Chico Lessa – No Tom De Sempre (2009)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos então à sexta feira, o melhor dia da semana! E hoje eu espero que seja mesmo. Esse tempo nublado não vai molhar o meu chapéu 🙂
Como tradicionalmente a sexta é dia de artista/disco independente, eu venho trazendo para vocês um disco nota 10, lançado em 2009 e pouca repercussão teve na época. Eu mesmo, não conhecia. Não conhecia este trabalho, mas o Chico Lessa é figurinha carimbada, cantor e compositor, um artista que tem sua trajetória associada ao pessoal do Clube da Esquina, aos festivais e agitos musicais cariocas daqueles anos 70. Eu sempre pensei que o Chico fosse mineiro, mas o cara é capixaba, nasceu em Vitória. Tomei um baita susto ao vê-lo nas fotos deste cd. Me lembro dele magrinho, meio hipponga. De repente me aparece assim, quase careca, de cabelso brancos… caraí… o tempo passou mesmo! Mas, considerando o inevitável, ele até que está muito bem e melhor ainda nessa produção feita pelo amigo Toninho Horta. Bom, por aí já dá pra imaginar o que temos neste cd. “No mesmo tom de sempre” é um trabalho que contempla (claro!) as composições de Chico, algumas, inclusive, em parcerias. Esta que dá nome ao disco, por exemplo, é uma música que ele fez em parceria com o Márcio Borges e foi incluida no disco “Os Borges – Em Famíla (1980)“. Como se pode ver pela contracapa são ao todo doze músicas, com participações super especiais de outros artistas como Carlar vilar, Yuri Popoff, Rudi Berger, Tatta Spalla, Robertinho Silva, Chico Amaral, Lô Borges, Juarez Moreira, Nivaldo Ornellas… e tem mais… inclusive o Toninho Horta, claro!
Quem quiser saber mais sobre o Chico Lessa e também sobre o lendário Clube da Esquina, sugiro uma visita ao blog Museu Clube da Esquina. Tem muita história para contar 🙂
Se alguém estiver interessado em comprar o cd, ainda é possível adquiri-lo através do site da Música Que Vem De Minas.

cá entre nós
ciúmes do rei
puxando o trem
poucas e boas
no tom de sempre
mesmo assim
vitória blues
sinal verde
groove do suá
samba do caxinguelê
seu fã
veneciano ausente

Junia Horta – Espaços (1981)

Bom dia a todos! Eu havia digitalizado alguns discos de artistas mineiros, independentes para um amigo. Indiquei a ele o Mediafire como suporte de armazenamento de seus arquivos. Mas acho que o cara deixou a ‘torneira’ aberta, pois percebo que agora que esses mesmos arquivos estão a deriva, espalhados pela rede e o coitado nem deve ter se dado conta disso. Lá vou eu então resgatando os independentes perdidos. Deixa eu trazê-los para o lugar certo. De volta a fonte, com direito a uma nova filtragem.

Entre os tantos que vou encontrando, para hoje temos este belíssimo trabalho da Júnia Horta, “Espaços”, disco independente lançado em 1981. Há uns dois anos atrás eu postei aqui um outro disco dela e até pensei que fosse o primeiro, o trabalho era de 83. Como eu não conheço nenhum outro álbum da artista, na dedução, imagino que o primeiro foi este que agora apresento.
Na mesma linha de “Não me lembre demais e nem me esqueça“. “Espaços” é um trabalho muito consistente e agradável. Todas as músicas são de Júnia, algumas em parceria. Ela conta neste lp com a participação e a força de muita gente boa. Figuras como o primo Toninho Horta, Aécio Flávio, Marco Antonio Araújo e Jane Duboc não deixam de ser destaque na produção e gravação deste disco. O álbum foi gravado, parte em Belo Horizonte, pelo Dirceu Cheib e outra no Rio de Janeiro, pelo Ed Lincoln. A capa, por sinal, muito bonita (se o álbum estiver novo!) traz uma gravura da artista plástica mineira Miúra Bellavinha. As duas faixas instrumentais, “Espaços” e “Sinais da pedra” foram compostas para a trilha sonora do filme “Sinais da Pedra, de Paulo Augusto Gomes. Taí uma boa pedida para a sexta independente 😉
tartaruga voou
nave estrela
pois sim, pois é
visita
espaços
quem dera
as irmãs
estrela escondida
e agora?
valsa do juca
sinais da pedra

Histórias De Bichos E De Gente (1967?)

Olá criançada culta e oculta! Hoje eu estou aqui tentando por a casa em ordem, refazendo alguns velhos toques e criando outros. Hoje, além de ser o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, é também o Dia das Crianças. Embora pouquíssimas vezes eu tenha recebido aqui a visita dos pequenos, não vou deixar de pensar neles, em mim mesmo a algumas décadas atrás. Sinceramente, fui, talvez, em busca da minha infância, das boas lembranças e de um tempo que eu não desisto de perseguir. Sim, sou saudosista, até demais. Porém, procuro sempre não deixar que a saudade se torne o meu presente. Viver é mesmo o agora!

Foi pensando na minha infância que eu me lembrei de uma coleção infantil, lançada pelo selo Paladium, naqueles inocentes anos 60 (pelo menos para mim). Me lembrei da casa de minha tia, da radiola e dos diversos discos guardados no compartimento para os álbuns. Havia lá também uma caixa com cinco ou seis lps (não me lembro mais) trazendo uma série de histórinhas que faziam a festa para eu, minha prima e nossos amiguinhos. Ainda hoje me recordo bem de algumas passagens. Aliás, hoje eu passei o dia recordando tudo isso.
Há pouco tempo atrás, caiu nas minhas mãos novamente essa tal coleção. Como os discos estavam demasiadamente ‘sambados’, acabei deixando-os de lado, esperando um momento de coragem para tentar restaurá-los. Infelizmente, os discos estavam sem capa, o que me tirou ainda mais o ânimo de ressuscitá-los. Mas como hoje foi um dia especial e mais folgado para mim, decidi botar a mão na massa, ou melhor, nos discos. Percebi que além da capa, faltava também outro (s) disco (s). Mesmo assim, achei por bem recuperar o que tinha e trazer como a postagem do dia. Apesar das limitações, principalmente no áudio, senti que o momento era esse. Refiz tudo o que pude e ainda dei o toque musical…
Temos então a coleção infantil criada pelo jornalista e desenhista André de Carvalho, chamada “Histórias de bichos e de gente”. Trata-se de uma série de historinhas infantis, algumas até bem conhecidas, adaptadas por André. Ele convidou o maestro e arranjador Aécio Flávio, até então um jovem músico ainda inexperiente, para musicar algumas letras que entrariam na série de contos infantis. Segundo relata o próprio músico, ele foi pego de surpresa e nunca, até então, havia passado pela experiência de compor músicas a partir de letras prontas, ainda mais infantil. Assumiu o trato com o jornalista e só veio mesmo a fazer as tais músicas poucos dias antes de entrarem no estúdio. O trabalho ficou muito bom e nem parece coisa feita às pressas. E olha que não foi uma tarefa pequena, afinal a série era de lps e não compactos, como geralmente conhecemos os discos infantis. No site “Recanto da Letras” temos o relato deste episódio, descrito por Aécio Flávio, que vale a pena conferir. Outra curiosidade é sabermos que foi nessas gravações a estréia do grande Toninho Horta. Foi, de uma certa forma, o mestre Aécio quem levou o jovem para o mundo da música profissional. Toninho não devia ter ainda nem 18 anos. Foi com o mestre pirata que tudo começou. Obviamente não vai ser aqui que iremos reconhecer o talento do Aécio e também do Toninho, mas vale saber que eles fizeram parte dessas histórinhas 🙂
Temos aqui, na minha produção, apenas quatro discos dessa série. A qualidade do som deixa muito a desejar, principalmente pelo estado lastimável dos vinis. Tenho a esperança de ainda conseguir um áudio em melhor estado, quem sabe até outros novos lps (e na caixa, porque não? hehehe…).
Ah! Já ia me esquecendo… No pacote eu incluí, já separadas (e mais tratadas), as músicas de todas as histórinhas. Vale um outro disco. Aliás, ao todo são quatro. Presentão, heim?!
Salve a Criança que ainda vive em todos nós!
cocori, o galo que diminuiu
o cuco fujão
história do passarinho que era uma jóia
a galinha dos ovos de ouro
o burrinho quixadá
o grilhinho desprezado
o passo do elefantinho
a borboleta e a bruxa
o pedido do perú
Aécio Flávio – Músicas
cocori, o galo que diminuiu
o cuco fujão
o cuco fujão II
tema de yasmimim
tema da galinha dos ovos de ouro
o elefantinho
tema do elefantinho
a borboleta e a bruxa
o perú alexandre
pavanito
PS. não resisti… os nomes para os temas musicais são apenas sugestão, uma maneira de identificação, claro 🙂

Toninho Horta – Ao Vivo Em Moscou (1992)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje, para variar, eu acordei tarde. Dormi como uma pedra até as 10 da manhã. Tudo que eu havia planejado no sábado deu errado, inclusive a postagem. Só agora eu estou percebendo que não cheguei a publicá-la. Sinto muito, mas imprevistos acontecem, mesmo para um cara prevenido como eu. No caso aqui não foi só falta de atenção, esta foi apenas uma consequência. No sábado, a bruxa por aqui esteve solta. Nem a folia de pré carnaval, com Banda Mole e tudo mais conseguiram dar jeito no meu astral. Fui dormir as oito da noite e nem lembrei de blog. Mas hoje eu voltei com força total.
Estou trazendo para os amigos mais um albinho ‘made in TM’. Há poucos dias atrás o ‘brother’ Chris Rousseau me enviou vários arquivos interessantes, entre eles uma seleção que ele fez de Toninho Horta, extraída de uma caixa com três cds, o álbum triplo e internacional “Mockba MCMXCII – Live in Moscow”. Trata-se de uma edição que reúne apresentações ao vivo de grandes nomes do jazz moderno, como Airto Moreira & Fourth World, Eddie Gómez Trio, Igor Butman Quartet, Willian Galison e o nosso Toninho Horta e seu grupo, realizadas na cidade russa em 1999. Segundo informações colhidas no site do artista, este é um cd raro, difícil de achar até na Rússia. Tem neguinho aí vendendo a caixa com os três cds por 400 reais, pode? (até que se fosse um álbum em vinil eu aceitaria este preço). Vinil, para mim, é objeto. CD é quase dejeto.

era só começo o nosso fim
eternal youth (manoel o audaz)
no carnaval
aqui, oh!
paris cafe
waiting for angela
aquelas coisas todas
once i loved
serenade
vento

Nivaldo Ornelas, Nelson Ayres, Márcio Montarroyos & Toninho Horta – Concerto Planeta Terra (1989)

Bom dia meus amigos cultos e ocultos! Como sempre, a gente nunca consegue agradar a todos. Seja na escolha dos álbuns apresentados, seja na escolha do provedor de links. Desta vez parece que alguns estão tendo problemas para baixar através do Mediafire. Eu acredito que isso esteja acontecendo devido a uma série de possibilidades, entre elas o fato de não termos uma conta ‘Premium’, a baixa qualidade de conexão em algumas regiões do Brasil e as interferências na rede devido ao aquecimento solar. A conta especial a gente pode até providenciar, mas melhorar a conexão da rede e criar uma consciência ecológica em todo o mundo ainda vai demorar.
Por falar em consciência ecológica, nosso encontro musical e independente desta sexta feira tem como tema justamente esta questão. Traz o encontro de quatro feras da música (instrumental) brasileira: Nelson Ayres, Nivaldo Ornelas, Márcio Montarroyos e Toninho Horta. Trago hoje para vocês o maravilhoso ‘Concerto Planeta Terra”. Um álbum duplo realizado pela IBM do Brasil e distribuído de maneira não comercial. O concerto aconteceu em São Paulo, no Parque Ibirapuera, em 1989. Foi um espetáculo grandioso, ao nível dos artistas principais, com direito a Orquestra Sinfônica (Jovem de Campinas) e os Corais da IBM de Sampa e Campinas. Participaram também, na cozinha de apoio aos ‘três mosqueteiros’, Zeca Assumpção no contrabaixo e Carlos Bala na bateria. Por aí já dá para se ter uma ideia da qualidade musical do show e do produto final que é este disco. Para completar, a direção musical do projeto foi toda de Toninho Horta. O álbum se divide igualmente para os quatro músicos e suas composições feitas especialmente para o projeto. Cada lado pertence a um artista que representa os quatro elementos: Ar – Nivaldo Ornelas, Água – Nelson Ayres, Fogo – Márcio Montarroyos e Terra – Toninho Horta. Confiram o toque…

nivaldo ornelas – ar
1º movimento: abertura
2º movimento: rock novo
3º movimento: variações sobre um tema dos Beatles
nelson ayres – água
márcio montarroyos – fogo
toninho horta – terra
1º movimento
2º movimento
3º movimento

Brasil: A Century Of Song – Bossa Nova Era (1995)

Bom dia! No passo ligeiro, aqui vai o disco de hoje. Estou numa correria que só vendo… Tenho para hoje uma coletânea de gaveta, daquelas que ficam prontas para qualquer emergência. Um coletânea feita por gringos e a qual é chamada de bossa nova. Como se a música brasileira se resumisse a nisso. Mas a gente entende porque sabemos que a nossa música tem mesmo muita bossa. Uma música de personalidade mais que expressiva. O disquinho que apresento já é da geração cd, mas seu conteúdo oscila entre o antigo e o moderno, entre o Samba e Bossa Nova. Contudo, vale a pena ouví-lo, pois nele encontraremos coisas muito interessantes e até raras, que não se encontram fácil por aí. Esta é uma copilação feita por americanos (ou canadenses?) em parceria com uma produtora brasileira. Um autêntico disco feito pelo e para o mercado norteamericano. É bem possível que haja algum engano nos créditos das músicas, mas se tiver, eu vou deixar à cargo de vocês, especialistas. Podem comentar… Vejam (e ouçam) o que temos no disquinho:

a felicidade – joão gilberto
o orvalho vem caindo – j. t. meirelles e conjunto
só quero ver – beth carvalho
dindi – sylvia telles e rosinha de valença
desacato – antonio carlos & jocafi
ela desatinou – chico buarque
canto de ossanha – toquinho & vinícius
quando eu penso na bahia – elizeth cardoso e cyro monteiro
pedro pedreiro – quarteto em cy
aqui ó – toninho horta
oh what a sight – oscar castro neves & império serrano
berimbau/cuíca/cavaquinho/tristeza – edu lobo, sylvia telles, rosinha de valença, meirelles e +
pescador – baden powell
rapaz de bem – leila pinheiro
vrap – grupo beijo & coral da usp
rio – leny andrade

Toninho Horta & Orquestra Fantasma – Terra Dos Pássaros (1980)

céu de brasilia
diana
dona olimpia
viver de amor
pedra da lua
serenade
aquelas coisas todas
falso inglês
terra dos pássaros / beijo partido
no carnaval

Este é um disco o qual eu gosto muito. Toninho Horta é mesmo um grande músico. Compositor e instrumentista, seu toque é inconfundível. “Terra de Pássaros” foi seu álbum de estréia e contou com um super time como por exemplo Milton Nascimento, Novelli, Airto Moreira, Hugo Fattoruso e outros mais… Estaria assim formada a Orquestra Fantasma.
A “Orquestra Fantasma” surgiu como complemento do título “Terra dos Pássaros”. A intenção era de obter coloridos orquestrais como uma orquestra fictícia sem violinos, cellos e trompas reais; estes sons eram criados por Hugo Fattoruso e Toninho com seus mini-mugs, guitarras e pedais de volume.


Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli & Toninho Horta (1973)

1. Caso você queira saber (Beto Guedes, Marcio Borges)
2. Meu canário vizinho azul (Toninho Horta)
3. Viva eu (Wagner Tiso, Novelli)
4. Belo horror (Beto Guedes, Flavio Hugo, José Geraldo, Marcio Borges)
5. Ponta Negra (Danilo Caymi, JoãoCarlos Pãdua)
6. Meio a meio (Novelli)
7. Manuel o audaz (Toninho Horta, Fernando Brant)
8. Luiza (Novelli)
9. Serra do mar (Danilo Caymmi, Ronaldo Bastos)