”, sucesso de vários carnavais, Alceu Valença no frevo “Pitomba pitombeira”. Moraes Moreira também vem de frevo na música “Satisfação”. Na contracapa podemos ver ainda a presença de veteranos com Jorge Veiga e Angela Maria. Tom e Dito também dão o recado na marchinha “Me larga, me solta, me deixa”. E ainda, Os Tincoãs e o maluco Osvaldo Nunes. É bom também lembrar do grande Waltel Branco, responsável pelos arranjos. Em resumo, um disco muito bom, com artistas de diferentes gravadoras. Puro espírito de carnaval.

paixão malagueta – maria alcina
a choradeira – oswaldo nunes
fazendo tudo – trama
quebra quebra guabiraba – os tincoãs
pitomba pitombeira – alceu valença
a roupa do gonça – jorge veiga
prenda minha no carnaval – angela maria
me larga me solta me deixa – tom e dito
satisfação – moraes moreira
cantor de rádio – sérgio sampaio
carnaval bloco do amor – renata lu

.

Carnaval 76 – Convocação Geral Vol. 1 (1975)

Boa tarde, amigos foliões, cultos e ocultos! Embora espaçadas as nossas postagens, eu não poderia deixar ficar em branco nossa festa maior, o Carnaval. Para não dizerem que eu não falei de flores, segue aqui alguns buquês. Vamos fazer aqui uma convocação geral e em duas chamadas 🙂
Trago hoje o volume 1 do Carnaval 76, Convocação Geral. Este lp já se tornou um clássico, pois traz em seu conteúdo uma série de marchinhas carnavalescas nas vozes de um variado leque de artistas. Ao contrário de tantas outras coletâneas dessa espécie, esta tem algo de original, pois apresenta gravações únicas, feitas exclusivamente para este projeto da gravadora Som Livre, que começou no ano anterior, quando então lançaram o Carnaval 75 – Convocação Geral, em álbum duplo (disco este já postado aqui). Muitos desses fonogramas são encontrados apenas nesses discos, o que os torna raros. Para o ano de 76 a gravadora decidiu desmembrar o álbum duplo em dois volumes. No primeiro, que postamos hoje temos 12 músicas, sendo quase todas sucessos memoráveis. Vale muito a pena ouvir esses discos, pois eles só costuma aparecer uma vez por ano 😉

a filha da chiquita bacana – caetano veloso
mangueira minha alegria – elza soares
prá lá de bagdá – fevers
carimbó no carnaval – jorge goulard
verde e branco – sonia santos
a tartaruga – blackout
kojak – nelson gonçalves
é nessa onda – conjunto nosso samba
quem for mulher que me siga – quarteto em cy
mexa-se – djalma dias
feliz de quem pode sambar – luiz ayrão
saudade poluída – cesar costa filho
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Minas 1717-1977 – Região Do Rio Das Mortes (1977)

Com o prazer e a satisfação de sempre, o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados, parcela significativa da música sacra brasileira. E trata-se de um álbum da Som Livre, braço fonográfico do Grupo Globo, que sempre especializou-se em produtos de forte apelo comercial, como trilhas de novelas e compilações. Uma louvável “ousadia” que resultou de uma iniciativa cultural da TV Globo de Belo Horizonte, aliada ao extinto Banco Nacional (“o banco do guarda-chuva”). É na região do Rio das Mortes (MG) que a música sacra do Brasil tem seu ponto forte. Ali, mais do que em qualquer lugar de nosso território, a música desempenha o papel  para a qual foi composta, não sendo mera peça de concerto. As orquestras e bandas são tradições fortemente enraizadas no povo daquela região. O presente álbum foi gravado em igrejas de Tiradentes e São João Del Rei, sendo desta última cidade as orquestras Lira Sanjoanense e Ribeiro Bastos, ambas bicentenárias, que juntas mantém a tradição sacro-musical do município. Os visitantes e moradores de São João Del Rei se deparam com essas orquestras no seu cotidiano, nas missas de segunda a segunda, executando sempre peças do repertório sacro-colonial.  Neste trabalho, são apresentadas nove expressivas peças sacro-coloniais. Essas e outras orquestras, como a Ramalho e a Lira Ceciliana de Prados, ainda hoje mantêm viva a tradição sacro-musical da região do Rio das Mortes. A instalação de uma faculdade de música em São João Del Rei resultou em considerável melhora no padrão técnico das execuções desses grupos, mas ainda prevalecem, no dia-a-dia do município, aqueles que zelam pelo amor à arte e pela tradição, mantendo o caráter não profissional. A realidade técnica desses grupos mudou muito da época da gravação deste nosso álbum para os dias atuais, até mesmo para melhor. Mas, ainda assim, vale a pena ouvir o disco. Deliciem-se com as peças sacras nele incluídas, fechem os olhos e imaginem-se numa das igrejas barrocas da região do Rio das Mortes, cheias de riquezas, de ouro… e, principalmente, cultura!

applaudatur

maria mater gratiae

laudamus

assumpta est

exaltata est

primeira jaculatória de s. francisco de assis

segunda jaculatória de s. francisco de assis

missa de são benedito

domenica palmarum

*Texto de Samuel Machado Filho

Rede Globo Especial (1973)

Olá, amigos cultos e ocultos! Demorei, mas voltei… ou por outra, tô vivo e ativo. Não bastasse a sempre e contante falta de tempo, desta vez tive uma torção no ombro direito que acabou se espalhando por todo o braço. Fui obrigado a recorrer a fisioterapia, pois a situação foi agravando. Daí, fiquei impossibilitado de mexer no computador durante esses últimos dias. Ficar velho é uma merda! Tem sempre uma novidade… E por falar em novidade, também para compensar a ausência, eu hoje estou trazendo uma postagem joinha… Um presente que vale por quatro.
Relembrando os bons tempos da Rede Globo, quando ainda se amarrada cachorro com linguiça… Temos aqui um álbum especial, um brinde de fim de ano oferecido pela emissora aos seus associados. Juro que este eu também não conhecia. Mais um bom presente do meu amigo Fáres. Como podemos ver aqui, temos um álbum com quatro lps distintos, lançamentos recentes da Som Livre, ainda naquele início dos anos 70. Numa singular embalagem, a Rede Globo selecionou 4 discos da sua gravadora: a trilha nacional de sua novela “Os Ossos do Barão”, com músicas compostas por Marcos Valle e interpretada por diversos artistas; Luiz Bonfá em seu diferentaço ‘Jacarandá”, disco produzido e arranjado por Eumir Deodato; a trilha internacional da novela “O Bem Amado” e de quebra temos ainda Astor Piazzolla em seu clássico disco “Adios Nonino”, lançado em 72 no Brasil pela Som Livre. Sem dúvida, um leque bem agradável, que amostra bem a produção fonográfica do selo/gravadora. Não deixem de conferir…
Os Ossos Do Barão – TSO
qual é – djavan
meu velho pai – djalma dias
chega de enganar a nega – betinho
tenha juízo – márcio lott
e tem mais – eustáquio sena
os ossos do barão – marcos valle
tango – claudia regina
mundo em festa – bibi vogel
ebo exú – coral som livre
cafezinho – trama
canto da sereia – claudia regina
tu ca num chiagne – paulo fortes
Luiz Bonfá – Jacarandá
apache talk
jacarandá
gentle rain
you or not to be
strange message
don quixote
song thoughts
danse v
empety room
sun flower
O Bem Amado
also spreach zarathustra – eumir deodato
fleur de lune – françoise hardy
listen – paul bryan
masterpiece – the temptations
i’ve been  around – nathan jones group
poor devil – free sound orchestra
dancing in the moonlight – david jones
shine shine – david hill
harmony – ben thomas
take time to love me – john wagner coalition
dancing to your music – archie bell and the drells
i could never love – chrystian
give me your love – the sister love
daddy’s home – germaine jackson
Astor Piazzolla – Adios Nonino
adios nonino
atoño porteno
michelangelo 70
coral
fugata
soledad
final
.

Carlinhos Vergueiro – Contra Corrente (1978)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Primeiramente, fora Temer! E vamos em frente que atrás tem gente. Vamos de Carlinhos Vergueiro em seu álbum de 1978, lançado pelo selo Som Livre. Como se pode ver pela capa e contracapa, trata-se de um trabalho da melhor qualidade. Eu o considero como um de seus melhores discos. Carlinhos vem muito bem assessorado por um time de músicos de primeira. Não vou nem listá-los para não cometer a injustiça de esquecer de algum. Mas vale lembrar que além dos instrumentistas temos também um outro time (este de futebol de salão) de arranjadores: Zé Menezes. Edson Alves, Marcos de Castro, Waltel Branco e Edson Frederico. As doze faixas são todas autorais, em parceria com J. Petrolino, sendo a faixa “As duas margens do rio” de autoria também do violonista e compositor Toquinho. Embora este seja mais um disco já bem manjado entre caçadores e colecionadores de música digitalizada, vale a pena postar. Vale a pena relembrar 😉

prendas do lar
contra corrente
orelhão de avenida
a fugitiva
panela de pressão
homem calado
trilha sonora
noturno paulistano
rendição
as duas margens do rio
toque outra vez
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Globo De Ouro Vol. 5 (1979)

O TM oferece hoje, prazeirosamente, aos seus amigos, ocultos e associados, mais um álbum da série “Globo de ouro”, baseada no programa de mesmo nome, exibido pela Rede Globo de Televisão entre 1972 e 1990, seguindo a linha do “hit parade”, ou seja, apresentando músicas que faziam sucesso em sua época. Desta vez, é oferecido o volume 5, lançado, como sempre, pela Som Livre, braço fonográfico da emissora, em 1979. E, como vocês irão perceber, esta seleção apresenta catorze hits da época que ainda estão na memória de muitos que a viveram, interpretados, em sua maioria, pelos artistas que os consagraram, em gravações originais cedidas pelas co-irmãs da Som Livre.  A seleção musical ficou a cargo de um verdadeiro craque das montagens, Toninho Paladino, e transmite bem a época do lançamento desta compilação. Só pra começar: a faixa de abertura é “Sou rebelde (Soy rebelde)”, com Lilian (ex-parceira de Leno em famosa dupla da Jovem Guarda). Com letra em português do futuro escritor best-seller Paulo Coelho, é considerado o maior sucesso-solo da cantora. Ídolo junto às camadas mais populares, Júlio César aqui comparece com seu maior hit, “Tu (Du)”, versão de Cleide Dalto para uma canção de origem alemã, lançada em 1977 e que foi conseguindo êxito aos poucos. O inesquecível “cachorrão”, Jair Rodrigues, vem com um ótimo samba, “Gotas de veneno”. Outro ídolo das camadas populares, este também já falecido (e de forma trágica, em acidente de automóvel), Carlos Alexandre (pseudônimo de Pedro Soares Bezerra), potiguar de Nova Cruz, vem com seu maior sucesso: “Feiticeira”, que ele até interpretava como cantor mascarado no programa do Chacrinha (então transmitido pela Bandeirantes).  O conjunto Superbacana aparece com a maliciosa “Tá com medo, tabaréu? (Melô da pipa)”, cujo sucesso até desaguaria no carnaval de 1980. Francis Hime vem com a ótima “Pivete”, parceria dele próprio com Chico Buarque, em faixa extraída do álbum “Se porém fosse portanto”, da própria Som Livre. A curiosidade fica por conta do argentino Danny Cabuche, interpretando “Para esquecer”, versão em português de um sucesso seu em terras portenhas, “Que hay que hacer para olvidar?”.  Outro argentino, Palito Ortega, assina “Por muitas razões eu te quero (Por muchas razones te quiero)”, em versão de Walter José, e então sucesso absoluto nas vozes de Jane e Herondy, aqueles do “Não se vá”. Ruy Maurity, conhecido por músicas como “Serafim e seus filhos” e “Nem ouro nem prata”,  aqui interpreta “Bananeira mangará”, regravação de um êxito da forrozeira Marinês em 1973. Outro inesquecível nome da MPB, Roberto Ribeiro, apresenta aqui um samba realmente antológico, “Todo menino é um rei” (“e eu também já fui rei”), sucesso merecido na época. Em seguida, temos o primeiro grande hit de Fábio Júnior, “Pai”, que ele apresentou pela primeira vez ainda em fins de 1978, num episódio do seriado “Ciranda, cirandinha”, também da Globo, e explodiu no início de 79, ao ser tema de abertura da novela “Pai herói”, de Janete Clair, estrelada por Tony Ramos, Paulo Autran e Glória Menezes, entre outros. Carlos Alberto de Oliveira, o Dicró, outro nome da MPB que deixou muitas saudades, interpreta aqui a maliciosíssima “Olha a rima”. Composta por Chico Buarque para sua peça teatral “Ópera do malandro”, a conhecidíssima “Folhetim” é interpretada aqui por Neuza Borges, expressiva atriz negra, catarinense de Florianópolis, e com inúmeros trabalhos de sucesso na TV e no cinema em seu currículo (no momento em que esta resenha foi elaborada, julho de 2016, ela estava no ar como a Mãe Quitéria da novela “Escrava mãe”, da TV Record). Para encerrar, a roqueira Bianca (pseudônimo de Cleide Domingos Franco), interpretando o hit que a consagrou, “Os tempos mudaram (O que me importa)”, composto por Cléo Galanth.  Enfim, esta quinta edição do “Globo de ouro” traz de volta um pouco do que foi sucesso em nossa música popular no final dos anos 1970, para recordação de muitos e conhecimento de quem só veio depois dessa época. Diversão garantida!

sou rebelde – lílian
tu – julio cesar
gotas de veneno – jair rodrigues
feiticeira – carlos alexandre
tá com medo tabaréu – conjunto super bacana
pivete – francis hime
pra esquecer – danny
por muitas razões eu te quero – jane e herondy
bananeira mangará – ruy maurity
todo menino é um rei – roberto ribeiro
pai – fábio jr
olha a rima – dicró
folhetim – neusa borges
os tempos mudaram – bianca

* Texto de Samuel Machado Filho

Celso Zambel – Espírito Da Noite (1979)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Nesta semana, se tudo der certo, pretendo por em dia alguns discos e toques prometidos e ainda não postados. A semana vai ser meio rock’n’roll, ou algo assim… E para começar, estou trazendo um disco aqui que certamente passou despercebido pelos blogs, fóruns e comunidades musicais do facebook. Um tremendo e obscuro lp lançado por um também obscuro artista chamado Celso Zambel. Um disco com uma super pegada, que curiosamente poucos conhecem. Nessa, eu também me incluo, pois até bem pouco tempo eu nunca tinha visto ou ouvido falar deste disco. Foi uma grata surpresa, que caiu nas minhas mãos por acaso, encontrei numa banca de promoções de um sebo, por apenas 15 reais! Sem sombra, mais uma jóia da árvore do rock tupiniquim que ficou na obscuridade.
Lançado em 1979 pelo selo Som Livre,”Espírito da Noite” é um lp do cantor e compositor Celso Zambel, um artista, o qual, pouco temos informações. Eu quase nada encontrei sobre ele além do fato de ter sido lá por volta de 1976, o intérprete  de “Those Shadows”, música que fez muito sucesso na época, pois tocava em horário nobre da TV Globo. Era aquele tempo em que muitos artistas brasileiros gravavam músicas em inglês, usando pseudônimos de estrangeiros. Nessa ocasião, Celso Zambel era Paul Jones. Seu compacto com essa música vendeu horrores.
Em “Espírito da Noite” há também outra obscura curiosidade, o parceiro de Zambel é o violonista André Geraissati, músico hoje consagrado no mundo do jazz e música instrumental brasileira. Nessa fase e neste disco André divide com Zambel a maior parte das músicas. Apenas os dois músicos tocam no disco, mas fazem a gente pensar que tem um banda. André arrasa nas cordas elétricas e acústicas, revelando um lado rock’n’roll que muitos não devem conhecer. Celso Zambel, por outro lado, me faz lembrar o Ritchie, no Vímana, cantando (em português) como um autêntico estilo ‘popsinger’. Eis aí um disco que muita gente ainda precisa conhecer. E vou logo avisando, é um lp raro, difícil de encontrar e muito bem contado no mercado japonês. Colecionadores de vinil, fiquem espertos! Corram logo no Mercado Livre e busque os seus enquanto ainda é realmente obscuro e barato. Não dou um ano para que este disco tenha chegado à cotação de 200 pratas. Vai vendo

espírito da noite
notícia pra você
dr. rock and soul
divino espírito santo
o mágico
parada dos livres
eu não sei, você sabe?
rei do lugar
abmas
mágica dos anos 60

Abilio Manoel – América Morena (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Finalmente eu consegui corrigir um erro aqui no TM que há tempos tem nos impedido a comunicação, através da seção de comentários. Agora, quem quiser, já pode voltar a tecer seus comentários nas postagens. Só não vale pedir novos links para velhas postagens, pois nem sempre eu vou poder ajudar, ok?
Temos para hoje o luso-brasileiro Abílio Manoel, um grande, porém subestimado compositor, que infelizmente nos deixou há alguns anos atrás. Eu já postei aqui seu lp de 1968 e também um compacto. Desta vez, vamos com este álbum de capa dupla, lançado em 1976 pelo selo Som Livre. “América Morena” foi seu quinto lp e como o próprio nome já sugere, as composições aqui falam de coisas da América Latina, São músicas, em sua maioria, composições próprias e/ou parcerias, além de temas tradicionais do folk latino americano. Um disco muito bom. Eu recomendo!

américa morena
menino de olinda
o fado e o cravo de abril
arca de noé
voz passiva
terra livre
o circo vem aí
amigo hermano
tchica
dança do sol
folclore latino americano – índios alegres
folclore latino americano – andina
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Compactos – Deny e Dino (1973) – Guris E Marcio Lott (1978) – Marcos Moran (1967) – Mauricio Duboc (1979)

O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais uma leva de compactos simples, esses verdadeiros tesouros de sete polegadas. Os singles aqui reunidos foram lançados entre 1968 e 1979. O mais antigo é o do cantor Marcos Moran, lançado pela Caravelle em 1968. No lado A, temos “A viagem”, composição de João Roberto Kelly, e, no verso, “Bai bai”, de Carlos Imperial e Jorge Roberto. Com onze compactos simples, um duplo, três LPs e um CD como cantor-solo, Moran também participou de álbuns coletivos, sobretudo de sambas-enredos das escolas cariocas para o carnaval. Tanto que um deles, “Sonho de um sonho”, da Unidos de Vila Isabel, lançado para a folia de 1980, é até hoje obrigatório nos shows do cantor. Formada por José Rodrigues da Silva e Décio Scarpelli, ambos paulistas de Santos, a dupla Deny e Dino explodiu no cenário musical brasileiro nos tempos da Jovem Guarda, lançando hits do porte de “Coruja”, “O ciúme”, “Eu só quero ver”, “Eu não me importo” e “Meu pranto a deslizar”. Gravaram mais de 30 compactos e dez LPs, ganhando vários discos de ouro e troféus como Chico Viola e Roquete Pinto. Suas músicas também foram bastante executadas em países da América Latina. Aqui, um single da Top Tape, lançado em 1973, apresentando no lado A “Cantem comigo”, uma composição deles próprios que teve boa aceitação na época. No verso, saiu “Você precisa se acostumar”, de Mickael (produtor desse disco) e Décio Eduardo. Com a morte do Dino original, Décio Scarpelli, em 1994, Deny passou a cantar com outro parceiro, Elliot de Souza Reis, que também assumiu o cognome Dino. Em seguida temos um curioso single da Som Livre, lançado em 1978. De um lado, o grupo Guris interpreta a célebre canção de fim de ano da Rede Globo de Televisão, “Um novo tempo”, composta em 1971 por Nélson Motta e pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, cuja gravação original foi feita naquele ano pelo elenco de artistas globais da época. No verso, o cantor Márcio Lott (Belo Horizonte, MG, 1940) interpreta um grande hit de Roberto Carlos nesse tempo, “Outra vez”, de Isolda. Esta gravação foi, inclusive, tema da novela global “Dancin’ days”, de Gilberto Braga, e só foi lançada depois do LP com a trilha sonora nacional da mesma.  Márcio participou de várias dessas trilhas, e, em 2003, fundou o grupo vocal Nós Quatro, ao lado de Célia Vaz, Fabyola Sendino e Ana Zinger, depois substituída por Clarisse Grova. Autor de várias composições de sucesso, muitas em parceria com Carlos Colla e quinze delas gravadas por Roberto Carlos, Maurício Duboc  também gravou como intérprete. Aqui, um single que lançou em 1979, pela EMI-Odeon. No lado A, uma regravação de “Pai”, de Fábio Júnior, então sucesso na voz do autor. A faixa apareceu depois no LP-coletânea “Meu velho (Pra você, meu pai)”. No lado B, de sua parceria com Carlos Colla, “Senta aí”, também no gênero romântico. Maurício também participou das trilhas das novelas “O todo poderoso”, da Bandeirantes (1980), e “Despedida de solteiro”, da Globo (1992), além do festival MPB-80 (em que apresentou “Tão minha, tão mulher”) e do álbum comemorativo dos 60 anos de carreira do compositor Sivan Castelo Neto (1984). Enfim, mais quatro raridades para a delícia de vocês que tanto prestigiam o TM. Aproveitem…

*Texto de Samuel Machado Filho

pai – maurício duboc
senta aí – maurício duboc
a viagem – marcos moran
bai bai – marcos moran
um novo tempo – guris
outra vez – marcio lott
cantem comigo – deny & dino
você precisa se acostumar – deny & dino
.

Ruy Maurity – Safra 1974 (1973)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós com mais uma boa postagem para alegrar gregos e troianos. Hoje eu trago para vocês um dos melhores discos de Ruy Maurity, artista que dispensa maiores apresentações. Autor de grandes sucessos, muitas de suas músicas foram temas de novelas da Rede Globo, Num tempo em que a Globo primava pela qualidade musical de suas trilhas. Ruy Maurity era um dos artistas principais do ‘cast’ da Som Livre, braço fonográfico da emissora de tevê. Sem dúvida, o sucesso de Ruy Maurity muito se deve ao fato dele ser artista exclusivo da Som Livre/Globo e ter tido seus discos e sua música sempre muito bem divulgados. Mas há de se dizer também que em tudo ele é merecedor, sua obra não deixa dúvidas. Neste terceiro disco de sua carreira, o segundo pela Som Livre, vamos encontrá-lo em um de seus melhores momentos. Várias de suas músicas foram sucessos e chegaram a fazer parte de trilhas de novelas como “Fogo sob a terra” e  “Ëscalada”. Pessoalmente, este é o álbum do Ruy que eu mais gosto.

com licença moço
parábola do pássaro perdido
pele de couro
canteiro dos sonhos
saci fez trança
trecho alegre de uma canção alegre de chuva
a senha do lavrador
coração 1944
passarinhada
velha história
cajerê
hoje eu fiz você
.

Grupo Cantamor – Roberto Carlos Com Amor (1980)

Olá amigos cultos e ocultos, namorados e enamorados! Boa noite! Que todos os casais sejam felizes, numa noite de amor e de prazer. Viva o Dia dos Namorados! Eu ia deixar passar batido essa data, mas me lembrei deste disco, que cai como uma luva para o dia de hoje. Temos aqui o romantismo de Roberto Carlos, algumas daquelas muitas músicas do Rei que certamente foram trilhas de diversos namoros. Para ficar ainda mais agradável, esta seleção musical é interpretada por um quinteto vocal afinadíssimo. Formado por Sonia Burnier, Jane Duboc, Edgar, Jaime e Raymundo Bittencourt. Eles são o Grupo Cantamor, uma reunião exclusiva para este trabalho, que busca exatamente tocar os casais. Um disco ótimo para casais super apaixonados. É tocar e se tocar 😉

um jeito estupido de te amar
vou ficar nu para chama a sua atenção
café da manhã – outra vez
pra você – de tanto amor
eu disse adeus – se você pensa
seu corpo – tente esquecer
olha – como vai você
o portão – existe algo errado
debaixo dos caracóis – abandono
o show já terminou – proposta
.

 

Sirlan (1972)

Para completar, vou incluindo no toque de hoje mais um compacto pronto pra consumo. Um disquinho importante lançado pela Som Livre em 1972, apresentando o cantor e compositor mineiro Sirlan em seu disco de estreia, trazendo como atração principal a música “Viva Zapátria”, que naquele mesmo ano havia participado do VII Festival Internacional da Canção.

viva zapátria
super herói
.