João Dias – Interpreta Adelino Moreira E Lupiscino Rodrigues (1979)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Finalmente é quinta-feira e amanhã é feriado, bão demas 🙂
Para encerrar o mês de abril, eu tenho hoje para vocês este disco do cantor João Dias. Alguém aqui se lembra dele? Digo isso porque pouco se ouve falar nele. João Dias Rodrigues Filho foi um cantor paulista bastante popular nos anos 50 e 60. Descoberto por Francisco Alves, gravou seu primeiro disco na Odeon, com “Guacyra” de Hekel Tavares e Joraci Camargo e “Canta, Maria” de Ary Barroso. No início dos anos 60 fez dupla com Dalva de Oliveira, percorrendo diversas cidade brasileiras, tendo feito também muito sucesso com a música “Brasil” de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Sua atuação não se limitou apenas a função de intérprete. Nos bastidores, João Dias também trabalhou em prol da classe dos cantores, idealizando a chamada “Lei de Direito Conexo” na qual intérprete passava a receber também pela execução posterior de suas gravações. Foi dirigente da Socimpro – Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos.
Eu acredito que este foi o seu último álbum, gravado em 1979. Um disco especial, num repertório super bacana, com dois grandes compositores, Adelino Moreira e Lupiscinio Rodrigues. O lp foi todo produzido, arranjado e orquestrado pelo maestro Lindolfo Gaya, o que garante um trabalho da melhor qualidade. Confiram o toque 😉

é tanto amor
volta
segredo
taberna
falando ao coração
nunca
eu e meu coração
escultura
eu não sou de reclamar
ilustre desconhecida
bairro pobre
não tenho medo

Alaide Costa – Amiga De Verdade (1988)

Entre um gole de café, uma mordida no pão e esta postagem, aqui vou eu fazendo tudo ao mesmo tempo para não perder o bonde do dia.
Hoje tenho para vocês uma das cantoras que e mais admiro, cuja a voz é uma maravilha de se ouvir. Pela primeira vez no Toque Musical, tenho o prazer de apresentar, Alaide Costa. Além de uma grande intérprete é também compositora de mão cheia. Suas parcerias não são poucas, vai de Vinícius de Morais, Geraldo Vandré, Johnny Alf, Tom Jobim e muitos outros. Está na estrada da música desde os 13 anos de idade quando começou a cantar, vencendo um concurso de cantores infatins num programa de rádio do saudoso ator Paulo Gracindo.
Escolhi este álbum, uma produção independente, gravado nos anos 80, que eu acho o máximo. Para mim, este disco deveria se chamar “Alaide No Céu Com Diamantes”. Isto porque ela canta para anjos e ao seu lado estão verdadeiros pedras preciosas da nossa música. Grandes compositores e grandes instrumentistas. Não é preciso nem falar, está na capa. Ouçam e tirem as suas conclusões 😉

amiga de verdade
quem sabe
estrada do sertão
teus olhos, meu lugar
cinema antigo
bela, bela
absinto
choro das águas
morrer de amor
mais que a paixão

Os Bons De Bossa (com Walter Wanderley) – Balanço A Beça (196…)

E eu que pensava que esta semana seria mais tranquila para mim. Que nada… 🙁 Continuo daquele jeito, correndo atrás do tempo. Por isso, lá vou eu puxando a gaveta das reservas, pois só disponho de meia hora. Se não for agora, só amanhã de manhã…
Tenho aqui este disco que me foi enviado pelo ‘brother’ Chris Rousseau. Eu ainda nem tive tempo de ouví-lo direito e minha intenção era antes a de procurar maiores informações, pois pouco ou nada sei sobre ele. Mas diante à situação e longe do acervo, me vejo obrigado a botá-lo para rodar antes da hora. Contudo (ou com nada) vejo agora que pouco adiantaria tê-lo guardado para uma outra ocasião. Procurei rapidamente pela rede e não achei absolutamente nada sobre Os (obscuros) Bons de Bossa e seu “Balanço a beça”. Fica claro apenas que se trata de um disco gravado (ou lançado) pelo selo argentino Trova e um dos seus integrantes é nada mais, nada menos que Walter Wanderley. Eu suponho que este disco ele tenha gravado na Argentina, sem que aparecesse o seu nome, por motivos de contrato com a Philips. Vários artistas brasileiros, em apresentações na Argentina, gravaram dessa forma pelo selo Trova. Infelizmente não achei nenhuma referência ao Walter Wanderley ou sobre sua participação neste disco. Porém, se alguém duvida de que seja ele mesmo, basta ouvir… (e se alguém tiver informações, dê também o toque no comentários)

samba do avião
samba da madrugada
samba de bossa
samba triste
samba da minha terra
samba novo
samba brasileiro
samba no japão
samba pra filante
samba de uma nota só
samba em prelúdio
samba só

Araken Peixoto – Um Piston Dentro Da Noite Vol. 2 (1987)


Bom dia! Levemente recuperado do domingão, aqui vou eu para a segunda-feira enfrentar os bichos e as ‘bambis’ saltitantes que hoje circulam pela cidade felizes da vida. Mas não tem nada não… toda araruta tem seu dia de mingau.
Deixemos a araruta e as ‘bambices’ de lado, vamos ao disco do dia. Hoje temos a presença do pistonista Araken Peixoto, irmão do Cauby. Araken era um músico da noite, sempre foi. Gostava de tocar em casas noturnas do eixo Rio-SãoPaulo. Era um instrumentista com um toque ao estilo americano, redondo e limpo. Faleceu no ano passado aos 77 anos.
Depois do sucesso de “Um piston dentro da noite” gravado em 1986, Araken resolveu dar sequência, lançando no ano seguinte este que é o volume dois. Como no primeiro, ele conta com a participação especial do irmão Moacyr Peixoto ao piano. Tocam também Evaldo Rui Guedes no contrabaixo e Ricardo Vaz Teixeira na bateria. Um disco totalmente acústico e, cá pra nós, o melhor da série que se estendeu (acho) até o volume 4. Neste podemos encontrar as seguintes pérolas…

balada triste
folha morta
gente humilde
chuvas de verão
o amor em paz
se queres saber
apelo
franqueza
meditação
na batucada da vida
nossos momentos
bom dia tristeza

Tito Madi – Na Intimidade (1986)

Hoje eu vou procurar esquecer que meu time levou uma goleada de seu maior rival. Foda-se para ele e também para o rival. Vão todos tomar naquele lugar… Hoje eu quero é chocolate!
Apesar dos pesares, meu dia foi ótimo! Hoje foi o Dia Mundial da Fotografia Pinhole. Vocês sabem o que é isso? A dica está aqui e aqui 🙂 Eu tomei o meu dia para essa atividade lúdica, deliciosamente prazerosa e que aconteceu simultaneamente em mais de 70 países!
Como eu disse, estou ‘na boa’, mais ainda neste início de noite, ouvindo este disco do Tito Madi. Já ouviu? O toque está aqui… Gravado ao vivo no Inverno & Verão em 18 de agosto de 1985, o álbum é 10! Fico imaginando como foi o show ao vivo. Privilegiado foi aquele que o assistiu, pois é perfeito! Tito Madi está impecável nesta apresentação que traz alguns de seu maiores sucessos e outras que não ficam por menos.
Enquanto os loucos gritam lá fora, eu doido escuto aqui dentro o som do grande Tito Madi. Manda vê, que hoje eu estou a mil 😉

neste mesmo lugar
duas contas
não diga não
cansei de ilusões
balanço zona sul
molambo
gauchinhabem querer
ternura antiga
mulher
sonho e saudade
ligia
chove lá fora

Araci Cortes – Arquivo Funarte (1984)

Como diz o outro, tá osso! Duro de roer… Estou envolvido em algumas atividades e eventos que acontecem neste fim de semana e acabo ficando sem tempo e sem cabeça para pensar no blog. Pior é que não estou tendo nem condições para ler os e-mails, que nessa altura já se acumulam. Peço desculpas àqueles cujos quais eu ainda não respondi e-mails ou comentários. Por enquanto eu irei me concentrando apenas nas postagens, que não podem faltar, não é mesmo? 🙂
Hoje iremos com este disco lançado pela Funarte em 1984, parte integrante do Projeto Almirante, onde foram recolhidos alguns fonogramas da cantora Araci Cortes. O Projeto Almirante foi criando por essa fundação, no sentido de viabilizar e divulgar uma produção artística cujo o interesse já não existe no circuito fonográfico comercial.
Araci Cortes traz seu nome atrelado ao gênero que ajudou a firmar, o teatro de revistas. É considerada, segundo Jairo Severiano, o pesquisador responsável por este trabalho, como “a primeira grande intérprete genuinamente brasileira de nossa canção popular”
Este disco procura resgatar alguns de seus maiores sucessos em gravações originais, Confiram…

depoimento de araci cortes – carinhoso
iaiá (linda flor)
tu qué tomá meu home
quem me compreende
teu desprezo
baianinha
quem quiser ver
jura
vão por mim (harmonia)
a polícia já foi lá em casa
um sorriso
que é que?
no morro (eh! eh!)
versos de jota maia – tem francesa no morro

Waldir Calmon – E Seus Multisons (1982)

Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Aproveito logo cedo, enquanto passa o café, para fazer a postagem do dia. Até o fim do mês eu fico assim, correndo… cheio de trabalho e pouco dinheiro. Mas está bom, pois o que não me falta é disposição e garra. Vou enfrente…
Tenho para hoje o Waldir Calmon, num formato moderninho, bem diferente daquele que a gente conhece das horas dançantes. Aliás o Waldir, aqui nesta capa, parece até mais novo do que nos discos da década de 50, né não? Este álbum, originalmente foi lançado em 1970, período em que ele andou flertando com outros tipos de teclados e fazendo um som a la Walter Wanderley com seu orgão eletrônico. Quer dizer, não exatamente parecido, apenas lembra e tem um clima meio ‘lounge-brega’ que é o máximo! Pessoalmente, eu acho bem legal. E você, já ouviu?

airport love theme
quantos anos você tem
see
maria izabel
afro son
metro som
bi-bip
tema de márcia
la virgem de la macareña
zorra
ellen soul

Carlos Augusto – Negue (1960)

Putz! Já é noite e eu até agora não consegui finalizar esta postagem. São tantas coisas a fazer que eu acabo me esquecendo do que deixei pela metade hoje de manhã. Vou aproveitando a ‘folguinha’ para finalizar a postagem. Esta é mais uma de gaveta que eu recorro. Não era para agora, mas enfim… negue que você não gostou 🙂
Temos aqui, pela segunda vez, o cantor romântico Carlos Augusto neste disco onde ele estréia, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, o famoso samba canção “Negue” – gravado posteriormente por diversos artista como Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos e Maria Bethânia. Teve inclusive uma versão punk rock feita pelo Camisa de Vênus. Mas o disco não se resume ao carro chefe, há também outras que eu destacaria como os samba “Quanta saudade”, de Almeida Rêgo e Newton Ramalho e “Farrapo” de Paulo Alves Borges.
Pessoalmente, não é um dos meus intérpretes prediletos, mas não vou negar que o disco num todo é bacana. Diga aí você o que acha…

grito d’alma
regresso
farrapo
pra meu castigo
única solução
felicidade sonhei
negue
quando existe adeus
chega
canção da mulher deixada
quanta saudade
noite da saudade
vitrine (bonus)

Carlos Galhardo / Cauby Peixoto – Compactos

Meus prezados amigos cultos e ocultos, bom dia! Volto a lembrar que o Toque Musical está ativo em dois endereços (http://toque-musicall.blogspot.com e http://toque-musical.blogspot.com).

Por enquanto vai ficando assim, mas pretendo resolver logo essa situação. Fica difícil manter uma matriz e uma filial, daí peço a todos (que ainda não o fizeram) que migrem para o endereço da matriz (http://toque-musicall.blogspot.com). Espero até o fim do mês para essa mudança. A partir de maio, o outro ficará privado (na reserva para as emergências), ok?
O dia de hoje será do compacto, aqueles disquinhos de 7 polegadas, normalmente com uma música de cada lado. Muito comuns nos anos 60 e 70, eram usados pela indústria fonográfica, principalmente para pré-lançamentos de seus álbuns. Uma maneira de testar o interesse do público por um determinado artista/música/disco ou mesmo para reforçar seu lançamento.
Há tempos eu venho querendo postar uns aqui, mas os ‘grandões’ nunca davam chances. Mas hoje vai ser diferente, vou fazer duas sessões musicais para valer um lp 😉
Começo agora cedo trazendo dois compactos muito interessantes e com um leve sabor de bossa. Gravados nos anos 60 (sem data certa), tanto um como o outro trazem o flerte com a Bossa Nova. O primeiro, de Carlos Galhardo, vem com “Das Rosas” de Caymmi e “Senhorita Rio” de Sérgio Malta. Não me lembro dessas duas faixas em outro disco do artista. O segundo compacto é de Cauby Peixoto interpretando duas músicas de João Roberto Kelly e Augusto Mello Pinto, a balada romântica “Ana Lúcia” e a bossa “Menina da Penha”.
Taí, dois disquinhos que valem o dia. Mas não vamos ficar só por aqui. No segundo tempo tem mais dois compactos. Aguardem… 😉
Cauby Peixoto:
ana lúcia
menina da penha
Carlos Galhardo
das rosas
senhorita rio

Carmelia Alves – Baiões (1955)

Olá! Vamos aos poucos botando a casa em ordem. Depois do vendaval que eu mesmo provoquei, mudando tudo de lugar, já tem gente perguntando o que foi que aconteceu. Repetindo e finalizando o que eu disse antes, o blog estava travando por conta de um dos contadores de visitas, justamente o que eu achava mais legal porque me dava o número de visitas ao dia. Fui obrigado a retirá-lo e também o quadrinho de bate-papo. Com essa minha mexida, acabei desconfigurando todo o layout. Mas irei gradualmente colocando as coisas no seu lugar. É só questão de tempo.
Para a postagem de hoje eu estou tendo que recorrer ao meu arquivo emergencial, também chamado de “álbuns de gaveta”, que são aqueles que ficam de prontidão, para qualquer eventualidade (ou falta dela). Meu tempo, mesmo no feriado, está curtíssimo.
Vamos então trazendo a cantora Carmélia Alves. Se Luiz Gonzaga é o rei do baião, Carmélia, com certeza é a rainha. Prova disso é sua grande dedicação a esse ritmo nordestino que ela soube como ninguém interpretá-lo durante toda a carreira. Aqui temos um disco lançado pela Continental em 1955, onde estão reunidos alguns dos mais célebres baiões gravados por ela em 78 rpm. São músicas em sua maioria de Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira e Hervé Cordovil. Disquinho muito bacana, pode conferir…

sabiá na gaiola
cabeça inchada
esta noite de sereno
no mundo dos baiões I
hei boi
adeus, adeus moreno
saia de bico
no mundo dos baiões II

Gilberto Canavarro & Seu Conjunto – Jubileu De Prata Da Música De Herivelto Martins (1956)

Neste fim de semana fiquei com o blog travando direto. Isso me deixou confuso e me levou a pensar em diversas razões. Apelei para todo tipo de coisa para solucionar o problema. Com isso acabei desconfigurando o blog e bagunçei todo o ‘layout’. De nada adiantou. Resolvi então ativar o velho endereço. Importei todo o conteúdo do ‘problemático’ e criei um blog réplica. Percebi que algumas otimizações haviam se perdido, como o quandrinho de bate-papo, os links para outros sites e o contador de visitas. Porém, o clone estava funcionando perfeitamente. Foi daí que eu percebi que o problema era causado por um daqueles recursos. Um amigo me informou depois que o problema era no contador de visitas. Era ele quem estava travando tudo. Agora parece que tudo voltou a normalidade. Contudo, estou num dilema. Tenho dois blogs iguais e não sei qual deles devo retirar da rede. Não faz sentido ter dois blogs iguais. Por outro lado, tanto num como no outro o Toque Musical tem muitos seguidores. O ideal seria juntar todos num só. Por enquanto irei mantendo os dois ativos, mas vamos nos direcionar para apenas um, ok?
Para o dia de hoje eu tenho aqui um disco desses que só mesmo pela atuação de um blog poderia voltar à tona. “Jubileu de Prata”, com Gilberto Canavarro e Seu Conjunto. Quem, além de umas pouquíssimas pessoas, saberá ainda da existência deste disco e de seu artista? Eu arriscaria a dizer que talvez nada sobrou. Por outro lado não me surpreenderia receber um e-mail de alguém que conheceu. Principalmente um parente próximo, saudoso e agradecido por encontrar aqui uma parte do seu mundo. O certo é que Gilberto Canavarro foi um pianista com uma carreira muito curta. Faleceu alguns dias após a gravação deste disco. Em 1956 eram comemorados os 25 anos de vida artística do compositor Herivelto Martins. Mais de cem músicas antigas e novas, foram na época lançadas em novos discos e por diversas gravadoras. A Columbia também preparou sua cota e gravou o jovem pianista Gilberto Canavarro, de apenas 28 anos. O repertório traz oito sambas de Herivelto, numa interpretação instrumental, alegre e dançante. Este disco é também uma homenagem ao instrumentista que infelizmente só nos deixou gravados essas faixas. Vale a pena conferir.

dois corações
madrugada
ela me beijou
depois da separação
sem ela
segredo
culpe-me
cabelos brancos

João Nogueira – Espelho (1977)

Olá amigos cultos e ocultos, seguidores e espectadores, fiquem a vontade… se conseguirem… Eu, sinceramente estou um pouco desanimado com essa onda de bloqueio. Ainda não consegui entender o que está acontecendo. Tenho entrado em outros blogs para ver se mais algum está como eu e pelo jeito, vi que são muito poucos. Dos blogs de música, apenas o Toque Musical está sendo travado. Tentei entrar através de outros computadores, mas todos dão a mesma coisa. Se isso foi algo premeditado, tentando me prejudicar, saibam que eu não dou a mínima. Recomeço em outro lugar. Refaço tudo de novo se for preciso. Eu não estou perdendo nada além do prazer de compartilhar com vocês as raridades da minha fonte. Aliás, este pode ser um bom motivo para que eu volte a concentrar mais no meu acervo digital, que modestamente já chega a uns sete terabites. Darei mais um tempo para ver até onde vai isso, mas se continuar, podem se preparar para novas mudanças. Por enquanto, o único espelho que trarei é o disco do João Nogueira, que hoje estou tentando apresentar.
Lançado em 1977, “Espelho” é um hoje um clássico do samba. Um disco maravilhoso, repleto de pérolas como “Espere Oh! Nega”, “O Passado da Portela”, “Pimenta no Vatapá” e faixa que dá nome ao disco, “Espelho” – maravilhosa parceria de João com Paulo Cesar Pinheiro. Acompanham o artista outros nomes de peso do samba e da música popular como, Dino Sete Cordas, Wilson das Neves, Luizão Maia (o baixista do samba), Sérgio Barroso, Marçal, Edson Frederico, entre outros. Os arranjos, mais que perfeitos, são de Geraldo Vespar.
Não sei se este disco está incluído na lista dos 300 discos importantes da MPB, mas o certo é que merecia. Aliás, com tantos álbuns excelentes de música brasileira, chega quase a ser um insulto limitarmos à trezentos. E pelo pouco que sei e vi do livro, tenho cá minhas reservas. (importantes em que sentido?)

pimenta no vatapá
espelho
malandro jb
espere! oh nega
dora das sete portas
o passado da portela
apoteose do samba
wilson geraldo e noel
batucajé
samba de amor
quem sabe é deus
desengano

Bossa Nova – Bossa Instrumental (2009)

Coisa mais estranha desse ‘mundo blogosférico’… não estou conseguindo acessar o blog sem que ele trave completamente. Será que este problema acontece também com vocês ao entrarem no Toque Musical? Pelo jeito, parece que não… ninguém reclamou. Pensei que fosse algum dos recursos que tenho no blog, como o ‘slide show’, o contador de visitas ou mesmo o quadrinho de batepapo. Por via de dúvidas desinstalei o bate-papo, mas o problema persistiu. Por enquanto vai ficando assim. Mas é desanimador. Se alguém puder dar uma luz, seria bom.
Como meu tempo anda curtíssimo, hoje eu vou mandar uma coletânea ‘made in TM’ de Bossa Jazz, que com certeza irá agradar. Eu havia preparado esta seleção musical para presentear um amigo e cheguei inclusive a criar a capinha. Aproveito a ocasião para presentear vocês também.
Temos aqui, rigorosamente selecionados, 14 temas instrumentais clássicos da Bossa Nova, com uma excelente qualidade sonora. Para um sábado bacana como este, nada melhor que esta trilha musical. Confira aí…

diz que fui por aí – meirelles e copa 5
insensatez – tom jobim
samba de verão – roberto menescal
chora tua tristeza – oscar castro neves
inútil paisagem – sergio mendes trio
tema do boneco de palha – rosinha de valença
valsa de uma cidade – dick farney
a morte de um deus de sal – luiz eça
amor em paz – tom jobim
improviso em bossa nova – baden powell
garota de ipanema – sergio mendes & bossa trio
surf board – roberto menescal
você – tom jobim
berimbau – baden powell

Vassourinha (1969)

Olá! Hoje, por alguma razão que eu desconheço, não consegui acessar o blog. Há algo bloqueando e curiosamente apenas Toque Musical. Estranho… Espero que seja apenas uma coisa passageira. Somente agora consegui continuar esta postagem. (já não bastasse a minha falta de tempo).
Eis que temos para hoje a carismática figura de Mário Ramos – o Vassourinha – cantor de samba, considerado “uma das maiores revelações de todos os tempos da música popular brasileira”. Eu, por certo não discordo dessa máxima e nem do seu talento, que só conheço da história e de suas doze gravações que aqui se fazem presentes neste disco. Vassourinha foi um artista que morreu precocemente e no início de carreira, com apenas 19 anos. Talvez por esse fatídico motivo, o que é muito comum, a celebridade do artista tenha se fortalecido, gerando uma figura lendária e ainda mais admirada.
Este disco reúne suas doze gravações feitas em bolachas de 78 rpm, nos anos de 1941 e 42. São composições, em sua maioria de Antonio Almeida, Braguinha e Wilson Baptista, que em algumas assina com J. Baptista. Lançado originalmente em 1969 pelo selo econômico Musicolor, da Continental, este lp foi remontado e lançado com uma nova capa em 1976 e posteriormente relançado em cd pela Warner. No livro “Os 300…” (não confundir com os de Esparta) a versão de 76 faz parte da seleção dos “discos importantes da núsica brasileira”.

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juracy
seu libório
olga
tá gostoso
emília
ela vai à feira
chik chik bum
apaga a vela
amanhã tem baile
volta pra casa, emilia
amanhã eu volto
e o juiz apitou

Francisco Alves – Interpreta Sinhô (1968)

Olá! Hoje serei brevíssimo. Estou aproveitando o horário do lanche para fazer esta postagem (apenas 15). Apresento a vocês esta seleção Odeon, lançada em 1968, de Francisco Alves interpretando um dos maiores compositores do início da nossa música popular brasileira, José Barbosa da Silva, o Sinhô. São gravações de época, recolhidas de diversos discos do Chico Viola nos anos 20 (!). Algumas faixas nunca haviam antes sido prensadas em ‘Long Play’. Ficou, realmente um sinhô disco!
Na próxima semana quero postar outro disco do Sinhô nas vozes de Francisco Alves e também do Mário Reis. Fica programado se for do agrado e interesse de todos, ok? Por hora, vamos ouvir…
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cassino maxixe
ora, vejam só
a favela vai abaixo
não quero saber mais dela
o bobalhão
amamar a uma só mulher
ora, vejam só (outra versão)
sonho de gaúcho
alegrias de caboclo
não sou baú
eu ouço falar
eu queria saber

João de Barro – Série Documento (1972)

Yes, nós temos Braguinha! Finalmente chegou a vez deste grande compositor aqui no nosso Toque Musical. Carlos Alberto Ferreira Braga, Braguinha ou João de Barro, não importa como o chamamos. O que importa é que ele foi um dos mais importantes compositores da música popular brasileira. João de Barro vem do tempo em que ele fazia parte do grupo “Bando dos Tangarás”. Nessa época todos os integrantes adotaram nomes de pássaros e Braguinha passou a ser o joão de barro. Carioca da gema, autor de canções memoráveis que nunca sairam de moda. Seu forte eram as marchinhas carnavalescas, como “Linda Lourinha”, “Uma Andorinha Não Faz Verão”, “Linda Mimi”, “Dama das Camélias”, “Cadê Mimi”, Balancê (regravada com muito sucesso por Gal Costa, quarenta e dois anos depois), Andaluzia (sucesso também na voz de Maria Bethânia), “Pirata da Perna de Pau”, “Touradas em Madrid” e tantas outras. Neste disco podemos conferir um pouco dessas pérolas. Gravado em 1972, este álbum é de uma beleza que valia ser duplo ou triplo. Temos o próprio Braguinha interpretando sua obra de maneira despretensiosa, somado aos arranjos de Radamés Gnatalli que lhe garante um ‘sabor’ ainda mais refinado. Imperdível!

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anda luzia / pastorinhas
linda loirinha / touradas de madri
yes, nós temos bananas / pirata da perna de pau
tem gato na tuba / uma andorinha não faz verão
chiquita bancana / com jeito vai
primavera no rio / copacabana
tem marujo no samba / balancei a roseira
laura
a saudade mata a gente
fim de semana em paquetá
carinhoso
onde o céu azul é mais azul

Vicente Celestino – Alma E Coração (1960)

Existem artistas que realmente possuem um carisma inexplicável, à ponto de se eternizarem não apenas como uma lembrança, mas como uma parte viva e pulsante da música que vence o tempo, os estilos e modismos. Este é o caso do Vicente Celestino, considerado “A voz orgulho do Brasil”. Um cantor que durante toda a sua carreira se manteve no auge, sem oscilações, sempre respeitado e admirado por todos. Seu ‘vozerão’ e sua interpretação dramática fizeram dele o grande tenor popular. Romântico e nacionalista (no melhor sentido da palavra), sua missão foi sempre cantar para o povo brasileiro.
Esta é a segunda vez que eu posto um disco do Vicente Celestino aqui no blog. Curiosamente este foi o artista que mais deu ‘ibope’ ao lado da polêmica postagem da fita do João Gilberto. Desta vez eu trago para vocês um disco que pega a gente logo pelo visual. Vejam só que capa bacana, numa atmosfera romântica e estilo cinematográfico, temos estampadas as figuras de Vicente e sua eterna companheira, Gilda Abreu. Parece mesmo um cartaz de filme hollywoodiano e faz sentido, afinal Gilda era entre outras coisas, cineasta e participa do disco na faixa “Aleluia”, composição sua em parceria com Francisco Mignone. No álbum, lançado em 1960, temos o cantor interpretando Vinicius de Moraes em sua belíssima “Serenata do adeus, Ataulfo Alves em “Serenata”, “Saudade” de Dorival Caymmi e Fernano Lôbo, entre outros…

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alma e coração
serenata do adeus
fim de romance
saudade
desta vez
alma de adeus
creio em ti
seresta
viajante
o fado
peço a deus
aleluia

Lucio Alves – Serestas (1957)

Bom dia a todos! Iniciando a semana, vamos mais uma vez de serestas, agora na companhia do singular Lúcio Alves. Cantor e compositor que dispensa maiores apresentações. Iniciou sua carreira artística ainda menino, formando o grupo vocal Namorados da Lua. Foi também integrante do grupo Anjos do Inferno por pouco mais de um ano e com o qual viajou em turnê pelo México, Estados Unidos e Cuba. Ao voltar ao Brasil retoma em carreira solo, compondo, mas também gravando músicas de outros compositores. Seu estilo diferente e moderno acaba o levando naturalmente para o lado daqueles que também inovavam na música brasileira, como Radamés e Jobim. Lúcio é por essas e outras considerado um ‘pre-bossanovista’, movimento o qual ele também veio a participar. Para se ter uma ideia melhor deste grande artista, e hoje trago o primeiro lp gravado por ele.
“Serestas”, lançado em 1957, foi seu primeiro disco gravado em 33 rpm, um vinil raro em todos os sentidos. A começar pelo formato, oito músicas num disco de 12 polegadas. Até então, outros ‘Long Plays’ para oito faixas eram de 10 polegadas. Me parece que apenas a Mocambo trabalhava nessa linha. Outra questão rara diz respeito a forma como este disco foi feito. Lúcio Alves teve total liberdade na hora da gravação. Apenas ele e o violão, cantando de maneira muito intimista, coisa rara de se ver (e ouvir) naqueles tempos. O lado A é todo dedicado à dupla Silvio Caldas e Orestes Barbosa. Não sei se este disco está entre os 300 (mais) importantes (ups!) recém classificados no livro do Charles Gavin, mas deveria.
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serenata
chão de estrelas
suburbana
arranha céu
mágoas de um caboclo
não voltarás
se tu soubesses
sorris da minha dor

Carlos Poyares – Seresta A Moda Antiga (1982)

Bom dia a todos! Uma boa Páscoa, cheia de paz, chocolate e música para abrir a mente e o coração. Hoje, mais uma vez recorro às minhas reservas para momentos como este em que estou fora da cidade e longe do acervo. Dentro do que tenho à mão, escolhi para este dia um disco do flautista Carlos Poyares, que mais uma vez vem nos trazer sua arte. Em novembro de 2007 eu cheguei a postar seu excelente álbum, “Som de prata, flauta de lata”, mas foi apresentado sem um texto introdutório. Desta vez, eu aproveito para apresentá-los aos que ainda não o conhecem.
Carlos Poyares, um flautista brasileiro, nascido em Colatina, Espírito Santo. Nos anos 50 foi para o Rio de Janeiro trabalhar no rádio. Não demorou muito para ser escalado como o substituto de Altamiro Carrilho no Regional do Canhoto, tocando na Rádio Mayrink Veiga. Seu repertório sempre foi dedicado ao choro, samba e valsas. Sempre muito atuante, tocou com os mais diversos e famosos artistas como, Orlando Silva, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Dolores Duram, Luis Vieira, Mário Zan, Luis Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Vicente Celestino, Valdir Azevedo, Tom Jobim e outros. Instrumentista premiado, ganhou por três vezes com o melhor disco do ano (em 1965, 75 e 80). Se não bastasse, ele foi ainda um estudioso da música instrumental brasileira, pesquisador da obra de Pixinguinha. Fundou a Escola de Música da Facudade de Penápolis, em São Paulo. Criou e dirigiu a Escola do Choro em Brasília. Representou o Brasil por várias vezes em excursões e apresentações na Europa, Japão e alguns países da América Latina. Resumidamente, sua atuação foi explendida e há muito mais a ser dito sobre este grande instrumentista, o espaço e o tempo é que são pequenos.
Neste disco, que curiosamente não aparece em sua discografia, temos o artista interpretando ao lado de seu conjunto algumas das mais conhecidas músicas do repertório seresteiro aos moldes de antigamente. Lançado em 1982 pelo selo Marcus Pereira. Confiram…
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caprichos do destino
se ela perguntar
alama dos violinos
súplica
neusa
misterioso amor
flor do mal
nancy
lábios que beijei
fascinação
lágrimas de virgem
mimi

Francisco Petronio & Dilermando Reis – Uma Voz E Um Violão Em Seresta (1962)

Olá! Hoje estou tendo que recorrer aos meus ‘álbuns de gaveta’, pois longe da central e sem um notebook (que eu odeio), minha opção é meia hora num único e lotado ‘cyber café’ (que eu odeio também). Eu vou ser rápido, porque já tem gente na fila de espera.

Existem discos que tiveram tão boa aceitação do público que seus autores continuaram na saga do sucesso, lançando seguidos volumes. Este é o caso de “Uma voz e um violão em serenata”, gravado em 1962 por Dilermando Reis e o então “novato” Francisco Petrônio. Este álbum, na verdade, seria o primeiro lp de Francisco Petrônio. Cantor de sorte e muito talento. Tornou-se conhecido como o “rei do baile da saudade” e se deu bem ao lado do gigante Dilermando. Desta união e mantendo a mesma ‘formula’, chegaram até ao volume 7. O repertório, bem apropriado, reúne valsinhas clássicas e canções como “Se ela perguntar”, de Dilermando Reis e Jair Amorim, “Ave Maria”, de Erotides de Campos e a canção “Chão de estrelas”, de Orestes Barbosa. Tem mais… confiram… 🙂
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se ela perguntar
cabelos cor de prata
chão de estrelas
ave maria
malandrinha
meu romance
rapaziada do bráz
arrependimento
vidas mal traçadas
tardes em lindóia
amando sobre o mar
saudade de ninguém

Arthur Moreira Lima E Radamés Gnattali – A Grande Música De Noel Rosa – A Grande Música Do Brasil (1978)

Há tempos eu venho pensando em postar este disco aqui no Toque Musical, mas sempre acabo deixando ele de lado. Mas desta vez eu tomei boa parte da manhã ‘dando um trato’ no arquivo e agora ele entra! Não ficou lá grandes coisas, porque eu não tenho os recursos e programas necessários para sua limpeza. Apenas removi alguns estalos e chiados muito evidentes. Este álbum bem que merece um cuidado especial, pois é simplesmente maravilhoso. Ele faz parte de uma série intitulada “A Grande Música do Brasil”, concebida e dirigida por Marcus Pereira para Discos Copacabana. Esta coleção foi criada no sentido de homenagear alguns dos maiores nomes da nossa música, em interpretação sinfônica, com grandes instrumentistas e arranjadores. Trata-se de um trabalho exclusivamente instrumental, cuja a direção musical era do maestro e compositor Marcus Vinicius.
Temos aqui a grande música de Noel Rosa, numa parceria entre o pianista Arthur Moreira Lima e o maestro Radamés Gnattali e orquestra. Tenho certeza que se Noel tivesse ouvido este disco iria ficar encantado com essa versão instrumental e super sensível de algumas de suas mais belas composições. Eu resumiria este trabalho dizendo apenas ser esta a feliz união da flor e seu perfume. Lindo de viver!
concerto para noel rosa
– as pastorinhas
– em feitio de oração
– conversa de botequim
feitiço da vila
último desejo / três apitos
fita amarela / silêncio de um minuto
de babado sim / até amanhã

Miltinho – Samba Em Tu (1971)

Puxa vida! Não é que eu acabei esquecendo de publicar a postagem de ontem? Que vacilão! Somente hoje foi que eu percebi a falha. Mas com certeza, continuo em dia com vocês, né não? 🙂
Para compensar o atraso, hoje eu estou postando mais um disco do Miltinho. Sei que temos aqui muitos apreciadores do cantor (inclusive eu). Portanto, espero que seja um bom toque musical para nossa quinta-feira.
“Samba em tu” foi um relançamento pela RCA Victor, em 1971, de um álbum gravado dez anos antes, o sem título, apenas com o nome Miltinho. Este foi o único lp gravado pelo artista na RCA. A gravadora aproveitando-se do bom momento do cantor, não deixou por menos, relançou o disco com uma nova capa e com o título homônimo à uma das faixas. Não precisa dizer que se trata de mais um trabalho nota dez do grande Miltinho. Confiram…
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murmúrio
eu quero um samba
se foi passado
a dor de uma saudade
samba em tu
sincopado triste
volta
se você disser sim
vou te contar
o amor e a rosa
rosa morena
teleco-teco n.2

Jair Amorim E Evaldo Gouveia – Brasil Especial (1976)

Olá a todos! A postagem de hoje, infelizmente, teve que ficar para o fim do dia, pois o meu tempo anda meio curto. Manter um blog diário não é mole não, mesmo com um texto superficial e resumido, como sempre faço. A gente tem que andar um passo a frente ou ter algumas reservas, pois senão fica difícil manter a regularidade.
Nesta quarta-feira eu estou trazendo uma das mais importantes parcerias, a dupla de compositores Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Suas composições tem sido gravadas pelos mais diversos e destacados artistas da música brasileira (e também estrangeiros). Não há quem não conheça pelo menos uma música da dupla. Jair Amorim foi o grande letrista e inicialmente parceiro de Zequinha de Abreu com quem também compôs pérolas. Evaldo Gouveia foi antes um dos integrantes do famoso Trio Nagô. É sem dúvida, uma dupla dos mais autênticos e versáteis compositores da música popular brasileira.
O álbum que eu aqui apresento, foi lançado pela Som Livre nos anos 70, reunindo algumas de suas mais conhecidas obras e que fizeram muito sucesso nas vozes de um variado leque de artistas, como se pode perceber logo a baixo. Todas as composições são da parceria dos dois, exceto as faixas “Alguém com tu”, que é de Jair e Zequinha e “Deixe que ela se vá”, que é de Evaldo Gouveia e Gilberto Ferraz.

o conde – jair rodrigues
tango pra tereza – angela maria
o mundo melhor de pixinguinha – elza soares
o trovador /que queres tu de mim / sentimental demais – altemar dutra
alguém me disse – cauby peixoto
quem será – agnaldo timóteo
deixe que ela se vá – nelson gonçalves
a volta da porta bandeira – bárbara
bloco da solidão – jair rodrigues
ninguém chora por mim – moacyr franco
tudo de mim – carlos alberto
alguém como tu – dick farney
e a vida continua – rosana toledo
balada para qualquer natal – coral

Dick Farney – E Você (1974)

Olá! Bom dia, boa tarde e boa noite. Hoje o proprietário do blog, como dizem alguns, traz para vocês uma dose de Dick Farney. Há certos artistas, como Dick, que não carece de muita explicação. Bem porque não há nada que eu possa dizer que já tenha sido dito. Neste sentido eu me refiro mesmo aos outros blogs, que num todo já ‘dissecaram’ a discografia do artista e consequentemente a sua história. Ele foi, sem dúvida, o grande expoente do Jazz e da música americana dos anos 40 no Brasil. Uma das coisas que fazem dele um artista original, foi ter se mantido sempre numa linha, fiel a um estilo que vem desde os seus primeiros tempos. Como não podia deixar de ser, por tantas afinidades, Dick foi também um representante da Bossa Nova, sendo considerado um de seus precursores.
Neste álbum de 1974, temos Dick acompanhado por Toninho na bateria e Sabá no contrabaixo. Os mesmos instrumentistas que formavam o Dick Farney Trio, no disco de jazz ao vivo de 1973. Porém este é um disco mesclado, equilibrando o samba, a bossa e alguns ‘standards’ da música americana. Na faixa “Você”, temos a Claudette Soares, que embora seja uma excelente cantora, nesta regravação, não chega (para mim) a ser tão insinuosa e agradável como Norma Bengell (que não é lá tão cantora assim). Disquinho bacana, podem conferir…

viver sem você
amor sem adeus
night and day
a fonte e o seu nome
these foolish things
solidão
você
junto de mim
my funny valentine
se é por falta de adeus
i only have eyes for you
meu mundo é você

Trio Irakitan – Para Crianças De 6 A 60 (1969)

Bom dia a todos! Iniciando a semana, eu trago para vocês um dos grupos vocais que eu mais aprecio, o Trio Irakitan. Este grupo surgiu no inicio anos 50 em Natal (RN) e era formado inicialmente por Edson França, Paulo Gilvan e João da Costa Neto. Curiosamente e inicialmente fizeram sucesso fora do Brasil. Viajaram para vários países da América Latina e também estiveram no México por uma longa temporada, onde por lá se apresentaram em boates, na tv e chegaram inclusive a participar de um filme chamado “Llévame en tus brazos”. Adquiriram neste país aquele estilo de vocalização. No Brasil, iniciaram como parte do elenco da Rádio Nacional e logo em seguida foram contratados pela Odeon, onde gravaram seu primeiro disco, um 78 rpm com um bolero e um baião. Não demorou muito para fazerem sucesso também por aqui e se tornarem referência para outros grupos vocais. Em 1965 eles sofreram um abalo com o suicídio de Edinho. Mas voltaram em trio dois anos depois, com a entrada de Antonio Santos, o Toni. Estiveram um tempo fora de circulação, mas retornaram nos anos 80 com nova formação, quando entra Edil no lugar de Toni. E nos anos 90, mais uma mudança, saí Edil e entra seu irmão Edilson Andrade.
A história do Trio Irakitan bem que merecia ser contada em detalhes. Há coisas ainda mais interessantes a serem ditas, mas o tempo é curto e eu preciso ir trabalhar. Deixo essa para os historiadores e especialistas contarem. Na rede há muita coisa sobre eles. Vale a pena conhecer melhor esse sensacional grupo vocal brasileiro. Eu recomendo a leitura do livro “A Incrível História do Trio Irakitan”, da jornalista Íris Gamenha.
O disco que temos aqui, lançado pela Imperial/Odeon, é uma coletânea que reúne algumas das mais descontraídas e divertidas canções populares, dedicadas à um público que inclui também as crianças. Extraídas de diversos momentos do trio ainda na primeira formação. Muito legal 😉

companheiros eu sei tocar
cadafau
os peixinhos do mar
escravos de jó
o marinheiro
na minha casa tem
a velha a fiar
napoleon
gato careteiro
são joão
o galo
dondin dondá

Juca Chaves – As Músicas Proibidas De Juca Chaves (1968)

…E por falar em polêmica, humor e grandes compositores, hoje eu resolvi trazer o “Menestrel do Brasil”, irreverente Juca Chaves. Ele pode até não ser grande em tamanho, mas como compositor ninguém pode duvidar, não é mesmo? 🙂 Suas composições sempre foram marcadas pela sátira, pela crítica social e política. Mas não podemos colocá-lo no mesmo patamar dos compositores de protesto e contestação como foram Chico Buarque, Sérgio Ricardo ou Vandré. Como eu já disse, humor não é para ser levado a sério. Jurandyr Chaves foi sempre um satirico, sua preocupação social se limitava às críticas. Não foi atoa que um dia a escritora Zelia Gattai o classificou como um anarquista, o que num certo sentido lhe confere um ‘status’ honroso, embora não tenha sido exatamente essa a intenção. Juca, na verdade e literalmente, sempre foi um pequeno burguês, amante (ou apreciador?) de lindas mulheres, colecionador de carros e um ‘bon vivant’. Seu momento maior e com algum sentido político-social se fez nos anos 60, quando ganhou muita popularidade com suas modinhas e também muitos processos, que na verdade só serviram mesmo para lhe dar mais destaque. Depois de 64, criticar a classe política e militar já não era mais moleza e o Juquinha ‘previdentemente’ foi logo mudando seu alvo para coisas mais amenas e agradáveis como o sexo e as piadinhas picantes.
Neste disco, lançado em 1968 pelo selo Imperial (que foi criando pela Odeon para vendas à domicílio) temos reunidas algumas de suas sátiras que só saíram para o público após muitas batalhas judiciais. São composições, portanto, da primeira metade dos anos 60. Porém, logo depois de ter sido lançado este álbum, veladamente a Odeon o retirou da venda ao público, a pedido da nova ordem militar.

dona maria tereza
brasil já vai a guerra
pena preta de urubu
caixinha obrigado
crítica das críticas
contrabando de café
a situação
presidente bossa nova
lembretes
legalidade
retorno
atrazo e solução

Ivon Curi – Meus Melhores Momentos (1957)

Taí um artista que até pouco tempo atrás eu não nada muito valor. Isso devido a minha própria ignorância e preconceito. Confesso que nunca havia me interessado pela figura do Ivon Curi. Por incrível que possa parecer eu tinha uma certa antipatia com o nome Ivon, achava feio e inexpressivo. A gente às vezes tem isso. Para completar a minha implicância, tinha o fato dele usar peruca. Eu achava aquilo o fim da picada. Era para mim, um artista que a gente não leva a sério. Aliás, eu já havia comentando certa vez que (na minha visão) um artista que trabalha também com humor, muitas vezes acaba carregando mais a estigma de humorista do que de compositor. Vejam o exemplo do Juca Chaves, Arnaud Rodrigues, entre outros. São todos compositores maravilhosos, mas sempre me passaram essa sensação de incredibilidade musical. Mas isso tudo é uma grande bobagem minha. A gente às vezes tem esses preconceitos que são formulados pelo nosso próprio desconhecimento do artista e seu trabalho num todo. O Ivon Curi me surpreendeu em todos os sentidos. O cara tinha uma voz refinada e suas composições revelam um aguçado senso criativo. Era romântico sem ser piegas ou banal. O humor, é claro, existe, mas de maneira comedida, sem excessos. Algumas de suas composições tem um certo compasso ‘bossanovista’, não sei se vocês já repararam nisso. Além de cantor e compositor, Ivon foi também ator de cinema, tendo feito dezenas de filmes. Foi humorista, trabalhou na tv e também fez dublagens.
Neste disco, não tenho certeza, mas me parece que foi o único dedicado exclusivamente ás suas criações. Lançado em 1957 pela RCA Victor, o álbum apresenta além de temas românticos, xote, choro, samba e baião. Foi mais ou menos por essa época que ele começa a deixar um pouco de lado o romantismo dos primeiros tempos, se entregando a musica nordestina de teor humorístico. Também passa a atuar em shows, não apenas cantando, mas também contando piadas, brincando com o público. Um autentico ‘showman’. Devo admitir, o Ivon Curi era mesmo muito bom! (agora, aquela peruquinha…)

obrigado
e o piano tocou
eu ri de chorar
saudade de ninguém
cala a boca menino
mal entendido
retrato de maria
sai menina
falam tanto de mim
se deus quiser
não fui eu não
humanidade

Toques Para Quem Se Toca

Depois de mais de cinco anos envolvido com blogs, publicando as mais diversas coisas e principalmente música, a gente vai aprendendo a lidar com as situações que surgem e com o público que nos visita. É natural que as pessoas reajam e comentem sobre um determinado assunto. É natural também que elas aprovem ou não o que foi publicado e em alguns casos, esse comentário pode ser uma critica. Tudo bem, faz parte da coisa. Mas vejo que alguns desafetos se tornam crônicos e obsessivos. Existem pessoas sem medida, que por algum motivo fazem questão de serem chatos e destruidores. Sinceramente, hoje em dia isso já não me afeta. Comentários tolos, insultuosos e maldosos eu ignoro. Em alguns casos eu os apago porque chegam mesmo a ultrapassar o senso crítico da maldade. Outros, como este último (que por sinal foi replicado em outras postagens) eu prefiro até deixar, mostrando à própria anônima criatura que sua pedra lançada em minha direção só serviu para a construção e o fortalecimento do meu castelo. Nessa minha analogia, tem gente que nunca vai aprender a entrar pelo portal. Teimam em atravessar o fosso e acabam sempre na boca do jacaré. Disso tudo apenas uma coisa me incomoda. Começamos a desvirtuar o sentido cultural dos Comentários. O assunto passar a não ser mais o da postagem. Isso não é legal. Contudo, continuo sempre incentivando a nossa comunicação. Facilito o acesso sem criar os entraves dos códigos de verificação para não desestimular os comentários. Não é por acaso que os links são colocados lá.
Quanto à questão de álbuns que são postados aqui ou ali, isso para mim é irrelevante. Ou melhor, faz parte do nosso intercambio. Ninguém pode se sentir dono de nada nessa situação. Pouquíssimas vezes eu recorri a álbuns postados por outros blogs, quando o fiz foi citando o autor (em casos muito específicos). Por certo, que muito do que postei também foi postado em outros blogs, antes ou depois. Nem por isso quer dizer que sejam os mesmo arquivos. Exclusividade é uma palavra que aqui só faz sentido se houver algum diferencial. E essa diferença se faz apenas com dedicação, capricho e muita criatividade. Como já dizia a Rita Lee: “Mas que falta de imaginação. Eu não. Meu departamento é de criação.”

Cartola – Ao Vivo (1991)

Bom dia, meus prezados visitantes! Eu ando com a cabeça tão cheia de preocupações que às vezes chego a fazer algumas confusões e erros na hora da nossa postagem. Ontem mesmo, eu estava crente que fosse sexta-feira. Até errei no texto da postagem, mas logo depois corrigi. Acho que é essa minha falta de tempo e muito compromisso. Aí eu chego a variar…
Já que a sexta é hoje, vamos então de Cartola e ao vivo! Espero que este disco ainda seja novidade para alguns. Lançado em 1991, este lp nos traz um registro da última apresentação ao vivo de Cartola em São Paulo, na noite de 30 de dezembro de 1978, no Ópera Cabaré. Neste show, o sambista é acompanhado pelo Regional do Evandro, um grupo de choro paulista que se apresentava em diversas casas noturnas da capital. O disco, na verdade, tem apenas algumas músicas do show e foi lançado em outros anos e com outras capas diferentes (para confundir a cabeça da gente). Quem ainda não ouviu, vale conferir, pois essa é uma apresentação singular, com mais gosto de choro do que de samba. Bacana mesmo 😉

alvorada
o mundo é um moinho
sim
acontece
amor proibido
as rosas não falam
verde que te quero rosa
peito vazio
alegria
inverno no meu tempo
o sol nascerá

Pixinguinha & Sua Banda – 40 Anos De Sucesso (1979)

Bom dia! Deixa eu ir logo fazendo esta postagem, pois o meu tempo hoje é curtíssimo. Como diz aquele velho ditado: “a pressa é inimiga da perfeição”. Foi justamente isso que a conteceu quando pensei numa quinta-feira de chorinho. Catei o primeiro Pixinguinha que apareceu para postar aqui. Sem estar muito antento, o resultado não foi outro… sambas e marchinhas de carnaval. Como tivemos uma ‘overdose’ carnavalesca no mês passado, achei que esta poderia não ser uma boa escolha para o momento. Porém, ao ouvir direito o disco e se tratando do mestre Pixinguinha, acho que não errei tanto assim.
Este disco, lançado pela lendária Musidisc de Nilo Sergio nos anos 60 (e depois relançado pela Sigla em 79), comemora os 40 anos de sucesso do compositor e instrumentista ao lado de sua banda, tocando aqui sambas e marchas de carnaval extraídas de seus discos anteriores, principalmente os das décadas de 40 e 50.
Dia 23 de abril é a data de nascimento de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha. Nesta data também é comemorada o Dia Nacional do Choro. Sendo assim, ainda neste mês teremos novamente o prazer da companhia do Mestre, desta vez no choro, ok? Por hora, vamos à folia 😉

fala mangueira – sr. comissário
obsessão – rosalina
cala a boca – reza por nosso amor
não tenho lágrimas – o relógio bateu 5 horas
pra seu governo – juro
sabiá laranjeira – quebrei a jura
eva – miau miau
serpentina – índio quer apito
a maria tá – mulher do leiteiro
o passo do canguru – o passarinho do relógio
toureiro – allah lá ô
andorinha – nêga do congo